sábado, 31 de outubro de 2015

Vinho ou Cerveja? O que é melhor para a saúde?




Poucas bebidas (exceto, talvez, o chá e o café) dividem o mundo de maneira tão radical quanto a cerveja e o vinho. Gostos à parte, as duas apresentam diferença sutis na maneira como afetam o organismo e a saúde.

A BBC Future peneirou as evidências recolhidas por vários estudos científicos para tentar derrubar alguns dos mitos que cercam as duas bebidas. Sirva-se.

Qual embriaga mais rapidamente?
Uma pint de cerveja (665 ml) e uma taça média de vinho (175 ml) possuem praticamente o mesmo teor alcoólico. No entanto, a embriaguez ocorre quando esse álcool passa para a corrente sanguínea. E a velocidade com que isso acontece varia com cada bebida.

Mack Mitchell, da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, recentemente fez um experimento no qual pediu para um grupo de 15 homens ingerirem diferentes bebidas em dias distintos. Ele se certificou que o conteúdo alcoólico era compatível com o peso corporal de cada voluntário e monitorou para que a bebida fosse consumida no mesmo intervalo de 20 minutos.

Em um resultado pouco surpreendente, os destilados foram os que entraram na corrente sanguínea mais rapidamente. Em seguida, vem o vinho (que chega a um pico de saturação no sangue 54 minutos depois de ingerido), e a cerveja (que leva 62 minutos no mesmo processo). Em outras palavras, uma taça de vinho “sobe” mais rapidamente que uma pint de cerveja.

Conclusão: A cerveja é uma aposta mais certeira para se evitar vexames.

Qual engorda mais?
Bebidas alcoólicas são ricas em calorias e por isso podem contribuir para o ganho de peso
À primeira vista, a ideia da “barriga de cerveja” parece ser verdade. O próprio álcool já é rico em calorias, sem contar todos os açúcares que tornam essas bebidas tão saborosas.

Com 180 calorias, uma pint de cerveja tem 50% mais conteúdo energético do que uma taça pequena de vinho – o suficiente para ajudar a acumular uns quilinhos.
Mas para quem bebe moderadamente, as diferenças tendem a ser bem pequenas. Uma recente revisão de dezenas de estudos, realizada por especialistas do Instituto de Pesquisa de Ontário, no Canadá, concluiu que nem os apreciadores do vinho nem os da cerveja tendem a engordar a curto prazo.

Os autores notaram, no entanto, que a pesquisa mais longa durou apenas dez semanas. Ou seja, elas podem ter deixado de registrar uma pequena alteração de peso – até mesmo 1 quilo ganho nesse período pode significar um acúmulo radical de 25 quilos em um período de cinco anos.

Conclusão: As diferenças são pequenas, mas o vinho sai em ligeira vantagem ao engordar um pouco menos.

Qual dá a pior ressaca?
Cientistas ainda precisam compreender melhor as causas da ressaca
Apesar de seus esforços, cientistas ainda precisam entender melhor o mais incrível inimigo de quem bebe: a ressaca. Ainda não compreendemos totalmente as suas causas.

A desidratação parece ser um fator importante (o álcool faz com que eliminemos mais líquidos do que ingerimos). Mas o problema também pode ser provocado por subprodutos da fermentação.
Chamadas de congêneres, essas moléculas orgânicas dão a cada uma das bebidas seu sabor e aroma únicos, mas também podem ser tóxicos para o organismo, resultando na sensação de cabeça latejando e nos enjoos que normalmente sucedem uma noite de excessos.

A crença geral é de que as bebidas mais escuras são as que contêm mais congêneres. Mas na realidade, as evidências disso ainda são duvidosas. Apesar de alguns destilados escuros, como o bourbon, produzirem uma ressaca mais intensa do que a vodca, por exemplo, os diferentes tipos de cerveja e de vinho não parecem atuar de maneira significativamente distinta, de acordo com pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston.

Conclusão: Muito duvidoso para bater o martelo definitivamente.

Qual é melhor para a saúde?
Vinho tinto é a bebida mais rica em polifenóis, que trazem benefícios à saúde
Sempre ouvimos falar que uma taça de vinho por dia ajuda a “rejuvenescer” o corpo, reduzindo o risco de doenças cardíacas, pressão alta e diabetes. Esses benefícios viriam dos chamados polifenóis (encontrados principalmente no vinho tinto), que aliviam inflamações e combatem os radicais livres.

Já a cerveja nunca está muito presente nesses boletins de saúde. Mas um estudo da Universidade de Barcelona, na Espanha, indica que a bebida também contém uma dose razoável de polifenóis e parece oferecer certos benefícios, comparáveis aos do vinho branco (mas menos que o tinto).
Obviamente, nenhum deles dá sinal verde a excessos.

Conclusão: O vinho tinto ganha de longe, mas a cerveja pode ser melhor do que outras bebidas alcoólicas.

Veredicto final: Quando se trata de benefícios para a saúde, o vinho se mostra um melhor “remédio”. No entanto, fãs da cerveja podem ao menos dizer que sua bebida favorita tem uma história mais ilustre. Alguns antropólogos sugeriram recentemente que nosso apreço pela cerveja pode ter dado origem à atividade agrícola e, por isso, à própria civilização. Nada mal para se pensar da próxima vez que se sentar em um bar com amigos.




Fonte: David Robson/BBC



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Policial branco agredindo estudante negra - Racismo?



A polêmica em torno do vídeo mostrando um policial branco agredindo uma aluna negra em uma escola do Estado americano da Carolina do Sul ganhou novos contornos. O que pareceu um incidente isolado agora surge como evidência de tensões raciais não apenas na escola, mas na cidade de Columbia.

O episódio ocorreu na semana passada, na Spring Valley High School, mas veio à tona na segunda-feira com divulgação de um vídeo mostrando o agente Ben Fields atirando a estudante no chão e arrastando-a pela sala de aula - aparentemente, tudo teria começado quando a estudante se recusou a sair de sala após ser advertida pela professora por ter enviado uma mensagem de texto em seu celular.
As imagens viralizaram e causaram revolta nos EUA, motivando até a abertura de uma investigação pelo Departamento de Justiça, que também acionou o FBI, a polícia federal americana.

Fields foi suspenso preventivamente, mas o comandante da polícia local, o xerife Leon Lott, disse que o agente foi agredido pela estudante - algo que não teria sido mostrado pelo vídeo. Na sua opinião, a menina, que ainda não foi identificada, "tem alguma responsabilidade pelo que aconteceu".
"Se ela não tivesse tumultuado a sala de aula, não estaríamos aqui falando sobre isso", afirmou Lott em entrevista à rede CNN.

'Apaziguar os ânimos'
O xerife, porém, enfatizou sua reprovação ao comportamento do policial.
"Não há justificativa para alguma de suas ações. Queremos apaziguar os ânimos em vez de acirrá-los. Se alguém está pegando fogo você não derrama gasolina sobre ele".
A investigação do FBI vai apurar se houve violações à legislação americana de direitos civis, evidenciando que o caso pode ganhar contornos políticos.

Nos últimos anos, grupos de defesa dos direitos civis acusaram as autoridades educacionais de Columbia de discriminação racial no tratamento disciplinar de estudantes, e uma associação de pais de alunos negros foi formada para fazer pressão junto às escolas.

As tensões na região cresceram com as mudanças demográficas. O distrito de Richland, onde fica a Spring Valley High School, era majoritariamente branco, mas nos últimos a proporção de alunos negros superou a de brancos e chegou a quase 60% dos 27,5 mil alunos.
No entanto, de acordo com Hugh Harmon, presidente da associação de pais, professores e autoridades educacionais são majoritariamente brancos.

"As ações do policial apenas ressaltaram o que muitos pais de alunos afro-americanos têm sofrido neste distrito há muito tempo", declarou Harmon.
Mas o caso também voltou a colocar uma força policial americana na berlinda por conta das suspeitas de racismo. Nos últimos meses houve diversos casos de uso desproporcional de força de policiais brancos contra suspeitos negros, gerando reações públicas até do presidente Barack Obama.



Fonte: BBC




segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Estupros de crianças na Índia!


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Ela foi encontrada na última sexta-feira, em um parque perto de sua casa, na região oeste de Nova Déli, capital da Índia, sangrando muito.

A menina tem apenas dois anos e meio.
Havia sido sequestrada horas antes por dois homens e, segundo a polícia indiana, estuprada pelo menos uma vez.

No mesmo dia, em outro incidente, uma menina de cinco anos foi estuprada por três homens no leste da cidade, após ser atraída até a casa de um vizinho.

As duas meninas estão em tratamento médico e acredita-se que estejam fora de perigo, de acordo com a polícia.
Na investigação do primeiro ataque, a polícia interrogou moradores da região e prendeu dois rapazes de 17 anos.

Outros três homens, suspeitos de participação no segundo ataque, também foram detidos.
Os ataques ocorreram uma semana após uma criança de quatro anos ser encontrada perto de uma linha de trem no norte da cidade. A menina tinha sido estuprada e ferida gravemente com um objeto pontiagudo.

Os estupros motivaram protestos nas ruas e em redes sociais, e expuseram a ira e a impotência de uma sociedade em que, segundo organizações de direitos humanos, os estupros de mulheres são uma verdadeira epidemia.

Estima-se que esse número seja apenas uma pequena parte dos casos que ocorrem na cidade, de mais de 13 milhões de habitantes.
O ministro-chefe de Nova Déli, Arvind Kejriwal, acusou o governo e a polícia de não fazerem o suficiente para proteger as crianças na cidade.

Kejriwal criticou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o governador Najeeb Jung por não proporcionarem segurança adequada.
"Os seguidos estupros de menores são vergonhosos e preocupantes. A polícia de Déli fracassou por completo em prover segurança", comentou Kejriwal em sua conta no Twitter.

A polícia da capital indiana é subordinada ao governo nacoinal, mas o político considera que o primeiro-ministro deve tomar medidas para conter a impunidade ou transferir o controle da polícia ao Estado.

A chefe da Comissão de Mulheres de Déli, Swati Maliwal, visitou as três vítimas recentes e também criticou duramente as autoridades.
De 11 mil crimes contra mulheres registrados pela polícia de Nova Déli em 2014, apenas nove resultaram em processos.

"Há uma falta total de medo, porque se não há condenações e se as pessoas não pagam o preço pelo o que fizeram como as coisas vão mudar?", afirmou Maliwal à BBC.
Foi na capital onde há três anos, em 16 de dezembro de 2012, um desses ataques mobilizou a opinião pública.

Depois de ter ido ao cinema, uma mulher pegou um ônibus com um amigo por volta das 20h30. Seis homens estavam no veículo: cinco adultos e um adolescente.
O grupo atacou o homem e todos se revezaram para estuprar a mulher, antes de atacá-la com um objeto de ferro.

O motorista do ônibus, Mukesh Singh - que garante não ter participado do ataque, embora ainda seja investigado - afirmou sobre o caso: "Uma mulher decente não circula por aí às 21h. Uma jovem é muito mais responsável por um estupro do que um jovem".

A diretora britânica Leslee Udwin entrevistou o motorista para um documentário que a BBC 4 veiculou neste ano.
E também conversou com Gaurav, um homem que tinha estuprado uma menina de cinco anos.
Questionado sobre como poderia ter atacado alguém de altura menor do que seus joelhos, ele respondeu: "Era uma mendiga. Sua vida não tinha valor."





Fonte: BBC



domingo, 18 de outubro de 2015

Solução para a crise da água?



Em tempos de escassez de água em diversos Estados do Brasil, a solução para o problema poderia ser óbvia: aproveitar a abundância da água do mar para o uso comum por meio da dessalinização.

Os oceanos cobrem mais de 70% da superfície da Terra e contêm 97% da água do planeta.
Mas a energia necessária para esse processo era muito custosa e, com isso, inviabilizava o uso da água do mar para esses fins.

Recentemente, porém, graças às novas tecnologias, os custos foram reduzidos à metade e enormes usinas de dessalinização estão sendo abertas ao redor do mundo.

Usinas
A maior usina dessalinizadora do planeta está em Tel Aviv (Israel) e já está sendo ampliada para alcançar seus limites máximos de produção.
Isso significa 624 milhões de litros diários de água potável. E ela pode vender mil litros (que é o consumo semanal médio de uma pessoa) por US$ 0,70 (cerca de R$ 2,71).
Outra usina de dessalinização, que fica em Ras al-Khair, na Arábia Saudita, alcançará sua produção plena em dezembro.

A usina que será a maior do mundo, na Arábia Saudita, poderia produzir 1 bilhão de litros por dia
Instalada no leste da Península Arábica, ela será maior do que a de Israel e abastecerá Riad – cuja população está crescendo rapidamente – com 1 bilhão de litros por dia.

Uma usina de energia elétrica vinculada a ela pode produzir até 2,4 milhões de watts de eletricidade.
Da mesma forma, será instalada em San Diego a maior usina dessalinizadora dos Estados Unidos, que estará operando a partir de novembro.

No Rio de Janeiro, o governador Luiz Fernando Pezão disse no início deste ano que está analisando a possibilidade de construir uma usina dessalinizadora para abastecer até 1 milhão de pessoas no Estado.

Em São Paulo, após o agravamento da crise hídrica recente, o governador Geraldo Alckmin chegou a dizer que houve um estudo sobre o uso da dessalinização como fonte alternativa de água potável, mas que o custo inviabilizaria o processo.
A técnica já é usada na região semiárida do Brasil e em outros 150 países.

Tecnologia
O método tradicional de transformar água do mar em água potável é aquecê-la e depois recolher a água evaporada como um destilado puro.
Isso demanda uma grande quantidade de energia, mas torna-se algo factível se combinado com usinas industriais que produzem calor em seu funcionamento normal.

As novas dessalinizadoras da Arábia Saudita estão sendo construídas juntamente com usinas de energia exatamente por esse motivo.
Essa osmose reversa utiliza menos energia e deu uma nova oportunidade a uma tecnologia que existe desde os anos 1960.

Basicamente, o sistema consiste em empurrar a água salgada através de uma membrana de polímero que contém furos minúsculos, do tamanho de um quinto de nanômetro.
Esses orifícios são suficientemente pequenos para bloquear as moléculas de sal e suficientemente grandes para permitir a passagem das moléculas de água.

"Esta membrana remove completamente os sais minerais da água", explica o professor Nidal Hilal, da Universidade de Swansea, no Reino Unido.

Dessalinização
Mas essas membranas poderiam entupir facilmente, o que prejudicaria muito o desempenho do processo.
Agora, porém, existe uma tecnologia mais avançada de materiais e técnicas de tratamento prévio que fazem com que essas membranas funcionem com maior eficiência por mais tempo.
E em Israel, os designers de Sorek conseguiram poupar energia usando vasos de pressão com o dobro do tamanho.

Tecnologia alternativa
A osmose direta é uma forma alternativa de eliminar sal da água do mar, segundo o professor Nick Hankins, engenheiro químico da Universidade de Oxford.
Em vez de empurrar a água através da membrana, uma solução concentrada é utilizada para extrair o sal.

Depois, essa solução é eliminada restando apenas a água pura. "É possível separar a água do sal usando bem pouca energia", assegura o professor.
Outro método possível é a chamada dessalinização capacitiva que, basicamente, significaria ter um ímã para atrair o sal.

"Deveríamos ser capazes de dessalinizar a água usando algo entre a metade e a quinta parte da energia usada para a osmose reversa", diz Michael Stadermann, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, da Califórnia.
Essa técnica ainda está em fase de testes.

E o sal que sobra?
Um problema gerado pela dessalinização da água do mar é justamente o que fazer com o sal que sobra.
A água no Golfo Pérsico historicamente tem 35 mil partículas de sal por milhão (ppm). Mas segundo o Ministério do Meio Ambiente e da Água, algumas áreas próximas às usinas chegam a ter 50 mil ppm.
"É preciso garantir que a água muito salgada seja deslocada para um local suficientemente longe do mar para que não haja recirculação dessa água, porque, se isso acontecer, ela voltará ainda mais salgada", disse Floris van Straaten, da empresa de engenharia suíça Pöyry, que supervisiona a construção do projeto Ras al-Khair.



"Nossa usina está sendo instalada ao lado de uma usina de energia que usa a água do mar para refrigeração", diz Jessica Jones, da Poseidon Water, empresa que está construindo a usina de Carlsbad na Califórnia.
"Nosso descarregamento é misturado, mas, no momento em que ele entra no oceano, o sal já está dispersado."

Nos Estados Unidos, porém, grupos ecologistas têm lutado nos tribunais contra a construção de novas usinas de dessalinização, dizendo que as consequências da reintrodução da salmoura no mar ainda não foram estudadas o suficiente.
"E quando a água está sendo extraída do oceano, ela traz peixes e outros organismos. Isso tem um impacto ambiental e econômico", explica Wenonah Hauter, diretor da Food And Water Watch em Washington.

Preço da água
A dessalinização pode se tornar cada vez mais barata, ainda que ela seja muito cara para os países pobres – dos quais muitos sofrem com escassez de água.
Mais de dois quintos da população de 800 milhões do continente africano vivem em regiões de "estresse hídrico", o que significa viver com o fornecimento de menos de 1.700 metros cúbicos de água por pessoa.

A ONU prevê que, em 10 anos, quase 2 bilhões de pessoas viverão em regiões com escassez de água, vivendo com menos de mil metros cúbicos de água cada uma.
Tudo o que essas regiões mais precisam é de um dispositivo de dessalinização que possa abastecer cada 100 ou 200 pessoas.

A dessalinização capacitiva é uma solução em potencial, da mesma forma que a dessalinização com energia solar, cujos custos já reduziram o triplo em 15 anos.
Assim, enquanto a dessalinização já avançou enormemente nos países ricos, também é necessário que chegue às regiões pobres, que são as que mais sofrem com a falta de água.





Fonte: BBC



sábado, 17 de outubro de 2015

Horário de Verão - Seus efeitos negativos!





Um estudo realizado recentemente no Brasil concluiu que o corpo humano precisa de ao menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Enquanto essa adequação não ocorre, são comuns problemas como falta de atenção, de memória e sono fragmentado.

O horário de verão 2015 começa no Brasil neste domingo, dia 18, e vai até o dia 20 de fevereiro de 2016. Nesse período, o relógio é adiantado em uma hora.
O objetivo é economizar cerca de 4% da energia consumida no país, de acordo com estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o órgão governamental que controla o setor.
A medida é comum em muitos países.

As primeiras ideias sobre o tema surgiram no fim do século 18 e um de seus maiores defensores foi o patriarca americano Benjamin Franklin. Ele dizia que a mudança no horário era necessária para gerar “economia tanto em velas como em querosene”, segundo o pesquisador Guilherme Silva Umemura.

Com mudança no horário, as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera modificações fisiológicas no organismo
De acordo com ele, o horário de verão começou a ser adotado na década de 1930 no Brasil. Mas as discussões acadêmicas significativas sobre seu impacto na saúde começaram nos anos de 1970.

O estudo desenvolvido por Umemura no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritmos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, se enfocou em como a mudança no relógio influi na temperatura do corpo humano.

“Com a mudança no horário as pessoas são obrigadas a acordar mais cedo e isso gera uma série de modificações fisiológicas no organismo”, afirmou.



Fadiga
Segundo ele, a temperatura do corpo começa a subir mais cedo do que antes do horário de verão. Isso aponta para uma desestabilização entre os ritmos da temperatura corporal e da atividade de repouso.
"Essa dessincronização entre diferentes ritmos gera problemas. Desde problemas fisiológicos como distúrbios de sono”.
"A pessoa fica mais propensa a ter deficits de atenção, pode ter maior fadiga durante o dia, problemas para dormir, fragmentação do sono e até mesmo a diminuição da duração do sono”, disse ele.

Para pesquisador da USP Guilherme Silva Umemura, mudança de horário com variação na temperatura corporal
A falta de atenção e a fadiga, afirma, podem ser causadores de acidentes de trânsito e acidentes de trabalho.

No começo do horário de verão, de acordo com ele, a maior incidência do sol em horários considerados noturnos faz o organismo atrasar seu ritmo. Isso faz com que a pessoa tenda a ficar mais tempo acordada por sentir sono mais tarde – o que afetaria negativamente o sono noturno
Os grupos mais afetados são os adolescentes e os jovens adultos, segundo o pesquisador.

Adaptação
Porém, na maioria dos casos aos poucos o corpo começa a “se acostumar” com a nova rotina.
"No nosso trabalho nós observamos que 14 dias seria o mínimo necessário para a pessoa se adaptar ao horário de verão", disse Umemura.
Mas, de acordo com ele, embora isso seja menos comum, para algumas pessoas os sintomas podem perdurar até fevereiro, quando ocorre a mudança para o horário normal.

Para chegar a essas conclusões Umemura fez uma pesquisa, monitorando dia e noite com aparelhos um grupo de cerca de 20 pessoas – tanto no início como no fim do horário de verão do ano anterior.
O assunto da influência do tempo no corpo das pessoas – a chamada cronobiologia – deve ser até tema de um simpósio latino-americano no Estado de São Paulo, em novembro.

A mudança de horário afeta mais quem tem rotinas mais rígidas de trabalho.
Mas para quem tem maior flexibilidade de tempo, o recomendado é tentar minimizar os efeitos da mudança.
Uma receita é ir acordando 15 minutos mais cedo diariamente, para que a transição ocorra aos poucos.







Fonte: Luis Kawaguti/BBC




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Peste Negra ainda mata!



A peste negra, ou pesta bubônica, que dizimou mais de um quarto da população europeia na Idade Média continua em circulação. Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças do governo americano (CDC), só em 2015 foram registrados 15 casos e quatro mortes pela doença nos Estados Unidos.

A epidemia é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida aos humanos por meio de pulgas e alguns animais roedores, como o cão-da-pradaria e o rato-preto. Há dois tipos da doença: a séptica, na qual ocorre infecção no sangue, e a pneumônica, na qual os pulmões são afetados.



A peste pode ser tratada com antibióticos se for diagnosticada logo no começo. No entanto, isso é difícil de acontecer. Nas primeiras semanas, os sintomas da doença são bem parecidos com os de uma gripe comum. A taxa de mortalidade é de 30% a 60% quando não há tratamento.

As maiores áreas de risco, de acordo com os especialistas do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, são os estados do Novo México, Arizona, Califórnia e Colorado durante o verão. É nessa estação em que as pessoas passam mais tempo em áreas externas.

Para se prevenir, a dica é não manusear carcaças e ficar longe dos roedores, pois os animais são os que mais contribuem para a proliferação de pulgas infectadas.






Fonte: BBC








quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Cunha esqueceu o mandamento: "Não roubarás"!

"Deus, tira os caras da Suíça do meu pé e eu te dou uma parte"

A invasão ao Facebook de Eduardo Cunha leva a duas conclusões: a zoeira não tem limites (“o que a Suíça tem de melhor: chocolate, queijo ou banco?”), bem como a cegueira cúmplice de evangélicos.

A quantidade de votos de que Deus o ilumine é chocante, juntamente com milhares de “améns” e louvações variadas.

Cunha é o sujeito que, com a ficha corrida que tem, se descreve nas redes sociais como “evangélico, economista, defensor da vida, da família e do RJ”.

A família, sabe-se agora mais do que nunca, é a dele. O silêncio das lideranças religiosas sobre o presidente da Câmara mostra como, embora decorem os versículos mais obscurantistas da Bíblia, eles não dão a mínima para mandamentos como “não roubarás”.

O neopentecostalismo celebra a riqueza e Eduardo Cunha é um símbolo da prosperidade. Como ele chegou lá é um detalhe. Se picaretas como o pastor Marco Feliciano, por exemplo, pedem o cartão de crédito das pessoas no púlpito, qual o limite moral dessa gente?

As palavras de Jesus Cristo sobe a pobreza não fazem parte da liturgia dos pares de Cunha. Não à toa, suspeita-se que ele lavava dinheiro através de sua igreja.

Jesus se manifestou diversas vezes contra o amor ao dinheiro e contra a ganância. Não faltaria, portanto, assunto para esses religiosos em seus cultos. Eduardo Cunha é um caso pedagógico, entre outras coisas, de onde a ganância desmedida leva um sujeito.

No entanto, evangélicos preferem dizer que Cunha precisa de apoio porque ele é, afinal, um deles. Uma estrela da bancada. O homem que promove cultos numa afronta ao estado laico. Um herói.

Dane-se o Brasil. Dane-se, ao fim e ao cabo, Deus. Muito mais importante do que a ladroagem de um dos nossos é combater os gayzistas, os abortistas, os comunistas (e aquele rapaz gato que deixa o bispo ma-lu-co).

Cunha deveria ser um embaraço para os cristãos, já que ele montou na fé para construir sua carreira. O fato de nenhum líder evangélico se manifestar claramente sobre o colega é sintomático: Eduardo Cunha é espelho e não exceção.





Fonte: Kiko Nogueira



domingo, 11 de outubro de 2015

Anêmonas-do-mar - Chave para a eternidade?



Anêmonas-do-mar são facilmente avistadas no litoral de muitas cidades, mas apesar de sua aparência colorida e brilhante, elas têm um ancestral comum com os humanos. Mas não é por essa característica que esses animais marinhos vêm atraindo a atenção da comunidade científica. Pesquisadores estão estudando se as anêmonas-do-mar podem guardar o segredo da vida eterna. A especialista britânica em meio ambiente Mary Colwell comenta por quê.


A bruxa do conto de fadas Branca de Neve tornou-se famosa pela pergunta retórica: "Espelho meu espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?" Mas seu sonho da juventude eterna é ilusório - na medida em que os anos passam, o corpo humano perde o viço dado que as células sofrem mutação e morrem. Perdemos audição, mobilidade, agilidade mental, massa muscular e cerebral.
A Rainha Má segue o caminho de todos os seres vivos, exceto por uma criatura um tanto quanto negligenciada do mar - a anêmona-do-mar.

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Outrora consideradas plantas, as anêmonas-do-mar são animais de corpo flexível que se agarram às rochas e recifes de coral em águas rasas. Seus tentáculos injetam veneno em pequenos peixes e camarões que se arriscam em atravessá-los e levam as presas paralisadas à sua boca ─ um orifício que também funciona como ânus.

Há mais de mil espécies de anêmonas-do-mar, cujo tamanho varia de alguns centímetros a mais de alguns metros. Elas vivem no oceano, das águas mais quentes às mais frias.

A espécie mais familiar na Grã-Bretanha é a Actinia equina, também conhecida como morango-do-mar. Na maré baixa, seus tentáculos permanecem recolhidos e o animal parece uma mancha vermelha na rocha. Mas na medida em que a maré sobe, as anêmonas-do-mar se transformam e se assemelham a flores, seus tentáculos dançam com a correnteza como pétalas ao vento, buscando comida.

Como diz o biólogo Philip Henry Gosse em seu livro A Year at the Shore ("Um ano no litoral", em tradução livre): "A elegância maravilhosa da forma, o brilho requintado das cores, a grande variedade, os instintos, os poderes, o organismo extremamente elaborado, tudo isso foi outorgado a essas criaturas". Sua prosa efusiva inspirou quem estava começando a explorar o seu litoral. Seus leitores costumavam coletar anêmonas-do-mar e guardá-las em aquários em casa.

Imortalidade?
Normalmente, as anêmonas-do-mar não vivem por muito tempo, mas em condições ideais a realidade é diferente.
"Pelo que sabemos até agora, esses animais são imortais", diz Dan Rokhsar, professor de genética da Universidade da Califórnia, em Berkeley. "Elas vivem por muito tempo ─ uma delas teria vivido 100 anos segundo um registro documentado. As anêmonas-do-mar não envelhecem. Esses animais vivem para sempre e se proliferam, tornando-se cada vez maiores".

Anêmonas-do-mar tem alto poder de regeneração
Se os tentáculos são cortados, por exemplo, nascem novos. Mesmo se as bocas são cortadas, novas "cabeças" surgem. Se elas não forem envenadas ou comidas por outras criaturas, elas parecem poder viver para sempre.

Elas parecem evitar o processo de envelhecimento e os efeitos adversos que nós, seres humanos, sofremos ao longo do tempo. "Você deveria ver tumores nesses animais, mas há poucas descrições disso na literatura científica. Eles estão constantemente se recompondo sem apresentar nenhum sinal de câncer", diz Rokhsar.

Ao invés de envelhecer, as anêmonas-do-mar parece permanecer jovens e em pleno funcionamento. "Se você olhar para uma anêmona-do-mar hoje e uma semana depois a estrutura será igual, mas muitas das células terão sido substituídas por outras novas".

Os cientistas não sabem ainda como isso é possível. "Adoraríamos poder descobrir um gene ou uma pista que nos permita evitar o envelhecimento", diz Rokhsar. Mas ele e sua equipe ainda estão buscando pelo Santo Graal.

Semelhanças
Mas se eles acharem o que estão buscando, isso terá algum impacto no processo de envelhecimento humano?
Na verdade, as anêmonas-do-mar são mais parecidas com os humanos do que muitas pessoas pensam.

"Esses animais vivem para sempre e se proliferam, tornando-se cada vez maiores", diz especialista
"As anêmonas-do-mar são os animais mais simples de que temos conhecimento com um sistema nervoso ─ a estrutura não é organizada como a nossa, mas elas têm uma rede de neurônios que lhes permite responder aos estímulos e ser predadoras muito ativas", diz Rokhsar.

Seus tentáculos podem imobilizar a presa, suas bocas podem abrir e fechar voluntariamente, e elas têm um aparelho intestinal que digere a comida ─ uma característica que as une aos seres humanos em um ancestral comum.

"As anêmonas-do-mar têm muito em comum conosco. Descobrimos muitas semelhanças que não tínhamos constatado quando comparamos os humanos com mosca-das-frutas ou nematódeos. Há paralelos na forma como os genomas estão organizados e como os genes estão estruturados, revelando uma conexão que data de 700 milhões de anos atrás."

Mas há questões filosóficas também. "Até que ponto a imortalidade para uma anêmona-do-mar e a imortalidade para um ser humano são iguais?", questiona Rokhsar.





Fonte: BBC



sábado, 10 de outubro de 2015

Arrastões - Quem está ganhando com eles?



O diretor executivo da Anistia Internacional do Brasil, Átila Roque, fez uma reflexão instigante durante uma entrevista sobre os arrastões. Ele cita a manipulação do medo como forma de legitimar práticas de segregação social.

“O mais grave de tudo isso é fortalecer na sociedade uma ideia de que de fato você precisa de muros na cidade, que tem de fechar linhas de ônibus, cortar o acesso à praia e que certos territórios da cidade pertencem a uma elite de classe média alta majoritariamente branca”, disse Roque ao Uol.

Embora ele não explique, na entrevista, quem manipula este medo, a lista de quem se aproveita desse temor para tirar boas vantagens é bem volumosa. Basta ver quanta gente se elege ou pretende entrar na política abrigando-se sob a causa da defesa da segurança pública.

Para gente da estirpe de Bolsonaro, coronel Telhada ou Datena, é interessante que um fato como o arrastão seja visto sob o prisma do bem contra o mal, apenas como um delito cuja resolução depende do trabalho de “homens de bem” como eles.

Não passa pela cabeça dessa malta uma análise mais refinada do problema, com a discussão dos aspectos sociais existentes por trás das ações nas praias. Para eles, é muito cômodo investir na crença simplória de que a violência se resolve com aumento de efetivo policial, instalação de câmeras de videomonitoramento por todo lado e redução da maioridade penal, entre outras ações pontuais e focadas na repressão.

Até porque soluções intelectualmente mais sofisticadas e sem dúvida mais eficazes, direcionadas ao combate à pobreza, melhoria na educação e redução de abismos sociais, exigem décadas de trabalho contínuo. Tempo demais, incompatível com os anseios imediatos de gestores públicos interessados somente no próprio mandato.

Além de servir de escada para fins eleitoreiros, a manipulação do medo abastece uma indústria de segurança privada, com negócios que abrangem desde simples cercas elétricas ou contratação de vigilantes por pequenos comércios até empreendimentos grandiosos como presídios privados.

No fim das contas, a manipulação citada por Roque é um fenômeno que envolve bastante dinheiro e atende a incontáveis interesses particulares. Não é por acaso que inúmeros problemas de segurança pública se repetem há anos sem indícios concretos de diminuição das ocorrências, por mais que o discurso pela redução da violência seja onipresente nas falas dos políticos.

Os próprios arrastões, por exemplo, acontecem há 20 anos nas praias do Rio, mas pelo nível do debate sobre o problema continuarão presentes nos verões cariocas por muitas e muitas décadas.






Fonte: Marcos Sacramento


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Estudantes racistas alheios à realidade brasileira!

mackenzie

Desde ontem, quem entrou no banheiro masculino do Prédio 3 da Universidade Mackenzie, encontrou rabiscado atrás da porta: “Lugar de negro não é no Mackenzie, é no presídio.”

Em que ano estamos?

Segundo uma nota emitida após o episódio pela universidade, estamos em outubro de 2015, mês em que a instituição completa 145 anos de existência, de uma “história de ampliação de liberdades e construção de oportunidades” e de “compromisso com a defesa dos direitos e garantias individuais e coletivos”.

Mas será que seus alunos representam bem esse compromisso? O problema está na pouca dedicação em transmitir esses valores ou na falta de interesse dos estudantes em absorvê-los?

O Prédio 3 abriga a Faculdade de Direito, curso com mensalidade de R$ 1.681,00.



Na página de apresentação do curso no site da universidade lemos que “O Curso de Direito visa obter do acadêmico de direito uma formação humanística que permita conhecer e compreender melhor o meio social, político, econômico e cultural onde possa atuar, além de compreender as desigualdades sociais e regionais do trabalho, do meio ambiente, do consumidor, das políticas públicas e, acima de tudo o papel do Direito no cenário que se apresenta.”

Então o que explica que ali, naquele ambiente, possamos encontrar um tipo de manifestação hedionda? Quem responde é Adrielly L. S. Oliveira, estudante do 3º semestre.

“Acredito que haver medidas afirmativas, que nos coloquem junto a mais alta elite, revolta, porque infelizmente ainda hoje somos vistos como escória. Já ouvi que não deveríamos ocupar altos cargos pois, se temos cotas, pensamos menos. É um absurdo isso acontecer aqui, uma vez que prezamos lei, justiça e igualdade”, diz Adrielly que tem 50% de bolsa, é uma das duas únicas negras de sua turma, mora em Itaquera e toma dois ônibus mais metrô para chegar às 7:15 da manhã na faculdade em Higienópolis.

Infelizmente a situação não está restrita ao Curso de Direito. Michelli Oliveira é estudante de Jornalismo no mesmo campus. Em uma sala de 60 alunos, há apenas duas negras. Michelli é uma delas e é a única bolsista pelo Prouni. A mensalidade do curso de Jornalismo é de R$ 1.900,00. “Ser negro e pobre é meio que pedir o preconceito”, diz.

Em agosto deste ano, Michelli já tinha se deparado com outra inscrição semelhante: “O Mack não deveria aceitar negros nem nordestinos.”

“Todos os dias me arrumo e vou para o Mackenzie estudar. Vejo no campus que sou uma das poucas com cabelo black e que os muitos que se parecem comigo são os funcionários. Tenho orgulho de ser Mackenzista, mas também, tenho vergonha e dó daqueles que estão lá e acham que suas classes sociais e suas etnias são mais importantes que o resto do universo. A dor não é só minha, mas de todos aqueles que são afetados com essas declarações de ódio”, desabafou.

Não é lícito suspeitar que a Universidade Mackenzie tolere e muito menos incentive a discriminação (a nota oficial diz que repudia o ato de cunho racista, que desconhece a autoria e informa já ter instaurado procedimento interno para apuração). O problema está obviamente nos alunos das faculdades particulares, sobretudo essas tradicionais, caras, que nunca viram vizinhos de sala pertencentes a outras cores e de outras bandas.

Dirão que é papo de comunista, mas essas pessoas estão sim muito incomodadas com a presença e ascensão das classes menos favorecidas. Veem seu reinado sob ameaça. Há poucas semanas estudantes de medicina fizeram um blackface para criticar cotistas. Disseram que era brincadeira inocente.

A proximidade de uma turma que acorda às 4 da manhã para trabalhar e estudar sem nunca ter tido uma base educacional satisfatória, que nunca pôde ficar deitada no sofá a tarde toda depois da aula, que nunca foi levada de carro para a escola, para o clube, para lado nenhum, provoca essa estupidez.

Para os filhos dos que sempre tiveram o futuro garantido, a presença incômoda de “intrusos” precisa ser diminuída na base de insultos. Aliás, esses parecem ser os únicos recursos que essas pessoas possuem. E como racismo é crime, lugar de branco pode ser no presídio também.






Fonte: Mauro Donato






quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A memória digital está prejudicando a memória humana!



O uso indiscriminado de tecnologias digitais está enfraquecendo a memória dos seres humanos, revelou uma nova pesquisa.

O estudo, conduzido por uma empresa de cibersegurança sediada no Reino Unido, constatou que as pessoas vêm recorrendo a computadores e dispositivos móveis para guardar novas informações em vez de usar seus próprios cérebros.

Segundo a pesquisa, muitos adultos que ainda se lembravam de números de telefone durante a infância não conseguiam memorizar os números de telefone do trabalho ou de parentes próximos.
Maria Wimber, da Universidade de Birmingham, na região central da Inglaterra, disse que o hábito de usar as máquinas para buscar informação "impede a construção de memórias de longo prazo".

O estudo, que analisou os hábitos de memória de 6 mil adultos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, constatou que mais de um terço dos entrevistados afirmou que recorreria primeiro a computadores e dispositivos móveis para buscar informações do que à própria memória.

Memória externa
A pesquisa revelou que a dependência dos computadores gera um impacto de longo prazo no desenvolvimento das memórias.
"Nosso cérebro parece guardar informações cada vez que tentamos nos lembrar delas, e ao mesmo tempo esquecer aquelas que não são tão importantes", explica Wimber.

Wimber explica que o processo de memorização de dados é "uma forma muito eficiente para criar uma memória permanente".
"Por outro lado, buscar informações continuamente na internet não cria uma memória sólida e duradoura."

Entre os adultos que participaram da pesquisa no Reino Unido, 45% conseguiam lembrar-se do número de casa quando tinha 10 anos, enquanto 29% conseguiam lembrar-se dos números de telefone de seus filhos e 43% conseguiam lembrar-se do número de telefone do trabalho.

A capacidade de lembrar-se do número de telefone do parceiro foi mais baixo no Reino Unido do que em qualquer outro lugar da Europa. Enquanto apenas a metade dos entrevistados (51%) britânicos sabia de cor o número de telefone do parceiro, a proporção na Itália era de 80%.

O estudo, realizado pela Kaspersky Lab, empresa de cibersegurança sediada no Reino Unido, constata que as pessoas se acostumaram a usar computadores como uma "extensão" de seus próprios cérebros.

Trata-se da chamada "amnésia digital", pela qual as pessoas se esquecem de informações importantes pois acreditam que podem buscá-las imediatamente na internet, informa a pesquisa.

A pesquisa destaca também que há uma tendência cada vez maior de guardar memórias pessoais em formato digital. Fotografias de momentos importantes, por exemplo, deixaram de ser impressas para serem armazenadas somente no universo virtual, com o risco de serem roubadas ou perdidas.

"Existe também o risco de que o registro constante de informação em dispositivos digitais nos torna menos propensos a guardar informações de longo prazo, e até nos distrair de memorizar corretamente um acontecimento da forma como ele ocorre", afirmou Wimber.







Fonte: Sean Coughlan/BBC






terça-feira, 6 de outubro de 2015

Vai ser crime falar mal de políticos?



Está em tramitação na Câmara dos Deputados, e em ritmo mais acelerado que o de costume, um projeto de lei que pretende desfigurar o Marco Civil da Internet.

O projeto de lei (PL) 215/2015, do Deputado Hildo Rocha (PMDB/MA), é uma ameaça a direitos básicos do ambiente digital e fora dele.

O Marco Civil da Internet, assegura “a liberdade da expressão, a inviolabilidade da intimidade e da vida privada, a inviolabilidade e o sigilo do fluxo de suas comunicações pela Internet e de suas comunicações armazenadas, salvo por ordem judicial em estrita observância ao devido processo legal nos termos da Constituição Federal”.

Já o PL 215/2015, em nome de um falacioso intuito de coibir e punir os crimes contra a honra na internet, pretende possibilitar a espionagem de dados pessoais sem a necessidade de ordem judicial.

Deseja permitir o acesso a registros de conexão (número IP, data e horário da conexão à rede) e de navegação (quais sites visitados ou aplicativos foram utilizados). Autorizaria ainda o acesso a dados pessoais e conteúdo de comunicações privadas como e-mails e mensagens no WhatsApp.

Repetindo, tudo sem depender de ordem judicial. Um espanto. Dentro ou fora da internet, um princípio fundamental é que para se instaurar um processo de apuração de um crime contra a honra, é preciso que haja a queixa prévia de quem se sentiu ofendido. Básico, não? O PL215 acha isso uma besteira. Quer que o Ministério Público processe o “caluniador” sem a exigência da queixa. Com base em que?

A celeridade com que o projeto vem andando deixa evidente que os políticos estão muito interessados no assunto. Não só por ganharem um serviço advocatício gratuito (se forem criticados terão o MP correndo atrás de seus interesses) como por haver entre os artigos, o chamado “direito ao esquecimento”.

Direito esse que consiste na possibilidade de remoção de conteúdo na internet que associe o nome ou imagem de pessoas a um crime do qual tenham sido absolvidas em processos judiciais.

É o seguinte: Não é para falar mal e é para esquecer o que fizeram no verão passado, captou?

Na pele do cidadão que seja vítima de racismo, de bullying, ou de qualquer outro preconceito, ou ainda que tenha sido inocentado na acusação de algum processo, pode parecer que o PL seja útil. Não é.

Repetindo, é fundamental no estado de direito que haja uma denúncia para que se inicie uma busca, uma averiguação. Do contrário, é totalitarismo. Em segundo lugar, se o cidadão foi vítima de racismo, injúria, difamação e afins, isso é crime dentro ou fora da internet, passível de penalidade (tema inclusive já tratado também no Marco Civil). Não é necessário um projeto de lei a mais para isso.

Quanto a ter direito ao esquecimento em casos de injustiças cometidas, é um tema delicado e que carece mesmo de uma melhor apreciação. Porém quem seriam os maiores beneficiados senão os políticos no caso de vigência de uma lei dessas? Não à toa que estão se dedicando tanto para aprovação. Preocupação zero com o cidadão, não se iluda.

O PMDB (sempre ele…) foi um dos partidos que mais se opôs à aprovação do Marco Civil da Internet. Reverberando crendices folclóricas como “censura”, “bolivarianismo”, quando se referia ao Marco Civil, agora apresenta e se apressa na votação de um clamoroso atentado à liberdade de expressão. Por que?

Este PL215 é  um frontal ataque à privacidade dos usuários de internet já que dados e conteúdos poderão ser acessados sem qualquer crivo judicial e baseados em subjetivos interesses.





Fonte: Mauro Donato/DCM




A menina sem ossos!



BBC


Algo deu errado no último trimestre da gravidez de Janet Amador, quando sua filha Janelly tinha cerca de 25 semanas.


Um das etapas fundamentais do desenvolvimento do bebê neste momento da gravidez é o endurecimento das cartilagens, que dão lugar à formação do esqueleto.
Tudo começa pela pélvis. Depois, formam-se cerca de 200 ossos, que dão forma ao corpo, permitem o movimento e protegem órgãos vitais.
Mas os ossos de Janelly nunca chegaram a se desenvolver.

Passaram-se vários meses de seu nascimento, nos Estados Unidos, até que os médicos percebessem que algo estava errado.
'Não crescia, não ganhava peso'
"Desde que ela nasceu, senti que (ela) não era normal", disse Janet ao programa da BBC Countdown to Life, apresentado pelo médico Michael Mosley.
"Comecei a notar a partir das três ou quatro semanas de seu nascimento", lembra a mãe. "Ela não crescia, não ganhava peso."

Quando médicos disseram que menina tinha poucas horas de vida, pais a levaram para tirar fotos profissionais
Janelly nasceu sem ossos. Inicialmente, os médicos pensaram que ela não passaria do primeiro aniversário.
A menina estava paralisada na cama, sem se mover e conectada a máquinas.

Os pais contam que, um vez, os médicos disseram que ela tinha poucas horas de vida. Eles chegaram a pedir que um estúdio de fotografia tirasse suas últimas fotos.

Gene defeituoso
A enfermidade de Janelly é uma variedade grave de hipofosfatasia, transtorno genético hereditário que, segundos estimativas, afeta um em cada 100 mil bebês nascidos vivos.
Sua severidade varia, mas muitos casos são letais.

O processo de endurecimento dos ossos é muito preciso. Se ele é interrompido, diz Mosley, o corpo ficará mole, não terá apoio nem forma.
Nossos ossos são formados por células especiais chamadas osteoblastos.
Essas células vão substituindo a cartilagem com um mineral duro com base de cálcio.

Mas esse processo gera um produto químico prejudicial que impede que nossos ossos endureçam.
Por isso, o próprio corpo desenvolve uma resposta: a ativação de um gene que produz uma proteína chamada FANET (fosfatase alcalina não específica de tecido, ou TNSALP, na sigla em inglês), que neutraliza o químico prejudicial.

Mas, no caso de Janelly, esse gene é defeituoso, o que fez com que sua cartilagem flexível não se convertesse em osso duro.
"Ela esteve perto da morte muitas vezes", lembra sua mãe.
"Nos disseram que o melhor seria desconectá-la nesse momento", disse à BBC o pai, Salvador Martinez.

Mas pouco antes de se verem obrigados a tomar uma decisão, os médicos souberam de um novo medicamento que estava sendo testado na Austrália.
E, de repente, houve esperança.

Nove anos depois
Há sete anos, a médica Jill Simmons cuida de Janelly.
"Havíamos ouvido falar de um medicamento mas estava em uma fase muito inicial de testes", disse a médica.
"Naquele momento, não se sabia quase nada sobre o remédio, mas naquele momento também não havia nenhuma outra alternativa para a vida de Janelly."

O desenvolvimento normal dos ossos não ocorre apenas dentro do útero da mãe, mas é um processo que dura até a adolescência.
Os médicos esperavam que o novo medicamento estimulasse o corpo de Janelly a desencadear a formação dos ossos.

Depois de uma agonizante espera de seis meses, uma radiografia revelou que o medicamento havia cumprido a função da proteína que o corpo de Janelly não podia produzir naturalmente.
A menina havia começado a desenvolver ossos.

"A radiografia é uma das coisas mais milagrosas que já vi como médica. Vimos como os ossos cresciam onde antes não havia nada, e foi uma experiência incrível", disse Simmons a BBC.
"E o médico entra e nos diz: tenho uma grande notícia para dar a vocês", lembra a mãe, sorrindo.
"Janelly está começando a ter ossos. Dissemos: 'Meu Deus, bendito seja", relembra, unindo as mãos.

Janelly em sua cadeira de rodas; ela não tem estatura adequada para idade, mas ossos continuam crescendo
Dois anos depois, os pais já podiam sentir os ossos dos dedos de Janelly, que antes eram completamente moles.

Agora, Janelly tem 9 anos. Se locomove em uma cadeira de rodas e sua altura não corresponde a sua idade, mas seus ossos não pararam de crescer.
Ela continua recebendo o tratamento e os médicos acreditam que ela continuará melhorando e terá uma vida longa e feliz.





Fonte: BBC





domingo, 4 de outubro de 2015

A loucura da violencia armada americana!



O massacre de nove pessoas numa faculdade comunitária na cidade de Roseburg, no Oregon, voltou a chocar os americanos e a confrontá-los com uma velha discussão: a controversa lei de armas dos Estados Unidos.

Segundo dados da ONG Everytown for Gun Safety, que promove a segurança contra o uso de armas de fogo, desde o massacre de Newtown, que deixou 20 mortos em dezembro de 2012, foram registrados ao menos 141 tiroteios em escolas americanas. Isso corresponde a quase um tiroteio por semana em alguma escola do país.

Em entrevista à Deutsche Welle, Jonathan Metzl, especialista em violência armada e saúde mental da Universidade Vanderbilt, no Tennessee, diz que existem muitos lobbies poderosos e interesses financeiros que fazem tudo para que a legislação de armas de fogo não seja endurecida nos EUA.

“É a vontade do povo contra a vontade de alguns lobbies e corporações muito poderosas”, afirma o psiquiatra. “Os americanos estão permitindo a praga, a insanidade da violência armada massificada.”

Deutsche Welle: Tiroteios em escolas e universidades estão ficando mais comuns nos EUA?

Jonathan Metzl: Tiroteios em escolas estão se tornando cada vez mais frequentes e cada vez mais horríveis. Se alguém estiver determinado, é praticamente impossível impedi-lo de fazer isso, porque temos diferentes leis sobre armas de fogo em cada estado, mesmo no que diz respeito à presença de armas de fogo em escolas. Em minha opinião, precisamos de um referendo nacional sobre a questão.

Esses tiroteios servem de modelo para outros massacres. Para chamar a atenção nacional, é preciso superar o último aluno [atirador]. Vimos isso em Newtown. Com todos esses tiroteios em escolas, é preciso criar realmente uma grande confusão para que o nome do agressor fique conhecido.

No geral, as escolas e particularmente as faculdades onde hoje ocorrem os tiroteios estão entre os lugares mais seguros dos EUA. E tais lugares são também os mais seguros para jovens em idade universitária, que formam, como sabemos, a faixa etária mais propensa a atirar em outras pessoas ou a levar tiros.

A probabilidade de que alguém seja atingido por um tiro num campus universitário é inferior a 1% para cada 100 mil pessoas. Entre o público em geral, essa cifra gira em torno de 6% a 7% para cada 100 mil. O que observamos com frequência em campi universitários é que o estabelecimento de zonas livres de armas é altamente eficaz na proteção contra a violência armada. Campi universitários são lugares particularmente seguros.

Como estes tiroteios continuam a acontecer em espaços supostamente seguros?

Campi universitários refletem cada vez mais a sociedade. Como existem mais armas e mais tiroteios, mais pessoas descontentes recorrem às armas como forma de resolver uma série de problemas. As armas se tornam o instrumento de resolução de conflitos. Tudo, desde problemas interpessoais, descontentamento com notas escolares ou com alguns aspectos sociais da faculdade.

Vimos um docente atirar em outro docente numa faculdade no Mississippi, há algumas semanas. Parte desse problema se deve ao fato de haver mais armas disponíveis ao redor.

Depois do massacre de Newtown, houve um estímulo para que se introduzisse uma legislação de controle de armas mais acirrada em nível nacional. Esses esforços falharam. O massacre no Oregon pode levar à implementação de um controle mais forte de armas?

As pessoas estão cada vez mais horrorizadas com o que está acontecendo por aqui. Não se trata de um grande mistério. Tiroteios em massa são difíceis de prever ou conter, mas, com eles acontecendo quase diariamente, pode-se ter uma ideia de como acabar com isso.

Queremos controles de antecedentes criminais. Queremos que sejam rastreadas pessoas com histórico de violência e outros fatores. Deve haver um sistema de avaliação como aquele que se faz para tirar a carteira de habilitação. Talvez isso não teria evitado o último tiroteio, mas vai pôr um fim à violência e aos massacres cotidianos. Nos EUA, anualmente, 32 mil pessoas morrem vítimas da violência armada.

Existem muitos lobbies poderosos e interesses financeiros que fazem tudo para que isso não aconteça. É a vontade do povo contra a vontade de alguns lobbies e corporações muito poderosas.

Após o tiroteio no Oregon, o presidente Obama disse que, permitir que massacres assim aconteçam é uma escolha política. Isso é verdade?

Os americanos estão permitindo a praga, a insanidade da violência armada massificada ao facilitar que qualquer pessoa possa conseguir uma arma. Isso é absolutamente verdade. Os estados com leis sensatas de armas de fogo são muito eficazes em conter os tiroteios diários e é isso é o que temos de fazer.



Fonte: DW




quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Fotos de crianças no Facebook roubadas por pedófilos!

 
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É impressionante como os pais, depois de tantos alertas, continuam a publicar as fotos dos filhos nas redes sociais, especialmente no Facebook e Instagram. O Pplware tem vindo a alertar nos últimos anos para o facto dessas fotografias poderem ser usadas para fins menos lícitos..

Recentemente foi descoberto um site que tem publicadas milhares de imagens de meninos e meninas retiradas do Facebook e do Instagram.


Toby Dagg, investigador da eSafety, apenas referiu que existe um site na Internet que disponibiliza, associado à pedofilia, que disponibiliza milhares de fotos de crianças retiradas do Facebook e do Instagram.

O investigador alerta que os pais, de forma inocente, publicam fotos dos filhos sem conhecer as regras básicas de privacidade, segundo revela o Independent.


Para a especialista em cibersegurança Susan McLean, são vários os casos onde as crianças protegem melhor as suas contas nas redes sociais do que os próprios pais. McLean alerta também para o facto dos predadores procurarem todo o tipo de fotos: “Não interessa se a foto é inocente. Se a criança tem aquilo que o predador procura, ele vai usar a foto“.

As redes sociais são o recreio de muita gente, como tal, usam esta poderosa ferramenta para pavonear, para publicitar e para mostrar o que devem, mas essencialmente o que não devem. Como a Internet é um sítio mal frequentado… proteja as crianças e tenham em atenção as imagens publica!






Fonte: PEDRO PINTO/Pplware