terça-feira, 26 de junho de 2018

Condenada à morte por esfaquear homem que a estuprou!

Noura Hussein - Sudão

Noura Hussein soluçou incontrolavelmente quando viu sua mãe no início deste mês. Era a primeira vez que ela recebia a visita da família desde que foi presa um ano atrás.

A jovem de 19 anos foi condenada à morte após matar o marido, a quem ela acusou de tê-la estuprado. Chorando, ela disse à mãe que havia planejado se matar depois de sofrer a violência em casa.
 O pai de Noura diz que nunca imaginou que fazê-la se casar com o primo teria consequências tão terríveis.


"Ela passou a se odiar depois do estupro", diz a mãe, Zainab Ahmed. "Ela tinha uma faca pronta para tirar sua própria vida se ele a tocasse novamente."

Mas, no calor do momento, quando ele se aproximou outra vez, ela o esfaqueou. Foi legítima defesa, sua mãe insiste.

Noura queria terminar os estudos e sonhava ser professora. Mas foi forçada ao casamento aos 16 anos e tentou fugir. Após se esconder na casa de uma tia, foi devolvida pela própria família ao marido.

Ela diz que alguns dias depois de retornar, o marido chamou alguns primos e estes a seguraram enquanto ele a estuprava. No dia seguinte, o marido teria tentado fazer o mesmo. Noura diz que apenas se defendeu com a faca.

Campanha internacional
Quando Noura foi sentenciada à morte, no mês passado, uma campanha online, #JusticeforNoura (Justiça para Noura), espalhou-se pelo mundo.

A modelo Naomi Campbell e a atriz Emma Watson estavam entre as celebridades que se uniram aos ativistas para exigir a anulação da pena. Naomi postou no Instagram uma reportagem do jornal The Guardian pedindo ajuda para pressionar o governo sudanês e salvar Noura.

Quando a Anistia Internacional pediu às pessoas que enviassem mensagens ao Ministro da Justiça do Sudão pedindo que ele interviesse a favor de Noura, o volume enviado forçou-o a obter um novo endereço de email.

Noura só descobriu essa corrente de apoio pelo mundo quando sua mãe a visitou na prisão feminina de Omdurman.

Por enquanto, seu mundo é definido pelas paredes da prisão, onde todos os detentos vivem em um grande quintal.

"Não há teto, então, a maioria das mulheres precisa usar lençóis para se proteger do sol", diz o coordenador da ONG Justiça na África, Hafiz Mohammed.

Noura permanece com as algemas ela usa desde que foi presa.

Mesmo aparentando estar saudável, sua mãe diz que seu "espírito parecia quebrado".

Menina com sonhos
A segunda de oito filhos, Noura Hussein cresceu na aldeia de al-Bager, 40 quilômetros ao sul de Cartum. É um lugar árido, cercado por morros arenosos e rochosos, não muito longe do rio Nilo.

As cores brilhantes das frutas e legumes colocados em panos no chão do mercado local proporcionam raras explosões de cores que quebram a paisagem predominantemente marrom e empoeirada.

Zainab Ahmed diz que sua filha sempre foi uma garota quieta e inteligente.

"Ela tinha ambições", diz Zainab. "Noura sonhava estudar direito na universidade e se tornar professora."

Sua numerosa família deixara a região de Darfur, dominada pelo conflito, para se mudar para al-Bager quando Noura era criança. Eles não tinham muito dinheiro, mas o negócio do pai - uma pequena loja de ferragens que vendia ferramentas e óleo - significava que a garota poderia ter acesso à educação.

Mas em 2015, o primo de 32 anos de Hussein, Abdulrahman Mohamed Hammad, a pediu em casamento. Ela tinha 16 anos.

Sua mãe diz que a filha, inicialmente, não pareceu incomodada com a ideia, mas pediu permissão para continuar estudando. Ela também pediu que o casamento fosse adiado até que sua mãe, que estava grávida, tivesse dado à luz.

Casamento forçado
Mas a pressão da família começou a aumentar, principalmente a de seu próprio pai, Hussein.

"Muitas jovens da região estavam ficando grávidas e tendo filhos ilegítimos", ele diz.

Hussein diz que não queria que ela sofresse um destino semelhante e acabasse sem marido.

Enquanto participava da cerimônia inicial de casamento, ficou claro que a oposição de Noura à ideia estava aumentando.

Ela fugiu para a casa de sua tia em Sinnar, uma cidade a 350 km de distância, e permaneceu com ela por dois dias. A jovem foi persuadida a voltar para casa após ouvir que o casamento não seria confirmado.

Assim que retornou, no entanto, a cerimônia foi concluída, mas ela não seria obrigada a morar com o marido.

Nos dois anos seguintes, Noura permaneceu na casa de sua família. Quando Abdulrahman a visitou, ela lhe disse claramente que não queria estar casada com ele.

No entanto, os idosos da família começaram a insistir que Noura e seu marido formalizassem o relacionamento e se comportassem como um casal legalmente casado.

Em suas comunidades mais próximas, são os anciões que tomam todas as decisões importantes. Honra e respeito familiar são os valores mais importantes da cultura.

Seu pai, Hussein, diz que não viu nenhum bom motivo para a filha continuar recusando a união. A família tinha sido paciente por anos.

Sob pressão, Noura concordou em morar com Abdulrahman em abril de 2017.

Noura queria ser professora e para isso pediu para que seu casamento fosse adiado
De acordo com um relato obtido pela CNN, Noura diz que resistiu aos avanços sexuais do marido na primeira semana em que viveram juntos.

Ela chorou e se recusou a comer. Quando Abdulrahman dormiu, ela tentou sair de casa, mas a porta estava trancada.

No 9º dia, Abdulrahman chegou ao apartamento com alguns parentes que rasgaram suas roupas e a seguraram enquanto ele a estuprava, segundo o relato da CNN.

No dia seguinte, Abdulrahman tentou novamente. Desta vez, Noura pegou a faca que ela disse à mãe que usaria para se matar.

O relato de Noura diz que, na luta com o marido, a mão dela foi cortada e Abdulrahman mordeu seu ombro.

Depois, o relato pula para a parte em que Noura sai correndo para a casa de seus pais, segurando uma faca ensanguentada.

Hussein e sua mulher ficaram aterrorizados quando viram a filha em pé na frente deles segurando a arma do crime.

"Eu matei meu marido depois que ele me estuprou", disse ela, estendendo a faca.

"Então, entendi a gravidade da situação", diz Hussein. Conhecendo a família de Abdulrahman, ele não tinha dúvida de que eles iriam buscar vingança.

Família ameaçada
Toda a família de Noura estava agora sob ameaça, ele diz. Então, ele tomou a decisão de levar todos para a delegacia. Noura foi presa e acusada de homicídio premeditado.

Sua família apelou aos anciãos para que se fizesse um acordo com a família de Abdulrahman. Eles se recusaram. Em vez disso, insistiram para que Hussein e Zainab não vissem mais Noura se quisessem proteger seus outros filhos.

Quando suas casas e estabelecimentos comerciais foram incendiados, Hussein e Zainab nada fizeram.

No entanto, a intimidação continuou e o casal decidiu fugir com os outros filhos.

Um tribunal em Omdurman, a segunda maior cidade do Sudão, mais tarde condenou Noura. No mês passado, a família de seu marido recusou a opção de uma compensação monetária e a pena de morte por enforcamento foi determinada.

Os advogados de Noura apelam contra a sentença e pedem perdão. O resultado do recurso deve sair nos próximos dias.

Hussein diz que não vê sua filha desde aquela noite, temendo as ameaças ao restante da família.

"Também quero ver minha filha e visitá-la na prisão, ajudar a animá-la, mas sou incapaz de fazê-lo", diz.

Ele conversou com a filha pelo telefone e diz que ela assegurou que estava bem de saúde.

Últimas esperanças
Zainab Ahmed diz que ainda espera um milagre de última hora que salve sua filha. Ela acredita que os anciãos da família podem intervir e convencer a família de Abdulrahman a pedir aos tribunais que revoguem a pena de morte.

A Anistia Internacional acha quase impossível que isso ocorra.

"Nesta altura dos acontecimentos, isso parece altamente improvável. Se eles tivessem feito isso durante o julgamento, poderiam ter solicitado atenuação. Nesta fase, uma família não teria voz em uma decisão judicial", diz Joan Nyanyuki, diretora da Anistia para a África Oriental.

No entanto, a pressão internacional pode funcionar, diz ela.

"Quando pedimos às pessoas que enviassem emails ao Ministro da Justiça do Sudão, exigindo o perdão de Noura, ele teve de trocar seu endereço de e-mail após duas semanas. Se as pessoas escrevessem para as embaixadas sudanesas em seus respectivos países exigindo sua libertação, isso faria imensa diferença".

Ela acrescenta que o caso de Noura é apenas um entre milhares de outros casamentos forçados que terminam em violência sexual.

Os pais de Noura vivem agora em uma aldeia longe de al-Bager. Mas o destino de Noura os assombra.

"Ninguém quer uma vida miserável para sua filha", diz Hussein. "Eu não esperava que as coisas atingissem esse grau. Estamos esperando que Deus a resgate."













Fonte : Mohamed Osman





P.s . Fiquei sabendo a pouco que Noura Hussein, agora com 19 anos, viu a sua sentença de condenação à morte reduzida para cinco anos de prisão por um tribunal do Sudão, país do leste da África, maioritariamente muçulmano, onde são legais os casamentos com meninas após os dez anos de idade e a violação conjugal é tudo, menos um crime.

Uma forte campanha internacional, levada a cabo por organizações internacionais de direitos humanos, tinha-se mobilizado em defesa de Noura Hussein. A decisão do tribunal sudanês é agora louvada pela Anistia Internacional, após ter reduzido a pena à moça, condenando-a a cinco anos de prisão e ao pagamento de uma indenização à família do marido que lhe foi imposto: no valor de 337 mil libras locais, cerca de 16 euros.






Eliézer

sábado, 23 de junho de 2018

Como a tecnologia mudou o mundo moderno !

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Pela primeira vez, as pessoas usaram mais cartão que dinheiro no Reino Unido.

Isso acontece em um momento em que a tecnologia tem permitido o pagamento com apenas um toque, sem a necessidade de digitar senhas.

Ainda não se sabe qual a real dimensão que a popularização dessa tecnologia, que agora avança em outros lugares do mundo, como o Brasil, terá.

Mas que tal relembrar invenções que tiveram um efeito transformador no mundo?

A internet é uma delas. Quando a Rede Mundial de Computadores foi criada, ela mudou as comunicações.

Inicialmente, era usada para cientistas compartilharem descobertas. Mas logo evoluiu, culminando em facilidades como as redes sociais, o armazenamento "na nuvem" e o compartilhamento de vídeos, por exemplo.

O telefone é outra grande invenção. Surgiu há 140 anos, e mudou muito até virar o smartphone.

Ele nos deu o poder de falar com pessoas em qualquer lugar do mundo, algo inimaginável poucos séculos atrás.

Já os antibióticos foram responsáveis por salvar muitas vidas.

O mundo ficou mais seguro com remédios que eliminam bactérias. Antes, as doenças se espalhavam rapidamente e matavam muito mais.

Uma quarta invenção que marcou de forma definitiva as nossas vidas é o avião.

Antes do século 20, para viajar de um continente a outro era preciso passar dias, semanas ou meses em barcos.

Viajar ficou bem mais fácil com o avião, inventado há mais de 100 anos.









Fonte: BBC






terça-feira, 19 de junho de 2018

Crianças filhos de imigrantes "enjauladas" pelo governo americano !


Crianças em centro para imigrantes


"Nada menos que uma prisão".

Foi assim que o congressista democrata americano Peter Welch descreveu, em um tweet, um centro de detenção no Texas (EUA) em meio à polêmica sobre a política de imigração "tolerância zero", na qual os filhos são separados dos pais. O comentário foi feito após uma visita do parlamentar juntamente com outros deputados e alguns jornalistas.

A instalação do Texas é conhecida como Ursula, embora os imigrantes a chamem de "La Perrera" ("O Canil", em tradução livre), referindo-se às gaiolas instaladas no local que, além de imigrantes adultos, agora também são usadas ​​para albergar crianças separadas de seus pais depois de tentar atravessar ilegalmente a fronteira.

As autoridades não permitiram que fotografias ou vídeos fossem feitos dentro do centro, mas o Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, sua sigla em inglês) dos Estados Unidos publicou várias imagens.

"Acabei de sair de uma 'instalação de triagem' da patrulha fronteiriça, conhecida como 'geladeira'. É nada menos que uma prisão", disse Welch.

Gaiolas com cadeados
O congressista não foi o único que comparou o complexo a uma prisão.

A ex-primeira-dama Laura Bush, mulher de George W. Bush, disse que a estrutura se assemelha aos campos de detenção usados para prender nipo-americanos nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.

"Numa das gaiolas havia 20 crianças. Havia também garrafas de água, sacos de batatas fritas e folhas grandes destinadas a servir de cobertores", informa a agência AP.

O senador democrata Jeff Merkley liderou uma equipe de parlamentares durante a visita ao complexo de Ursula, no último domingo.

Merkley ganhou as manchetes no início deste mês quando tentou entrar em outra instalação que abrigava cerca de 1.500 crianças em uma loja desativada do Walmart - e não foi autorizado.

Após visitar Ursula, o senador disse à CNN que um grande número de menores de idade estavam dentro de "uma gaiola de arame de cerca de 10x10 metros trancada com cadeados".

"Devo dizer, no entanto, que eles eram muito menos do que quando estive aqui há duas semanas. Me disseram que ônibus cheios de crianças foram levados antes de eu chegar."

Além disso, o senador Chris Van Hollen, de Maryland, expressou choque e raiva com as condições que viu.

"Acabei de sair do Centro de Triagem da Patrulha de Fronteira em McAllen, também conhecida como 'canil'. Eu testemunhei como as crianças estavam amontoadas, separadas de suas mães e pais. @realDonaldTrump, mude hoje sua política vergonhosa! #FamiliesBelongTogether ", diz o tweet.

Três alas

Eles estão separados em três alas: crianças desacompanhadas, adultos sozinhos e pais com seus filhos.

As autoridades disseram que quase 200 dos detidos eram menores desacompanhados e outros 500 eram pais com seus filhos.

Em uma das unidades, 1.100 imigrantes aguardam em três alas para serem processados: crianças desacompanhadas, adultos sozinhos e pais com seus filhos
O jornal Los Angeles Times, que também enviou uma equipe para o centro de detenção, descreveu a instalação de 22 mil m² como "limpa, espaçosa e com piso de concreto".

O agente de patrulha responsável pela área, John Lopez, disse ao jornal que os 42 banheiros químicos do local são limpos três vezes ao dia.

Há três paramédicos, dois membros da equipe médica e 310 funcionários, mas não há equipe de saúde mental ou treinamento, detalha o jornal.

As luzes do prédio ficam acesas o tempo todo.

Do tamanho de um Walmart
A cerca de 80 km de distância, na cidade de Brownsville, cerca de 1.500 crianças estão alojadas em um prédio que já foi um hipermercado da rede Walmart.

As crianças, entre 10 e 17 anos, foram detidas quando atravessavam a fronteira ilegalmente.

É a maior instalação nos Estados Unidos para crianças e o número aumentou em centenas no último mês.

Cerca de 1.500 pessoas estão alojadas em uma antiga loja do Walmart
No dia 4 de junho, o senador Merkley mostrou em uma transmissão ao vivo pelo Facebook que a equipe de segurança negou sua entrada no local, conhecido como "Casa Pai".

Esse fato gerou dúvidas sobre as condições em que as crianças estavam no local.

Na semana passada, vários meios de comunicação puderam entrar para ver as instalações. Nenhuma gaiola foi mencionada, mas eles compararam a acomodação a um armazém gigante.

Para abordar aqueles que chegam agora, com a nova política de "tolerância zero" em vigor, berços foram adicionados aos dormitórios da "Casa Pai".

O jornal New York Times descreveu o local como "limpo, grande e brilhante", com crianças recebendo aulas seis horas por dia e recreio ao ar livre durante duas horas por dia. O local conta com 48 trabalhadores, incluindo três médicos.

Trauma a longo prazo?
"As crianças que foram separadas de seus pais já estão traumatizadas", disse o senador Merkley.

Segundo Merkley, uma vez separados, não importa se o piso é varrido ou se estão bem agasalhados.

As autoridades dizem que estão tentando manter os irmãos juntos e não separar as crianças menores de quatro anos de seus pais
Mas Anne Chandler, diretora do Centro de Justiça Tahirih em Houston, uma organização sem fins lucrativos que ajuda crianças imigrantes na fronteira sul dos Estados Unidos, disse à revista Texas Monthly que tinha ouvido histórias de "crianças muito jovens, inclusive algumas que precisam ser amamentadas, e com menos de três anos de idade, separadas dos pais em abrigos".

"Eu estava falando com uma mãe, quando ela disse: 'não levem meu filho', e a criança começou a gritar, vomitar e chorar histericamente. A mulher pediu aos funcionários: 'Posso tentar confortá-la pelo menos por cinco minutos?' Mas eles negaram", disse Chandler à revista.

A Academia Americana de Pediatria advertiu na semana passada que "experiências altamente estressantes, incluindo a separação da família, podem causar danos irreparáveis ​​ao desenvolvimento ao longo da vida, alterando a arquitetura cerebral de uma criança".












Fonte : BBC




segunda-feira, 18 de junho de 2018

Copa do mundo e o descontentamento brasileiro!


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Estamos em pleno andamento  dos jogos da Copa do Mundo e mesmo assim o brasileiro parece esse ano não estar muito empolgado com este mega evento.

Também pudera! Nada vai mudar com os jogos que a grande maioria dos brasileiros vai assistir pela televisão, dada a situação precária do trabalhadores que não pode arcar com os custos de uma viagem para a Europa. Muitos brasileiros as vezes não tem dinheiro nem para tomar um ônibus e ir procurar um trabalho.
Sem contar que a poucos dias saímos de uma greve dos caminhoneiros que trouxe poucos avanços para a categoria mas que prejudicou mais a grande maioria da população  no aumento do preço dos combustíveis e muitos outros transtornos que tivemos, principalmente de alguns comerciantes inescrupulosos que se aproveitaram da situação e aumentaram os preços de vários itens alimentícios alegando que era por causa da greve; coisa de brasileiro mesmo!

A copa de 2014 custou 25 bilhões aos cofres públicos, dinheiro que eu e você contribuímos, já que pagamos uma carga tributária estratosférica nesse país. É claro que tivemos muitas melhoras em mobilidade urbana, visto que para a realização de um evento como o de 2014 foi necessário melhorar a infraestrutura de muitos pontos turísticos, vias de acesso a hotéis e estádios em muitas cidades.

Mas ao mesmo tempo ainda estamos sofrendo com obras que nem se quer foram concluídas e já estamos em outra copa, sem falar nos superfaturamentos nas obras de vários estádios que engoliram vultosas quantias de dinheiro público, para engordar a conta em paraísos fiscais de muitos empresários e políticos que estão se lixando para a população.

Como já disse em outras vezes, o que muda para melhor é a conta bancária dos jogadores da seleção e do técnico, que mesmo perdendo o mundial ainda vão ganhar o deles, com certeza!






Eliézer






sexta-feira, 15 de junho de 2018

Brasil - Porque parece que só anda pra trás?

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Já parou para pensar por que o país do futuro permanece no futuro? Parece que o Brasil nunca realmente anda pra frente. Sempre que dá um passo adiante, tem-se a sensação de que mais adiante o país dará dois passos atrás. Temos tudo para dar certo: talentos, conhecimento, apesar da educação ser uma porcaria, criatividade de monte, bens naturais… Mas por que o país não anda?

1º Problema: o brasileiro
O primeiro problema somos nós, os brasileiros. O brasileiro é malandro. A malandragem é um dos motivos que fazem o país andar na direção errada. O jeitinho brasileiro é, definitivamente, o maior problema da nação. Veja por exemplo o motorista que atropelou um punhado de gente em Copacabana , no Rio de Janeiro. O sujeito não poderia dirigir não por que sofre de alguma enfermidade, mas por que já estava com a carteira de motorista suspensa. Como ele pegou a carteira para dirigir? Jeitinho. Certamente tem um amigo dentro do Detran ou há algum tipo de esquema que o permitiu pegar a sua carteira e fazer a burrada que fez.

A incapacidade de seguir regras aliada à malandragem no espírito de tirar vantagem é algo que faz o país, como um todo, andar igual caranguejo: para trás. Basta dar uma volta pela sua cidade e você vai ver gente estacionando em local proibido com o pisca alerta ligado, como se o pisca alerta desse o direito dessas pessoas estacionarem onde não pode; gente furando fila, gente ignorando placa de PARE. Se eu for enumerar tudo de errado que o brasileiro faz no seu dia-a-dia, não vai haver espaço no meu blog para completar esta reflexão.

O brasileiro reclama da corrupção mas é naturalmente corrupto. A culpa sempre é do outro, nunca de si mesmo.

2º Problema: o governo
Assim como o povo, o governo brasileiro é naturalmente corrupto. Não há como ser diferente: se o povo é corrupto, como ter um governo honesto se os membros do governo fazem parte do povo? Entende a dinâmica da coisa?

O governo legisla sempre em causa própria, nunca em favor do povo. Isso é alguma novidade? Não é. É assim desde os tempos do Brasil Colônia. Na verdade, dada a História do Brasil, até que melhoramos muito. Sim, o Brasil já esteve bem pior. Melhorou? Sim. Mas se continuar no caminho que segue, espere por tempos bem ruins.

Não adianta ficar metendo o pau no governo se o povo não mudar. O fato é que todo mundo que entra para a política, hoje em dia, o faz para ter emprego fácil e ganhar dinheiro às custas dos outros sem trabalhar. Estou falando alguma bobagem?

3º Problema: a falta de memória
O brasileiro parece que tem vergonha da própria história. A história brasileira é rica, quase folclórica. O país nasceu de uma colônia extrativista e foi basicamente explorado pela sociedade mais corrupta da época, a sociedade portuguesa. Na época das Grandes Navegações, a corte portuguesa era a mais corrupta que existia. Tudo o que vivemos hoje teve suas origens na instauração da colônia da terra brasilis.

Veja por exemplo essa conversa de reforma agrária: quem teve essa ideia foi José Bonifácio de Andrada e Silva, o Primeiro Ministro de Dom Pedro I, durante o Primeiro Império. Naquela época fazia o maior sentido do mundo fazer uma reforma agrária pois haviam latifúndios completamente improdutivos. O recém-formado Império Brasileiro estava quebrado e precisando de dinheiro e a reforma agrária produziria bens agrícolas que poderiam ser exportados no intuito de aumentar os cofres da coroa.

Porém, quem detinha o poder na época eram os latifundiários. E a coroa precisava do dinheiro deles. O tempo passou e até hoje se fala em reforma agrária. Os latifúndios viraram história. Mas a conversa da reforma agrária permanece.

A Proclamação da República foi, basicamente, um golpe militar. Ou seja, a primeira república foi formada por militares brasileiros, que estavam descontentes com o andamento do Segundo Império, juntamente com vários segmentos da sociedade civil, inspirados pelos ideais da Revolução Francesa — quando foi proclamada a república, cantou-se a Marselhesa, o atual hino da França, na época o hino dos revolucionários franceses.

Saber a História do próprio país ajuda a evitar os erros do passado. Mas como o brasileiro não gosta da sua própria história, permanecemos repetindo, indefinidamente, os erros que nossos antepassados cometeram.

O país tem jeito?
O Brasil tem jeito sim. Mas exige uma mudança cultural. E toda mudança cultural exige anos e anos — provavelmente minha geração não verá melhoras. É preciso ter mais educação. Com o povo permanecendo ignorante, não há como haver progresso.

O fato é que estamos caminhando para uma civilização cada vez mais técnica. A formação educacional atual já não é mais suficiente para dar status de sucesso a ninguém. Antigamente, formar em algum curso superior era quase sinônimo de sucesso, altos salários, vida digna. Hoje em dia, é o mínimo.

Se não houver uma melhora no ensino de uma forma geral, não só na qualidade mas também na acessibilidade, estaremos condenando o país a se tornar uma nação atrasada, mais do que já é. Hoje já temos 3 formas diferentes de analfabetismo:

o sujeito que não sabe nem ler nem escrever;
o sujeito que sabe ler e escrever mas é incapaz de formar uma frase que preste, o dito analfabeto funcional;
o sujeito que sabe ler e escrever mas é incapaz de usar corretamente um computador pessoal.
E estamos caminhando para uma quarta forma de analfabetismo: o sujeito que sabe ler e escrever mas não sabe programar um computador. Isto é efeito da sociedade técnica para a qual estamos caminhando.








Fonte: DEV/Brazuca







Cuba forma mais médicos negros americanos do que as universidades dos Estados Unidos!


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Durante o outono, no interior da área oeste de Havana, ônibus amarelos levam estudantes do primeiro ano da Latin America School of Medicine (Escola de Medicina da América Latina).

Vestidos com seus jalecos brancos de manga curta e estetoscópios, vão de porta em porta, visitando pacientes, muitas vezes falando com eles em um espanhol arrastado.

“Até mesmo pessoas cujas casas não estavam na lista de visitas me pediam para tirar a pressão, só porque me viam na rua”, contou Nimeka Phillip, uma norte-americana que se formou nessa faculdade em 2015.

A Escola de Medicina da América Latina (E.L.A.M.) foi estabelecida pelo governo cubano em 1999 depois que uma série de desastres naturais, incluindo o furacão Mitch, deixou pessoas na América Central e no Caribe em situação de necessidade extrema de assistência médica.

Este ano, no rescaldo da temporada de furacões, centenas de trabalhadores da saúde cubana viajarão para atender feridos e doentes nas áreas mais atingidas do Atlântico. Muitos são diplomados pela E.L.A.M. e todos os estudantes de lá são estrangeiros. Muitos vêm da Ásia, África e Estados Unidos. A missão da E.L.A.M. é recrutar estudantes das comunidades marginalizadas de baixa renda, para onde são incentivados a retornar para exercer medicina depois de graduados.

Nos EUA, os estudantes negros e latinos representam, a cada ano, aproximadamente 6% dos formandos das escolas de medicina. Por outro lado, quase metade dos graduados norte-americanos da E.L.A.M. são negros e um terço latinos. “Você nunca veria esses números nos EUA”, disse Melissa Barber, outra norte-americana formada pela E.L.A.M.

Melissa é coordenadora de programas na IFCO – Interreligious Foundation for Community Organization (Fundação Inter-Religiosa para a Organização Comunitária), no Harlem, que recruta estudantes norte-americanos para a E.L.A.M. Candidatos com formação científica universitária e com o requerido G.P.A. (sistema de pontuação educacional dos EUA), passam por um processo de entrevistas com a organização. Os aprovados são recomendados à E.L.A.M.

A escola aceitou seus primeiros candidatos norte-americanos em 2001, um ano depois que Bennie Thompson e Barbara Lee, representantes da liderança do Comitê Negro do Congresso foram a Cuba conversar com o Ministério da Educação sobre a necessidade de médicos nas comunidades negras da área rural e os obstáculos financeiros que dificultam a inscrição de estudantes de baixa renda e vindos das minorias em faculdades de medicina dos EUA.

Enquanto algumas nações pagam para que seus estudantes participem do E.L.A.M., Fidel Castro decidiu que norte-americanos, como os haitianos, e estudantes de países pobres da África, deveriam cursar a Escola gratuitamente.

Desde 1987, a cada ano, apenas cerca de 6% dos estudantes de medicina nos EUA vêm de famílias em situação de desvantagem social, com renda no patamar da pobreza.

Enquanto isso, os custos das faculdades de medicina dispararam: a dívida estudantil média para a turma de 2016 foi de US$ 190 mil (por volta de R$ 700 mil na conversão de elevada alta do Dólar atualmente). Nimeka Phillip, formada na primeira turma da E.L.A.M., trabalhou em vários empregos e fez empréstimos para pagar seus cursos de graduação em saúde pública e biologia integrativa na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Nimeka esperava estudar “doenças relacionadas ao estresse e à pobreza” na faculdade de medicina, mas sentiu-se desencorajada ao analisar o custo da mensalidade, juntamente com a pressão que viria por ser uma das poucas alunas vindas das minorias.

Depois de suas graduações na Califórnia, Nimeka se deparou com uma chamada online, enquanto pesquisava alternativas para escolas de medicina.  Era um evento em San Jose da IFCO. Lá encontrou alguns palestrantes graduados pela E.L.A.M. Entre eles estava Luther Castillo, cuja história a tocou em particular. Depois de se formar pela Escola, Luther retornou à sua aldeia afro-indígena, em Honduras, e construiu o primeiro hospital comunitário gratuito da região. Nimeka Phillip ficou impressionada com a motivação e filosofia da escola cubana em oferecer educação gratuita para estudantes que se comprometam a praticar medicina em áreas de baixa renda e, portanto, carentes de assistência médica. Depois de se candidatar e ser aceita, Nimeka se preparou para sua odisséia de seis anos em Cuba.

A taxa de mortalidade infantil em Cuba é menor que a dos EUA, e a expectativa de vida em ambos os países é quase a mesma, embora os gastos per capita com saúde nos EUA sejam os mais altos do mundo. De certa forma, Cuba tem os EUA para agradecer por isso. O embargo imposto pelo País à Cuba e a dissolução da União Soviética levaram a um aumento no custo dos suprimentos médicos. Ao enfrentar uma crise, o governo cubano jogou seu foco na medicina preventiva, buscando eliminar grande parte da necessidade de cirurgias e procedimentos onerosos através do diagnóstico antecipado.

A grande maioria dos estudantes de medicina em Cuba opta pela medicina de assistência básica, a clínica geral. Muitos deles assumem cargos em consultórios – são times de médicos e enfermeiras que vivem nos bairros onde atuam. Nos EUA, muitos graduados estão escolhendo especialidades como cardiologia, radiologia, urologia em detrimento à clínica geral, que paga menos. Além de elevar o custo da educação em medicina, esse fato intensificou, ainda, a escassez de médicos nas áreas rurais do País. Hoje, 64 milhões de norte-americanos (cerca de 20%) vivem em áreas onde há apenas um clínico geral para cada três mil pessoas. De acordo com um estudo encomendado pela Association of American Medical Colleges (Associação Americana de Faculdades de Medicina), até 2030 os EUA terão uma escassez de 40 mil médicos, talvez até 100 mil.

Os programas Medicare e Medicaid apoiam treinamentos de residência, e o National Health Service Corps (Corpo Nacional de Serviços de Saúde) concede bolsas e empréstimos a estudantes de medicina em troca de serviços em regiões mais necessitadas. Porém, em 2016, apenas 213 alunos receberam bolsas de estudos do NHSC. De acordo com a congressista Karen Bass, da Califórnia, uma apoiadora do E.L.A.M., o financiamento é o principal problema – particularmente sob a atual administração. O orçamento de Trump para o ano fiscal de 2019 reduzirá em US$ 48 bilhões (R$ 177 bilhões) o orçamento para a educação médica de pós-graduação. “É embaraçoso”, disse Bass, “que “Cuba eduque nossos alunos de graça”.

A E.L.A.M. deu a Nimeka Phillip a chance de cursar medicina sem se afundar em dívidas catastróficas. Nimeka compara seus custos para se formar no E.L.A.M. a prestações na compra de um carro, enquanto seus pares nos EUA ficariam sobrecarregados com o equivalente a hipotecas de aquisição de casa própria. Embora a escola cubana não oferecesse confortos pessoais – os estudantes dormiam em beliches, a água quente e a eletricidade não eram confiáveis, havia pouco acesso à Internet ou telefone – Nimeka se graduou.

Com a ajuda de familiares, amigos e uma organização chamada Medical Education Cooperation with Cuba (Cooperação para a Educação Médica com Cuba) – que ajuda estudantes norte-americanos na ilha a se prepararem para o retorno ao lar, recebendo bolsas de estudo, aulas particulares para exames nos EUA e conexões com redes médicas dos EUA – Nimeka retornava para casa nos verões, acumulando experiência em hospitais em Minneapolis, Oakland e Washington, DC. (…)












Fonte: Anakwa Dwamena/New Yorker






quarta-feira, 13 de junho de 2018

Privatizar ou não privatizar?

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Como todo debate com opositores ferrenhos, o assunto é mais complexo do que as discussões de redes sociais fazem parecer.

Prós

DESBUROCRATIZAÇÃO
Empresas privadas não precisam abrir editais, que levam tempo e custam dinheiro, para contratação de funcionários ou serviços. Apenas abrem um processo seletivo e contratam os melhores candidatos

INDEPENDÊNCIA POLÍTICA
Em empresas públicas, é comum ver cargos de confiança serem usados como troca de favores, ocupados por pessoas ligadas aos governantes ou a partidos específicos. Em empresas privadas isso, em tese, não acontece

EFICIÊNCIA
Quando há prejuízo, o governo recorre ao Tesouro Nacional para alavancar a empresa com dinheiro público. Empresas privadas, apesar de eventuais benefícios oferecidos pelo Estado, precisam andar sozinhas

CONTRAS
DESEMPREGO
Uma das primeiras soluções para reequilibrar as contas após a privatização é oferecer um programa de demissão voluntária. Cortam-se cargos, aumenta-se o lucro. E há ainda um aumento de funcionários terceirizados, que custam menos aos empregadores

CUSTO PARA O CONSUMIDOR
Todo investimento feito por empresas públicas vem de um lugar: da arrecadação de impostos. Com empresas privadas, os custos dos serviços prestados tendem a aumentar. E você continua pagando taxas ao governo

MENOS SERVIÇOS PARA A POPULAÇÃO
Empresas públicas devem ter o objetivo de universalizar os serviços. Por exemplo, levar eletricidade a todos os pontos do país para fomentar o desenvolvimento da região. Empresas privadas tendem a investir apenas onde há certeza de lucro

MORAL DA HISTÓRIA
Para uma empresa ser cedida à iniciativa privada, é preciso haver órgãos reguladores e fiscalizadores para cobrar que o serviço seja bem-feito, sem prejuízo às pessoas, e que haja contrapartidas de desenvolvimento ao país. Por outro lado, se não houvesse tanta corrupção e interesse político envolvido, as estatais poderiam ser tão eficientes e lucrativas quanto as privadas



ANTES E DEPOIS
Três casos emblemáticos de privatização no Brasil

VALE DO RIO DOCE
Vendida em 1997 por um valor considerado baixo: o equivalente a R$ 11,5 bilhões. Desde então, a empresa recebeu investimentos e cresceu mais de 1.000%. Só em 2017, teve lucro bem maior do que o valor pelo qual foi vendida: R$ 17,6 bilhões. Se ainda fosse estatal, talvez ela jamais se tornaria uma empresa tão grande. Mas uma mineradora menos agressiva e arrojada também poderia ter menos irresponsabilidade ambiental – e o desastre de Mariana, em 2015, causado pela Samarco, da qual a Vale é uma das donas, não teria ocorrido. Por outro lado, segundo economistas, se ainda fosse estatal, a Vale provavelmente teria naufragado nos escândalos que corroeram a Petrobras


RODOVIAS
A qualidade das estradas privatizadas melhorou, já que o governo não conseguiria bancar os investimentos necessários em todo o país sem cortar verba de outras áreas (estima-se que seriam necessários R$ 3 trilhões). Mas as tarifas de pedágio estaduais são mais altas que a média internacional – e há menos investimentos do que o necess

TELECOMUNICAÇÕES
Antes da venda da Telebras, em 1998, era necessário esperar de dois a três anos para adquirir uma linha de telefonia fixa, que custava R$ 1.000. Em 1997, o Brasil tinha 17 milhões de linhas fixas e 4,5 milhões de celulares (hoje são 41 milhões de fixas e 283 milhões de celulares). Por outro lado, empresas de telefonia lideram as listas de reclamações dos consumidores

CAMINHOS ALTERNATIVOS
Outras maneiras do governo se desfazer de empresas

Além da privatização, há outras formas de tirar das mãos do Estado o controle dos serviços oferecidos. Nas concessões (de rodovias e aeroportos, por exemplo), uma empresa detém, por tempo determinado, o direito de explorar e investir naquele setor. Já nas parcerias público-privadas (PPPs), o governo paga à iniciativa privada para cuidar e administrar esses investimentos.

A Eletrobras na mira
A gigante da eletricidade pode ser vendida por até R$ 12 bilhões

Em 2018, Michel Temer anunciou um pacote com 75 projetos de privatização, concessão e outras modalidades de transferência de controle. Dentre eles, o caso da Eletrobras é o mais emblemático. De 2012 a 2015, a empresa de energia deu prejuízo. O governo espera vendê-la por R$ 12 bilhões. Uma grana. Mas um trabalho estratégicos para o desenvolvimento do país, como levar luz aos pontos mais distantes, passaria a uma empresa privada. Fora que a conta de luz deve subir até 7%. A privatização seria votada no Congresso este ano, mas o desgaste do governo, especialmente após a greve dos caminhoneiros, e a proximidade das eleições devem empurrar o debate para o futuro.

LINHA DO TEMPO PRIVATIZADA
Desde os anos 1990 o governo vem se desfazendo de empresas

1991 Usiminas, Celma, Mafersa, Cosinor
1992 SNBP, AFP, Petroflex, Copesul, Alcanorte, CNA, CNT, Fosfértil, Goiasfertil, Acesita
1993 CSN, Ultrafértil, Cosipa, Açominas
1994 PQU, Caraíba, Embraer, Ponte Rio-Niterói
1995 Escelsa, três trechos de rodovias (Dutra, BR-040, BR-116/RJ)
1996 Light, cinco malhas da Rede Ferroviária Federal
1997 Vale do Rio Doce, Banco Meridional, um trecho de rodovia; malha nordeste da rede ferroviária
1998 Telebras, Gerasul, um trecho de rodovia; malha paulista da rede ferroviária
1999 Datamec
2000 Banespa
2001 Banco do Estado de Goiás
2002 Banco do Estado do Amazonas
2004 Banco do Estado do Maranhão
2005 Banco do Estado do Ceará
2007 Seis trechos de rodovias
2009 uma rodovia (BR 116/BA)
2012 três aeroportos (Cumbica, JK e Viracopos), BR 101/ES
2013 dois aeroportos (Galeão e Confins), BR 050 (MG-GO)













Fonte: Carol Castro/Mundo Estranho



segunda-feira, 11 de junho de 2018

Educação - Porque é tão precária no Brasil?


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O Brasil possui um dos maiores números de alunos por sala de aula no ensino médio entre mais de 60 países analisados no estudo Políticas Eficazes para Professores: Compreensões do PISA, publicado nesta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com o documento, as escolas públicas do Brasil têm 22 alunos por professor no primeiro ano do ensino médio. O total é o mesmo quando se incluem as instituições privadas.

Esse número só é maior na Colômbia, que acaba de entrar para a OCDE, com 27 alunos por turma. No México, também membro da organização, o total de estudantes por professor varia entre 17 e 27.

Na China, país mais populoso do mundo, há apenas 12 alunos por professor.

"Classes menores são frequentemente vistas como benéficas porque elas permitem que o professor se focalize mais nas necessidades individuais dos estudantes", diz o estudo.

Segundo a OCDE, é preciso reduzir o tamanho da sala de aula e aliviar a carga horária de ensino do professor, ampliando dessa forma o tempo que else passa preparando aulas, em orientação pedagógica (tutoria) ou atividades de desenvolvimento profissional. E, para isso, uma solução seria aumentar o número de professores.

"Os sistemas de educação precisam determinar quantos professores são necessários para oferecer uma educação adequada para seus estudantes", diz a OCDE.

No Brasil, problemas de salas de aula lotadas, jornadas duplas de trabalho, com carga horária excessiva, são enfrentados por muitos professores e provocam desgastes em relação à profissão.

O PISA, no qual se baseia o relatório divulgado nesta segunda, é um vasto conjunto de estudos internacionais que visam medir o desempenho de sistemas educacionais de países membros e não membros da OCDE, como o Brasil.

O PISA é realizado com jovens na faixa de 15 anos, o que corresponde ao primeiro ano do ensino médio.

O estudo Políticas Eficazes para Professores diz ainda que a maioria dos países do PISA tem alocado mais professores a escolas consideradas desfavorecidas - onde há mais alunos com condições socioeconômicas mais baixas - para compensar as desvantagens na comparação com escolas onde estudantes têm mais poder aquisitivo.

Mas isso nem sempre resulta em melhor qualidade do ensino, diz a OCDE. Isso porque, geralmente, "professores nas escolas mais desfavorecidas são menos qualificados e têm menos experiência" do que nas instituições com condições superiores, ressalta a organização.

Na prática, diz a organização, os efeitos positivos de aumentar o número de professores nas escolas desfavorecidas são minados se não for levada em conta a questão da qualidade do professor.

"Os estudos têm mostrado que investimentos na quantidade de professores são geralmente feitos em detrimento da qualidade do ensino", ressalta a OCDE.

"Estudos revelam que professores com qualificações mais fracas são mais propensos a ensinar em escolas desfavorecidas, o que pode levar a um potencial menor de oportunidades educacionais para estudantes dessas escolas", afirma o documento.

No Brasil, 60% dos professores com menos qualificação educacional tendem a trabalhar mais em pequenas cidades, de acordo com estudo.

Especialização
O estudo, que enfatiza a importância do ensino de alta qualidade para reduzir as desigualdades sociais, também revela que apenas 29% dos professores de ciências no Brasil têm especialização na área.

Em países como a Finlândia, que estão entre os que apresentaram os melhores resultados do teste do PISA na área de ciências, a proporção de professores especializados nessa disciplina nas escolas públicas do país é 83%.

"Alguns estudos têm mostrado que alunos que aprendem com professores com formação específica em uma área têm melhores performances na disciplina", afirma a OCDE.

Como o último PISA focou na área de ciências, os dados sobre a especialização dos professores dizem respeito à área.

"Quanto maior a diferença de qualificação dos professores de ciências entre escolas desfavorecidas e favorecidas, maior também é a diferença da performance em ciências entre estudantes na base e no topo do status socioeconômico."

No Brasil, 60% dos professores com menos qualificação educacional tendem a trabalhar mais em pequenas cidades, afirma outro estudo da OCDE divulgado nesta segunda-feira, Professores em Ibero-América: Compreensões do PISA e do Talis.

"No Brasil, professores não especializados em ciências em escolas desfavorecidas ensinam assuntos que não estavam incluídos em sua formação ou programa de qualificação com mais frequência do que professores não especializados em escolas favorecidas."

O estudo específico sobre países ibero-americanos também nota que a demanda por professores aumentou na região devido ao rápido crescimento do número de estudantes matriculados, sobretudo na América Latina, em razão de um maior acesso à educação.

Em resposta à essa demanda, "os requisitos para ingressar na profissão docente foram reduzidos", afirma o documento.

Isso fez com que a profissão começasse a ser desvalorizada, vista como um ofício de poucas exigências e baixa qualificação, acrescenta a organização.

No Brasil, apenas pouco mais de 10% dos professores acham que a profissão é valorizada pela sociedade.

Entre 2003 e 2015, mais de 493 mil novos alunos no Brasil foram somados ao total da população estudantil de 15 anos, um aumento de 21%.

A expansão das matrículas, diz a OCDE, se deve a melhoras na capacidade para manter os alunos no sistema de ensino à medida que eles progridem a níveis superiores.












Fonte:  Daniela Fernandes/BBC







domingo, 10 de junho de 2018

Obesidade - Novo método promete mais eficácia no combate à gordura ruim!


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Os cientistas desenvolveram uma abordagem radical no tratamento da obesidade, na qual a gordura branca “ruim” é convertida em “bom” tecido adiposo marrom, que queima calorias muito mais rapidamente.

Até agora, a tecnologia, que envolve a conversão de células de gordura em um biorreator, só foi testada em células humanas e em camundongos, mas se a técnica funcionar em testes em humanos, pode ser um tratamento eficaz para diabetes e obesidade.

Brian Gillette , pesquisador do NYU Winthrop Hospital e fundador da startup Ardent Cell Technologies, disse: "A idéia geral desta abordagem baseada em tecido é que você pode projetar a gordura marrom fora do corpo e devolvê-la como um transplante".

Isso evitaria o uso de drogas para controle de peso, que podem ter efeitos colaterais prejudiciais, e de cirurgia bariátrica invasiva, que pode ser arriscada e limitada em sua eficácia, disse ele.

A maior parte da gordura no corpo é um tecido “branco” não saudável depositado ao redor da cintura, quadris e coxas. Mas quantidades menores de gordura “marrom”, faminta por energia, também são encontradas ao redor do pescoço e dos ombros e dentro das reservas de gordura branca. A gordura marrom gera calor ao queimar o excesso de calorias. A Gillette estima que 50-100g de gordura marrom - o valor aproximado encontrado em um adulto - pode representar 20% do gasto diário de energia de uma pessoa. "É um dos tecidos mais metabólicos do corpo", disse ele.

Gordura branca pode naturalmente mudar para se tornar gordura marrom através da exposição ao frio, e drogas também podem ser usadas para aumentar a gordura marrom, mas todos os medicamentos atuais têm efeitos colaterais.

A abordagem mais recente funcionaria sugando gordura branca, usando técnicas de enxerto de gordura que são usadas em cirurgias cosméticas ou de reconstrução, onde a gordura é retirada de uma parte do corpo e injetada em outro lugar. O mais recente estudo, publicado na revista Scientific Reports , descobriu que as células de gordura humanas poderiam ser convertidas em gordura marrom após serem banhadas em produtos químicos por algumas semanas em um biorreator.

Em um segundo experimento, o mesmo processo foi realizado em camundongos e a gordura marrom foi reinjetada nos animais, que foram alimentados com dietas ricas em gordura. O tecido convertido mostrou reter suas qualidades de gordura marrom, ao invés de reverter a gordura branca, por oito semanas.

A experiência não mostrou que os ratos implantados perderam mais peso do que um grupo controle e a equipe disse que mais trabalho seria necessário para testar se a técnica poderia ser uma terapia eficaz para perda de peso ou diabetes e que dose poderia ser necessária.






Fonte: The Guardian





sábado, 9 de junho de 2018

O novo computador mais rápido do mundo


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Entrou em operação ontem (08) o novo supercomputador mais poderoso do mundo. O dispositivo se chama “Summit” foi montado pela IBM no Oak Ridge National Lab, nos EUA. Ele ainda não ganhou o título oficial de computador mais poderoso do mundo, mas isso deve acontecer ainda em junho, quando a organização conhecida como "Top500" atualizar seu ranking de máquinas mais capazes do planeta.

A última vez que os EUA tiveram o supercomputador mais poderoso do mundo em seu território foi em 2013, quando os chineses começaram a dominar os primeiros lugares da lista da Top500. Agora, o Summit consegue entregar o dobro do poder de processamento do Sunway TaihuLight, o supercomputador chinês que estava no topo até agora.

Isso significa que o Summit consegue realizar 200 quadrilhões de cálculos por segundo. Em outras palavras, são 200 petalfops, uma unidade comumente utilizada para medir o desempenho de máquinas como essas. Em termos mais simples, o dispositivo é 1 milhão de vezes mais rápido que um notebook comum.

Na fabricação do Summit, foram utilizados 37 mil processadores, sendo 28 mil unidades gráficas e da NVIDIA e 9 mil núcleos tradicionais da própria IBM. O resfriamento do aparelho é realizado por fluxo contínuo de água. A cada minuto, o dispositivo consome 15 mil litros de água resfriada para manter todos os seus componentes funcionando de maneira adequada.

O objetivo inicial do computador é possibilitar pesquisas em inteligência artificial mais elaboradas, além de trabalhar na resolução de problemas em química e biologia.









Eliézer

Os dias estão realmente passando rápido demais?


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Na verdade, os dias estão ficando mais longos. Literalmente. A ação gravitacional da Lua e do Sol influencia o movimento das marés, o que desacelera a rotação da Terra. Por isso, o planeta está demorando mais para dar uma volta em torno de si mesmo. É claro que você não consegue sentir isso, pois a mudança ocorre em um nível ínfimo, ao longo de muitos anos – a cada século, nossos dias se tornam 1,7 milissegundo mais longos.

Nosso tempo, portanto, parece bastante estável durante uma vida humana: os dias e as noites são sempre iguais, com as horas tão longas como sempre, do momento em que nascemos até a morte. Mais do que isso: embora quase ninguém possa dizer que trabalha pouco, as leis trabalhistas do século 20 ajudaram a reduzir a jornada em grande parte do mundo, inclusive no Brasil.

 Hoje, temos mais tempo livre do que os operários de um século atrás. Por que, então, sentimos que temos cada vez menos tempo? Nenhuma dessas explicações refutam a sensação de que estamos sempre ocupados, de que faltam horas no dia para fazer tudo o que gostaríamos, responder a cada e-mail do trabalho, cumprir os prazos da faculdade, ver os filmes indicados ao Oscar, encontrar os amigos e… olha só, já é Natal novamente. Se os dias não estão mais curtos e não trabalhamos mais do que outras gerações, como é possível que o tempo pareça passar cada vez mais depressa?

A psicologia e a neurociência se uniram para entender esse fenômeno. Conclusão: você não está errado em achar a vida mais rápida. Embora o tempo seja o mesmo para todos, cada pessoa percebe sua passagem de forma diferente. E a primeira explicação para isso não traz consolo: os dias parecem passar mais rápido porque você está ficando velho.

Por que sentimos que temos cada vez menos tempo? Estamos sempre ocupados: faltam horas no dia para fazer tudo o que gostaríamos, responder a cada e-mail do trabalho, ver os filmes indicados ao Oscar, brincar com as crianças, e… Olha só. Já é Natal novamente.

 
Em 1897, o filósofo francês Paul Janet elaborou uma teoria: há uma explicação matemática para sentirmos que o tempo fica mais rápido conforme envelhecemos. A lógica era muito simples: cada ano de nossas vidas representa um pedaço menor do todo. Se um ano representa 20% da nossa existência aos 5 anos, essa proporção cai para 2% quando chegamos aos 50.

Na divisão proposta por Janet, cada ciclo de 12 meses se torna assustadoramente curto com o avançar das décadas. O primeiro ano da nossa existência representa 100% da nossa vida até ali, o segundo, 50%, o terceiro, 33,3% e assim sucessivamente. É uma redução exponencial: os anos seguintes parecem cada vez mais breves em relação aos anteriores. Para quem vive cem anos, a velocidade percebida dos primeiros sete anos de vida é tão grande quanto a dos 93 seguintes.

A boa notícia é que não é bem assim. Desde o início do século 20, outros pesquisadores se deram conta de que a proposta de Janet, embora ajudasse a visualizar a passagem do tempo, ignorava uma questão fundamental: nós não analisamos a nossa experiência em termos de porcentagens e proporções. Nossa memória não cataloga o que vivemos de acordo com o tempo que cada acontecimento ocupou diante do todo. E é possível, sim, passar por momentos mais “demorados”, mesmo na velhice. O problema é que isso vai se tornando cada vez mais raro. E o motivo não está necessariamente nos números, mas na entrada na vida adulta.


O peso da rotina
Pense na última vez que você fez algo novo: acampar no meio do mato, ir àquele show que era um sonho de adolescência, conhecer um novo país ou, até mesmo, algo bem menos notável, mas ainda assim fora do costume – como, digamos, ver-se obrigado a trocar um pneu na beira da estrada. É possível que você se lembre desses episódios com uma incrível riqueza de detalhes, mesmo que eles tenham acontecido anos atrás.

O mesmo exercício pode ser bem mais difícil quando se pensa no que aconteceu no escritório durante a semana passada. Se os seus dias mais recentes não fugiram da rotina, eles não vão deixar muita lembrança. Com o tempo, vão se misturar na memória. Se nenhum dia se destaca, todos eles parecem tão iguais que também acabam deixando a impressão de que passaram muito rápido porque são condensados numa única memória – que é lembrada como um período tedioso entre memórias emocionalmente mais relevantes.

A rotina é uma das grandes culpadas por sentirmos que o tempo voa, e seu peso se manifesta de maneiras às vezes impensáveis. Victor Frankl, um psiquiatra austríaco que dedicou grande parte de sua carreira a ouvir os sobreviventes do Holocausto, fez uma descoberta surpreendente: para eles, os dias nos campos de concentração, repletos de suplícios e horrores, passavam de maneira muito lenta. Até aí, nada fora do esperado. A ciência já demonstrou que experiências ruins parecem passar mais devagar.

 Um estudo da Universidade de San Diego, na Califórnia, mostrou que a percepção do tempo em pessoas que passavam por uma sensação negativa, como a rejeição, pode ser até 50% mais lenta do que para quem se sentia bem. Voluntários deviam avisar quando achassem que 40 segundos haviam passado. Para os que se sentiam queridos em seus relacionamentos, a estimativa foi quase precisa, em torno de 42,5 segundos. Mas, no grupo dos voluntários que haviam passado pelo doloroso processo de fim de namoro, os 40 segundos pareceram muito mais longos: 63,6 segundos.

O tempo voa
Quando você tem 5 anos, cada ano representa 20% da sua vida. Aos 50, apenas 2%. Entenda uma das teorias que tentam explicar por que a vida parece cada vez mais rápida quando viramos adultos

A surpresa na pesquisa de Frankl veio a seguir: quando os mesmos sobreviventes do Holocausto foram convidados a olhar para trás e pensar no período de confinamento como um todo, a maioria deles disse ter sentido que aqueles meses e anos, no fim das contas, acabaram passando relativamente rápido. Embora cada novo dia fosse terrível, eles eram tão parecidos entre si que chegavam a se confundir uns com os outros, comprimindo a percepção do tempo.

A psicóloga britânica Claudia Hammond, autora de Time Warped: Unlocking the Mysteries of Time Perception (“Tempo retorcido: desvendando os mistérios da percepção temporal”, sem edição brasileira), chama esse fenômeno de Paradoxo das Férias. O nome é bem mais ameno do que a experiência do Holocausto sugere porque Hammond prefere enfatizar o peso das boas experiências.

A lógica é semelhante, mas opera no sentido inverso ao dos campos de concentração: quando estamos em férias, ou viajando para algum lugar diferente, os dias são tão prazerosos que parecem passar muito rápido – quando chegamos em casa e refletimos sobre o que acabamos de viver, porém, aquele tempo parece muito mais longo. Eu fiz tudo aquilo em apenas uma semana? Parecia muito mais!

O segredo para alongar o tempo é criar o máximo possível de novas memórias, que façam com que um dia se destaque perante os demais. Quanto mais os dias se sobressaem, mais longos eles vão parecer em retrospectiva. Você não precisa estar em férias, evidentemente, e a memória sequer depende de algo que tenha lhe acontecido de forma direta: basta viver algo fora do usual. Quem testemunhou o 11 de setembro de 2001, que tinha tudo para ser uma terça-feira de trabalho como tantas outras, dificilmente esqueceu o que fazia naquela manhã quando recebeu as notícias vindas de Nova York. Por outro lado, pergunte a essa mesma pessoa o que estava fazendo em 18 de setembro de 2001, e a resposta será bem mais genérica.

O Paradoxo das Férias ajuda a explicar, de maneira mais acurada do que a matemática de Paul Janet, a razão de o tempo se tornar “mais curto” quando envelhecemos. Na juventude e adolescência, a vida está cheia de primeiras vezes: o primeiro dia na escola, a primeira vez que dormimos fora de casa, a primeira viagem sem os pais, o primeiro beijo, a primeira refeição que cozinhamos sozinhos, a primeira transa, o primeiro emprego, o primeiro bebê… Quando ficamos velhos, os acontecimentos se tornam repetitivos. Os pesquisadores estimam que a fase mais prolífica em termos de novidades ocorra entre os 18 e os 25 anos. Depois disso, o que antes era singular e surpreendente se torna parte da rotina e produz menos memórias. Consequentemente, o ano passa correndo e já é dezembro de novo.












Fonte: Superinteressante













segunda-feira, 4 de junho de 2018

O novo homem mais velho do mundo!




Aos 114 anos, Fredie Blom pode ser, em breve, reconhecido como o homem mais velho do mundo. Ele passou a maior parte da vida trabalhando em uma fazenda e, depois, na construção civil durante o período do apartheid na África do Sul. Conseguiu parar de beber álcool anos atrás, mas ainda é um fumante regular.

"Todo dia eu fumo dois ou três 'pílulas'", conta Blom, referindo-se à gíria sul-africana pill, em inglês, usada para os cigarros em que o fumante enrola o próprio tabaco em uma folha de seda. "Eu uso meu próprio fumo, não fumo cigarros (comercializados)", completa.

Blom diz que a vontade de fumar é muito forte, mais forte que a de parar. "Às vezes eu digo a mim mesmo que vou parar, mas esse sou eu mentindo para mim mesmo. Meu peito me persegue para dar uma baforada e eu sou obrigado a fazer uma 'pílula'."

Autoridades sul-africanas asseguram que a data de nascimento de Fredie Blom está correta, mas ele ainda não foi declarado o homem mais velho do mundo.

A primeira coisa que chama atenção em quem conhece o centenário é a aparência extremamente saudável e sólida que ele exibe.

Alto, anda sem ajuda, apesar de caminhar, compreensivelmente, a passos lentos. A audição já não está tão afiada, mas ele não tem nenhum problema de saúde.

Blom completou 114 anos de idade no dia 8 de maio e, na África do Sul, é conhecido como a pessoa mais velha do mundo ainda viva – o título, contudo, ainda depende de verificação do Guinness, o Livro dos Recordes.

Uma jamaicana, Violet Moss-Brown, era dona do título, mas morreu em setembro de 2017, aos 117 anos.

O Guinness afirma que ainda está consultando especialistas para anunciar os agraciados com o título de homem e mulher mais velhos do mundo.

Blom, que ostenta um bigode ligeiramente descuidado e barba grisalha, não tem nenhum segredo especial para sua longevidade.

Os olhos de Blom ainda brilham com as memórias da infância, quando caçava pássaros
"Há apenas uma coisa, é o homem lá de cima (Deus). Ele tem todo o poder. Eu não tenho nenhum. Posso cair a qualquer hora, mas Ele me segura", diz o centenário quando questionado sobre o que lhe faz continuar seguindo a vida.

Conta que se sente muito bem. Diz que o coração está bom, apenas as pernas estão cedendo. "Já não caminho mais do jeito que andava", lamenta, apesar da voz ainda alta e dicção clara.

Ele atrai atenção e ganhou fama. Recebe visitas desde de moradores locais a ministros do governo na casa modesta onde vive, na Cidade do Cabo. Blom diz se sentir bem ao perceber que as pessoas se importam com ele. No aniversário de 114 anos, o supermercado local e o Departamento de Desenvolvimento Social do governo local o presentearam com um bolo enorme.

Trabalho até os 80
Janetta é 29 anos mais jovem que Blom e está casada com ele há 48 anos. Ela conta que o marido é extremamente saudável e que só esteve no hospital uma única vez, há muitos anos, para tratar de um problema no joelho.

Ela diz que muita gente duvida da idade de Blom.

"Teve muito questionamento sobre quando ele pegou o documento de identidade anos atrás, mas a sobrinha dele pegou a certidão de nascimento, que era a prova que precisávamos", conta.

Sihle Ngobese, porta voz do Departamento de Desenvolvimento Social, confirma que o documento de identidade expedido para Blom tem como data de nascimento 8 de maio de 1904, e que isso é prova suficiente da idade do centenário.

Janetta diz que o marido gosta de carne e, por ora, apenas tem dificuldade para calçar os sapatos
Blom deixou ainda jovem uma vila rural chamada Adelaide e seguiu rumo à Cidade do Cabo. Nunca frequentou a escola e, por isso, não sabe ler nem escrever. As memórias da infância ainda fazem seus olhos brilharem. Ele se lembra bem dos passatempos favoritos.

"Quando eu me levantava de manhã, adorava sair e olhar para o mundo. Eu costumava pegar uma catapulta e atirar nos passarinhos", conta.

O primeiro emprego foi como trabalhador rural. Depois,atuou para uma empresa que instalava paredes de concreto pré-fabricadas.

"Nós passamos por toda a Cidade do Cabo para instalar paredes. Eu trabalhei lá por um longo tempo até a minha aposentadoria, quando eu já estava em meus 80 anos", diz ele.

Violência
Blom mora em uma área cheia de gangues e assolada por crimes. E, por isso, fica fácil entender porque ele acredita que a maior mudança que observou em sua vida foi o crescimento da violência.

"A vida era muito mais pacífica. Aqueles eram bons momentos. Não havia assassinatos e roubos. Ninguém ficava ferido, não havia nada do tipo", recorda.

"Você podia ficar o dia todo deitado na cama e, quando acordasse, tudo – todos os seus pertences – ainda estaria lá. Agora tudo mudou", completa.

Em relação à política e aos dias em que a África do Sul estava sob o domínio de uma minoria branca, Blom se mostra completamente alheio. "Eu trabalhava na fazenda – não havia tempo para nada além de fazer o seu trabalho. Nós só ouvimos brevemente coisas sobre política."

Blom não é exceção. Muitos trabalhadores, em especial os da zona rural, tinham uma vida muito isolada durante o regime de segregação racial adotado entre 1948 e 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul.

Muitos deles, assim como Blom, eram analfabetos e trabalhavam sob duras condições nas fazendas, em sua maioria pertencentes a brancos. Os trabalhadores negros eram geralmente impedidos de se mobilizar, muito menos de se associarem a sindicatos ou a grupos políticos.

'Tentação do diabo'
Hoje, Blom tem uma vida bem tranquila. A mulher do centenário conta que ele não tem uma dieta especial, mas gosta de ter carne em todas as refeições. Também come muitas verduras e legumes.

Blom ainda é forte o suficiente para tomar banho e se vestir sozinho. A maior dificuldade, conta a mulher, é para calçar sapatos. Às vezes, conta com a ajuda do neto para se barbear.

Para alguém que passou boa parte da vida acordando às 4h30 para trabalhar, Blom agora sai da cama bem mais tarde e reclama por não estar fazendo muita coisa em casa.

"Eu não posso fazer nada, nem subir numa escada. Fico sentado por aí, mas não tenho tempo para os absurdos que estão na televisão", afirma.

Ele prefere sentar do lado de fora de casa, enrolar seu próprio fumo e, ceder, mais uma vez, à tentação do diabo.












Fonte: BBC





sábado, 2 de junho de 2018

Do que é feito a salsicha?


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A lógica da produção é não desperdiçar nada do bicho

Sobras variadas de carnes, miúdos, tendões, pele, gordura, amido, proteína texturizada de soja. É assim que se enche um embutido de massa fina, a famosa salsicha. No fim da desossa de cortes tradicionais de diferentes animais, restos como miúdos e tendões são destinados à fabricação daquela que é a alma do cachorro-quente.

 Mas não é só isso: do osso é raspada a tal carne mecanicamente separada descrita no rótulo, em geral de aves. Essa é a matéria-prima básica da salsicha mais comum, que, por lei, só pode compor até 60% do produto. Depois de finamente triturada, a massa é misturada com água para formar uma emulsão que parecerá uma pasta, quase um sorvete.

 No final do processo, essa pasta é aquecida a 75°C e, em seguida, resfriada. O choque térmico inibe o crescimento bacteriano. Mesmo assim, em casa, recomenda-se fervê-la antes de colocar no pão. Vai que algum bichinho sobreviveu no caminho do frigorífico até a sua casa…








Fonte: Galileu


O retrocesso do Brasil!



Ontem éramos comparados à China e à Rússia, hoje a Honduras e ao Paraguai.

No final da primeira década do século 21, durante os governos progressistas, o Brasil chegou foi comparado a países como China, Rússia, Índia e África do Sul.

Naqueles anos, algumas características em comum chamaram a atenção de especialistas que visualizaram ali uma alternativa ao projeto neoliberal, capitaneado pelos Estados Unidos.

Um grande mercado consumidor interno e uma pauta desenvolvimentista em que o investimento era organizado e dirigido a partir do estado.

No Brasil da atualidade, após o golpe jurídico-parlamentar de 2016, que culminou em dois anos de desgoverno de Temer, voltamos à dura realidade. Estamos mais próximos de países como Honduras, Paraguai, Egito. 

O hondurenho Manuel Zelaya, deposto em 2009, foi acusado de tentar dar um golpe plebiscitário, seja lá o que for isso.

O paraguaio Fernando Lugo, por sua vez, foi deposto em 2012 após um julgamento que durou poucas horas, não dando chance ao contraditório.

Lugo foi acusado de desgoverno, e responsabilizado por uma série de confusões no campo, que envolveram brasiguaios e sem terra locais, que terminaram, infelizmente, em mortes.

No Egito, em 2013, a situação foi ainda mais retrógada. O presidente Mohamed Morsi, o primeiro representante civil e ativista islâmico eleito democraticamente, foi deposto e preso por uma junta militar, que desde então governa aquele país.

O presidente egípcio, resumidamente, foi acusado de manter diálogo com grupos islâmicos que não são bem vistos pelas potências ocidentais como, por exemplo, o Hamas e o Hezbollah.

Aliás, Morsi tinha sido eleito para comandar os egípcios após a queda do ditador militar Hosni Mubarak, que ficou 30 anos no poder. Ou seja, os egípcios viveram sob um regime democrático por tempo inferior a um ano.

Outra semelhança entre Honduras, Paraguai e Brasil, que vale a pena citar, foi a presença da embaixadora americana Liliana Ayalde.

Ayalde pode ter revelado os métodos modernos de intervenção utilizados pelos Estados Unidos.

Esses métodos visavam o financiamento de supostas ONGs ou/e movimentos sociais, que atuam como agentes desestabilizadores ou criadores de lideranças pró mercado.

O método busca também encontrar lacunas constitucionais que possibilitem dar, a tais processos como o de impeachment, um ar de legitimidade. 

As situações citadas acima representam a era Obama. De acordo com essa visão, no âmbito do neoliberalismo a guerra é encarada como um problema, pois restringe o comércio, onde tem destaque a comercialização de materiais bélicos. 

Assim sendo, a principal arma dos neoliberais, portanto, são as sanções econômicas. Em outras palavras, para o soft power, ou o país faz o que nós queremos, ou os sufocamos economicamente. 

Sob Donald Trump, a orientação para as relações internacionais não é mais predominantemente o emprego do soft power. Agora o que impera é o hard power.

De maneira geral, por essa perspectiva a guerra não é um problema, ela é apenas uma extensão das negociações.

Isso significa que, ou os países seguem as orientações dos EUA e fazem o que eles querem, ou serão “curvados” fisicamente. Nesse ponto reside o perigo real de voltarmos a viver um regime de exceção nos moldes do egípcio. 

As pressões internas foram propiciadas por uma classe dominante medíocre e egoísta que aceita ser apenas representante do capital multinacional em terras brasileiras, sonhando em ganhar o máximo de capital aqui para poder gastar e Miami, Londres e Paris.

As pressões externas, por sua vez, vieram principalmente do bloco neoliberal, capitaneados pelos Estados Unidos.

Esse bloco enxerga no BRICS uma séria ameaça ao poderio americano e à sua área de influência exclusiva e permanente – a América Latina.








Fonte: DCM