segunda-feira, 31 de março de 2014

Golpe de 1964 - Quem eram os mocinhos e quem eram os bandidos?





Oficialmente, o movimento militar que derrubou João Goulart faz hoje 50 anos — o assunto, como sabem, está em todo canto. A quartelada, com amplo apoio civil, se consumou, de verdade, no dia 1º de abril, mas se quis evitar a coincidência com o chamado Dia da Mentira.

 Hoje, com a tal Comissão da Verdade federal em funcionamento — e algumas outras estaduais ou até corporativas (em universidades, por exemplo) —, prospera a farsa sobre aqueles tempos. A extrema esquerda armada perdeu a batalha porque era minoritária e porque não dispunha de força bélica para enfrentar os militares.

 Os extremistas, no entanto, venceram a guerra de propaganda, desta feita sem precisar dar um tiro: seus epígonos, isto é, seus seguidores intelectuais, ocuparam a imprensa, o meio universitário, os centros culturais, as escolas, fatias importantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário para inventar o confronto que nunca existiu.

E qual é o confronto que nunca existiu? Aquele que oporia, de um lado, os defensores da liberdade e, de outro, os que a recusavam. Se, durante o regime militar, vivemos sob a mentira de que o golpe foi desfechado para defender a democracia, hoje, 50 anos depois, vive-se a outra face do engodo, que, no caso, é igualmente trapaceira, mas com o sinal trocado.

Comecemos do óbvio: em 1964, João Goulart e os que com ele se alinharam não tinham a democracia como um valor universal e inegociável; tampouco era essa a convicção dos militares e dos organismos civis que lhes deram apoio. O regime de liberdades individuais e públicas morreu de inanição; morreu porque faltou quem estivesse disposto a alimentá-lo.

 Ao contrário: assistiu-se a uma espécie de corrida rumo ao golpe. Golpista, na prática — e escandalosamente incompetente —, era Jango. Golpistas eram aqueles que o depuseram. Ainda que pudesse haver bem-intencionados em ambos os lados, não foram esses a ditar o rumo dos acontecimentos.

Outras farsas influentes se combinam para fabricar um confronto entre vítimas e algozes que é não menos trapaceiro. Não é verdade, por exemplo, que os atentados terroristas e a luta armada tiveram início depois da decretação do famigerado AI-5, o Ato Institucional que implementou a ditadura de fato no país. Ao contrário até: a muita gente essa medida de força, que deu ao estado poderes absolutos, pareceu até razoável porque a extrema esquerda decidiu intensificar a rotina de ataques terroristas.

 O AI-5 só foi decretado no dia 13 de dezembro de 1968. A VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, explodiu uma bomba no Consulado Americano, no Conjunto Nacional, em São Paulo, no dia 19 de março daquele ano. Em abril, novas explosões no Estadão e na Bolsa de Valores de São Paulo. Essas são apenas algumas de uma sequência. No dia 18 de julho, o presidente Costa e Silva ainda recebeu uma comissão de estudantes para negociar. Inútil.

O que pretendiam os movimentos de extrema-esquerda? É certo que queriam derrotar o regime militar inaugurado em 1964; mas que fique claro: o seu horizonte não era a democracia. Ao contrário. Como costumo lembrar, não há um só texto produzido pelas esquerdas então que defendessem esse regime. Ao contrário: a convicção dos grupos armados era que os fundamentos da democracia eram apenas um engodo para impedir a libertação do povo. Os extremistas de esquerda também queriam uma ditadura — no caso, comunista.



Cumpre indagar e responder: o regime democrático que temos hoje é um caudatário, um devedor, dos extremistas que recorreram à guerrilha e ao terrorismo? A resposta mais clara, óbvia e evidente é “Não”! Devemos a democracia aos que organizaram a luta pacífica contra a ditadura militar. Qual foi a contribuição da Ação Libertadora Nacional, a ALN, do terrorista Carlos Marighella, à civilidade política? Nenhuma! A eles devemos sequestros e cadáveres.

 Qual foi a contribuição da VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, do terrorista Carlos Lamarca, à tolerância política? Nenhuma! A eles devemos violência e mortes. Qual foi a contribuição da terrorista VAR-Palmares, de Dilma Rousseff, à pluralidade política? Nenhuma. A eles devemos assaltos, bombas e sequestros.



Mas devemos, sim, a democracia a Paulo Brossard, a Marcos Freire, a Itamar Franco, a Franco Montoro, a Fernando Henrique Cardoso, a Mário Covas, a José Serra, a Alencar Furtado, entre outros. Devemos a democracia até a ex-servidores do regime que resolveram dissentir, como Severo Gomes e Teotônio Vilela. Outros ainda, dentro do aparelho de estado, tiveram papel relevante para trincar o bloco hegemônico que comandava o país, como Petrônio Portella, Aureliano Chaves e Marco Maciel.

História
O ambiente está viciado. Mistificadores e prosélitos, mais ocupados com a guerra ideológica do que com a realidade, atropelam os fatos. Pretendem inventar uma narrativa que justifique tanto as ações doidivanas do passado como certas safadezas do presente (ainda voltarei a este ponto). O que fazer? Se você não quer se deixar levar pela mera discurseira inconsequente, sugiro que leia este livro.

 Ditadura à brasileira

O historiador Marco Antonio Villa escreveu “Ditadura à Brasileira” (LeYa), que tem um emblemático subtítulo: “1964-1985: A democracia golpeada à esquerda e à direita”. Villa vai ao ponto. Cada ano do período constitui um capítulo do livro e evidencia a escalada da radicalização, num confronto em que quase ninguém podia reivindicar o papel do mocinho. Não se trata de “uma outra leitura do golpe”, favorável ao movimento. O que Villa faz, com rigor e competência, é alinhavar, de maneira seca, objetiva, a sequência de eventos, com os seus devidos protagonistas, que levaram à deposição de João Goulart, à instauração da ditadura, à abertura do regime e, finalmente, à democracia.

É claro que o autor tem um ponto de vista — e, no caso, é um ponto de vista que protege o leitor: Villa é um democrata, e isso faz com que veja com olhos críticos — e, pois, independentes — as várias agressões havidas no período aos valores da democracia , tanto à direita como à esquerda. No seu livro não há bandidos e heróis. Há pessoas de carne e osso fazendo coisas: muitas em favor da civilidade política; boa parte delas, em favor da barbárie. O volume traz uma útil cronologia, bibliografia e índices onomástico e remissivo, o que o torna também um bom manual de consulta. É um bom instrumento para se defender de fraudes influentes.

Encerro este post
Nada devemos, rigorosamente nada!, às esquerdas armadas. A coragem é, em si, um valor. Quanto ela é tão suicida como homicida, já não é coragem, mas estupidez, e costuma arrastar outros tantos em sua aventura.




Por Reinaldo Azevedo/Veja.




Internet - Inteligência ou burrice?




Nós, seres humanos provamos ser mestres em transformar a nós mesmos, nossas mentes e nossas vidas para fazer o melhor de cada novo desenvolvimento. Não há dúvida de que a internet mudou o nosso estilo de vida em vários aspectos importantes, especialmente em tudo relacionado à informação, conhecimento e comunicação. A disponibilidade imediata de grande parte do que a humanidade produziu, com maneiras mais rápidas e mais curtas de informações que trocamos certamente mudaram a maneira como vivemos e também, possivelmente a forma como pensamos.

Há uma percepção generalizada de que o estilo de vida digital nos tornou mais burros. Este ponto de vista enfatiza primeiro o declínio drástico no tempo de atenção das pessoas: Passamos de livros, ensaios, peças para a escola, para micro-blogging, também conhecido como o Twitter, para SMSs e rápidas conversas de bate papo com Whatsapp, Facebook, etc. Em segundo lugar, agora parecemos incapazes, ou pelo menos sem vontade, para memorizar qualquer coisa, até mesmo fatos simples sobre o mundo uma vez que o google pode instantaneamente trazer a informação que esta procurando.

Em terceiro lugar, a internet nivelou o campo do jogo de conhecimentos e competências. Todo mundo pode postar seu "conhecimento" sobre qualquer tema e, em seguida, a maioria de nós têm dificuldade em distinguir os (poucos) genuínos produtos de alta qualidade a partir da multiplicidade de lixo. E, de fato, os livros foram publicados sobre esse tema: A Geração Mais Idiota: Como a era digital entorpece jovens americanos e põe em risco o seu futuro - O superficial: O que a internet está fazendo com nossas mentes, etc.

Mais recentemente, no entanto, a idéia inversa começou a ser expressa mais e mais ousadamente, incluindo dois livros que saíram este ano: Mais esperto do que você pensa: Como a tecnologia está mudando nossas mentes para melhor, e Infinito Progresso: Como a internet e tecnologia vai acabar com a ignorância, a doença, a fome, a pobreza e a guerra.

Deixe-me rever brevemente os argumentos do "tornando-nos mais inteligentes". Os defensores dessa visão em primeira nos faz lembrar que, cada nova tecnologia foi originalmente acusada de fender o potencial da civilização. Sócrates é famoso por ter abominado o texto escrito, afirmando que "o conhecimento armazenado não é realmente o conhecimento de todos". A televisão tem também sido visto como um dispositivo de "emburrecimento"... apesar de seu enorme impacto em termos de informação instantânea (satélites veiculam notícias de última hora e que afetam as pessoas de continentes separados) e educação (alguns canais especializados no ensino formal ou informalmente, por exemplo, através de excelentes documentários).

Na verdade, toda a tecnologia , incluindo texto e vídeo, sempre traz consigo o bom e o mau, e leitura, muitas vezes visto como uma atividade intelectual, é na verdade raramente sinônimo de alta cultura. As livrarias estão repletas com os livros mais estúpidos do que com literatura refinada. A era digital, no entanto, agora argumenta-se, traz duas novidades importantes que devem nos trazer esperança e alegria ao invés de tristeza e preocupação com o futuro da humanidade.



Em primeiro lugar, agora não só tem acesso instantâneo à produção intelectual coletiva da humanidade, mas agora temos um cérebro em rede coletiva para conectar pedaços de informação e enfrentar os nossos problemas (doença, a ignorância, a pobreza, o extremismo, etc.) Em segundo lugar, agora parece que temos inconscientemente uma interface do nosso cérebro com todas as informações que podemos conhecer.

O primeiro ponto destaca as extraordinárias possibilidades que oferecem "grandes dados". Por exemplo, se é que podemos ter todos os casos médicos de humanos dos últimos muitos anos armazenados e torná-los acessíveis aos médicos em todo lugar, em seguida, alguém é obrigado a notar uma tendência, o que parece ter funcionado com pacientes que têm alguma doença em particular. Descobertas acidentais se tornararão explorações menos difíceis e sistemáticos, a informação irá produzir muitas novas descobertas para o benefício da humanidade.

O segundo ponto é que, a internet  liberou nossos cérebros de todas as tarefas de armazenamento (ninguém guarda textos integrais na cabeça), transformando-os em vez disso em sistemas de meta- informação, onde um só precisa saber como e onde encontrar dados úteis em cada tópico específico e como conectar informações e conceitos.

Críticos vão combater com pesquisas que mostram que lemos menos livros e perdemos muito tempo com os nossos smartphones e em redes sociais. Alguns citam estudos para fazer backup de uma visão pessimista ou de outra. Mas sobre tais temas, pode-se encontrar muitas vezes os estudos para apoiar qualquer reclamação e é muito cedo para concluir que não há qualquer efeito negativo sobre nossos cérebros. E em qualquer caso, nós, seres humanos temos nos mostrado, como mestres em transformar a nós mesmos, nossas mentes e nossas vidas para fazer o melhor de cada novo desenvolvimento.

Essa percepção de como a internet mudou nossa maneira de pensar, tem implicações significativas em nossas abordagens educativas, em particular. Tem-se observado que quando os alunos são convidados a postar seus ensaios (ou mesmo rascunhos) em sites para que todos vejam, eles (esperadamente) colocam muito mais empenho e esforço.

O mundo digital está agora totalmente ligado ao nosso cérebro, individual e coletivamente. Não podemos lamentar isso. Em vez disso, precisamos entender os vários efeitos e impactos e tentar fazer o melhor deles.



Fonte: Spiegel



sábado, 29 de março de 2014

Quer ficar jovem por mais tempo? Beba cerveja!




Segundo pesquisadores das universidades de Tel Aviv  e Columbia, o álcool pode manter você DNA jovem por mais tempo. Já o café tem efeito oposto: envelhece.

É que cada vez que as células do seu corpo se dividem, elas fazem cópias das pontas dos cromossomos (os telômeros), que são sequências de DNA. Só que os tais telômeros ficam mais curtos a cada divisão – até não poderem mais se dividir e morrerem. Faz parte do processo natural de envelhecimento.

MAS, olha só, o álcool pode retardar esse encurtamento e manter o DNA vivo por mais tempo. Sim, álcool. Pelo menos funcionou com as leveduras expostas à substância pelos pesquisadores. E como elas dividem importantes semelhanças genéticas com a gente, eles acreditam que o resultado seja o mesmo em seres humanos. Ah, e o café, por outro lado, acelera o encurtamento dos telômeros.

“Pela primeira vez, nós identificamos alguns fatores ambientais que alteram o comprimento do telômero, e mostramos como eles fazem isso”, diz Martin Kupiec, um dos autores da pesquisa. “O que aprendemos pode um dia contribuir para a prevenção e o tratamento de algumas doenças”.
Pronto. Agora você já pode comemorar feliz o próximo fim da semana.




Fonte: C. C- Super

sexta-feira, 28 de março de 2014

Polícia Corrupta?




Corporativismo, controles deficientes, alterações de cenas de crime e morosidade das Justiças militar e civil são alguns dos fatores apontados por especialistas ouvidos para explicar como policiais militares acusados de crimes continuam a patrulhar as ruas das cidades brasileiras.


Um dos casos mais recentes é o assassinato da auxiliar de serviços gerais Cláudia Silva Ferreira, que foi baleada durante uma operação policial no morro da Congonha, no Rio de Janeiro, e arrastada no asfalto por 350 metros presa ao porta-malas de um carro da polícia que deveria levá-la ao hospital.



Cinco policiais militares foram acusados de participação no crime – mas três respondem ao processo em liberdade devido a uma decisão judicial. Dos que respondem em liberdade dois já respondiam a 16 processos por homicídios. Eles são o subtenente Rodney Miguel Arcanjo (três processos) e o colega de mesma patente Adir Serrano Machado (13 casos). Outros dois policiais, um tenente e um sargento tiveram a prisão temporária decretada nesta quinta-feira.

Casos como esse despertam o debate sobre deixar ou não policiais acusados de crimes livres enquanto o episódio não é totalmente esclarecido. As polícias militares do Rio de Janeiro e de São Paulo afirmaram que muitos policiais, mesmo suspeitos de crimes graves, continuam trabalhando nas corporações porque só podem ser definitivamente expulsos da corporação após o fim do processo judicial ou de investigação interna.

Afastamentos imediatos após o surgimento de suspeitas só são adotados em alguns casos. As polícias dizem que a suspensão ou transferência nesses casos não são compulsórias. Isso acontece para que policiais honestos não sejam tirados das ruas por conta de denúncias falsas.
O caso de Cláudia Silva Ferreira ainda está longe de ser completamente esclarecido. Uma das maiores polêmicas envolve a autoria dos disparos que, segundo testemunhas, teriam causado a morte da carioca antes mesmo de ela ser colocada no veículo.

Thaís Lima, uma das filhas de Cláudia, disse em entrevista à TV Globo que, durante a operação na favela, os policiais acharam que sua mãe estava ajudando traficantes e que teriam disparado dois tiros contra ela.
Em depoimento à polícia, testemunhas dizem ter visto os agentes dispararem contra Cláudia e negam ter havido conflito com traficantes no momento da ação.

Já de acordo com a polícia, a moradora foi atingida por balas perdidas durante uma troca de tiros entre agentes e traficantes. Além disso, os advogados de defesa dos três policiais teriam afirmado que Cláudia estaria viva no momento em que foi colocada no carro de polícia e que o militar que dirigia o carro não estava ciente de que ela estava sendo arrastada, até ser alertado.

Justiça
Os policiais militares podem ser julgados por crimes tanto na Justiça Militar como na Justiça Civil (em casos envolvendo homicídios).
Para o analista Ignacio Cano, do Núcleo de Estudos da Violência da UERJ, a demora em torno dos julgamentos, tanto na Justiça comum quanto nos tribunais militares, é um dos fatores pelos quais muitos policiais são inicialmente afastados durante o começo das investigações, mas na ausência de um veredicto acabam voltando às ruas.



"É importante que haja a criação de varas especializadas para julgar casos como este. A rapidez é importante para todo mundo. Para os policiais inocentes, para a sociedade, enfim, todos ganhariam com isso", diz.

Um caso emblemático é o julgamento do massacre de 111 presos no complexo do Carandiru em 1992. A maioria do policiais suspeitos de entrar no edifício e assassinar detentos que participavam de uma rebelião só foi a júri popular mais de uma década depois dos crimes.

Até agora, 58 foram condenados à prisão mas esperam o julgamento de recursos em liberdade.
"Manobras processuais podem adiar esse tipo de processo por muito tempo, às vezes até a prescrição das penas", disse Marcos Fuchs, analista da ONG Conectas Direitos Humanos.

Investigação
De acordo com Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil, outro fator que dificulta a condenação e consequente expulsão dos policiais é a forma como o crime é registrado na polícia judiciária.
Embora a prática já esteja sendo combatida em alguns Estados, muitos assassinatos cometidos por policiais militares são registrados sob a classificação de "auto de resistência" , "resistência seguida de morte", "homicídio decorrente de intervenção policial" ou outros termos semelhantes.

Na prática isso significa dizer que o suspeito teria sido morto após entrar em confronto com os policiais.
Além disso, tanto Canineu como Fuchs citaram a existência de casos em que maus policiais militares alteram a cena do crime com o intuito de escapar de acusações de assassinatos. Uma delas seria colocar armas "frias" nas mãos de suspeitos mortos, segundo Canineu.

Fuchs afirmou já ter tomado conhecimento de fortes suspeitas de que policiais matariam suspeitos já baleados enquanto os encaminhavam para o hospital, ou mesmo demoravam para prestar socorro até que a vítima morresse devido aos ferimentos.

Fiscalização
Entre as formas de controle da Polícia Militar previstas no Brasil estão o Ministério Público (MP), que tem entre suas funções constitucionais monitorar a atuação da polícia, as ouvidorias e as corregedorias.
Segundo Jaqueline Muniz, antropóloga, cientista política e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e Julita Lemgruber, primeira ouvidora da PMERJ ainda em 1999, no Rio de Janeiro, por exemplo, o MP falharia em exercer o papel de fiscalização da polícia.



"Em grande parte o Ministério Público acaba contribuindo para esse quadro (de impunidade), na medida em que se ausenta desse papel de controle", disse Lemgruber.

Outro fator que dificultaria o afastamento de maus policiais, segundo os especialistas, seria uma suposta falta de independência dos órgãos corregedores.
Tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, boa parte do trabalho de corregedoria é feito por departamentos da própria Polícia Militar.

“É um problema corporativo, o policial é investigado pelos próprios colegas de carreira. Não há uma instituição independente. Isso gera reflexos, como não terminar sindicâncias em tempo hábil, entre outros", disse Fuchs.

Lemgruber destacou o exemplo da Irlanda do Norte, considerada em rankings internacionais como a polícia com o órgão de controle externo mais eficaz do mundo.
"Lá, a ouvidoria tem funcionários próprios, independentes, que têm o poder de levar a cabo as investigações das denúncias contra os agentes de forma isenta. Aqui, a ouvidoria repassa os casos para investigadores das corregedorias internas".



Combate aos maus policiais
A Polícia Militar de São Paulo discordou da afirmação de que o modelo adotado por sua corregedoria sofreria de imparcialidade, afirmando que 360 policiais foram demitidos em 2013.
No mesmo período foram instaurados 2.386 inquéritos policial-militares e realizadas 5.865 sindicâncias, 54 autos de prisão em flagrante delito e mais de 800 investigações originárias da própria instituição.

"A Corregedoria da Polícia Militar é, reconhecidamente, um dos órgãos censores mais atuantes, imparciais e eficazes de todo o serviço público. Quem entende da área de segurança pública sabe disso muito bem", disse a PM em nota.

"A Corregedoria da Polícia Militar é, por vezes, criticada pelo excessivo rigor na apuração de irregularidades praticadas por integrantes da instituição, nunca por eventual parcialidade ou omissão".
A instituição também não confirmou as práticas de alterações das cenas de crime e classificação inadequada de homicídios, ressaltando que trata com "pulso firme" os policiais que se desviam do "caminho correto". O órgão ressaltou que os policiais expulsos no ano passado são uma minoria - 0,39% do total de 93 mil homens do efetivo da instituição.

A PM do Rio de Janeiro afirmou que, em 2014, instaurou 68 Inquéritos Policiais Militares e 22 Conselhos de Disciplina. Em 2013, 201 policiais fora expulsos e 317 em 2012. A instituição ressaltou que só pode tomar providências contra policiais que cometeram crimes após as decisões judiciais dos casos.
A PM disse ainda que sua política atual "é de investimento nas corregedorias e investigação de crimes, inclusive com canal aberto para denúncias".





Fonte: Jefferson Puff e Luís Kawaguti/BBC Brasil



quinta-feira, 27 de março de 2014

Síria - Crianças são as que mais sofrem!




O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) diz que nenhum lado da guerra civil na Síria está fazendo o suficiente para proteger os civis.

Numa atualização de dados do confronto divulgada feita nesta última segunda-feira, o conselho, sediado em Genebra, disse que cerca de 2,5 milhões de sírios estão desalojados internamente e outro 1 milhão deixaram o país.



O conselho diz que "o fracasso em resolver este conflito, cada vez mais violento, vai condenar a Síria, a região e os milhões de civis pegos no fogo cruzado a um futuro inimaginavelmente sombrio".

Segundo a organização, forças do governo têm atacado civis que fazem fila para comprar pão e em funerais, enquanto forças contrárias ao governo continuam a usar locais protegidos, como mesquitas, como bases ou locais para estocar armas.

O conselho afirma que os dois lados têm mostrado "respeito insuficientes com a proteção da população civil".

Além disso, um relatório da Save the Children, publicado por ocasião do segundo aniversário da guerra na Síria, afirma que dois milhões de crianças são «vítimas inocentes» de um conflito sangrento.
Estas crianças vivem em permanência em risco de «malnutrição, doença, traumatismo», afirmou a ONG com sede na Grã-Bretanha.



As crianças sírias "são cada vez mais colocadas diretamente em risco já que são recrutadas por grupos armados e pelas forças governamentais", afirma o relatório.

Segundo esta ONG, as duas partes do conflito procuram usar as crianças, muitas recrutadas à força durante operações militares, como "mensageiros, guardas, informadores ou combatentes", tendo algumas delas com apenas oito anos sido usadas como escudos humanos.






quarta-feira, 26 de março de 2014

Síria - Colapso total!






Desarmamento do regime, proibição do envio de armas a rebeldes e intervenção humanitária seriam saídas para a crise; mas, com a Rússia como aliada e um racha entre membros da oposição, o país caminha para o colapso total!


Quem tem acompanhado o noticiário internacional nos últimos três anos já deve ter percebido que a crise na Síria apenas se agravou desde o início do levante contra a tirania do regime do ditador Bashar al-Assad, em 15 de março de 2011. Houve inúmeras mudanças dentro do que caracteriza o conflito, mas a maior delas foi a transformação de uma revolta popular não armada em uma guerra civil, mudança que não só favorecia, como também fortalecia o regime de Assad.


“A gente percebia que interessava para o próprio regime transformar o conflito em uma guerra civil, porque dentro de uma guerra civil, as normas de conduta são outras, então deixou de ser o regime reprimindo e massacrando a população civil e passou a ser um conflito onde ambos os lados vão cometer crimes, excessos e abusos”, diz a professora doutora de História Árabe e diretora do Centro de Estudos Árabes da USP, Arlene Elizabeth Clemesha.

"Deixou de ser o regime reprimindo e massacrando a população civil e passou a ser um conflito onde ambos os lados vão cometer crimes, excessos e abusos"
Clemesha explica que, depois de três anos, houve uma radicalização e uma regionalização cada vez maior do conflito. Segundo ela, “a Síria passou a ser um local para onde afluem jihadistas radicais não só do Oriente Médio, como do mundo todo, são pessoas que não são sírias e que não estão interessadas no futuro da Síria, mas que estão tomando essa guerra civil como uma causa de grupos fundamentalistas e jihadistas”.

Ao contrário do que muitos pensam, nem sempre há confronto entre Exército e oposição. A forma de atuação das milícias que são contra o regime não é de afronta às forças do governo, mas sim “de entrar em locais onde o Exército sírio não está”. Contudo, quando as forças militares de Assad alcançam esses locais e um combate se inicia, os rebeldes recuam e ocupam outro lugar, fator que ajuda a explicar por que a guerra na Síria é tão móvel e difícil de ser contida.

Uma batalha móvel e de milícias
Outro agravante é o aumento do número de grupos armados, que hoje se reúnem em grandes 'guarda-chuvas' com subgrupos. De um lado, há o regime sírio e o do outro, o Comando Militar do Exército da Síria - surgido em 2011 - que agrupa grupos islâmicos moderados, grupos  laicos, organizações de esquerda e populares, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS) - que se formou no Iraque muito antes da insurreição na Síria e que por muito tempo se disse filiado ao grupo terrorista Al-Qaeda - além da Frente Al-Nusra, grande 'guarda-chuva' de grupos jihadistas fundamentalistas.



Ninguém consegue chegar à conclusão, hoje, se tem algum lado desse conflito com uma preponderância, a não ser o próprio regime, que tem, sim, uma preponderância militar, mas que não consegue vencer a batalha porque é uma batalha móvel e de milícias, não é o enfrentamento de dois exércitos. Então existe esse impasse militar”, afirma Clemesha.

A inexistência de uma representação unificada também é um problema. O Conselho Nacional Sírio (hoje Coalizão Nacional Síria) representa a oposição para o mundo exterior, mas não representa, de fato, quem está lutando, explica a diretora do Centro de Estudos Árabes da USP. “Nas conferências em Genebra II, por exemplo, a Coalizão representou o lado rebelde, mas qualquer acordo firmado por essa organização não vai ter o respaldo de quem está lutando, então é uma representação muito falha”, explica a professora.

“Está faltando uma intervenção humanitária”
Tornou-se urgente uma intervenção humanitária da Síria, mas a proposta não sai, e nem tão cedo sairá, do papel. Por oposição da Rússia, a intervenção proposta pelo Conselho de Segurança da ONU não foi aprovada.  Além disso, interessa muito mais aos Estados Unidos  exercer uma influência à distância do que intervir unilateralmente. “É muito difícil sair de uma guerra dessas, intervir na Síria é muito complicado. A proliferação de diferentes grupos culturais, étnicos e religiosos torna a Síria potencialmente muito mais explosiva que o Iraque”,  e complementa “Quando não há interesse político na intervenção, ela não acontece”, afirma Clemesha.




População: a grande vítima.
O que se tem testemunhado na Síria comprova que a população civil tem sido a principal vítima da guerra ao longo de todos esses anos. A fome, a miséria e os abusos têm sido usados como táticas de guerra contra os próprios sírios. “Não existe só a fome, mas também o estupro, a tortura e todo tipo de pressão sobre a população civil que passa a ser atingida sempre que um vilarejo ou uma cidade são tomados por grupos de oposição ao regime. Quando ali se instalam grupos de oposição, a população passa a ser alvo de uma forma de castigo coletivo; a gente está vendo um desastre humanitário de proporções criminosas”, expõe Clemesha.


Por que o levante sírio teve resultado tão diferente dos vistos na Líbia e Egito?

“A Líbia era uma guerra fácil e convinha para a França, que estava em plena época de campanha eleitoral; para o Sarkozy, interessava aparecer como um líder forte”, explica Clemesha se referindo à intervenção liderada pela França na Líbia.  Além disso, “não havia na Líbia grupos de oposição com o poder que têm na Síria”, conta ela. O Estado era fraco, a população era menor e havia o interesse em uma redistribuição da exploração do petróleo.

No Egito, o Exército tem um papel histórico muito distinto do papel histórico do Exército da Síria. O Exército egípcio sempre se caracterizou por participar de guerras externas e “quando viu aquela quantidade de pessoas na rua, resolveu sacrificar Mubarak para preservar o regime”.

O Exército na Síria, por outro lado, tem um histórico de massacres dentro do próprio país, como o ocorrido na cidade de Hama, em 1982. A mando do comandante geral e irmão mais novo de Bashar al-Assad, Rifaat al-Assad, as Forças Armadas bombardearam Hama na tentativa de conter a revolta liderada pela Irmandade Muçulmana , matando entre 10 e 25 mil pessoas, a maioria civis. Ou seja, enquanto na Síria o exército reprimiu violentamente a população no início do conflitos, “no Egito, o exército se recusou a fazer esse papel para justamente não manchar a imagem da instituição que é o pilar do regime egípcio”, lembra Clemesha.


O futuro incerto da guerra
Com o fracasso das negociações de Genebra II, em janeiro e fevereiro deste ano, é impossível prever um cessar-fogo e enxergar uma trégua no horizonte. De acordo com Clemesha, além do desarmamento do regime, da proibição de envio de armas aos rebeldes e de uma intervenção humanitária, é imprescindível uma trégua que paralise a situação no terreno, para que um programa de divisão de poder - que incluem um calendário de eleições e a formulação de uma nova Constituição - possa avançar.

A destituição de Assad e a instauração de um novo governo precisam ser executadas por meio de um processo de negociação. E a explicação para isso é simples: não há uma luta apenas entre rebeldes e o regime, mas também entre os grupos da oposição. “Todos os rebeldes querem o fim do Assad, mas alguns querem a formação de um estado laico e democrático, e outros querem a refundação de um califado [forma de governo] islâmico. Os rebeldes têm diferentes projetos políticos, então, se o presidente cair amanhã,  a guerra deve se intensificar”, prevê Clemesha.

Pelo mundo, governos se recusam a interferir no conflito, e não é do interesse dos países aliados, principalmente da Rússia (a única capaz de pressionar o regime de Assad), interromper o envio de armas a rebeldes, nem pressionar o governo para que entreguem suas armas. Além disso, a estrutura da ONU não deverá permitir que uma intervenção humanitária aconteça no país.

Mais de 140 mil pessoas já morreram desde o início da guerra e mais de 2 milhões se refugiaram em países vizinhos.  “A população civil está pagando o preço dessa guerra; está havendo uma geração inteira perdida na Síria”, constata Clemesha. Seja qual for a solução para o conflito, ela tem de ser negociada, e rápido.




Fonte: Mayara Moraes



sábado, 22 de março de 2014

Cães veem os donos como se fossem seus pais!


  

Que fofura. E como você é o pai, claro, seu cachorro age como se fosse uma criança – mesmo se ele já estiver velhinho.

Foi o que 22 cachorros mostraram numa pesquisa liderada pela veterinária Lisa Horn, da Universidade de Viena, na Áustria. Ela os separou em três grupos: um terço ficaria sem o dono, enquanto os outros estariam acompanhados por eles – só que parte dos donos deveria se manter em silêncio, e outra parte deveria encorajar os cães a fazer as atividades. E tudo o que os bichinhos precisavam fazer era interagir com alguns brinquedos. Em troca, ganhariam comida.

Os cachorros que estavam com os donos passavam muito mais tempo brincando. Nem a comida servia para motivar os cães ‘abandonados’.

A pesquisadora refez o teste, mas dessa vez os donos foram substituídos por pessoas desconhecidas. Nenhum dos cães mostrou muito interesse pelos brinquedos.

Segundo Horn, os testes são suficientes para provar a existência da “área de segurança”. Ou seja, os cães se sentem mais seguros, confiantes e confortáveis na presença dos donos. Sem eles, tudo parece mais perigoso – e sem graça.

 E é exatamente o que acontece na relação entre pais e filhos pequenos. “Esta é a primeira evidência da similaridade entre o ‘efeito de base segura’ encontrado na relação dono-cachorro e na criança-pai”, diz a pesquisa.

Pra quem tem um bichinho é fácil perceber isso, não? Quantas vezes você não disse por aí que seu cachorro age sempre como se fosse uma criança?





Fonte: Carol Castro/Super



sexta-feira, 21 de março de 2014

Batom e Creme Dental - Mistura Perigosa!





De acordo com pesquisadores, uma substância presente em batons e creme dental pode causar problemas musculares; sobretudo no coração - músculo mais importante do corpo. Os estudiosos descobriram que o triclosano, um agente antisséptico presente nesses produtos, pode impedir que os tecidos, recebam sinais do cérebro. As informações são do Daily Mail.

Os testes foram feitos com ratos de laboratório, que apresentaram redução da função cardíaca em até 25% durante 20 minutos de exposição ao produto. Por isso, alertam para os possíveis danos à saúde humana. Isso acontece porque o produto interrompe o fluxo de íons de cálcio, que traz os sinais elétricos do cérebro para os músculos.

No entanto, reguladores e outros especialistas afirmam que os níveis da substância (triclosano) são seguros nestes produtos e que as doses injetadas em roedores foram maiores do que aquelas a que as pessoas estão expostas. Segundo a lei da União Europeia, a substância pode ser usada em concentrações de até 0,3% em cosméticos.

Mesmo alguns estudos anteriores já tenham mostrado que a substância contida no batom e creme dental possa ter ligações com problemas de tireoide e fertilidade, esta é a primeira vez que seus efeitos tenham sido testados em músculos.

"Para uma pessoa saudável, 10% a menos da função cardíaca pode não ser relevante, mas se você tiver uma doença do coração, pode fazer uma grande diferença”, disse Isaac Pessah, líder do estudo publicado na revista Proceedings.




Fonte: Rodolfo Cardoso/Fatos Desconhecidos



quinta-feira, 20 de março de 2014

Marco Civil da Internet - O que é isso?



O Marco Civil da Internet está para ser votado (só não foi ainda pois virou moeda de negociação na crise entre PT e PMDB). Preparem-se, pois a Internet Brasileira JAMAIS será a mesma se o texto atual for aprovado. Cerca de 20 empresas - as que mais faturam - mandam hoje no Brasil. Destas, a primeira no ranking é uma Tele. A 3a também. E eles têm total interesse no "novo" texto que está na fila para ser votado em breve.

O texto original do Marco Civil da Internet previa uma Internet neutra. Uma Internet como a de hoje, na qual o usuário não teria que contratar planos diferenciados para acessar sites ou aplicações específicas. O texto atual já derrubou o princípio da neutralidade - o mais importante. Da forma como ficou, as Teles poderão criar planos de acesso específicos para games, por exemplo, ou para acessar o Facebook. Ou para o NetFlix e serviços semelhantes.

De quebra, o governo incluiu cláusulas que, nas entrelinhas, lhe permitirá controlar quem acessa o quê e de que forma. O que você já não achava nenhuma maravilha, ficará infinitamente pior. E você nem sabia. Pois saiba. Estamos na roça. Usando como pretexto a defesa dos diretos humanos, o governo tenta aprovar essa lei que permitirá que todos seus passos na internet sejam registrados, ou seja os sites que você acessou, os videos que assistiu, os posts e comentários que fez no facebook, os downloads, as músicas que você ouviu.

Um grande absurdo para nós brasileiros se essa lei entrar em vigor definitivamente, iremos ser monitorados de forma completamente desnecessária e seremos vigiados à todos os momentos. Isso já era previsto, pois o tráfego na internet tem um aumento grandioso, e temos praticamente um novo mundo para tomar conta, onde as leis quase não se aplicam e tudo é muito difícil de se monitorar. Sem dúvidas pode trazer benefícios, mas com certeza vão trazer muitos malefícios pois a nossa neutralidade irá terminar. O que acham disso?




Fonte: RODRIGO SABBATINI 

terça-feira, 18 de março de 2014

Porque o combustível é tão caro no Brasil?


 

Você já deve ter se perguntado o sobre o alto preço do combustível que nós brasileiros pagamos. Ainda mais quando sabemos os valores que nossos países vizinhos pagam pelo litro do combustível seja gasolina, etanol ou diesel. Por exemplo, nossa querida Argentina, que paga cerca de R$1,60 o litro de gasolina comum. Um completo absurdo para nós brasileiros que temos a segunda e mais rica petrolífera do mundo inteiro.

Ao adquirir nosso carro, seja popular ou de luxo, pagamos uma série de impostos que acrescentam em seu valor total como: IPI, ICMS, PIS, COFINS. Juntando esses impostos e seus devidos valores, nós temos a metade do valor total de um carro só para impostos, ou seja, se você compra um carro de R$30 mil reais, você estará pagando cerca de R$15 mil reais em impostos.

A matéria não será muito extendida falando sobre os impostos dos carros, mas sim dos combustiveis, que segue o mesmo raciocínio dos preços que pagamos pelos automóveis, ou seja, uma boa parte do valor do combustível são impostos que são atribuídos ao valor total.

O Brasil é o único país no mundo que não se beneficia pelas riquezas dos próprios recursos naturais. Quem sai ganhando nessa, são os investidores internos e extrangeiros, o governo e alguns poucos funcionários da empresa estatal.

Pois bem, a Petrobras não é do governo, o governo federal tem apenas 37% das ações da companhia, mas tem direito de 56% do voto, então, o governo tem poder pela decisão da empresa. Então a culpa novamente caí sobre o governo brasileiro, que super satura os tributos nas empresas que produzem ou comercializam algo e o consumidor final é quem sai na pior.

No Paraguai o litro da gasolina é cerca de R$1,50 e sem adição de álcool, como é feito aqui no Brasil em diversos postos de gasolina. Argentina, Chile e Uruguai, todos os três países juntos, não somam 1/5 da produção brasileira, e pagam apenas R$1,50 pelo fato de que esses países não tem altas taxas de impostos como aqui no Brasil.

Somos um país autossuficiente em petróleo, mas isso não se reflete para o mercado interno e sim para os outros países que fazem a festa sobre nossas custas. Brasileiro é um povo extremamente ignorante infelizmente, é um povo em que o governo taxa da forma como quer os produtos das industrias e comércios e nós sempre estamos dispostos a pagar o valor, o que sabemos fazer é reclamar e nunca tomar providências. Na realidade a culpa também é nossa, que fazemos péssimas escolhas nas urnas!

O que nos anima é olhar para o futuro e ver que os combustíveis fósseis serão substituídos por energias limpas e renováveis, o que além de permitir preços inferiores, também contribuirá para despoluição de nosso planeta, refletindo numa melhor qualidade de vida para todos nós.





Fonte: Fatos Desconhecidos.



segunda-feira, 17 de março de 2014

Black Blocs! Erros e Acertos!



O acerto dos black blocs foi no diagnóstico que eles fizeram: sim, é verdade que há uma crise de representatividade do estado. É verdade também que nossos governantes em todos os níveis estão carecendo de legitimidade. É verdade sim que nossa democracia está manca.

 É verdade que uma dúzia de financiadores de campanha controlam as eleições, doando para praticamente todos os candidatos, e que boa parte dos partidos, do PT ao PSDB, no fundo trabalham para os mesmos patrões. É verdade também que nossa polícia está numa crise moral, diante da constatação de que ela está cheia de assassinos e de corruptos, e que essa crise moral abala sua autoridade.

 Que os serviços públicos – transporte, educação, saúde – não prestam. E é claramente verdade que a Copa foi sequestrada por interesses privados bancados a dinheiro público.
Tudo isso é verdade.

Já o erro dos black blocs foi a estratégia. Não quero ficar discutindo aqui se o uso da violência é ou não moral. Afinal, moral é que nem bunda, cada um tem a sua. Mas, independente da validade moral, é uma tática ruim quando o objetivo é ganhar o apoio da população. Usar violência para conseguir algo que depende da simpatia dos outros não funciona, simples assim. Ainda mais neste mundo de hoje, hiperconectado. Ninguém ganha a opinião pública explodindo coisas.

Essa foi a maior lição da luta por direitos civis nos Estados Unidos dos anos 60, liderada por Martin Luther King Jr. A sacada de King para expor o absurdo do apartheid americano foi usar a tática da “não-violência”, inspirada pela luta da independência da Índia contra os colonizadores britânicos (e pela resistência de Cristo ao Império Romano).

“Não-violência” é bem diferente de “pacifismo”. Pacifismo significa ser contra a guerra – qualquer guerra, em qualquer momento. Já não-violência é uma estratégia de luta: significa resistir, recusar-se a colaborar, mas jamais reagir violentamente contra um adversário mais forte e errado. Essa estratégia é dificílima de implementar, porque não é fácil controlar os ânimos de multidões, ainda mais debaixo de cacetada. Mas os resultados são fantásticos: a resistência não-violenta expõe o agressor ao ridículo e conquista muito rápido o apoio do povo.



Foi o que os manifestantes de São Paulo fizeram na quinta-feira, 13 de junho de 2013, quando uma pequena manifestação pacífica foi truculentamente esmagada por uma polícia despreparada comandada por políticos sem noção. As autoridades se saíram tão mal naquele dia que, na segunda-feira seguinte, dia 17, o Brasil inteiro foi às ruas em apoio.

Nos meses que se seguiram, inspirados por um diagnóstico correto, os black blocs foram dominando as manifestações com uma estratégia errada, determinados a usar a força para combater aqueles que eles consideram seus inimigos: a polícia, os políticos, a mídia tradicional. Essa estratégia não tinha chance de dar certo por dois motivos: 1) eles jamais serão capazes de derrotar o estado pela força e 2) ao tentar isso, eles desmobilizaram o grosso da população e tornaram-se presas fáceis de um contra-ataque baseado na destruição de suas reputações.

Jamais os black blocs deveriam ter saído mascarados às ruas – a opinião pública nunca irá apoiar quem não mostra a cara. Jamais eles deveriam ter permitido depredações ou atos violentos – com isso eles atraíram “apoiadores” que só queriam brigar e quebrar, ou seja, o pior tipo de aliado.

O resultado é um impasse, que deixa o Brasil num suspense angustiante. Oito meses depois do início das manifestações, o cenário moral do Brasil é de terra arrasada. Não sobrou quase nada em pé. Os manifestantes são vistos como irresponsáveis e violentos. A polícia revelou-se despreparada e incapaz de fazer seu trabalho (proteger os cidadãos).

 A reputação dos políticos está abaixo da das baratas e dos piolhos. Vários personagens da mídia comprometeram sua credibilidade ao entrar no confronto e faltar com a verdade em algumas ocasiões. O governo está perdido, e a oposição não tem respostas. A opinião pública está raivosamente dividida e todo mundo está xingando todo mundo de imbecil no Facebook.

Estamos num beco sem saída. Só fico torcendo para que a desconfiança generalizada e o ódio que dominou tudo não nos desviem daquela necessidade primeira, a que começou tudo: a necessidade de mudar. Não falo de mudar o partido que está no poder. Falo em mudar a forma de conceber e de dividir o poder. As lideranças capazes de mudar tudo – a política, os partidos, o governo, a polícia, os negócios, a mídia, as ruas – existem. Agora elas precisam aparecer e apontar o caminho para fora dessa crise generalizada. De cara aberta.



Fonte: Denis Russo Burgierman/Super.



sexta-feira, 14 de março de 2014

Corrupção - Quem vai devolver nosso dinheiro?




Durante os debates no julgamento do mensalão ficou absolutamente claro que dinheiro nosso, arrecadado de impostos, foi desviado pelo governo Lula para encher os bolsos de políticos que se vendem, de banqueiros sem vergonha na cara e de empresários espertos em demasia.

As condenações criminais   representam um alívio para a sociedade brasileira, mas falta, quem sabe, o principal: a devolução desses milhões, porque não se haverá de admitir que todo esse dinheiro tenha ido parar no bolso de pessoas desonestas e que elas não o devolverão aos cofres públicos.

Entre as pessoas que receberam a fortuna desviada, não se tem notícia de que nenhuma delas esteja vivendo com dificuldades financeiras, morando em casa alugada, com carnês vencidos, carro velho na oficina para consertar. As notícias divulgadas pela imprensa indicam exatamente o contrário, até mesmo que um deles, o número 2 da quadrilha, morava em condomínio de luxo na cidade de Vinhedo, possui escritório suntuoso no bairro mais caro de São Paulo e, enfim, nada tem que ver com aquele modesto servidor da Assembleia Legislativa.

Os brasileiros esperam que ocorra com essa turminha braba, marcada pela improbidade, o mesmo que está sendo feito há 30 anos com o hoje, Paulo Maluf. Sim, Paulo Maluf, aliado de Lula, de José Dirceu e de todos os petistas, está em desvantagem e isso será injusto para ele caso os novos companheiros também não respondam patrimonialmente pelos crimes.

 A responsabilidade civil do administrador público é uma exigência imposta pela Constituição federal e, por isso, não constitui surpresa alguma que o Estado brasileiro use de todos os meios jurídicos possíveis para que Paulo Maluf devolva aos cofres públicos as quantias que o Ministério Público afirma terem sido por ele desviadas.

Não é possível que fato de muito maior relevância, que alcançou repercussão mundial, possa encerrar-se tão somente com as condenações dos envolvidos no mensalão. É necessário que todos sejam compelidos a devolver os valores irregularmente recebidos, bem como se impõe, por força da solidariedade em seu sentido jurídico, que o grande chefão também seja responsabilizado.

E não se fale em prescrição, porque os ilícitos por improbidade administrativa envolvendo dinheiro público são imprescritíveis, por disposição constitucional.

Haverá alguém neste país que acredite nas afirmações de Lula de que nada sabia dos desvios de dinheiros públicos (falou-se em R$ 350 milhões) cometidos debaixo do nariz dele? Seria possível que seus companheiros mais íntimos, Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, avançassem nesses dinheiros sem o aval do chefão supremo?

O pior de tudo é que pelo andar da carruagem, vai ficar tudo por isso mesmo. Houveram os julgamentos, mas estamos vendo uma justiça que parece aliada com esta corja de corruptos travestidos de homens honestos e de bem.

Diga-se isso devido ao resultado do julgamento de alguns dos mensaleiros. Todos receberam penas brandas e ainda com direito a embargos infringentes que como estamos vendo, vão deixar muitos dos condenados em situação bastante confortável.

Me pergunto se eles fossem homens pobres e comuns, se receberiam tantas regalias como estão recebendo desta justiça que insiste em não enxergar o óbvio!?

E o dinheiro do povo, onde fica? Onde está o dinheiro que falta na saúde, na educação? Será que os ministros do Supremo e a presidente Dilma saberiam responder para os eleitores que os ajudaram  a estarem no poder?

















quinta-feira, 13 de março de 2014

Momento Poético!





Metade de um ser.


Tudo em mim era um pouco de você
Agora sou apenas metade metade um ser
Entregue a dor da solidão
Num abismo onde só vejo escuridão
As palavras se escrevem cegas
Como letras que são pregas
Num papel completamente amassado
Que formou um poema ao amado…


desconhecido



A mais bela das pessoas!

Bela como uma noite linda,
Um céu com mil encantos,
Em tudo és bela, em tudo és pura, em tudo um eterno encanto,
e o olhar um céu tão belo com mil estrelas douradas...
Sonhei com a beleza de um mundo encantado, e nele encontrei você.
Você tão bela como as estrelas e meiga como o luar.
Em noites tensas e silenciosas,
És uma linda estrela adormecida, a enfeitar uma vida que te amo...
Tu és um tesouro,
Jóia de real valor,
Tu és a mais bela das pessoas,
Um anjo de asas leves,
A encantar um céu de mil flores num jardim.
Um amor para uma vida,
És tu meu amor!



Autor ( Leandro R. Santos )







Hoje e Sempre.

Hoje senti uma imensa vontade de lhe ouvir e lhe sentir,
sei que está muito longe do meu corpo e do meu olhar,
mas espero que nunca se esqueça que você será sempre como
uma flor num campo se pertencer a mim certamente
irá murchar e perder o teu encanto.
Obrigado por existir e me oferecer mesmo de longe teu eterno...

AMOR E ENCANTO!



Autor ( Mel Montes )




Beber café diminui a embriaguez?



Diminui. O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central, porque reduz sua atividade ao dificultar a passagem de mensagens entre os neurônios do cérebro. Não se sabe exatamente por que isso acontece, mas acredita-se que o álcool altera a composição da membrana dos neurônios, dificultando a transmissão dos impulsos nervosos. Isso faz com que a pessoa fique sonolenta, desequilibrada e sem coordenação motora.

Já a cafeína presente no café tem exatamente o efeito oposto. "Ela intensifica a passagem dessas mensagens neuronais, amenizando o efeito provocado pela ingestão de bebidas alcoólicas", afirma o farmacêutico bioquímico Roberto De Lucia, da Universidade de São Paulo. Para reduzir o efeito da bebedeira, o café deve ser ingerido sem açúcar, pois essa substância dificulta a absorção da cafeína pelo organismo, prejudicando sua ação.




Fonte: Mundo Estranho

quarta-feira, 12 de março de 2014

Cantora nigeriana torna-se branca após o uso de cosméticos que alteram pigmento da pele!


  

A transformação da pop star nigeriana Denica é particularmente inquietante.


Nas fotografias, aparece sua mudança radical: ela passou de um marrom saudável para um branco pálido, usando sua própria marca de clareamento de pele, um creme chamado Whitenicious.

O produto cosmético controverso lhe trouxe muitas críticas por causa do que ela representa, mas ela tem apenas uma resposta para silenciar seus críticos: "Eu não me importo, porque são eles que estão me trazendo dinheiro.".

Whitenicious é vendido como um removedor de manchas escuras e clareia a pele eficazmente em apenas sete dias. O creme se tornou bastante popular na África Ocidental, onde algumas mulheres estão simplesmente obcecadas com a cor de sua pele. E de acordo com Denica, ela não acha que está incentivando as pessoas a mudarem: ela está apenas dando às meninas o que elas querem. "Essas meninas não estão somente tentando clarear a pele. Elas estão apenas tentando se livrar de pequenas coisas que estão fazendo com que se sintam desconfortáveis, sabe?", disse ela, referindo-se às manchas escuras.

Denica também tentou se justificar, explicando que muitos de seus clientes foram afro-americanos, e não africanos. Os críticos não estão aceitando sua explicação também. Ela foi especialmente criticada por mudar o seu próprio tom de pele como uma jogada de marketing. Seu antes e depois nas fotos mostram uma transformação quase inacreditável.



Muitas pessoas sentem que o que ela está fazendo é fundamental para promover o auto-ódio entre os jovens africanos negros. Quando o produto foi lançado em janeiro, uma pessoa chegou a responder no Twitter: "Este creme #whitenicious de vocês é uma abominação e cria mais insegurança entre as mulheres em todo o mundo.".

Entretanto, parece que a pop star não está muito preocupada com isso. "Quando você tira a foto e você coloca em comparação com uma foto minha mais escura, é isso que você está dizendo às pessoas: que o produto realmente funciona. E adivinhem? As pessoas realmente querem comprá-lo. É o que é. Eu realmente não me importo", ela admitiu.

Denica também é rápida em apontar que a maioria das mulheres não usaria Whitenicious para mudar seu tom de pele completamente, por conta do seu alto preço. O pote pequeno custa em média R$ 130 e o grande, R$ 320. "Eu não consigo ver ninguém gastar todo esse dinheiro para branquear toda a sua pele”, disse. "Tenho clientes que chegam na loja e compram coisas de mais de R$ 4 mil? Sim, eu tenho. Eu pergunto-lhes o que eles querem fazer com ele? Não, eu não me importo, pois é o dinheiro deles, é como eles querem gastá-lo.".

Ela nem parece muito preocupada com a possibilidade do creme ser canceroso. Quando avisada sobre isso, ela se mostrou completamente imperturbável: "Mas adivinhem? O ar que você respira lá fora faz com que você tenha câncer. Tudo no mundo faz com que as pessoas tenham câncer.”.

"Whitenicious é o que é", disse ela simplesmente.





Fonte: PRISCILA NAYADE/Jornal Ciência


segunda-feira, 10 de março de 2014

E se......O rock não existisse?



Os jovens teriam outro jeito de se vestir, de encarar o sexo e de protestar. Aliás, seriam menos jovens: passariam da infância à fase adulta, sem saber o que era adolescência. 


Menos jovens, menos rebeldes e mais virgens. Assim seria um mundo onde nunca houvesse surgido o rock'n'roll. "A maior contribuição do rock para a sociedade foi a libertação do corpo em todos os sentidos", afirma Herom Vargas, professor de história da cultura da Universidade Metodista de São Paulo.

"Estaríamos fadados a não fazer amor antes do casamento, a não nos rebelar contra padrões sociais preestabelecidos e enfrentaríamos barreiras até para experimentações estéticas corriqueiras, como usar calça jeans e fazer tatuagens."

É possível que não existisse a adolescência como a conhecemos. Até a década de 1950, o esperado era que você passasse de criança para adulto mirim, sem escalas. Com os primeiros solos de Chuck Berry e Bill Haley e as primeiras reboladas de Elvis, ficou claro que uma revolução cultural estava em andamento.

 E ela afetava diretamente aqueles seres inclassificáveis que estavam na puberdade e queriam imitar os desajustados despojados que apareciam na TV e no cinema. Se nunca tivesse visto Elvis rebolando de jaqueta de couro, o jovem Erasmo Esteves seria um anônimo tijucano sem o sobrenome e talvez sem a amizade de Roberto Carlos, que insistiria em ser famoso com boleros e bossas-novas.

Também perderíamos uma forma de expressão importante. Conceitos como socialismo e anarquismo ficariam sem uma plataforma de divulgação competente para os jovens pouco afeitos à leitura de Karl Marx e Mikhail Bakunin, o que enfraqueceria as revoltas e manifestações populares.

 Como o professor Herom Vargas afirma, o rock trazia em si a noção estética da rebeldia. "A música desobedecia estéticas, com o ruído da guitarra e danças que punham os corpos a distância e cada vez mais soltos. Essas rebeldias se juntaram a todas as outras: sociais, políticas, ideológicas..." Os Sex Pistols não ironizariam a rainha da Inglaterra e o The Clash não lançaria luz sobre conflitos de esquerda na Nicarágua. Até as manifestações que tomaram o Brasil em junho seriam comprometidas. Mayara Vivian, uma das porta-vozes do Movimento Passe Livre, afirmou em plena Câmara Municipal de São Paulo: "Eu não gosto de políticos. Eu gosto de Ramones."

Seria mais difícil fazer sexo sem o empurrãozinho dos roqueiros. Assim como nossos bisavós, teríamos poucas chances de treinar nossas habilidades sexuais. A menos que se fizesse tudo às escondidas. Com seus refrões libertários e as curtas vidas loucas de gente como Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Morrison (todos mortos aos 27 anos), o rock foi a pólvora que detonou a explosão da revolução sexual. Sem ele, o "amor livre" ainda estaria preso em algum celeiro do interior dos EUA.






Fonte: Nathan Vargas/Super



sábado, 8 de março de 2014

8 de Março - Elas têm mesmo o que comemorar?




Causa um embrulho no estômago ver as imagens feitas pelo fotógrafo espanhol Emílio Morenatti, que retrata mulheres paquistanesas agredidas por maridos, pais e familiares. As cicatrizes, mais do que rostos deformados, estampam uma sociedade doente, que seja aqui ou do outro lado do mundo, ainda trata as mulheres como saco de pancadas. Os casos de violência doméstica, quando chegam a desfechos trágicos, extrapolam as quatro paredes e ganham os noticiários.
(Veja as fotos nesse link:http://entretenimento.r7.com/mulher/fotos/mulheres-expoem-cicatrizes-para-denunciar-violencia-domestica-em-ensaio-de-fotos-07032014#!/foto/12.)

Como esquecer Célia Regina Pesquero, química formada e doutorada na USP, onde era professora, que teve o maxilar fraturado pelo marido. Após a agressão, ele se jogou do 13º andar do prédio onde moravam, em Osasco, com filho do casal, Ivan, de 6 anos, no colo. Celia confirmou à polícia que “sempre apanhava”. Se no caso dela chama a atenção o alto nível de escolaridade, a realidade das mulheres brasileiras é alarmante em todos os níveis.

A pesquisa 'Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado" da Fundação Perseu Abramo, organizada pelo professor da Faculdade de Sociologia da USP, Gustavo Venturi, a violência contra a mulher permeia toda a sociedade, seja qual for o recorte, renda, cor, escolaridade, região, ou outro fator. O estudo investigou 20 diferentes modalidades de violência, agrupadas por controle ou cerceamento, violência física, psíquico-verbal, sexual e assédio.

Espancadas a cada 2 minutos

E revelou que 10% das entrevistadas já foram espancadas uma vez na vida – 20% dessas no último ano. Resultado: cinco mulheres são espancadas no Brasil a cada 2 minutos. “Durante muito tempo, a sociedade defendeu que em briga de marido e mulher não se mete a colher, as mulheres não encaram publicamente, as pessoas acham que é um problema do casal”, acredita Venturi. Quando questionados, os homens revelam a proximidade com a violência. “Dos homens entrevistados 50%  disseram conhecer alguém que já bateu em mulher, e 25% tinham algum caso na família.”

O que motiva tanta violência? Em metade dos casos, tanto homens quanto mulheres declararam que a briga por causa da fidelidade é apontada como principal vilã, demonstrando que o tema da posse, do pertencimento ao outro, é a questão de fundo que mais alimenta essa violência. “Isoladamente é a principal razão. As questões relativas à autonomia delas (a mulher quer sair para trabalhar, escolher como se vestir ou voltar a estudar) geram 1/5 das agressões.”

Cantadas baratas

Agredidas dentro de casa, as mulheres sofrem também nas ruas. O assédio, travestido de cantadas baratas, mereceu uma campanha de alerta contra o incômodo e os traumas que causa. Mais de 80% das mulheres que participaram do levantamento Chega de Fiu Fiu, realizada pelo site Olga, declararam que não gostam de receber as tais cantadas na rua.

Cerca de 90% delas já deixaram de fazer alguma coisa por medo de assédio; 85% já sofreram com estranhos passando a mão em seus corpos. “O assédio é grave e não tem limites, nem mesmo de idade: algumas mulheres me confidenciam que sofreram pela primeira vez com o problema aos dez, nove e até oito anos. Infelizmente, tal comportamento é visto com normalidade por grande parte das pessoas. Também é legitimado por propagandas e formadores de opinião equivocados, que confundem as relações românticas naturais humanas com a violência e agressividade do assédio sexual”, declara Juliana de Faria, uma das idealizadoras da campanha.

Provar às próprias mulheres que, não, não é culpa delas, é o maior desafio. A cultura machista está impregnada não apenas na mente dos homens, como também na das mulheres, que compram a ideia (equivocada) de que são algozes onde seriam vítimas. Na série "100 Mulheres - Vozes de Meio Mundo", publicada globalmente pela BBC, a historiadora Mary Del Priore levanta essa bandeira. “As mulheres brasileiras do último século conquistaram o direito de votar, tomar anticoncepcionais, usar biquíni e a independência profissional.

Mas ainda hoje são vítimas de seu próprio machismo.” Segundo ela, que é autora de obras como História das Mulheres no Brasil (ed. Contexto) e Histórias e Conversas de Mulher (ed. Planeta), "muitas não conseguem se ver fora da órbita do homem e são dependentes da aprovação e do desejo masculino.”

Mulheres machistas

Segundo ela, o machismo no Brasil se deve muito às mulheres. “São elas as transmissoras dos piores preconceitos. Na vida pública, elas têm um comportamento liberal, competitivo e aparentemente tolerante. Mas em casa, na vida privada, muitas não gostam que o marido lave a louça; se o filho leva um fora da namorada, a culpa é da menina; e ela própria gosta de ser chamada de tudo o que é comestível, como gostosa e docinho, compra revistas femininas que prometem emagrecimento rápido e formas de conquistar todos os homens do quarteirão. O que mais vemos é o machismo das nossas mulheres.”

A posição é polêmica, mas ajuda a compreender a subserviência feminina diante de questões maiores, como a aceitação de salários muito mais baixos do que o dos homens, ainda que com jornadas de trabalho tão ou mais exaustivas.

Salários de 1993

Segundo levantamento do DataPopular, o que as mulheres ganham hoje é o que os homens recebiam em 1993.  “O que talvez explique a inatividade da mulher frente a esse padrão é que, com a entrada num mercado de trabalho tão competitivo, com tantas crises econômicas e uma classe média achatada, a luta pela sobrevivência se impõe sobre qualquer outro projeto.

Essa falta de tempo para respirar, o fato de ter que bancar filhos ou netos, isso talvez não dê à mulher tempo para se conscientizar e se erguer acima do individualismo – outra tônica do nosso tempo – e pensar no coletivo”, acredita Mary Del Priore.

O aumento da presença feminina no mercado de trabalho é inegável. Dados do Data Popular apontam que mais de 10 milhões de mulheres no Brasil passaram a trabalhar nas duas últimas décadas. Em 1992, as mulheres contribuíam com menos de 1/3 da massa de renda total dos brasileiros. Em 2012, já representavam quase 40% desse montante. De 1993 a 2013 saltou de 20% para 38% o número de mulheres responsáveis pelo domicílio.

Na classe baixa o percentual de lares chefiados por mulheres é ainda maior. De acordo com a amostra "Síntese de Indicadores Sociais" do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em relação aos casais sem filhos, o índice de chefia feminina passou de 4,5% em 2001 para 18,3% em 2011; já entre os que têm filhos, subiu de 3,4% para 18,4%, no mesmo período. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) aponta que 37,4% das famílias têm como pessoa de referência a mulher. No entanto, 13% revelam já terem sido espancadas dentro de casa. Essa conta não fecha. O cenário não parece de fato favorável a comemorações.



Fonte: R7




Mulher


Que traz beleza e luz aos dias mais difíceis
 que divide sua alma em duas para
carregar tamanha sensibilidade e força.
 Que ganha o mundo com sua coragem,
 que traz paixão no olhar.
  Mulher, Que luta pelos seus ideais,
Que dá a vida pela sua família.
  Mulher, Que ama incondicionalmente 
Que se arruma, se perfuma
 Que vence o cansaço.  Mulher, Que chora e que ri
Mulher que sonha...
  Tantas mulheres, belezas únicas,
 vivas, cheias de mistérios e encanto!
 Mulheres que deveriam ser lembradas,
amadas, admiradas todos os dias.
Para você, mulher tão especial.
 Feliz Dia Internacional da Mulher!