terça-feira, 30 de junho de 2015

Agrotóxicos - Venenos que nos matam aos poucos!



Você come mais de 5 kg de agrotóxico todos os anos. E isso mata: são 157 mortes por ano, no Brasil. Entenda por que nossa comida tem tanto veneno

Um terço dos alimentos consumidos no Brasil está contaminado por agrotóxicos: lentamente você está sendo envenenado. Quer uma prova disso? Entre 2002 e 2012 a quantidade de agrotóxicos entregue a você, consumidor final, mais que dobrou. É isso que aponta a 6ª edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil (IDS), do IBGE.

 E se você ainda não estiver satisfeito, tem também o fato de que, dos 50 tipos de agrotóxicos mais utilizados no Brasil, 22 são proibidos na Europa. Veneno é veneno, em qualquer lugar do mundo - menos no Brasil, pelo jeito.

Isso acontece principalmente porque, por aqui, o controle de agrotóxicos é um pouco diferente de outros lugares do mundo. Quando um produto é aprovados pelos órgãos reguladores, como a ANVISA, ele recebe um tipo de "validação eterna". Isso significa que, se não existir nenhuma queixa, ele fica lá, para sempre validado, numa boa.

 Mas, quando um novo estudo aponta um problema que o tal agrotóxico pode trazer para a saúde ou para o meio ambiente, existe uma pressão para que esses mesmos órgãos entrem em ação para uma nova análise. Até aí tudo bem. Mas, como você já deve imaginar, isso não acontece do dia para a noite.



 Essa reavaliação pode durar anos e anos. E quando é apontado que sim, o produto é realmente perigoso e deve ser retirado do mercado, os produtores e as empresas de insumos agrícolas ainda podem entrar com um recurso, que leva mais um tempão. Só para ter uma ideia, o DDT, amplamente utilizado para combater insetos, foi banido na maioria dos países na década de 70, já que comprovadamente aumenta a incidência de câncer, principalmente o de mama. Aqui no Brasil, a retirada completa do produto do mercado durou 24 anos, só acontecendo efetivamente em 2009.

E se, por um grande acaso, as empresas não conseguirem ganhar o recurso, jogam a cartada final: "Elas dizem que vão levar um prejuízo grande, porque já possuem um enorme estoque do agrotóxicos. Então, do período em que foi decidido que o insumo deveria ser retirado do mercado até a sua retirada efetiva, vai mais um bom tempo", diz Fernando Carneiro, coordenador do Grupo Temático Saúde e Ambiente da Abrasco. Mais tempo em que você continua sendo contaminado por algo que já é comprovadamente prejudicial.


No Brasil o esquema é esse. Mas, em alguns países da Europa e América do Norte, por exemplo, agrotóxico nenhum tem essa validação eterna. De tempos em tempos, eles têm que passar por uma revalidação, independentemente de outro fator externo. Mesmo se estiver tudo ok, o insumo vai ter que ser testado de novo. Daí, caso alguma coisa diferente seja detectada, o produto é retirado do mercado com mais ugência do que aqui.

Só essa diferença já é um incentivo e tanto para o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Se até aqui você já está de queixo caído, acredite: tem mais. Eles são isentos de impostos na maioria dos estados do país. Isso mesmo, nenhum imposto.

 Nem federal nem estadual. Um litro de glifosato, usado tanto por pessoas em casa quanto em grandes plantações, custa em média R$ 11. Lá nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo produto com a mesma quantidade sai por R$ 85.



 Fernando afirma que a legislação que regula o assunto no Brasil sofre uma regressão em aspectos ambientais e de saúde. "Hoje, existe uma proposta para retirar o papel de órgãos como a ANVISA e IBAMA da regulamentação dos agrotóxicos. A bancada ruralista no Congresso Nacional quer dividir essa responsabilidade com várias outras instituições e pessoas." Assim, será mais fácil colocar a questão também nas mãos de quem trabalha a favor do mercado de agrotóxicos. Consequentemente, todos os produtos que estarão sendo avaliados e reavaliados passarão pelos testes mais facilmente.

Pensando por essa perspectiva, vai ser difícil banir muita coisa por aqui. Imagine então o produto que corresponde a quase 50% do mercado de agrotóxicos no país, o glifosato. Ele já foi proibido em alguns países, como a Holanda, o Sri Lanka e a Colômbia. Agora, está passando por um longo processo de reavaliação na maioria dos lugares do mundo (inclusive por aqui). Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), publicado ainda neste ano, comprovou que o herbicida, comercializado com o nome Roundup, possui agentes cancerígenos responsáveis pela formação de um tipo específico de tumor linfático.

Depois de tudo isso, ainda fica a pergunta: existe alternativa para os agrotóxicos? Sim, e ela já está sendo amplamente utilizada em países europeus. A radicalização da agricultura orgânica, por exemplo, nos pouparia de muitos problemas futuros. A rotação de culturas e o controle biológico das pragas (uso de um organismo não prejudicial à lavoura para atacar um que prejudica) são maneiras de evitar os agrotóxicos.

 "As empresas já possuem a tecnologia e a informação capazes de realizar isso", crava Fernando Carneiro, que também é diretor da unidade Ceará da Fundação Oswaldo Cruz. Elas só não possuem interesse em usá-las amplamente porque a indústria dos insumos agrícolas é muito rentável. Um agricultor ecológico não recebe incentivos de nenhum lugar no Brasil: nem a iniciativa estatal, nem a privada estão dispostas a financiá-lo. É necessário um pensamento estratégico, capaz de transformar a agricultura do veneno em agricultura limpa. Enquanto isso não acontece, vamos continuar sendo envenenados.



Vilões à espreita

Acefato
O dito-cujo já foi banido da Europa mas, por aqui, é o principal inseticida usado nas plantações, pulverizado nos brócolis que vão direto para a sua mesa. Em 2013, a Anvisa oficializou algumas restrições, como o uso de embalagens hidrossolúveis para vender os produtos em que o agrotóxico tenha sido usado - tudo para evitar que os agricultores tenham contato com ele. Ainda assim, o que se defende é que o produto não tenha apenas sua utilização restrita, mas banimento total. As suspeitas sobre o acefato incluem desde o aumento do risco de desenvolver um câncer até impactos na fertilidade. Perigo, hein?

  Paraquat
Mais um que merece atenção e que tem sido usado em larga escala em terras brasileiras. Esse produto já foi banido nos Estados Unidos e na Europa, tamanha sua toxicidade. Ainda assim, é usado como herbicida, para acabar com as ervas daninhas em plantações como a de soja. Ele está na lista da Anvisa para reavaliação, já que seu potencial para ser tóxico ao ser humano é grande.

Lactofen
Sua proibição no Velho Continente não foi suficiente para dar o sinal vermelho também por aqui. Ele é jogado nas plantações, como a de soja, cultura que domina parte generosa do solo brasileiro, como forma de exterminar as ervas daninhas. De brinde, o lactofen aumentaria o risco de desenvolver tumores.







POR Ana Luísa Fernandes, Priscila Bellini/Superinteressante



domingo, 28 de junho de 2015

Desempregado? Veja setores que mais empregam!





A desaceleração da economia acabou com a bonança do mercado de trabalho brasileiro - mas o que isso quer dizer, na prática, para quem está desempregado ou quer mudar de emprego? Onde procurar e o que esperar do mercado em um cenário de crise?

Segundo a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE, no mês passado, o índice de desemprego nos sete principais centros metropolitanos brasileiros ficou em 6,7%, contra 6,4% de abril e 4,9% do mesmo mês do ano passado. Trata-se do maior patamar para o mês dos últimos cinco anos.

O rendimento médio real do trabalhador também caiu. Ficou em R$ 2.117,10 em maio. Em abril era de R$ 2.158,74 e no mesmo período do ano passado, de R$ 2.229,28.

Nos últimos anos, se tornaram relativamente comuns nos grandes centros urbanos brasileiros casos de profissionais que pulavam de um emprego a outro, atraídos por salários mais altos e melhores condições de trabalho.

Do outro lado do balcão, os empresários reclamavam da alta "rotatividade" dos trabalhadores e ofereciam benefícios para reter funcionários.

Agora que a crise chegou ao mercado de trabalho, mais brasileiros estão perdendo seus empregos e a competição pelos postos disponíveis está cada vez mais acirrada. As oportunidades também demoram mais para aparecer, como relatam consultorias de Recursos Humanos ouvidas pela BBC Brasil.

"É ilustrativo dessa deterioração do mercado o fato de que, pela PME, o único setor que teve um crescimento significativo do emprego e do salário nos últimos meses seja o de serviços domésticos", nota Raone Costa, economista da Catho-Fipe que está desenvolvendo um estudo para mapear a abertura de vagas na economia.

"Isso mostra que, sem alternativas, muitas pessoas estão voltando a trabalhar como empregadas domésticos, apesar de essa ser uma ocupação de baixa remuneração e especialização."
A rápida desaceleração do mercado, porém, não quer dizer que as boas oportunidades desapareceram por completo. "Alguns setores estão mais resilientes, gerando emprego, ainda que em um ritmo mais lento", diz Costa.

Para consultores, está mais difícil conseguir um novo emprego com um salário maior
"O contexto econômico está mais desafiador - ou seja, está mais difícil para todo mundo. Mas embora as oportunidades estejam menos numerosas, elas continuam a existir", diz Almstrom.

"Até porque, além dos setores que estão relativamente bem, também temos as substituições nas empresas que estão se reestruturando. Há uma procura por profissionais mais ecléticos e flexíveis, aqueles que conseguem sair-se bem em um contexto de crise."

"É algo natural em momentos de baixo dinamismo econômico: se há muita gente chorando vai ter alguém vendendo lenço", resume Henrique Bessa, diretor da consultoria Michael Page.

Tanto Almstrom, quanto Bessa relatam que, no geral, as empresas estão oferecendo salários mais baixos do que há alguns meses.
"As companhias estão repensando seus padrões salariais e estão muito mais cautelosas em assumir compromissos que representem gastos fixos", diz a consultora da ManpowerGroup.

Ambos recomendam que, antes de sair em busca de um novo trabalho, o profissional tente identificar o que exatamente está motivando o seu desejo de mudança.

"Você pode querer mudar porque quer trabalhar mais perto de casa, deseja atuar em outro segmento ou não aguenta mais seu chefe. Mas se a motivação for a remuneração, precisa estar ciente de que hoje está mais difícil uma mudança com ganhos salariais significativos", diz Almstrom.

"Para evitar armadilhas, o trabalhador também precisa considerar os riscos de trocar de empresa, deve se informar bem sobre as perspectivas do setor em que vai atuar. Se a nova companhia passar por dificuldades, por exemplo, um cenário possível é que ele seja cortado antes mesmo de conseguir provar sua eficiência", completa Bessa.

No que diz respeito as diferenças setoriais, há certo consenso de que enquanto as empresas da área de petróleo e gás, construção civil, montadoras e a indústria de transformação têm sofrido um "impacto brutal" com a desaceleração, no setor de serviços há um pouco mais de resiliência.

Bessa diz que também pode haver oportunidades em setores exportadores ou aqueles que, por questões estruturais, têm boas perspectivas de crescimento no longo prazo.
Seria esse o caso da área de Saúde, por exemplo, uma vez que o envelhecimento da população tende a aumentar a demanda por esses serviços. "Também as áreas de educação e tecnologia têm boas perspectivas", diz ele.

Abaixo confira uma lista de alguns setores e áreas de atuação que, apesar de não estarem imunes à crise econômica, segundo os consultores, ainda têm mostrado alguma resiliência na geração de empregos e oferecem oportunidades para bons profissionais.

1. Tecnologia
A Catho, site de empregos líder no Brasil, diz que só no mês passado foram anunciadas mais de 10 mil postos de trabalho nessa área.
Entre os cargos com mais vagas abertas estariam Analista/Técnico de Suporte, Desenvolvedor e Programador.
Para o cargo de diretor de TI, a Catho diz que o salário médio seria de mais de R$ 17 mil, e para o de gerente de TI, de mais de R$ 7 mil.
"Os sites de internet, empresas de tecnologia e startups têm conseguido seguir na contramão (do aumento do desemprego) e se manter em crescimento. E o que é melhor: com salários atraentes", diz uma nota da empresa.
Patel, da Hays, confirma que a área ainda está mostrando algum dinamismo no que diz respeito a contratações. "Empresas de todos os setores estão tendo de investir nessa área. E, em especial, vemos uma grande demanda por desenvolvedores", diz ela.

2. Saúde
Henrique Bessa, da Michael Page, diz que as boas perspectivas de longo prazo fazem com que os serviços da área de saúde mantenham as contratações mesmo em meio a crise.
Essa é uma das áreas em que muitas famílias resistem em fazer cortes quando são obrigadas a enxugar o orçamento. E fenômenos como o envelhecimento da população e maior acesso a planos de saúde privado também contribuem para criar boas perspectivas para o setor.
Hoje, o segmento já representa 10% do PIB e deve continuar a atrair muitos investimentos - inclusive de fora do Brasil, uma vez que desde o início do ano está permitida a entrada de estrangeiros nessa área.
"Independentemente dos ciclos econômicos, esse é um setor que deve continuar crescendo e atraindo investidores que 'pensam o Brasil' no médio e longo prazo", diz Bessa.

3. Educação
Os cortes e incertezas ligados a programas governamentais da área de Educação, como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil ) tiveram algum impacto negativo sobre a rede privada de ensino superior.
Mas o mercado de trabalho do setor de Educação como um todo tem mostrado grande resiliência em meio à desaceleração, segundo Bessa e Natasha Patel, diretora da consultoria Hays.
"Trata-se de um segmento que atrai muitos investimentos porque exige um aporte inicial relativamente baixo se comparado, por exemplo, a exploração de petróleo ou a construção civil e, no longo prazo as perspectivas são de crescimento", diz Bessa.
"Por isso, não me surpreende que haja uma resiliência na geração de vagas tanto nas funções acadêmicas quanto nas administrativas."

4. Seguros e setor financeiro
"Os profissionais da área financeira ainda são relativamente demandados, mas os que podem se mover com mais facilidade são aqueles que têm um entendimento mais amplo dos negócios – ou seja, que sabem não só o que é preciso para enxugar os custos, mas também como ampliar as vendas", opina Almstrom.
O setor de seguros e os bancos, em particular, estão resistindo bem à desaceleração da economia, apesar de analistas manifestarem alguma preocupação com um aumento dos índices de inadimplência e com a exposição de alguns grupos a empresas que podem passar por dificuldades em função das repercussões da Operação Lava Jato.
"Dentro desse setor, há uma demanda crescente por alguns profissionais específicos, como os da área de compliance (que cuida dos controles e regras de transparência), em função dos escândalos internacionais recentes", diz Bessa.
"Para quem busca uma oportunidade em banco, porém, também é preciso ter em conta que a saída do HSBC do Brasil deve ter um efeito no aumento dos candidatos no mercado. De fato, já estamos recebendo um número maior de currículos de profissionais desse banco."

5. Vendas
"O profissional de vendas é quem pode virar o jogo no momento de escassez. Por isso, há uma grande procura por aqueles que de fato conseguem trazer resultado nessa área em empresas de todos os segmentos", diz Almstrom.
"É claro que muitas redes estão enxugando seu quadro de pessoal. Mas, no geral, as empresas têm um limite para cortar pessoal de vendas ou reduzir contratações, já que isso pode afetar muito seus resultados."
Natasha Patel, da Hays, diz que no varejo, em particular, um dos efeitos da desaceleração parece ter sido tornar o consumidor mais sensível a preço. "Mas isso também representa uma oportunidade para alguns segmentos específicos", diz.
"Na área de supermercados, por exemplo, um destaque são os estabelecimentos que fazem vendas no atacado. E se a construção civil está desacelerando as contratações, vemos uma maior resiliência das redes que vendem produtos para a casa. Ou seja, as pessoas podem estar desistindo de comprar um novo imóvel, mas em vez disso, muitas estão reformando o antigo."

6. Agronegócios
A Confederação Nacional da Agricultura reclama que a inflação elevada, a retração no PIB e as taxas de juros crescentes estariam inibindo as atividades da agropecuária brasileira.
Mas o agronegócio ainda deve ter um desempenho melhor que o resto da economia.
Entre os setores que estão crescendo estão a produção de carnes e os produtos florestais.
"Eles estão se beneficiando bastante do aumento das exportações, agora que o real está mais desvalorizado", diz Bessa. "Por isso, também vale a pena olhar para esses setores."






Ruth Costas/bbc



sábado, 27 de junho de 2015

Em que idade estamos no auge da vida?



Dizem que a vida começa aos 40. E que os 60 são os novos 50.
Mas qual é a verdade? Qual é a melhor idade para se ter?

Na tentativa de descobrir as resposta, a BBC Future vasculhou a literatura médica para analisar a fundo como vários aspectos do nosso corpo se modificam ao longo da vida – da memória à sexualidade.
E ficamos positivamente surpresos com o que desvendamos.

Forma física
Para atividades que exigem explosões de energia rápidas e repentinas – como correr os 100m rasos ou praticar arremesso de peso –, o melhor é estar na casa dos 20 anos, já que o declínio dessa capacidade vem logo depois disso. Jogadores de futebol podem chegar a esse ponto até antes.
Já atletas mais velhos têm um desempenho melhor em modalidades de “ultra-resistência”, como corridas muito longas. Mesmo depois dos 30 ou 40 anos, a queda é suave e gradual.

Sunny McKee, por exemplo, comemorou seu 61º aniversário competindo em seu primeiro Ironman, famosa prova de triatlo que combina uma maratona tradicional (42 km) com 4 quilômetros de natação e 180 quilômetros de ciclismo.

A realidade mostra que muitos praticantes desse tipo de esporte se tornam tão “viciados” que permanecem ativos até seus 70 e tantos anos.

Após os 20 anos, nossa capacidade de incluir novas informações na memória entra em decadência. Aliás, é possível que a memória tenha começado a perder seu brilho até mesmo antes de terminarmos o ensino médio.

Já nossa memória de trabalho (ou memória de curto prazo) – como, por exemplo, se lembrar de instruções para chegar a algum lugar – se mantém estável por mais tempo, mas cai gradualmente depois dos 40.

Outra má notícia: é nessa idade também que deixamos para trás o auge da nossa criatividade. Prova disso é que a maioria dos ganhadores do prêmio Nobel fizeram suas descobertas por volta dos 40 anos.
Além disso, a substância branca do cérebro, responsável pelas conexões de longa distância que formam as “supervias expressas” de informação, tende a começar a diminuir com a idade. Isso poderia fazer o cérebro funcionar mais lentamente, de maneira geral.

Conhecimentos
Apesar da perda de memória, aprendizado e raciocínio social melhoram com o tempo
Mas há um lado positivo. Apesar de os fatos demorarem um pouco mais para serem assimilados, outras habilidades continuam se desenvolvendo – a compreensão escrita e a aritmética, por exemplo, melhoram até a chamada meia-idade.

O raciocínio social – a capacidade de navegarmos através das complexidades de nossas amizades – atinge seu apogeu ainda mais tarde.
Isso quer dizer que nossas habilidades mentais melhoram e decaem em ondas – uma passa, mas outra vem logo em seguida. “Não existe nenhuma idade em que estejamos no auge de tudo – nem na maior parte das coisas”, afirma Josh Harshorne, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que conduziu boa parte da pesquisa.

Estudo mostra que 30% das pessoas saudáveis de 65 a 74 anos fazem sexo semanalmente
Se filmes e novelas servissem de parâmetro da realidade, pessoas de 20 a 30 e poucos anos viveriam uma orgia contínua. Mas a verdade é que nem o desejo sexual nem a atividade sexual despencam rapidamente até pelo menos os meados dos 50.

E até nessa idade, o declínio está longe de ser vertiginoso. Segundo um estudo que examinou “a expectativa da vida sexual ativa”, homens com 55 anos hoje podem esperar 15 ou mais anos de sexo relativamente frequente, enquanto as mulheres dessa idade ainda têm pouco mais de uma década de relações sexuais frequentes pela frente.

O ato sexual pode não ser vigoroso como já foi, mas de acordo com o estudo, 30% das pessoas saudáveis com idades entre 65 e 74 anos ainda fazem sexo pelo menos uma vez por semana.
Além disso, a queda no desejo sexual traz outras compensações. Quando a libido começa a cair, o prazer de viver aumenta. Isso pode ser um paradoxo, já que a saúde física gera tantas reclamações conforme envelhecemos.

Mas isso pode ser parcialmente explicado pelo fato de uma pessoa finalmente ter aprendido a equilibrar suas emoções após o tumulto das décadas anteriores.

Elixir da juventude?
Sendo assim, o que podemos aprender com esses dados? A grosso modo, que o pico sexual ocorre aos 20 e poucos, o auge da forma física aos 30 e poucos, a mente aos 40 e 50 e a felicidade aos 60. Mas isso são apenas médias, e cada pessoa tem uma trajetória diferente.
Por isso, o mais importante é reconhecer que a idade traz doses parecidas de altos e baixos. Ou seja, não existe um auge definitivo na vida.

A boa notícia, no entanto, é que alguns dos aspectos negativos do envelhecimento podem ser evitados ao máximo. O exercício, principalmente, não só melhora a forma física e afasta doenças como a diabete e o câncer, como também reforça a memória.

As pessoas saudáveis também costumam aproveitar até cinco anos a mais de atividade sexual na terceira idade do que quem sofre de alguma doença.
Psicólogos também estão percebendo que a atitude mental também tem um papel importante. Por isso vemos pessoas que dizem se sentirem mais jovens do que realmente são – e uma perspectiva juvenil as torna mais ativas e mais longevas.

Nada pode reverter o envelhecimento. Mas ao mapearmos o terreno e reconhecermos os altos e baixos da vida, podemos ao menos ter uma viagem mais prazerosa. É o mais perto que podemos chegar de um elixir da juventude.






David Robson/BBC


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Como dormir mais rápido!




Você está com um problema para resolver. E ele está, literalmente, tirando o seu sono. Mas isso é péssimo não apenas por causa das olheiras - a falta de sono afeta seu organismo e seu humor, podendo causar ainda mais problemas. E você não quer que sua vida vire uma bola de neve de coisas ruins, não é? Confira essas dicas que vão te ajudar a dormir mais rápido e melhor, mesmo que você esteja estressado.

1. Ajuste a temperatura

A ciência diz que seu corpo adormece mais rápido quando está mais frio - por isso é tão bom tirar cochilos no inverno. Invista em um ar condicionado ou ventilador se você mora em uma região mais quente. Também vale prestar atenção ao excesso de cobertores.

2. Dê adeus aos eletrônicos

Se é hora de dormir é hora de dormir. Nada de ficar com o tablet, smartphone ou TV ligados. Além de colocarem novas ideias na sua cabeça (que podem provocar insônia), a luz azul desses aparelhos interfere com a capacidade de adormecer - basicamente porque nosso organismo acha que é dia.

3. Travesseiros são aliados

Em vez de dormir com vários travesseiros debaixo da cabeça (e colaborar com a dor nas costas), espalhe-os! Vale 'abraçar' um travesseiro, colocar uma almofada entre os joelhos e até sobre a barriga - deixe o seu corpo mais confortável.

4. Faça exercícios durante o dia

Exercícios têm vários benefícios - dois deles são dormir mais rápido e por mais tempo! Mas a dica é fazê-los durante o dia e não em um horário próximo à hora da cama.

5. Ajuste a sua posição

O seu corpo reage diferente à posição na qual você vai dormir.





Fonte: Luciana Galastri/Galileu



quinta-feira, 25 de junho de 2015

Beleza - Qual é o padrão ideal?





A atriz e comediante britânica Dawn French, com seu corpo bem cheinho, disse certa vez que teria sido uma "supermodelo" se tivesse nascido no século 16. "Tenho certeza de que teria posado para (o pintor flamengo) Rubens e faria muito sucesso. Já a (magra modelo) Kate Moss teria sido usada como o pincel", declarou.

A piada de French não deixa de ter um fundo de verdade. Afinal, certos padrões de beleza mudam ao longo do tempo. Mas será que alguns aspectos da beleza seriam aceitos universalmente, em todas as culturas e através dos séculos?

Existem algumas razões evolutivas pelas quais a beleza deveria ser atemporal. Algumas características biológicas são um sinal de saúde, vitalidade e fertilidade – tudo o que é essencial para ser um bom parceiro para o acasalamento.
No entanto, quanto mais biólogos e psicólogos buscavam exemplos, mais difícil era encontrar uma base puramente biológica para a beleza.

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Padrão de beleza no século 16

Simetria e hormônios reprodutivos
Pensemos na noção de que preferimos pessoas com feições simétricas e equilibradas. A explicação científica para isso parece sólida: doenças e estresse na infância poderiam sutilmente influenciar o desenvolvimento corporal, criando uma "instabilidade" que leva um lado do corpo a se desenvolver ligeiramente diferente do outro.

Um rosto mais assimétrico poderia ser um sinal de fraqueza física – menos atraente para efeitos de reprodução.

Mas, na realidade, a simetria facial pode não ter nada a ver com a saúde. Um estudo realizado em 2014 realizou tomografias em 3D de quase 5 mil adolescentes, além de avaliar sua saúde. Os cientistas descobriram que aqueles com rostos mais simétricos não eram necessariamente mais saudáveis que os demais.

Biólogos também levantaram a hipótese de que preferimos rostos que sintetizem a "masculinidade" ou a "feminilidade": o queixo largo do ator Jon Hamm para os homens; os traços delicados da modelo Miranda Kerr para as mulheres.

Dawn French disse certa vez que teria sido uma "supermodelo" se tivesse nascido no século 16...
Novamente, a explicação para isso parecia ser bem fundamentada: a estrutura óssea reflete a quantidade de hormônios sexuais circulando pelo organismo, provavelmente anunciando a taxa de fertilidade da mulher e a dominância dos homens – aspectos importantes ao se escolher um parceiro.
A maioria dos estudos, no entanto, só examinou as sociedades ocidentais.

Quando Isabel Scott e seus colegas da Universidade Brunel, na Grã-Bretanha, decidiram abrir o leque e incluir comunidades na Ásia, na África e na América do Sul, eles descobriram uma enorme variedade de preferências.

Na realidade, apenas nas regiões mais urbanizadas eles encontraram esse tipo de atração por homens mais masculinos e mulheres mais femininas. Nas comunidades mais remotas, muitas mulheres preferiam homens com aspecto mais "feminino".

O mesmo ocorre com o corpo. No Ocidente, podemos valorizar mulheres de pernas compridas e homens menos esguios, mas entre o povo nômade Himba, da Namíbia, o gosto é o oposto.
Até mesmo a preferência ocidental parece ter se transformado ao longo do tempo. A Vênus de Botticelli – antes considerada o ideal ocidental de beleza – tem pernas curtas em comparação ao seu corpo, muito mais do que o padrão exigido entre as modelos de hoje.

Gosto circunstancial
Talvez nossa busca por um parceiro tenha que ser flexível, para que possamos escolher o melhor deles com base em nossas circunstâncias naquele momento.
"Por exemplo, em culturas nas quais a fome é um risco real, é normal ver que a preferência é por parceiros mais corpulentos, já que eles seriam mais resistentes à falta de comida", afirma Anthony Little, da Universidade de Stirling, na Escócia.

Já em sociedades onde a dominância é valorizada, as mulheres podem preferir homens com queixos mais quadrados – e um nível mais alto de testosterona. "Descobrimos, por exemplo, que as mulheres tendem a se atrair por rostos mais masculinos se assistirem a demonstrações de competição entre machos, como uma luta, por exemplo", diz Little.

Portanto, apesar de nossos conceitos de beleza parecerem etéreos e atemporais, eles podem ser apenas o produto direto de nossas circunstâncias imediatas.

Efeito coletivo
Também é importante notar o efeito da concordância: vários estudos descobriram que se você ouve ou vê que alguém está atraído por uma determinada pessoa, terá mais chances de também se interessar pelo mesmo indivíduo.

Dessa maneira, o gosto por certos tipos de pessoas poderia se espalhar por uma população, dando forma à nossa noção de beleza.

Uma recente experiência realizada na Johns Hopkins Carey Business School, em Baltimore (EUA), usou um site de encontros que permitia que os usuários dessem notas uns aos outros.

Depois de terem se decidido, alguns voluntários eram informados sobre a nota média dada por outros usuários. Eles logo entenderam quais os tipos físicos mais populares e tentaram dar as mesmas notas a rostos de aspecto semelhante.

Pouco depois, o gosto de cada um tinha convergido – o conceito de beleza deles havia mudando apenas pelo uso do site.

Nossa atração também é formatada pela familiaridade: quanto mais as pessoas veem você com uma certa aparência, mais atraente ela parece ser.

Isso oferece uma importante lição nesses tempos da popularidade do bisturi. Em vez de mudar seu visual para se enquadrar nos padrões, você poderia usar sua aparência para mudar os padrões.






Fonte: David Robson/BBC





terça-feira, 23 de junho de 2015

Alimentos “fitness” podem fazer você comer mais e se exercitar menos!





Shakes e barrinhas energéticas têm forte apelo entre jovens que praticam atividade física e querem perder gordura. O problema é que muita gente, ao olhar uma embalagem associada a fitness, fica com a sensação de que pode comer o produto à vontade. E, segundo sugere um estudo, passa até a se exercitar menos. E aí, não tem jeito: os esforços para manter a forma vão por água abaixo.

Pesquisadores da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, concluíram que muitos consumidores encaram esses produtos, até de forma inconsciente, como substitutos da atividade física.

Joerg Koenigstorfer e Hans Baumgartner criaram embalagens diferentes para um mesmo produto: um mix de frutas secas e oleaginosas. Uma delas era neutra, enquanto a outra continha a palavra “fitness” e a figura de um tênis.

Ao todo, 162 pessoas foram convidadas a testar os produtos. Metade recebeu o neutro, enquanto a outra, o “fitness”. Todos responderam a questionários sobre hábitos alimentares e eventuais restrições na dieta. Depois de saborear os lanches, eles eram convidados a usar uma bicicleta ergométrica pelo tempo que quisessem.

Aqueles mais preocupados com o peso foram os que mais comeram – eles consumiram cerca de 200 calorias a mais e fizeram menos exercício do que os participantes menos encanados com a forma física. Os resultados foram publicados no Journal of Marketing Research.

Os autores sugerem que produtos alimentares associados a fitness deveriam ter mais específicos, nas embalagens, sobre a importância de se exercitar para ter os resultados desejados com o produto. Mas também é importante que as pessoas fiquem de olho nos rótulos e tenham consciência das calorias consumidas.







Fonte: Jairo Bouer/Uol





Jeans muito justo prejudica a saúde!



Uma australiana de 35 anos foi ajudar a encaixotar a mudança de um parente e acabou sendo internada por dias, com danos nos músculos e nervos da perna. A culpa, segundo os médicos, foi do jeans apertado que ela estava usando.

O caso foi publicado no Journal of Neurology, Neurosurgery and Psyachiatry por pesquisadores australianos da Universidade de Adelaide, em um estudo para alertar sobre os perigos de se usar jeans bastante apertados, conhecidos como "skinny".

O perigo no caso da australiana é que ela passou horas agachada, esvaziando armários. No meio do dia, ela sentiu que sua calça estava extremamente apertada e, quando estava a caminho de casa para tirá-la, caiu e não conseguiu mais se levantar.
Seus pés estavam dormentes e ela teve de ser levada ao hospital. Chegando lá, suas pernas e tornozelos estavam severamente inchados – tanto que seu jeans precisou ser cortado.

Os médicos perceberam que havia um dano no nervo entre a panturrilha e os pés da paciente - e a diagnosticaram com síndrome compartimental. Eles disseram que o problema foi agravado por seu jeans justo.

Segundo eles, essa síndrome é extremamente dolorosa e pode ter consequências sérias, ligadas ao inchaço excessivo ou a possíveis problemas de sangramento nos músculos.

Dormência
Qualquer tipo de compressão na área da panturrilha, segundo os pesquisadores australianos, pode apertar o nervo e causar danos, que levam a sintomas como fraqueza, dormência ou dor na região.
No caso da mulher australiana, o fato de ela ter passado muito tempo agachada deve ter comprimido seus nervos das pernas e, quando o inchaço começou, o jeans apertado agravou a situação.

Ela precisou tomar medicação intravenosa para reduzir o inchaço e só conseguiu andar novamente depois de quatro dias.
O caso foi detalhado no estudo chamado Fashion victim: rhabdomyolysis and tibial neuropathies as a result of squatting in ‘skinny jeans' ('vítima da moda: Rabdomiólise e neuropatias tibiais como resultado de se agachar usando um jeans skinny').

A região da panturrilha não é a única que pode ser afetada por calças apertadas. Outros casos já haviam sido reportados de pacientes que tiveram problemas de ardência e dormência nas coxas, também por causa de jeans skinny.




BBC



segunda-feira, 22 de junho de 2015

Novo Vírus Pode Matar!



Micro-organismo foi detectado em Manaus, mas não é descartada a hipótese de estar em outros locais, como o Rio. Sintomas iniciais são diarreia e vômito.

Um novo vírus capaz de causar paralisia e até de matar foi descoberto no Brasil. Pesquisadores da Fiocruz encontraram o gemycircularvirus em fezes de crianças de Manaus, no Amazonas, mas o micro-organismo também pode estar no Rio de Janeiro. A infecção afeta pessoas de todas as idades, principalmente quem mora em locais sem saneamento. Não se sabe como o vírus, presente em países da Ásia, chegou aqui.

A descoberta é de pesquisa do Instituto Leônidas e Maria Deane, que faz parte da Fiocruz Amazônia. Uma das responsáveis pelo trabalho, Patrícia Puccinelli Orlandi, bióloga e pesquisadora da instituição, conta que, no início dos estudos, pensou se tratar de uma variação do rotavírus, já que os sintomas são semelhantes — diarreia e vômito.

“Mas relatos de médicos da região sobre crianças que ficaram paralisadas aguçaram nossa curiosidade científica para descobrir a causa do problema”, declara. E é justamente o agravamento do quadro clínico o principal diferencial entre o rotavírus e o gemycircularvirus. Em alguns casos, ocorre a paralisia flácida, ou seja, o paciente não consegue mexer as pernas por até uma semana. “É diferente da fraqueza provocada pela diarreia. É uma paralisia total, o paciente não se sustenta”. Segundo ela, o novo vírus pode migrar para o sistema nervoso central, provocar encefalite e levar à morte.

A bióloga alerta que o novo micro-organismo pode estar circulando em outros estados do país. “Descobrimos em Manaus, mas não podemos dizer que não está em outros locais. O fato é que ninguém havia procurado esse vírus até então, já que ele é novo”, explica.

Amostras analisadas
Entre 2007 e 2009, 1.500 amostras de fezes de crianças com diarreia atendidas em prontos-socorros de Manaus foram recolhidas para a pesquisa. A ideia era analisar que vírus e bactérias mais acometiam os pequenos de até 10 anos. O novo vírus foi achado quando o pesquisador norte-americano Tung Gia Phan entrou no estudo. Ele solicitou 600 amostras e, recorrendo à análise molecular, verificou o gemycircularvirus em seis.

As crianças foram infectadas em Manaus (não há registro de viagem delas para outros locais). Ainda não é possível saber como o vírus — presente em países como Sri Lanka e Camboja — chegou. “A infecção ocorre pelo consumo de água contaminada. Por isso locais sem saneamento são vulneráveis.






Fonte: BEATRIZ SALOMÃO




Felicidade contagia!



Não dá para disfarçar, a felicidade está na cara. E um pouco mais embaixo: nas suas axilas.
Um estudo publicado pesquisadores holandeses concluiu que o cheiro é capaz de delatar todas as suas emoções.

Eles deram camisas limpinhas a 12 homens e pediram a cada um deles para assistir a um vídeo diferente (os causavam propositalmente alguma emoção – felicidade ou medo – ou nada). Antes do cinema privado, todos higienizaram as axilas e colocaram nelas um papel absorvente. Ao final da sessão, responderam a um questionário para medir os sentimentos de cada um – e, sim, os filmes haviam cumprido o papel esperado. Entregaram os papeis cheios de odores, que foram logo guardados em frascos.

Numa outra etapa, mais de 30 mulheres foram até o laboratório para inalar o cheiro dos tais fracos, às escuras, sem saber do que se tratava. Enquanto isso, outros pesquisadores, que também não sabiam quais eram os odores de cada potinho, gravaram e avaliaram as expressões faciais delas. Quando cheiravam o pote da felicidade, as mulheres quase sorriam.  E quando sentiam o cheiro de medo, elas contraíam alguns músculos determinados, como se também sentissem algum pavor.

Só não descobriram se algum cheiro dava mais prazer que o outro. Mas, de qualquer forma, fica a lição: você não consegue mesmo esconder seus sentimentos. E eles podem contagiar quem está por perto.




Fonte: Carol Castro/Super





domingo, 21 de junho de 2015

Povo Brasileiro - Porque ser racista?




O Homem brasileiro pertence a uma civilização e não a uma raça. Nossa pertença é cultural e não étnica.

Nossa civilização, tomada aqui o termo como cultura coletiva é ocidental, latina, ibérica, lusíada-cristã e, no nosso caso específico, luso-brasileira.

Os povos que nos legaram a língua, que nos dá o idiotismo de nossas abstrações, caracteres, moral leiga e religiosa, a escala/grafia/ harmonia musical, instituições governamentais e da sociedade civil, a base da legislação, usos e costumes são latinos/ocidentais.

Enquanto brasileiros somos um povo etnicamente mestiço e herdeiros de uma cultura branca latina. Atemporalmente somos todos mestiços: – ou descendemos de negros e índios com ou sem vestígios nos nossos fenótipos ou, se puros europeus, teremos nossos descendentes com sangue negro ou ameríndio; somos um povo atemporalmente mestiço.




Não somos brancos, negros, índios, mulatos, mamelucos ou cafuzos, não somos frações, somos unidade, somos brasileiros. Querer catalogar/classificar diferença de colorido e caracteres físicos é, no Brasil, um intricado jogo de sutilezas.

As culturas indígenas e africanas só passaram a importar, para o poder estamental, e seus acólitos, na medida em que estes conceitos-no-vazio mostraram-se politicamente manipuláveis.
As culturas indígenas perderam seus últimos espaços, dentro da cultura branca, com o abandono de línguas indígenas como uso corrente, no século XVIII.


O atual problema indígena não é só nosso mas de toda a latinidade do Novo Mundo. Uma política-indigenista realista se faz necessária face à manipulação política internacionalista contra a soberania dos países latinos-americanos.

Os enclaves indígenas são lidos, por organizações internacionalistas, como nações milenares, e não como tribos que são, as quais não se veriam como brasileiras. Estas nações, muitas vezes, só existem como tal para os mesmos grupos internacionalistas. Estas tribos e/ou soma de tribos indígenas foram plantadas em imensos territórios estratégicos e de rico subsolo.

São espaços onde a soberania brasileira é negada por organizações-não-governamentais e países dispostos a tutelar, em proveito próprio, a autodeterminação destas tribos.
A quem pergunta onde estão os índios podemos responder que estão em nossas famílias, nossas casas, nossas ruas onde os caracteres indígenas predominam sobre os caracteres antropológicos brancos.



Com os negros a comoção provocada pela sua presença é também física mas em caracteres antropológicos vitimados pelo preconceito. Ao contrário da origem ameríndia a origem negra traz o referencial da cor da pele elemento por demais visível e também referencial da anterior situação jurídica de escravo.

O preconceito contra o negro é um fato permanente com situações extremadas e recorrentes. A perseguição acirrada aos negros foi ostensiva até o final da era varguista.

Hoje a manipulação política do negro apresenta igual crueldade e aparente paternalismo.

A verdade é que com a criação de secretarias de governo do negro e apoio a movimentos de conscientização negra foi se armando um imenso gueto cultural.

Com o espaço dado a uma “cultura negra” procura-se fazer com que os afro-descendentes, terminologia politicamente correta, se folquelorizem; é uma das formas de lhes barrar o acesso à cultura branca. Satisfeitos com o exótico e não preparados para o exercício do poder.

Cultura negra para os negros e cultura branca para os brancos é a mais cruel espoliação que se pode fazer ao negro.

Cultura negra, como ideário, significa abdicar ao acesso ao poder. A política de cotas vem desqualificar. O certo seria escola de excelência para toda a população carente. População esta composta de famílias multirraciais.

Não há o que construirmos se divididos por um quantitativo imponderável de percentuais de sangue branco, negro e ameríndio.

Temos que assumir que nossa elite é mestiça nos mais variados tons, que vai até o branco absoluto. Somos mestiços claríssimos ou escuríssimos mas todos inapelavelmente mestiços.

Somos nossos ancestrais de variegadas cores e enquanto pluralidade e somos, enquanto individualidade, o que aparentamos ser quer por fenótipo quer por opções culturais.
No sentido étnico não temos o outro no Brasil. Somos ao mesmo tempo um e o outro dos outros.







Por Gilson Nazareth





sábado, 20 de junho de 2015

Os riscos da Internet para as crianças!



Os riscos do uso precoce e não monitorado da internet por parte de crianças são subestimados, afirma o advogado americano Ernie Allen, um dos maiores especialistas do mundo no combate a crimes de exploração infantil.

Além de colaborar com a Interpol, Allen é consultor de autoridades de países como Estados Unidos, Inglaterra e Itália e de empresas de tecnologia como Microsoft, Google e Facebook. Em 1998, ele fundou o Centro Internacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (ICMEC, na sigla em inglês), rede global de proteção ao abuso e à exploração sexual infantil, presente em 22 países, inclusive no Brasil.

Em entrevista à BBC Brasil em Roma, na Itália, onde esteve a convite do Telefono Azzurro, linha que recebe denúncias de violações aos direitos da infância, Allen defende que os pais imponham limites ao conteúdo acessado pelos filhos.

(BBC)
Ernie Allen

"A internet mudou o mundo e isto é fantástico. Com ela as crianças podem aprender, se divertir e entrar em contato com pessoas com os mesmos interesses", argumenta. "O lado negativo é a enorme exposição de menores de idade a imagens de conteúdo adulto, a comportamentos de agressão verbal e bullying, à pornografia, além da proliferação de crimes como roubo de identidade, uso inapropriado de dados pessoais, tráfico de armas, venda de drogas e redes de pedofilia."

De acordo com Allen, o convívio das crianças com tais assuntos pode modificar a percepção do que é normal, o modo como elas se relacionam com o sexo oposto e como interagem com o mundo. "Vivemos em uma sociedade onde sexualização de crianças é vista como natural".

Ele cita um estudo americano realizado em 2009, que revela que 53% dos meninos e 28% das meninas com idade entre 12 e 15 anos assistem a cenas sexo explícito na rede. A pesquisa mostrou ainda que 32% de crianças de dez anos estão expostas à pornografia online.

"Existem medidas simples e básicas para minimizar os riscos para as crianças, mas são pouco utilizadas pelas famílias. As empresas de tecnologia têm feito um enorme esforço para promover o uso gratuito de filtros e sistemas de bloqueio de conteúdos inapropriados para menores, mas apenas 28% dos pais empregam estes sistemas. No caso de celulares é ainda pior: o uso cai para 16%".

"Os pais devem ser conscientes de que os riscos existem mesmo sem que os filhos saiam de casa. Ao mandar uma foto de uma criança aos avós, eles devem ter em contam que estão mandado aquela imagem para o mundo. É preciso saber que quando se está online, se está em público".

"As redes sociais representam uma grande oportunidade de socialização, ajudam a encontrar pessoas desaparecidas, a promover mobilizações, mas as crianças não deveriam usá-las", opina.

Allen chama atenção ainda para o uso da rede por parte de adolescentes para agressões verbais e morais. "Temos visto um aumento de casos de extorsão sexual, em que adolescentes filmam cenas de sexo com seus parceiros e depois ameaçam divulgar o conteúdo aos pais da vítima ou aos colegas de escola", diz.

"O bullying não é uma novidade, mas é particularmente insidioso quando ocorre online, porque o agressor é protegido pelo anonimato e pode enviar o conteúdo para qualquer parte do mundo".

Mas o principal problema a ser enfrentado, segundo o especialista, é o aumento de casos de pedofilia online. Estima-se que mais de 1 milhão de imagens de pornografia infantil circulem via web. "Com a internet, ficou mais fácil e menos arriscado cometer esses crimes".

Ele afirma que, com o surgimento da web, os pedófilos deixaram de ser criminosos isolados e passaram a interagir e a compartilhar imagens e informações com pessoas que têm o mesmo interesse. "Quase nunca estas pessoas correspondem ao estereótipo de criminosos. São médicos, advogados, esportistas, policiais, empresários".

Em 2002, o ICMEC criou um um sistema para tentar identificar as vítimas de pedofilia retratadas em imagens que circulam na rede. Segundo Allen, no primeiro ano de atividade, o centro recebeu cerca de 60 mil fotografias. Em 2014, o serviço recebeu mais de 24 milhões de imagens, entre fotos e vídeos. "E não estamos falando de fotografias com crianças em toalha de banho. Mais de 80% das imagens retratam a penetração sexual das vítimas."

Desastre
O grande inimigo da segurança na rede, de acordo com o especialista, é o anonimato. "Sou advogado e defendo a liberdade de expressão e o direito à privacidade, mas considero o anonimato absoluto na internet um desastre".

Allen cita a plataforma TOR, desenvolvida pelo governo americano para possibilitar o uso da rede por dissidentes políticos e jornalistas de forma anônima.
"Garantir a liberdade de expressão a esse grupo é um propósito nobre. O problema é que não são as únicas pessoas a utilizar este sistema. É fundamental que haja rastreabilidade dos acessos e das atividade realizadas na web. Precisamos ser capazes de chegar à pessoa que cometeu o crime. A obrigação máxima de cada país é proteger a infância".

Brasil está entre os países com maior incidência de denúncias por divulgação de imagens de pornografia infantil
Segundo os dados das principais companhias de tecnologia americanas, o Brasil está entre os países com maior incidência de denúncias por divulgação de imagens de pornografia infantil, ao lado de EUA, México, Índia, Indonésia e Tailândia.

"O Brasil tem feito muitos avanços para combater a exploração infantil em geral, mas ainda há muito a ser feito", diz ele, citando os trabalhos contra a prostituição de menores realizados durante os preparativos para a Copa do Mundo e o empenho da juíza mineira Simone dos Santos Lemos Fernandes, que conheceu nos Estados Unidos, em um projeto do International Centre for Missing and Exploited Children (ICMEC).

Para Allen, individualizar os criminosos e identificar as vítimas de pedofilia é uma emergência que requer empenho global. Ele sugere a criação, por parte de cada país, de um arquivo de fotos compartilhado com o banco de dados da Interpol e a adoção de tecnologias que permitem o reconhecimento de imagens de pedofilia, mesmo após terem sido modificadas, como o PhotoDNA, desenvolvido pela Microsoft e adotado por companhias como Facebook, Google, Twitter.
Embora seja cedido gratuitamente, o sistema exige a adaptação de softwares das empresas que pretendem utilizá-lo.

Bloqueio de conteúdo adulto
Segundo Allen, um dos únicos líderes mundiais a discutir seriamente o tema da pedofilia online é o atual primeiro-ministro inglês, David Cameron.
Cameron solicitou às quatro principais empresas de tecnologia do país sistemas que bloqueiem automaticamente o acesso a sites inapropriados para menores de idade em todos os componentes eletrônicos.



"É um ótimo sistema. Os adultos continuam podendo acessar o que quiserem. A única diferença é que, para visitar determinados sites, é preciso uma solicitação".
Em 16 e 17 de novembro, será realizado nos Emirados Árabes Unidos o próximo encontro do seminário internacional "We Protect Children".

"Espero que o governo brasileiro participe com um alto representante. Se não for possível a presença da presidente da República, que participe pelo menos o ministro da Justiça", diz Allen.



Fonte: BBC


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Fio Dental aumenta expectativa de vida!




Ninguém sabe ao certo quando vai morrer, mas algumas mudanças simples de hábitos podem garantir alguns anos a mais na vida das pessoas, como, por exemplo, o uso regular de fio dental.

Pelo menos é isso que sugere Thomas Perls, professor de medicina da Universidade de Boston. O especialista desenvolveu uma calculadora capaz de estimar com quantos anos uma pessoa vai morrer.

O cálculo é feito a partir de perguntas que avaliam o estilo de vida das pessoas, se elas seguem uma alimentação regrada, se fazem exercícios físicos regularmente e até mesmo se usam o fio dental todos os dias.

O uso do fio dental não só previne a cáries, mas também outras doenças que podem ser fatais, como câncer de boca, HPV, diabetes, doenças renais e até mesmo problemas cardíacos.

Um levantamento recente da Universidade do Texas indicou que pessoas com doenças periodontais estão mais suscetíveis a contraírem infecção oral por HPV.Alguns estudos recentes também têm associado doenças na gengiva com problemas cardíacos.

No Brasil, os dados mais recentes do IBGE apontam que 53% dos brasileiros têm o hábito de fazer a higienização completa todos os dias dos dentes ? ou seja- com uso de escova, pasta e fio dental. A mesma proporção de pessoas, no entanto, não costuma frequentar um dentista todos os anos.




Fonte: Super



terça-feira, 16 de junho de 2015

Polícia Americana Se Apossa de Milhões de Dólares de Inocentes


 Resultado de imagem para dólares americanos roubados pela policia

Um relatório da organização de direitos civis União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) acusa a cidade da Filadélfia, no Estado da Pensilvânia, de confiscar milhões de dólares de pessoas que nunca foram condenadas ou, muitas vezes, nem mesmo acusadas de qualquer crime.

Segundo o documento, a quantia que policiais e promotores confiscam de moradores inocentes ultrapassa US$ 1 milhão por ano. Esse cálculo leva em conta somente dinheiro vivo, não inclui imóveis ou outros bens apreendidos.

As ações na Filadélfia, assim como no resto dos Estados Unidos, têm como base leis de combate ao tráfico de drogas que permitem a policiais e promotores confiscar e manter bens e propriedades que suspeitem ter relação com algum crime. Essas leis foram criadas a partir dos anos 1980 para atingir grandes traficantes.



Mas segundo a ACLU e outras organizações de defesa de direitos civis, elas muitas vezes são usadas contra cidadãos inocentes e como fonte de renda para as agências do governo responsáveis por colocá-las em prática.

Diversos casos recentes de confiscos promovidos por órgãos locais, estaduais ou federais ganharam manchetes nos Estados Unidos.

Em Michigan, duas fornecedoras de maconha medicinal (legal naquele Estado) disseram em testemunho diante de deputados que suas casas foram invadidas por policiais mascarados e armados, que levaram todos os seus bens, incluindo cortador de grama, bicicleta e US$ 90 que a filha de uma delas havia recebido de presente de aniversário.

Na Carolina do Norte, o dono de uma loja de conveniências em uma área rural teve todo o dinheiro em sua conta bancária – US$ 107,7 mil – confiscado porque o governo federal desconfiou dos depósitos em dinheiro vivo que ele fazia, mesmo sem qualquer indicação de ação criminal.

Um passageiro de um trem com destino a Los Angeles teve todas as suas economias (US$ 16 mil) apreendidas por um policial que desconfiou da quantia – que seria usada para abrir uma empresa de vídeos.

Segundo reportagem do jornal The Washington Post com dados federais, desde 2001 a polícia confiscou US$ 2,5 bilhões em dinheiro de pessoas nunca condenadas por qualquer crime.

Filadélfia

O relatório da ACLU, divulgado neste mês, analisa com base em documentos e entrevistas uma amostra aleatória de 350 casos de confisco de dinheiro vivo na Filadélfia entre 2011 e 2013.

Ele estima que, nesse período, metade de todos os casos de confisco de dinheiro vivo envolveu somas menores de US$ 192, valor muito aquém do movimentado por líderes do tráfico ou do comum nesse tipo de ação.

O Departamento de Justiça, por exemplo, estabelece que, em ações levadas adiante pelo governo federal, a quantia mínima em dinheiro vivo sujeita a confisco é de US$ 5 mil, ou US$ 1 mil caso haja acusação criminal.

Segundo o relatório, 8% dos casos de confisco na Filadélfia não envolveram acusação criminal e 23% envolveram acusações que não resultaram em condenação.

“Longe de perseguir os ganhos ilícitos de traficantes condenados, o gabinete do procurador da Filadélfia (órgão equivalente ao Ministério Público Estadual) confisca mais de US$ 1 milhão em dinheiro vivo por ano de cerca de 1,5 mil pessoas que não foram condenadas por nenhum crime”, diz a ACLU.

A ACLU critica ainda o fato de a maior parte do dinheiro confiscado ir direto para os cofres desse mesmo órgão, ele próprio responsável pelo processo de confiscos. Segundo o documento, “são cerca de US$ 2,2 milhões, ou 7% de seu orçamento.”

“Como resultado, essas agências têm um forte incentivo financeiro para conseguirem o maior número de confiscos possível”, diz o relatório. “Evidências preocupantes sugerem que os ganhos e os amplos poderes oferecidos pelas leis de confisco distorceram uma ferramenta originalmente destinada a carteis e traficantes.”

O relatório também sugere que a população negra é penalizada desproporcionalmente. Apesar de representarem 44% dos moradores da cidade, os negros responderam por 63% dos casos de confisco no período analisado, e 71% dos casos em que não houve condenação.

Ação civil

O procurador da Filadélfia, Seth Williams, disse em um comunicado que a ACLU agiu “cínica e falsamente” e rejeitou as alegações contidas no relatório.

“Confisco não é um processo criminal. É uma ação civil, como qualquer caso em que alguém é processado por causar danos a uma pessoa ou propriedade. Se o autor do dano perde a ação, ele é tão ‘inocente’ quanto o motorista imprudente que bate no seu carro”, diz Williams.

“Se o autor é trazido diante de um tribunal em uma ação civil e não convence o juiz, concorda que estava errado ou simplesmente não comparece, ele é responsável, e haverá uma penalidade civil”, afirma.

Williams diz ainda que seu gabinete está constantemente preocupado em aumentar as garantias para proprietários de bens.

“Mas, ao contrário da ACLU, nós não estamos dispostos a ignorar a parte verdadeiramente inocente aqui: os residentes desfavorecidos de vizinhanças tomadas pelas drogas. Eles merecem a mesma proteção da lei e têm o direito de esperar que o sistema de Justiça feche pontos de drogas e tire armas e dinheiro das mãos de criminosos.”

Processo difícil

Especialistas afirmam que é muito difícil reaver dinheiro ou bens confiscados, mesmo quando a pessoa é inocente. Como as leis de confisco são civis, não é necessária condenação nem acusação criminal.

“Pelas leis de confisco civil, é dos proprietários o ônus de ir à Justiça e gastar um ano ou mais tentando provar sua inocência e ganhar seu dinheiro de volta”, diz o advogado Larry Salzmann, do grupo de direitos civis Institute for Justice, que publicou recentemente um relatório sobre confiscos feitos pelo Internal Revenue Service (órgão equivalente à Receita Federal).

Para a ACLU, “a lei é enraizada em uma contradição básica: que o governo pode confiscar propriedade relacionada a um crime sem provar que o proprietário é culpado”.

“Como são tecnicamente procedimentos contra propriedade, não pessoas, os proprietários não têm as mesmas proteções constitucionais que receberiam se fossem réus acusados de um crime”, diz a organização.

No caso em que as quantias confiscadas são baixas, como os revelados no relatório da ACLU, a chance de reaver o dinheiro é ainda menor, já que os custos com advogados, procedimentos judiciais e horas perdidas de trabalho superam em muito o valor apreendido.

Diante das crescentes críticas, o governo federal e vários Estados estão analisando reformas em suas leis de confisco. Na Pensilvânia, um projeto em discussão estabelece que só é possível confiscar propriedades permanentemente em casos em que há condenação por algum crime.

Segundo a ACLU, uma reforma importante seria garantir que dinheiro e bens confiscados sejam encaminhados para um fundo estadual ou local e então distribuídos pelo processo normal de orçamento, “em vez de cair diretamente nos cofres das agências responsáveis por executar os confiscos”.






Fonte: BBC