sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Homem do Camboja desenterrou cadáver para ter relações sexuais e foi pego ao dormir dentro do caixão!




Um necrófilo cambojano, que desenterrou o cadáver de um adolescente para ter relações sexuais com o seu corpo sem vida, foi preso depois que ele adormeceu dentro do caixão, segundo a polícia.



Chin Chean, de 47 anos, supostamente começou a escavar o caixão da menina de 17 anos de idade, no distrito da província de Kompong Trabek Prey Veng, Camboja, às 22 horas de uma sexta-feira. Era o dia depois que ele participara de seu funeral. Ele conseguiu chegar até o caixão e abri-lo. Porém, não se sabe o que ele exatamente encontrou no caixão, mas ele não conseguiu realizar seus desejos bizarros.

Chean, então, supostamente caiu no sono em cima de seu corpo. Policiais foram chamados às 6 da manhã na manhã seguinte, depois que aldeões viram seu pé saindo da sepultura.

O homem confessou a tentativa de ter relações sexuais com a garota morta. "Os moradores viram o pé do Sr. Chean na sepultura e logo foram avisar à família da falecida", afirma o chefe de polícia, Keo Vutha.

"Nós não sabemos até o momento se ele conhecia a vítima quando ela estava viva", acrescentou. Chean foi preso e agora vai passar por interrogatório antes de aparecer do tribunal.




Fonte: NyDailyNews/Jornal Ciência.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Quem faz mais sucesso com as mulheres: caras fortes ou magrelos?




Como quase tudo na vida, a resposta é: depende. Se for para curtir uma noite só, na balada, os bombados até levam a melhor. Mas quando o interesse envolve filho, família e casamento, os magrelos ganham a preferência das mulheres.

E isso é herança dos nossos ancestrais. Segundo um estudo da Universidade de Tennessee-Knoxville, nos Estados Unidos, quando os homens começaram a andar em grupos grandes e formar tribos, os caras mais magros, sem grandes atributos físicos, tiveram de encontrar um jeito de atrair a atenção das mulheres. Foi então que decidiram ganhar a disputa com um jeitinho especial: se dedicando exclusivamente a uma única mulher. E assim surgiu a monogamia.

Com proteção só para elas e comida garantida, elas perceberam que era mais negócio apostar em uma relação tranquila com os homens magrelos. Trocaram a vida ao lado dos fortões mulherengos pelo carinho exclusivo dos magrinhos.

De lá pra cá muita coisa mudou, e os caras sarados também tiveram de lidar com a monogamia, mas sempre sobram alguns resquícios…
Será? E aí, leitoras, vocês preferem mais os homens musculosos ou os magrelos?




Fonte: Carol Castro/Super

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Facebook: dez anos com cada vez menos privacidade!



A privacidade nunca foi uma das premissas do Facebook. Pelo contrário - se você viu o filme, vai lembrar que a rede social surgiu em uma época em que seu criador, Mark Zuckerberg, brincava de expor e classificar na internet as garotas de sua faculdade. O pequeno catálogo de estudantes universitários cresceu, tem mais de um bilhão de usuários ativos e hoje conecta o mundo de uma maneira sem precedentes - e, também, expõe as pessoas como outro serviço jamais expôs.

Você sabe que o modelo de negócios do Facebook é baseado em publicidade segmentada, certo? A rede social sabe tudo de você para exibir anúncios personalizados - possivelmente mais eficientes. Quanto mais informação, melhor. É por isso que volta e meia o Facebook pergunta: “mas em que cidade você nasceu?”, “onde você e seu namorado se conheceram?”, “quais são os seus filmes favoritos?” e a gente, na sede de completar o perfil, acaba respondendo. É o que dizem: “se você não é o consumidor, você é o produto”.

Nesses dez anos, o Facebook evoluiu, seu modelo de negócios também e, com isso, mudaram suas políticas de privacidade. 

No início, as informações fornecidas como padrão eram poucas e nada era compartilhado publicamente. Em 2010, porém, quase todas as informações - fotos, amigos, likes, postagens no mural - viraram públicas automaticamente. Se o usuário quisesse diferente disso, ele deveria mudar suas próprias configurações.

“O Facebook é um ótimo serviço”, escreveu MacKeon, “mas ele nem sempre lidou bem com os dados dos usuários”. “Nos últimos anos, as configurações padrão de privacidade para as informações pessoais dos usuários se tornaram mais e mais permissivas”. O trabalho do desenvolvedor foi concluído em 2010 - antes, portanto, de mais mudanças drásticas na forma como a rede social lida com os dados dos usuários.

Linha do tempo
No final de 2011, o Facebook mudou a forma de exibição dos perfis - através da timeline, o acesso a conteúdos antigos ficou mais fácil. Os usuários, então, tiveram de se preocupar também com a privacidade do passado. Mas seremos justos: pelo menos a rede social deu uma mão, simplificou as configurações e fez tutoriais explicando aos usuários como proteger os posts.

Graph Search
E então, no início de 2013, veio a busca social. Ainda não disponível em português, ela permite que se procure pessoas por perfil. Por exemplo: ‘pessoas que trabalham no Parque do Ibirapuera e gostam de Jorge Ben’, ou ‘fotos que Fulano de Tal curtiu’, ou ‘amigos dos amigos que moram em Buenos Aires’. A busca indexa as informações fornecidas publicamente pelos usuários - por isso, mais um sinal de alerta para que as pessoas prestem atenção em suas configurações de privacidade.

No final do ano, veio mais uma mudança: o Facebook passou a impedir que um perfil seja ocultado das buscas. Antes era possível ‘não ser achado’; depois disso, todos os perfis passaram a ter uma forma pública de exibição, com foto e nome.

Está ficando cada vez mais difícil se esconder. Mas alguém aí está no Facebook para isso?




Fonte: Tatiana Dias/Galileu.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Solidão mata!




Um pouco de solidão faz bem: deixa você até mais criativo. Mas vê se não abusa do tempo longe dos amigos e familiares. Ficar muito tempo na solidão é mais perigoso que a obesidade.

Tão perigoso que mata até duas vezes mais, segundo pesquisa do psicólogo John Cacioppo, da Universidade de Chicago. Ele acompanhou, ao longo de seis anos, o impacto da solidão na saúde de mais de 2 mil pessoas com mais de 50 anos. E percebeu que os mais solitários correm mais riscos de morrer do que quem se sente amado e querido.

É que a solidão eleva a pressão arterial a níveis perigosos: perto da zona de perigo de ataques cardíacos e derrames. Além disso, o isolamento pode enfraquecer seu sistema imunológico, deixar você depressivo, e piorar a qualidade do seu sono. Pois é, a ausência de amigos faz você perder até o sono. Segundo Cacioppo, quando nos sentimos isolados ficamos mais atentos a qualquer ameaça e por isso acordamos com qualquer barulhinho.





Fonte: C. C//Super

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Como sobreviver sem 'Face'!






Sempre recebo um olhar de admiração quando revelo que não tenho perfil da notória rede social Facebook (ou "Face", como dizem alguns brasileiros). No dia 9 de dezembro, minha saída do Facebook completou um ano. Espero que tenha sido o primeiro de muitos anos.

Minha receita de sobrevivência? Celular pré-pago, e-mail e perseverança. Pronto. Várias questões me incomodavam. "Ele curtiu meu "status" - será que gosta de mim?" "Será que vai mandar uma mensagem?"
Eram diálogos que travava solitária enquanto entrava no site a cada cinco minutos. Ficava horas naquele buraco negro da comunicação. Para mim, deixar o Facebook foi derrotar um vício.

No Brasil, no entanto, o Facebook parece ter também um outro papel. Para empresas ou organizações sem muito dinheiro, é uma ponte com o público sem necessidade de um site profissional.


É também um espaço relativamente democrático de criatividade, bate-papo e também de denúncia. Eu me lembro como correu a história do "mendigo gato" e, depois, as críticas do racismo implícito que a solidariedade seletiva ao jovem de olhos azuis gerou. A voz virtual acaba tendo mais potência que um grito na vastidão da realidade.

Enfim, apesar de ter de enfrentar o desafio diário de manter contato com as pessoas que conheço em viagens, sigo na vida sem 'Face' porque não quero voltar ao que para mim parece uma competição incessante de quem tem a melhor vida, de quem é mais feliz ou de quem se divertiu mais na festa de fulano.

Prefiro aguentar o sinal ruim do meu celular. Ou: "Ele não ligou depois da festa?" "Deve ser falta de crédito!"
E escrevo muitas cartas! Gastei uma pequena fortuna nos correios. O processo era um pouco frustrante: levou três semanas para minhas cartas chegarem à Inglaterra, mas apenas dez para as de lá chegarem aqui!

Dos mais de mil amigos que tinha no Facebook, me restaram uns 20, com quem mantenho contato semanal. Mas confesso que, desde que comecei aqui no 'Para Inglês Ver', tenho frequentemente pegado carona no perfil do meu namorado, ansiosa para ler os comentários.

Afinal, ninguém é de ferro. E você? Conseguiria sobreviver sem Facebook? Que impacto a rede social teve no Brasil pela sua ótica? Muito obrigada pelos excelentes comentários (mesmo os críticos!).




Fonte: Lily Green
Estudante, Universidade de Oxford, blogueira da BBC Brasil

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Limpeza Gay?




Uma multidão anti-gay armada com tacos de madeira e barras de ferro assaltaram 14 rapazes ao tentar “limpar” o seu bairro de homossexuais .


Ativistas de direitos humanos disseram que a multidão arrastou os 14 homens de suas camas na capital nigeriana, Abuja, antes de mandarem quatro deles para a delegacia de polícia local. Os quatro, então, supostamente, receberam socos e pontapés dos policiais, que gritaram palavrões para eles enquanto eles eram vencidos pela pancadaria.

Além disso, é alegado que os policiais que ameaçaram os homens os prenderiam por 14 anos, porque eles eram gays, sendo essa a pena máxima de prisão na Nigéria para pessoas do mesmo sexo que se relacionam (Lei Seca), apelidada de Lei do "Gay’s Jail”.

Uma vez que a legislação foi introduzida, os ativistas alertaram que poderia desencadear ataques como este, com justiça popular, uma prática comum no país mais populoso da África. Ifeanyi Orazulike, do Centre on Advocacy for the Right to Health's, disse que recebeu um e-mail em pânico de um colega que disse que estava se escondendo de uma multidão de 40 pessoas, que estavam indo de casa em casa para “limpar” a área de gays.

O sr. Orazulike disse que foi até a delegacia de polícia várias horas mais tarde e encontrou com um oficial superior, que ordenou que os quatro homens fossem liberados, porque não havia nenhuma evidência de que eles eram gays e que não tinha sido comprovado relações sexuais com outros homens. Outros quatro foram gravemente feridos e o restante sofreu contusões. Eles foram tratados na clínica de sua organização, porque eles estavam com medo de ir para o hospital.

As paredes das casas onde os homens viviam também tinham sido pintadas com grafite declarando “Homossexuais, saiam".

Dezenas de pessoas, supostamente gays, foram presas desde que o presidente Goodluck Jonathan assinou o projeto de lei em janeiro. Ele não só proíbe o casamento gay, como também acarreta uma pena de prisão de 14 anos, um crime para qualquer um até que realize uma reunião que defende os direitos humanos para gays.

Sediada em Nova York, a International Gay and Lesbian Human Rights Commission condenou o ataque e disse que o governo teria abdicado da sua responsabilidade de proteger as pessoas contra a violência e impunidade.

As organizações de direitos civis vêm alertando há anos sobre um aumento da violência na comunidade após o fracasso do governo em coibir atos em que as pessoas foram espancadas até a morte por pequenos roubos.



Fonte: Jornal Ciência.

Robôs Assassinos?



Há mais de duas décadas, Mark Gubrud, pesquisador do Programa sobre Ciência e Segurança Global da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, luta pela criação de regras para o controle de armas robóticas autônomas.


Ele é membro do Comitê Internacional para o Controle de Armas Robóticas (CICAR), um grupo de ativistas, acadêmicos e intelectuais do mundo todo que tenta conseguir a proibição do uso de robôs que podem matar sem a interferência humana.

A última preocupação deste grupo é um lançamento de uma companhia de armamentos britânica, a BAE Systems: o avião de combate autônomo Taranis.

Nesta semana, a BAE Systems divulgou imagens dos primeiros voos do protótipo do Taranis, realizados em 2013. A aeronave não-tripulada é capaz de realizar missões intercontinentais, é difícil de detectar e pode atacar alvos no ar e em terra.

O drone também pode ser controlado a partir de qualquer lugar do planeta por um piloto em terra. No entanto, o Taranis também pode funcionar sozinho, sem intervenção humana.
O Ministério da Defesa britânico, que financiou parte do projeto, disse que não vai usar o Taranis no modo autônomo.

No entanto, esta questão continua preocupando Gubrud, que vê o Taranis como um novo avanço no desenvolvimento de robôs e máquinas autônomas capazes de matar sem a intervenção de humanos.
"Não está clara a razão de o Reino Unido precisar de um avião autônomo de combate furtivo no século 21. Para qual guerra ele é necessário? Que armas terá o inimigo?", questiona.

Gubrud conta que faz campanha contra o uso de armamento autônomos há 25 anos e que vê uma oposição generalizada à produção do que chama de "robôs assassinos".
"Uma pesquisa de março do ano passado (da consultoria YouGov) mostra que o público americano é majoritariamente contra as armas autônomas e apoia os esforços para proibi-las. E o interessante é que esta é a opinião predominante entre membros, ex-membros e familiares de membros das Forças Armadas (dos Estados Unidos)", disse Gubrud.


Exterminador
Gubrud cita como exemplo de armamentos autônomos em uso as minas antipessoais, que seriam um tipo de "robô extremamente simples, que pode estar ativado, o que o faz explodir, ou esperando para ser ativado".
Como exemplos mais avançados, ele cita robôs sentinelas sul-coreanos, capazes de identificar intrusos humanos de forma autônoma dentro de uma área determinada, de "disparar também de forma autônoma, ou de ser instruídos de forma remota para abrir fogo".

Gubrud também cita mísseis, já existentes, que procuram um alvo específico fora do campo visual, mísseis terra-ar ou ar-mar que, segundo ele, têm uma tecnologia que permite distinguir o alvo real de outros falsos, um tipo de navio de outro tipo de navio.

Para Gubrud, não estamos muito distantes de um cenário em que um robô, como o da série de filmes Exterminador do Futuro, é acionado para realizar missões específicas em situações de conflito.
"O 'Exterminador' era um robô assassino. E veja o que está acontecendo hoje em dia: uma das mais importantes missões das aeronaves controladas de forma remota (drones) é matar".

O pesquisador acreditar que quanto maior for a automatização, maior será o risco de perda de controle.
"Se você pensar em um sistema de confronto automático, no qual exércitos de robôs se enfrentam, pode imaginar como seria difícil para uma equipe de engenheiros desenvolver (a tecnologia necessária) e conseguir garantir sua estabilidade no longo prazo?"

Controle humano
O pesquisador afirma que é preciso deter o desenvolvimento destes robôs autônomos o mais rapidamente possível - antes que o desenvolvimento deste tipo de armamento avance.

Para especialista, se tudo for automatizado, sem intervenção humana, não haverá controle
O primeiro passo neste sentido seria divulgar sua existência. O próximo seria lutar pela criação de regras e protocolos que regulamentem o desenvolvimento da tecnologia.

"Acho que os princípios mais fortes para basear uma proibição de armas autônomas são os da humanidade: os humanos sempre devem ter o controle e a responsabilidade do uso de uma força letal", disse.
"É uma ofensa à dignidade humana que existam pessoas submetidas à violência por decisão de uma máquina, ou que estejam sujeitos à ameaça do uso da força por parte de uma máquina, ou que um conflito entre humanos seja iniciado por uma máquina de forma involuntária."

"É um direito humano não ser morto por uma decisão de uma máquina. Este é um princípio moral muito forte, com uma atração universal. E esta deve ser a base para proibir as armas autônomas."
Para ele, é preciso definir um regime de controle de armas "que implica que os estados aceitem estes princípios e que os ensinem nas academias militares e que não tenham armas autônomas".

Mas, Gubrud também é realista e acredita que as principais potências mundiais resistirão a qualquer tentativa de proibir as armas autônomas.
"Certamente os Estados Unidos são os mais importantes; têm uma política declarada a favor de seu desenvolvimento. A China vê uma oportunidade também e já têm sistemas que seriam preocupantes. O mesmo com a Rússia e o Reino Unido."




Fonte: BBC Brasil.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Aquecimento Global!




Talvez o cidadão médio se preocupe tão pouco com medidas de preservação ambiental e de redução de uso de recursos naturais porque, apesar do conhecimento de que isso é importante, falte um impacto direto para gerar ação.

 É difícil se coçar pra resolver um problema se você não consegue enxergar como esse problema te afeta diretamente, por mais que isso seja de conhecimento geral, e isso tem a ver com a a nossa mente descontínua  - que limita, de certa forma, a maneira como o ser humano vê a realidade. Mas a falta de impacto direto dos problemas ambientais na nossa vida, infelizmente, já está bem próximo do fim, ao menos de acordo com alguns cientistas.

Em uma entrevista à revista Rolling Stone, o cientista James Lovelock disse que não há mais como reverter o processo de aquecimento global e que 6 bilhões de pessoas vão morrer dentro dos próximos 100 anos vítimas de desastres naturais provocados pela mudança de temperatura e destruição dos ecossistemas. Segundo ele, a Europa vai ganhar temperaturas de deserto, Berlim será quente como Bagdá, Londres sera assolada por enchentes, e tudo isso até 2040.

Lovelock continua: dos quase 7 bilhões de pessoas na Terra hoje, só 500 milhões sobreviverão, e as migrações massivas em direção ao norte do planeta serão motivos para guerras e genocídios. Estamos, de acordo com Lovelock, caminhando rumo a um apocalipse que já não pode mais ser evitado, já que ele nega que reduzir a emissão de gás estufa a essa altura tenha qualquer impacto para evitar a desgraça: o mal já está feito.

Pois bem - a essa altura, você deve estar se perguntando se deveríamos acreditar em James Lovelock. Infelizmente, ele não é um maluco sem credibilidade. Lovelock é ninguém mais ninguém menos que o ambientalista e pesquisador que inventou o microondas e também o detector de captura de elétrons, sistema que mais tarde possibilitou a detecção do CFC e de outros gases tóxicos pra atmosfera.

 Ele também é o inventor da teoria de Gaia, que diz que a Terra é um organismo vivo que seu auto-regula para sobreviver, incluindo mudanças climáticas e catástrofes naturais, uma teoria que é amplamente aceita entre ambientalistas que acreditam nos efeitos catastróficos do aquecimento global.

O que dizem outros cientistas?

Lovelock admite que pode estar errado, mas diz que está se baseando em uma observação de como o mundo já está reagindo ao aquecimento global. O Weather.com publicou em novembro do ano passado uma matéria sobre um relatório do Painel de Mudanças Climáticas que deve ser liberado em março que vai na mesma linha do cenário apocalíptico previsto por Lovelock - e que, como ele, diz que já estamos no meio dessas mudanças.

"No século XXI, os impactos das mudanças climáticas vão diminuir o crescimento econômico, aumentar a pobreza, prejudicar a produção de alimentos e desencadear novos cenários de miséria, principalmente em áreas urbanas", diz o relatório que teria vazado antes da hora.

 O documento também fala de mortes causadas por enchentes causadas pelo aumento do nível do mar, especialmente nas grandes cidades, fome causada pela mudança de ciclo das chuvas nas nações mais pobres, fazendeiros perdendo tudo pela falta de água, problemas de infraestrutura causados por temperaturas extremas, ondas de calor perigosas e mortais aumentando de frequência e ecossistemas marinhos e terrestres sendo destruídos.

Felizmente, mais recentemente Lovelock admitiu que as medidas alarmistas que ele previu podem, na verdade, podem demorar, de fato um pouco mais para acontecer. O ambientalista está preparando um livro sobre como ele acredita que o planeta está reagindo ao aquecimento.



Fonte: Galileu.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Brasil Contra Corrupção: Jornalista que denunciava corrupção no RJ é assass...

Brasil Contra Corrupção: Jornalista que denunciava corrupção no RJ é assass...: Imagem: Reprodução / Transparência Política O jornalista Pedro Palma foi assassinado a tiros, na noite dessa quinta-feira (13), no muni...

O custo real do 'trabalho' espiritual!





 Nos Estados Unidos, dois médiuns foram a julgamento por acusação de fraude. Um deles havia prometido “reencarnar” a alma do filho morto de uma de suas vítimas, a um preço de US$ 17 milhões. No outro, a vigarista foi acusada de se apropriar de “dezenas de milhares de dólares” de duas mulheres, sob o pretexto de afastar maus espíritos.

Enquanto esses casos chegavam aos tribunais norte-americanos, aqui no Brasil, uma cartomante e seus associados eram detidos na chamada “Operação Orixás” da polícia civil do Paraná. Segundo o jornal Gazeta do Povo, a vidente em questão pode ter obtido mais de R$ 1 milhão de clientes que a haviam procurado em busca da solução de problemas “espirituais” – o que geralmente significa questões de família (como o envolvimento de um parente com drogas) ou afetivas.

No Brasil, especificamente, os anúncios de feiticeiros especializados em “trazer a pessoa amada de volta” já rivalizam com os de garotas de programa nos classificados de jornais e revistas.

O processo é bem genérico: o provedor do serviço estipula a necessidade de um “trabalho” para resolver o problema do cliente. Que, quase sempre, teria sido causado por um “trabalho” negativo, motivado por inveja. Mas desfazer o sortilégio tem um custo, não só espiritual como também físico, expresso em reais. Muitos reais.

 Os golpistas costumam se apropriar da linguagem típica de crenças enraizadas na cultura popular, como a umbanda ou o espiritismo, mas o molde é universal: em seu livro How to Cheat At Anything (“Como Trapacear em Qualquer Coisa”, na tradução literal) o autor americano Simon Lovell menciona “o mundo lucrativo da remoção de maldições, onde o ‘médium’ pode cobrar até US$ 14 mil para tirar uma praga de uma pessoa”.

Alguém poderia imaginar que golpes assim não duram muito: afinal, quando você promete trazer a pessoa amada de volta, e ela não volta, o cliente certamente percebe que foi enganado. Certo?

Acontece que os bons golpistas profissionais – sejam vendedores de bilhete premiado ou de amor eterno – costumam incluir uma fase de “limpeza” em seus planos. Nesse estágio, tenta-se convencer a vítima de que ela, na verdade, não foi vitimada: se o trabalho parece não ter funcionado, foi porque faltou fé; talvez seja preciso mais dinheiro; talvez o destino tenha outros planos. E, é claro, em certos casos a reconciliação até acontece. Aí, o feiticeiro leva o crédito.

No livro Conned (“Engabelado”), os britânicos James Morton e Hilary Bateson oferecem os seguintes conselhos para quem quiser escapar de estelionatários: “se alguém lhe oferecer algo bom demais para ser verdade, provavelmente é um golpe”; “tenha medo da palavra grátis: quase nunca é”; e “cuidado na hora de entregar dinheiro a estranhos”.  Uma última dica: só o que traz a pessoa amada de volta é amor. Se isso falhar, melhor partir para outra.




Fonte: CARLOS ORSI/Galileu.





sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Sexo - 4 perguntas curiosas sobre atração!






1. Os opostos se atraem? 

Do ponto de vista da biologia evolutiva, sim. Os vertebrados têm um grupo de genes chamado Complexo Principal de Histocompatibilidade (CPH), responsável pelo sistema imunológico. Um estudo realizado na Universidade do México indicou que o CPH influencia os odores corporais e que homens e, principalmente, as mulheres são atraídos por complexos diferentes dos seus. Isso evitaria a reprodução entre pessoas da mesma família e garantiria maior variedade genética, tornando os filhos mais resistentes a doenças. Quanto maior a variação de CPH, mais chance ele tem de reconhecer invasores. Mas ninguém vai ficar com um mala só por causa disso, claro.

2. Elas preferem os cafajestes? 

Sim, principalmente na época da ovulação. Uma pesquisa da Universidade do Texas concluiu que nessa fase elas identificam o bonitão, fortão e pegador como bom pai e marido, capaz de produzir filhos saudáveis, cozinhar e lavar a louça. É como se os hormônios tirassem de jogo qualquer vestígio de razão e fizesse prevalecer o instinto. Fora do período fértil, os outros podem ter alguma chance.

3. Como o cérebro processa a atração sexual? 
Começa do mesmo jeito que acontece quando você vê um prato de lasanha.

1. O primeiro approach é no córtex porque tudo é desencadeado com o estímulo da visão, do olfato, da audição.

2. A atividade do córtex pré-frontal também é intensa, já que existem decisões racionais a serem tomadas: se o outro agrada, se parece ser boa gente, se é uma lasanha.

3. Quando o conjunto é agradável para você, entra em ação o sistema límbico, estruturas cerebrais na região do hipotálamo e do hipocampo, nas áreas temporais. O hipotálamo e o hipocampo, modulados por neurotransmissores, são responsáveis pelas sensações agradáveis.


4. Humanos liberam feromônios para atrair parceiros? 

Sim. Liberamos algumas substâncias químicas pela transpiração que permitem o reconhecimento sexual mútuo. Teoricamente, no período da ovulação, as mulheres conseguem identificar pelo odor um cara viril. E o cheiro delas seria mais forte nessa fase, para também atrair um parceiro. Mas, na prática, nossa capacidade olfativa não é tão capaz de reconhecer essas sutilezas como faziam muito bem nossos ancestrais.




Fonte: Superinteressante

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Você já encontrou o grande amor da sua vida?




 Você é uma daquelas pessoas românticas que acreditam no amor?

Se sim, pode se animar. Se não, pode se animar também.

Um estudo britânico revela que todo mundo vai achar o grande amor.

Encomendado para o lançamento do romance “O Projeto Rosie”, de Graeme Simsion, o estudo diz que, na média, a mulher vai beijar 15 pessoas e ter o coração partido duas vezes antes de achar o verdadeiro amor.

O estudo ainda detalha mais. Antes de achar o homem dos sonhos, a mulher vai ter dois relacionamentos longos, quatro encontros desastrosos e quatro namorinhos casuais.

Para os homens, a pesquisa também aponta números parecidos com os das mulheres. Os rapazes beijam, em média 16 pessoas, têm dois relacionamentos sérios, dois corações quebrados e também quatro encontros desastrosos. O número de encontros casuais é um pouquinho maior, seis vezes.

Cerca de duas mil pessoas foram entrevistadas para que o estudo fosse concluído.

No fim das contas, a pesquisa é encarada com bom humor, afinal não dá para seguir à risca. No entanto, é uma brincadeira que serve para dizer que todo mundo vai encontrar o amor da sua vida.

Você já encontrou o seu?





Fonte: R7

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Maconha no Tratamento de Câncer!




É quando o câncer se espalha pelo corpo que o bicho pega – fica ainda mais difícil conter a evolução da doença. Mas agora cientistas da Califórnia parecem ter encontrado um remédio capaz de frear esse processo de metástase em vários tipos de câncer.
 E ele está escondido dentro da planta da maconha.

Mais precisamente num composto da erva chamado cannabidiol, que não tem nenhum efeito psicoativo. Num teste de laboratório, os pesquisadores Pierre Desprez e Sean McAllister aplicaram a substância em células com altos níveis de ID-1, um gene cancerígeno responsável pela metástase. E aí as células pararam de se reproduzir loucamente. Ou seja, voltaram ao normal.

No início, os testes foram feitos apenas em tumores de mama. Mas deu tão certo que os pesquisadores passaram a testar em outros tipos agressivos de câncer, como o de cérebro ou próstata. E funcionou. O próximo passo é fazer o teste em humanos.
Só um alerta: nesse caso, fumar maconha não ajuda em nada. Para surtir efeito, a concentração de cannabidiol precisa ser bem maior do que a encontrada em um baseado.




Fonte: Carol Castro/Super

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Por que eu desinstalei o aplicativo do Facebook!




Decidi não usar mais o app do Facebook (nem o seu Messenger) no meu celular há alguns meses. A primeira razão foi mais social: estava cansado de ficar recebendo notificações e mensagens desimportantes a qualquer hora do dia e da noite. Depois, quando eu vi a quantidade de informações que o aplicativo acessa - a maioria delas sem a gente saber o motivo - eu fiquei feliz com a minha decisão.

Você já deu uma olhada nas permissões do aplicativo? Separei algumas (você pode olhar todas aqui):

Contas. Ele pode mexer nas contas do aparelho: encontrar, modificar, adicionar e remover contas e senhas

Localização. Acesso total à sua localização (via GPS e Wi-Fi)

Mensagens. Ler suas mensagens (SMS ou MMS) arquivadas no cartão SIM.

Acesso à rede. Mudar a conectividade da rede, baixar arquivos sem notificações, encontrar, fazer alterações e se conectar (ou desconectar) de conexões Wi-Fi.

Informações pessoais. Acessar informações pessoais suas (nome e dados de contato) que possam identificá-lo e repassá-las a terceiros

Calendário. Acessar, modificar e compartilhar eventos no calendário (mesmo informações confidenciais), enviar e-mails para os convidados sem o seu conhecimento, ler sua lista de contatos

Ligações. Ler e modificar seus contatos; ler histórico de ligações.

Sistema. Acessar informações da bateria. Reordenar outros aplicativos. Impedir o aparelho de dormir.

E por que o Facebook precisa acessar tudo isso? Boa pergunta. Algumas coisas são óbvias: o app tem de acessar sua câmera, porque isso é necessário para você tirar e postar fotos pelo celular. O acesso ao microfone também pode ser explicado, já que o app permite o envio de mensagens de voz.

A rede social se explicou sobre algumas dessas permissões. O app lê mensagens de texto, por exemplo, para confirmar o número de telefone. Baixar conteúdos sem autorização é uma maneira de “melhorar a experiência abrindo previamente o conteúdo do feed de notícias”. Realizar modificações no calendário seria uma maneira, segundo a rede social, de visualizar os eventos do Facebook no seu celular.

Mas essa explicação, convenhamos, não explica muita coisa - até porque nela eles dão exemplos dos usos das permissões, e não detalham exatamente o que é feito com os dados dos usuários.

A pergunta é: você quer compartilhar essas informações?

“A coisa está ficando muito complicada para o usuário final”, diz o advogado Omar Kaminski, especialista em direito digital. Para ele, o Facebook fez uma explicação técnica com base na usabilidade das funções. Mas os usuários não as conhecem.

E há ainda outro problema: na teoria, os dados não podem ser repassados para terceiros. Na prática, porém, isso pode acontecer através de fraudes e acordos ‘por baixo dos panos’, diz Kaminski. “Há muita displicência em relação a dados pessoais. O menor dos efeitos, o mínimo, é você ficar recebendo spam ou mala direta.” Kaminski acha que o ideal seria que o app tivesse níveis ou padrões de permissões, como o que o Creative Commons faz.

Eu pedi ao Facebook informações detalhadas sobre o uso das permissões do aplicativo. Enquanto elas não chegam, o que devemos fazer? Eu mantive a minha opção de ficar sem o app - mas isso não significa ficar sem o Facebook. Você pode acessar a rede social através do browser no celular (o funcionamento é praticamente o mesmo. O único problema é que você consumirá mais dados).




Fonte: Tatiana de Mello Dias/ Galileu



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Porque Nossa Política Não Funciona - Parte 2






PIOR QUE O CONGRESSO, SÓ OS PARTIDOS
Porcentagem de avaliação boa ou ótima por instituição*

Igreja Católica - 68,5%
Rede Globo - 64,8%
Igreja Evangélica - 58,6%
Governo Federal - 49,9%
Grandes empresas - 47,5%
Congresso Nacional - 22,9%
Partidos Políticos - 19,4%

*Estudo Eleitoral Brasileiro, Centro de Opinião Pública, Unicamp, 2010

FAMÍLIA, FAMÍLIA
No Congresso, 92 deputados e 30 senadores são parentes de políticos tradicionais. O poder, afinal, circula nas veias.

SANGUE AZUL...
O deputado federal mineiro Bonifácio Andrada é do tempo do Império. Seu tio trisavô, José Bonifácio de Andrada e Silva, é o cara que convenceu o então príncipe regente Pedro a dizer ao povo que ficaria. Desde então a família Andrada contou com 15 deputados e senadores, oito ministros de Estado e dois do Supremo, além de governadores, prefeitos e vereadores. Como ele faz isso? "Semanalmente vou a Barbacena, onde fica minha família. Atendo o povo, faço reuniões políticas", diz. E a linhagem segue forte com seus filhos Toninho e Martim Francisco (PSDB), prefeitos de Barbacena, e o caçula Lafayette, deputado.

...OU VERMELHO
Alçada à política quando militava com as Comu-nidades Eclesiásticas de Base em comunidades carentes, a família Tatto conquistou sua base eleitoral na Capela do Socorro - uma região periférica de São Paulo cinco vezes mais populosa que Barbacena. Levando serviços para sua base e colhendo votos, a família tem hoje Jilmar Tatto (PT-SP) como secretário municipal de Transporte de São Paulo, Ênio Tatto (PT-SP), deputado estadual e Arselino e Jair como vereadores.

A corrida do ouro

Certo, sabemos o perfil de quem se elege. Mas, antes de começar a eleição do voto, o candidato precisa vencer uma outra: a eleição do dinheiro. Afinal, uma campanha é muito cara. Envolve gravações em estúdio, organização de comícios, aluguel de carros de som e escritórios em várias cidades. Quanto dá em média? Em 2010, cada deputado federal eleito arrecadou em média R$ 1,1 milhão. Isso legalmente. Já ilegalmente não dá para saber, pois a grana rola fora dos bancos, em maletas e cuecas.

Quais as diferenças entre a eleição do voto e a da grana? Bom, na primeira todo cidadão tem o mesmo valor: um único voto em um único candidato. Já a eleição da grana é desigual. Quanto mais rico o doador, mais ele pode doar - para pessoas físicas, até 10% dos seus rendimentos; para empresas, até 2%. Isso significa o óbvio. Por exemplo, em 2010, o ex-governador e um dos maiores produtores de soja do mundo Blairo Maggi (PR-MT) teve direito a votar com muito mais dinheiro do que você, leitor comum: R$ 779,8 mil do próprio bolso e R$ 435,5 mil do grupo empresarial que ele controla. Hoje é senador, integra a bancada ruralista e preside a Comissão de Meio Ambiente (apesar de ter recebido o nada honroso prêmio Motosserra de Ouro, do Greenpeace, concedido a quem mais destrói, justamente, o meio ambiente). Como é permitido doar a quantos candidatos quiser, a maioria dos grandes financiadores diversifica os donativos. Não quer vincular seu nome a um candidato específico? Basta dar a grana para um intermediário - o comitê partidário -, que depois a repassa para o candidato.

Em 2010, 91,3% do financiamento foi feito por empresas. Mas por que o setor privado doa tanto dinheiro para um político se reeleger? Desejo de fortalecer as instituições democráticas? Uhm, não exatamente. As empresas que mais doam são também as com maiores interesses no governo. Dos R$ 4,2 bilhões totais, R$ 400 milhões vieram de 14 construtoras - sim, aquelas que mais tarde terão contratos para realizar obras públicas. Outros R$ 155 milhões vieram de dez bancos privados, que dependem da política econômica do governo. Ao que tudo indica, as empresas não doam - elas investem.

Qual o impacto disso na política? O primeiro é um golpe na credibilidade. Por que você compra a SUPER? Provavelmente porque você confia nas informações aqui. Sim, os R$ 13 de cada exemplar são salgados, mas é o preço que permite à revista ser independente. Se, para escrever uma matéria, aceitássemos dinheiro de alguma parte interessada, o preço da revista poderia diminuir - só que você deixaria de confiar em nós. É o mesmo com a política. "Eu já recebi uma doação de uma cervejaria. Mas aqui no Senado comprei uma briga para proibir a publicidade de bebida. Os caras vieram falar comigo, me pressionaram. Não mudei de posição", diz o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). "Mas duvido que voltem na próxima eleição, né?"

Em Brasília, 19 horas

"A figura do político está mais por baixo do que umbigo de cobra. Você vira um leproso quando é candidato. Chega a machucar", diz o deputado federal Guilherme Campos, líder do PSD na Câmara. E depois de eleito? "Aí, todo mundo é seu amigo." Portanto, aos eleitos, parabéns. Agora, o parlamentar receberá uma bela estrutura do Estado para exercer suas atividades. O salário é bom, mas não é de marajá. É próximo ao de diretores de empresa: R$ 26,7 mil. Depois, será sorteado seu gabinete. Se tiver sorte, ele irá para o anexo IV - um prédio com balcões de companhias aéreas no térreo, elevadores exclusivos parlamentares, gabinetes de 39 m2 e banheiro privativo. Se tiver azar, terá de se contentar com o anexo III - o "favelão". Então, receberá belos R$ 78 mil mensais para contratar a equipe de até 25 funcionários em seu gabinete. E, para cobrir gastos com combustível, avião, telefone e divulgação de suas atividades, há o "cotão" - uma ajuda de R$ 21 a R$ 44 mil. Somando tudo, temos o segundo parlamentar mais caro do mundo, depois do americano.

Mas o que ele consegue fazer com tudo isso? Se sua função fosse propor projetos de lei, a coisa iria bem: em 2012 foram apresentados 1.841 projetos. Só que, deles, apenas 13 foram aprovados (e desses, quatro foram originados no Congresso. QUATRO, sendo que um era para aumentar o salário dos servidores do Senado). Em parte isso acontece porque uma infinidade dos projetos é irrelevante - datas comemorativas e propostas estapafúrdias, como a penalização da heterofobia e a obrigatoriedade da plantação de uma árvore a cada criança nascida. "O mais frustrante no Congresso é a incapacidade de realizar aquilo que você promete na campanha", diz Fernando Gabeira (PV-RJ), que, depois de quatro mandatos de deputado federal, abandonou a Câmara para tentar a eleição a governador do Rio de Janeiro em 2010. "Já os grandes temas de porte nacional foram levados ao Tribunal de Justiça, como o aborto de anencéfalos, a união civil e a marcha da maconha".

CORONÉIS ELETRÔNICOS
As famílias tradicionais podem ir além de seu reduto eleitoral com uma ajudona: a mídia. Ao menos 60 parlamentares são donos de meios de comunicação. Quem recebeu concessões de TV durante a ditadura e o governo Sarney se destaca.

Família Magalhães (BA)
- Rede Bahia
- Jornal "Correio*"

Família Franco (SE)
- TV Sergipe
- "Jornal da Cidade"

Família Collor de Mello (AL)
- TV Gazeta
- Jornal "Gazeta de Alagoas"

Família Maia (RN)
- Rede Tropical de Comunicação
Família Sarney (MA)
- Rede Mirante
- Jornal "O Estado do Maranhão"

Família Barbalho (PA)
- Rede Brasil Amazônia de Televisão
- Jornal "Diário do Pará"

AS TENTAÇÕES DO PODER
É tudo ladrão? Não. Mas veja como os parlamentares podem usar a política para tirar proveito próprio.
1. O TIRA-GOSTO
Cada parlamentar custa em média R$ 7,4 milhões por ano. Com a verba de gabinete, é comum contratar funcionários domésticos e retribuir cabos eleitorais e doadores de campanha. O senador Fernando Collor (PTB-AL), por exemplo, já chegou a pagar com verba de gabinete o jardineiro da Casa da Dinda e duas arquivistas do "Centro de Memória Fernando Collor". Já o "cotão" pode ser indevidamente usado para comprar jornalistas, pagar material de campanha e contratar empresas-fantasmas.

2. O LANCHINHO
Para continuar na vida política, os caciques regionais precisam manter seu curral eleitoral. Como? Com as "emendas parlamentares" - o direito de remanejar R$ 15 milhões do Orçamento Geral da União. Com elas, o parlamentar constrói creches, compra ambulâncias e fortalece alianças com prefeitos locais. Se quiser se reeleger ou disputar um cargo executivo, meio caminho andado. Mas tem mais. Essas emendas podem ir para entidades-fantasmas, contratos superfaturados, ONGs de amigos...

3. O PRATO COMERCIAL
Políticos podem propor e votar matérias de acordo com os interesses dos setores que os elegeram. Para isso, eles se organizam em Frentes Parlamen-tares - grandes bancadas suprapar-tidárias que defendem causas específicas, como ambiente e porte de armas. Mas há também os interesses de quem pagou a eleição. E é nesse momento que lobistas e financiadores de campanha recebem o retorno de seus investimentos. "Fiz um projeto para proibir embalar bebidas alcoólicas com garrafa PET", diz o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ). "Mas o projeto foi destroçado nas várias comissões em função de lobbies."

4. O BANQUETE
Para que um presidente consiga governar, ele precisa de apoio no Congresso. E o que o Planalto pode oferecer em troca são ministérios. O PMDB ficou com a Previdência, Minas e Energia e outros três. O PDT, com o Trabalho. PCdoB, com os Esportes. O PP, de Maluf, com as Cidades. E por aí vai. Para o governo, isso dói bastante, porque significa comprometer parte do programa de governo. Mas, se não quiser abrir mão, vai precisar utilizar mecanismos menos ortodoxos, como mensalidades em troca de votos. Como no Brasil temos 24 partidos na Câmara, sendo que o maior tem apenas 17% das cadeiras, há muito o que se negociar.

Chega de tanta burrice

Sim, algo deu errado. O que fazer, então? Sonhar com uma bomba no meio do Planalto Central, como pedem certas campanhas de Facebook? Derrubar tudo e começar de novo? Bom, a Rússia fez isso na Revolução de 1917, e a Alemanha também, em 1933. E, se você se lembrar da aula de História, nenhuma das duas tentativas terminou bem. Como disse Winston Churchill ao Parlamento inglês em 1947, "a democracia é a pior forma de governo - exceto todas as outras". Algumas reformas poderiam melhorar bastante a dinâmica da nossa democracia - ainda que não resolvam a raiz do problema. Há quase duas décadas, o Congresso tem prometido isso por meio de uma reforma política. Na prática, só entregaram duas mudanças: a emenda da reeleição, obtida sob denúncias de compra de votos, e a Lei da Ficha Limpa, votada sob a pressão de 1,3 milhão de assinaturas. "Muita gente fala que o sistema não funciona e que é preciso uma reforma. Mas essa reforma não é feita justamente porque deputados e senadores precisam votar nela. Por isso, ela acaba fracassada", diz Gabeira. O principal ponto dessa reforma política é a mudança do sistema eleitoral - aquele sistema maluco que transformou as eleições do Legislativo numa caríssima maratona.

Mas isso seria apenas o primeiro problema a ser resolvido na nossa política. O segundo, tão importante quanto, é a questão da grana. Como já vimos, as empresas têm imenso poder no nosso jogo político. Uma alternativa seria botar o Estado para financiar todo o processo. No financiamento público, pessoas físicas ou empresas não podem doar para nenhum candidato - apenas para um fundo público, que também receberia o dinheiro de impostos. Isso, em parte, já acontece. Em 2012, o horário eleitoral gratuito custou aos cofres públicos R$ 606 milhões em renúncia fiscal e R$ 286 milhões do fundo partidário (uma ajuda de custo a que partidos políticos têm direito). Mas o financiamento público traz alguns pontos importantes. Quanto será dinheiro suficiente e quanto será dinheiro demais? Por que um cidadão seria obrigado a dar o dinheiro de seus impostos para um partido com cujas ideias não concorda?

Foi pensando nessas questões que Lawrence Lessig, professor de direito em Harvard e cofundador do Creative Commons, teve uma ideia. Para ele, a grana do fundo público de campanha deveria virar um "vale-democracia". Digamos que cada eleitor tenha direito a um vale-democracia fixo de R$ 50, deduzido do imposto de renda. É um dinheiro que você iria gastar de qualquer jeito, mas que vai para as eleições, para o candidato da sua preferência. Se você quiser apoiar a campanha de alguém, é só dividir o vale-democracia entre quantos candidatos quiser. Se você não quiser fazer isso, o voucher vai direto ao partido ao qual você é afiliado. E, se você não for afiliado a nenhum partido, ele vai para financiar a Justiça Eleitoral.

O sistema não impede as doações privadas, desde que haja um limite do quanto se pode doar. Se você quiser dar uma ajuda extra a alguém, poderá contribuir com, no máximo, R$ 100 - seja você um estivador, seja você o Eike Batista. O resultado é que vai se dar bem na campanha quem tiver capacidade de mobilizar mais microdoadores (as pessoas), e não quem tiver relações com os grupos econômicos mais interessados em influenciar os rumos da política. Quem vai decidir isso serão muitos cidadãos - e não só algumas empresas. Ou seja, o interesse do povo pode entrar na pauta. Claro que essa ideia também tem seus problemas. Por exemplo, ela democratizaria apenas a superfície do financiamento eleitoral - o mundo das doações não-contabilizadas, os famosos caixa 2, seguiria existindo. E poderia até crescer.

A terceira reforma necessária já começou a valer. É a transparência. Desde maio de 2012, todos os órgãos públicos e privados que recebem dinheiro público são obrigados a fornecer quaisquer dados a qualquer pessoa que pedir - sem que ela precise explicar seus motivos (só não vale informação pessoal ou sigilosa.) Também precisam publicar na internet dados como o uso de recursos, editais de licitações, contratos e tantos outros documentos que revelem o andamento da administração. Assim, o Brasil colocou em prática o que já prometeu 23 anos antes em sua Constituição, e se tornou o 90º país a abrir seus dados públicos. Com uma vantagem - fez isso já numa era de democratização da internet e redes sociais.

Só que isso por si só não faz revolução. Dados amontoados não significam muita coisa. Para que eles se transformem em informação, é necessário que sejam interpretados. Ou seja, só servem para algo quando os seres humanos entram na jogada. E é nesse ponto que, finalmente, começamos a encontrar a verdadeira resposta para a embananação da democracia no Brasil: a participação popular. Corrupção, hegemonia de grupos econômicos nas decisões políticas, paroquialismo... Todos as burrices que vimos nas páginas anteriores são apenas reflexos de um único problema: a falta de participação popular na política.

Um sinal retumbante

Enquanto este texto era escrito, milhares de manifestantes se reuniam a menos de um quilômetro da redação da SUPER. Foi o 5º, e maior, protesto organizado pelo Movimento Passe Livre, que conseguiu baixar a tarifa de ônibus na cidade. Desde 13 de junho, quando a tropa de choque da Polícia Militar atacou manifestantes que gritavam "sem violência", o movimento ganhou apoio de pessoas que até então o criticavam pelo vandalismo de uma minoria. Manifestações se espalharam pelo Brasil e por algumas cidades europeias e americanas. Em São Paulo, diga-se, a manifestação contra os R$ 0,20 a mais ganhou como mote a frase ""não são só os R$ 0,20".

É que esse tipo de movimento, organizado em redes, sempre ganha vida própria, sem uma cartilha definida. Os protestos então, acabaram difusos - basicamente "contra tudo". Mas isso é o de menos. Essas manifestações, no fundo, foram algo muito maior: um sinal retumbante de que os cidadãos querem derrubar o muro entre sociedade e política.

Sinais mais silenciosos têm pipocado também, numa velocidade crescente. Um exemplo surgiu em Maringá, Paraná. Durante os anos 90, mais de R$ 100 milhões foram desviados da prefeitura. Quando a mutreta foi descoberta, em 2000, a revolta foi enorme. Mas, em vez de ficar reclamando, a sociedade civil decidiu reagir. Primeiro, lideranças se reuniram e fundaram a Sociedade Eticamente Responsável (SER), em 2004. No ano seguinte, o novo prefeito, Silvio Barros (PP), abriu os dados da prefeitura num portal de transparência na internet. Então, para escrutinar esses dados, o SER formou em 2006 o Observatório Social de Maringá. Sua função era basicamente dar treinamento para que qualquer cidadão sem filiação a partido político monitorasse voluntariamente o uso de dinheiro público do município. Professores, aposentados, estudantes, advogados. Não importa. Em vez de perder tempo compartilhando posts raivosos ou comentando matérias no Facebook, os voluntários puderam usar sua indignação analisando se editais de licitação não eram viciados, divulgando-os para o maior número de empresas possível, fiscalizando os preços, as quantidades e a qualidade dos produtos e serviços licitados, e acompanhando sua entrega. Deu tão certo que, em 2009, o Observatório Social de Maringá venceu um concurso em Inovação Social da ONU para América Latina e Caribe. E a ideia se espalhou para mais de 60 municípios pelo Brasil.

A REGRA DO JOGO
Reformar o sistema eleitoral ajuda? Talvez. Mas qualquer alternativa tem seus problemas.

LISTA ABERTA
Eleitores votam nos candidatos, não nos partidos.
- Qualquer pessoa com base eleitoral tem chance.
- Há grande espaço para minorias.
- O excesso de candidaturas aumenta o custo de campanha.
- A campanha se foca no candidato, e partidos perdem importância.

EXEMPLOS: países escandinavos, Brasil.

LISTA FECHADA
Eleitores votam nos partidos, que já têm uma lista de candidatos pré-definida.
- O foco da campanha são as ideias, não as personalidades.
- Partidos buscam representar vários grupos sociais.
- Os candidatos se distanciam dos eleitores.
- Novas lideranças têm poucas chances.

EXEMPLOS: Portugal, Espanha, África do Sul.

VOTO DISTRITAL
Aqui, os Estados são divididos em distritos eleitorais (muito menores que Estados) e cada um pode eleger um candidato.
- Candidato tem mais contato com o eleitor.
- O número de candidatos por distrito é limitado.
- Interesses locais se sobrepõem aos nacionais.
- Minorias são enfraquecidas.

EXEMPLOS: EUA, Reino Unido, França.

Open bar da democracia

Outro exemplo vem da Índia. Na maior democracia do mundo, a corrupção generalizada impede que dinheiro do governo chegue à também maior população de miseráveis do mundo. O que a organização MKSS começou a fazer em 1994 no paupérrimo e semidesértico Estado do Rajastão? Pegou cópias dos orçamentos dos panchayats (as assembleias de aldeia, base do sistema político indiano) e começou a lê-los em público para a população - assim todo mundo podia ver o quanto de dinheiro público deixava de chegar a eles. Como o governo se recusava a liberar documentos, a MKSS integrou um movimento por uma lei de acesso à informação - que foi aprovada para o território indiano em 2005, sete anos antes do Brasil.

Esse tipo de auditoria participativa serve de controle do uso do dinheiro público. É bastante, mas a população engajada pode ir além, se quiser. Não só controlar, mas decidir com o que o dinheiro público vai ser usado. Os primórdios dessa ideia surgiram ainda em 1989 em Porto Alegre. Era o Orçamento Participativo. Nele, a população ia a assembleias para definir as prioridades dos gastos do município. Desde então, a ideia se espalhou pelo mundo. Isso, claro, surgiu numa época em que pessoas precisavam ir à prefeitura até para pegar uma segunda via do IPTU.

Hoje, as redes sociais ampliam drasticamente o nível de participação. O passo mais tímido é botar em votação na internet quais obras pré-selecionadas devem ser realizadas - caso do Orçamento Participativo Digital de Belo Horizonte, iniciado em 2007. Mas ferramentas de crowdsourcing podem levar isso muito mais adiante - e bem mais próximo de você.

Quer que a prefeitura resolva a tampa de bueiro aberta? A lâmpada queimada? Revitalize o canto ermo onde você foi assaltado? Ferramentas como o FixMyStreet, do Reino Unido, e o SeeClickFix, dos EUA, permitem que qualquer cidadão identifique num mapa problemas nos serviços públicos. É o crowdmapping (mapa colaborativo). A prefeitura pode então pegar esses relatos, encaminhá-los para os órgãos certos e, quando resolvidos, mudar o status do post para "fechado". A curto prazo, o cidadão ajuda a administração a saber onde agir pontualmente. A longo prazo, é possível constatar padrões em que os problemas aparecem - e, uma vez conhecendo o padrão, dá para traçar planos para resolver o problema antes mesmo que ele aconteça.

Isso abre espaço para o passo seguinte: usar ferramentas de redes sociais para a democracia direta. Algo parecido com isso aconteceu na Islândia. Em 2008, a economia do país desabou - e a descrença na política se tornou tamanha que levou algum engraçadinho a colocar o país à venda no eBay. Dos escombros, os islandeses decidiram criar uma nova Constituição - escrita não por políticos profissionais, mas pelo próprio povo.

Primeiro, reuniram mil cidadãos estatisticamente representativos da diversidade regional e demográfica do país para fazer um brainstorming sobre o que o país queria ser (pausa para imaginar as ideias esdrúxulas que saíram). Então, elegeram 25 cidadãos para redigir um rascunho da Constituição. As conclusões foram publicadas online para que qualquer cidadão pudesse comentar o texto - foram 3,6 mil comentários e 370 sugestões. Depois de referendado, o texto acabou aprovado por 2/3 dos eleitores.

Isso, claro, só é possível porque a Islândia tem um alto nível de escolaridade, uma pequena população (menos da metade do Acre) e uma enorme vontade de mudar o país. E, infelizmente, a democracia direta apenas funciona em casos isolados. Caso contrário, corre-se o risco de tomar decisões baseadas no calor do momento e contra a vontade de minorias. "Tenho 328 mil seguidores no Twitter, mas não posso escrever `digam as leis que vocês querem¿. Cada um desses 328 mil só vai pensar em si mesmo", diz Cristovam Buarque.

Mas a democracia direta pode também ser usada a favor da democracia representativa, que pouco mudou desde o século 19. Ferramentas em rede podem servir de meio de diálogo e pressão contínuo entre a população e seus representantes. Os primeiros passos já foram dados. Um deles são as petições online. Neste ano, por exemplo, o Congresso brasileiro recebeu mais de 1,6 milhão de assinaturas eletrônicas por meio do Avaaz contra a posse de Renan Calheiros na presidência do Senado. Como o regimento da Casa não reconhece esse tipo de documento, nada foi feito. Mas a pressão chegou lá. Se esse tipo de ação continuar a ser ignorado, a legitimidade desses parlamentares será (ainda mais) deteriorada. Outro passo é o surgimento em vários países de partidos que fazem crowdsourcing de suas plataformas políticas - como o Partido Pirata, presente em 28 países, inclusive com dois assentos no Parlamento Europeu e mais de 40 em assembleias estaduais da Alemanha.

As ações feitas com as novas ferramentas tecnológicas podem ser desdenhadas, chamadas de "democracia do sofá". De fato, elas levantam mais bandeiras contra do que a favor de algo. Também são mais influenciadas por comoções do que pelo debate racional. Por fim, tendem a se desmobilizar tão logo o assunto perde o frescor. Mas a tecnologia traz algo que a velha política não permitia: a troca imediata entre o poder público e a população. Se corrupção e crise de representatividade não passam de sintomas de uma doença maior - o distanciamento entre eleitor e eleito -, as redes sociais podem agir direto na raiz do problema. Elas levam a política para a vida das pessoas, em vez de limitar a participação às eleições. E permitem agir em espaços que vão da rua até o Congresso. E se o sofá não bastar? Então, as redes sociais podem mostrar o seu lado explosivo: a mobilização para protestar nas ruas. O mundo árabe descobriu isso. O movimento Occupy Wall Street descobriu isso. A Turquia descobriu isso. E o Brasil também. Bem-vindo ao futuro da democracia.

Cinco iniciativas para renovar a democracia - de baixo para cima.
GOVERNO ELETRÔNICO
Para que as ferramentas do governo eletrônico saiam do mundo das ideias e vão para as entranhas do governo, os EUA criaram uma bolsa anual para programadores trabalharem em prefeituras - o "Code for America". Assim, as pessoas que mais sabem programar podem ajudar a transformar prefeituras em órgãos mais transparentes, eficientes e abertos para a participação de seus cidadãos.

PETIÇÃO ALÉM DA INTERNET
Enquanto o nosso Congresso não faz ideia do que fazer com petições do "Avaaz", alguns países usam as votações para criar políticas públicas. No "We the People", da Casa Branca, qualquer cidadão pode abrir uma petição, que terá uma resposta se receber mais de 100 mil assinaturas. Na Finlândia, o Parlamento é obrigado a discutir toda petição que reunir ao menos 50 mil assinaturas.

MAPAS POLÍTICOS
Tudo começou com a eclosão de violência política no Quênia após as eleições fraudulentas de 2007. Um grupo de blogueiros e desenvolvedores criaram o Ushahidi, um site no qual pessoas poderiam apontar casos de violência em um mapa online ou por mensagem de texto. Desde então, a plataforma de cartografia colabo-rativa foi usada para monitorar casos de corrupção e eleições em todo mundo.

PLANEJAMENTO TERCEIRIZADO
Oito anos de poder é pouco para organizar políticas de longo prazo, como o plane-jamento urbano. Por isso, algumas cidades atribuíram esse tipo de discussões a institutos fora da prefeitura. Neles dialogam três grupos que normalmente se odeiam - academia, sociedade civil e iniciativa privada. O primeiro caso no Brasil surgiu em 1973, em Curitiba, o Insti-tuto de Pesquisa e Planejamento Urbano.

OPINIÃO PÚBLICA - E INFORMADA
Uma das ferramentas mais importantes para criar políticas públicas são pesquisas de opinião. Mas essas pesquisas podem mostrar mais a desinformação da sociedade do que sua opinião. Uma alternativa para isso é o "deliberative polling", modelo desenvolvido por James Fishkin, da Universidade Stanford. Nele, são selecionadas pessoas que representem estatisticamente uma população. Elas recebem relatórios equilibrados sobre um assunto a ser deliberado e, depois, se dividem em pequenos grupos de discussão, que debate sob a ajuda de um mediador profissional. Então, são novamente convocadas para emitir sua opinião em relação ao assunto. A ideia é que isso representaria a opinião de toda a população, se fosse possível deixá-la tão bem informada quanto esse grupo.



Fonte: Maurício Horta/Super

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Porque Nossa Política Não Funciona - Parte 1.




Tiririca virou ícone da descrença na democracia brasileira. Da sua eleição ao anúncio de volta à vida circense, a mensagem é a mesma - "pior que está não fica". Mas será que as coisas vão tão mal assim? Comparado aos nossos colegas emergentes, somos até uma democracia admirável. Nossas eleições são livres. Nosso sistema de votação eletrônica, embora peque em transparência, é referência mundial. Nossa imprensa é independente, ao menos nas principais capitais.

 E temos três poderes bem divididos. Ok, a presidenta tem grande poder - como administrar um orçamento de R$ 2,3 trilhões e criar medidas provisórias com valor de Lei. Mas, para servir de freio a ela há 513 deputados e 81 senadores que estão lá representando o povo e seus Estados. Sem a aprovação deles, no Congresso, o Executivo não faz nada. No papel, é um modelo lindo. Só que na prática eu, você e a torcida de todos os times da pátria sabemos que a verdade não é bem por aí.

Tudo funcionaria bem, não fosse o fato de, em vez de um mandato, o Congresso receber carta branca de seus eleitores. Sim, deixamos nossos representantes fazerem o que quiserem com seus cargos. Passado um mês desde a eleição de 2010, um em cada cinco eleitores havia se esquecido em que parlamentar tinha votado, segundo pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral.

Já o Estudo Eleitoral Brasileiro, feito pela Unicamp, mostra que 70% esqueceram em 2010 em que deputado votaram quatro anos antes. Não é que o brasileiro não sinta que seus representantes o representem. Ele sequer sabe quem é o seu representante. E, sem isso, o congressista não tem controle. Faz o que quer.

Vamos às urnas a cada dois anos, mas no resto do tempo não participamos das escolhas feitas no bairro, na igreja, no trabalho e nos outros espaços que fazem parte da nossa vida. "A política virou um departamento à parte, dissociado da sociedade", diz o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). "E o povo a vê como uma instância que não lhe diz respeito." O resultado é que dificilmente a carreira política atrai as pessoas mais capacitadas. Você tem algum amigo talentoso? Pois bem, provavelmente ele não quer ser político.

 Em geral, pessoas talentosas vão à universidade, escolhem uma profissão e vão brilhar muito em uma empresa ou em qualquer espaço onde lhes deem recompensas mais imediatas e palpáveis. A política é frustrante demais. Para entrar nela, é preciso atravessar a piscina de lama do financiamento eleitoral. Depois, é necessário lutar contra um grupo de pessoas que estão lá por motivos que não são exatamente "a formação de um país melhor". A quem então interessaria a profissão de suas excelências?


Bem-vindo ao zoológico
Poucos quilômetros passados desde o aeroporto Juscelino Kubitschek, chega-se a um trevo no qual uma placa indica: "zoológico". Parece piada, mas, se você seguir a indicação, chegará a Brasília. Como um zoológico, a capital federal é isolada do hábitat natural da maioria da população (a única região metropolitana a menos de 12 horas de ônibus é a de Goiânia).

 Ao mesmo tempo, também reúne num pequeno espaço uma fauna muito representativa da diversidade brasileira. Para garantir essa representatividade, os espécimes expostos passam por uma seleção que acontece a cada quatro anos: as eleições para deputado ou senador.

Em alguns países, como nos EUA, a eleição para a Câmara é como uma competição de 100 metros rasos - cada cadeira representa um distrito, disputado por alguns poucos candidatos próximos ao eleitor. Em outros países, como a Espanha, é como uma prova de equipe - vota-se num partido, que apresenta uma proposta política. Já no Brasil, temos uma ultramaratona. São milhares de candidatos disputando as cadeiras de um Estado inteiro, cada um correndo por si. Segundo o cientista político Barry Ames, da Universidade de Pittsburgh, esse nosso sistema dá espaço para quatro tipos de candidatos - e nenhum deles é aquele seu amigo talentoso. Vamos chamá-los de Líderes de Entidade, Burocratas, Caciques e Pastores.

Em regiões metropolitanas, quem tem mais chance são os Líderes de Entidades: sindicatos, federação de indústrias, associações de comerciantes e conselhos de profissionais. Essas entidades se organizam em torno dos interesses de sua categoria e lançam líderes para defendê-los em Brasília. Já em campanhas espalhadas pelo Estado, ganham uma vantagem tremenda os Burocratas, como os secretários de educação ou saúde. Eles são figuras que, por terem ocupado cargos estratégicos no Executivo, têm uma grande exposição para a população - e acabam lembrados na hora das urnas.

Agora, no eleitorado de municípios menores, quem ganha são os Caciques - geralmente, membros de famílias políticas tradicionais na região. Uma vez no poder, elas conseguem fortalecer sua influência alimentando seu curral eleitoral com verbas federais. E, por fim, há uma última possibilidade: juntar votos de algumas poucas pessoas que tenham algo em comum, mas que estejam espalhados por todo o Estado. A princípio, isso vale para qualquer minoria - vegetarianos, correntes ideológicas radicais, descendentes de imigrantes, LGBTs... Mas para se eleger é preciso mais do que uma identidade. É necessário ter líderes, uma estrutura de campanha e uma rede de seguidores. Hoje, quem tem isso mais bem organizado são os pastores de igrejas evangélicas.

Essa divisão tem um problema sério: o poder se torna um incentivo por si mesmo. Só será eleito quem já tiver poder. Afinal, como competir com um burocrata que tem a máquina pública a seu lado? Ou com um líder religioso que controla as almas de seu rebanho? Diante do moto-perpétuo político, não há espaço para pessoas com talento, nem para os interesses do cidadão comum. Assim, a política deixa de ser um lugar para a discussão de ideias ou para a construção de um país melhor - ela apenas serve para manter as antigas e duvidosas estruturas. Ou seja, melhorar a nossa vida não necessariamente está em debate por lá.




Fonte: Maurício Horta/Super


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Prisões brasileiras são 'um inferno', diz Barbosa em Londres!





Diante de uma plateia de mais de 250 pessoas na Universidade King's College, em Londres, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, classificou as prisões brasileiras como "um inferno" e creditou a precariedade do sistema prisional à falta de vontade política de governantes locais.

"As prisões (no Brasil) são como o inferno. Os políticos não se importam, pois (delas) não há retorno político: votos", afirmou ele durante uma palestra promovida pelo King's Brazil Institute, departamento de estudos brasileiros da universidade britânica.

"Horror é a palavra mais adequada para definir o sistema prisional brasileiro. O governo federal tem um papel pequeno nas prisões. Elas são, em sua maioria, controladas pelos governos estaduais, que só buscam dividendos políticos", acrescentou Barbosa, que não mencionou nomes de governantes.

Para exemplificar o que chamou de "natureza explosiva das prisões brasileiras controladas por organizações criminosas", o presidente do STF citou o caso da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, onde mais de 60 presos morreram em 2013.

Considerado o complexo penitenciário mais violento do Brasil, Pedrinhas sofre com superlotação das celas e infraestrutura precária. Vídeos recentes mostrando presos sendo decapitados durante uma violenta rebelião ocorrida no interior do presídio ganharam as manchetes da imprensa brasileira e contribuíram para afundar o governo maranhense em uma crise sem precedentes.

Em dezembro do ano passado, pouco antes de entrar de férias, Barbosa recebeu um relatório de um juiz do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que também preside, sobre a situação da penitenciária.
"Vi algumas fotos do que aconteceu lá (em Pedrinhas) e fiquei horrorizado. Mas não pensem que isso só acontece no Maranhão. São locais onde há a absoluta ausência de poder do Estado", afirmou ele.

Preconceito
Convidado para falar sobre o funcionamento do STF, Barbosa deixou de lado o protocolo e abordou temas variados durante seu discurso, desde a lentidão do Judiciário ao crescimento de políticos ligados a Igrejas evangélicas.

Suas declarações mais fortes foram feitas quando o ministro encerrou sua exposição sobre a Corte e decidiu responder a perguntas da plateia.
Sobre racismo, Barbosa afirmou que o Brasil "precisa fazer algo para incluir os negros na sociedade".
"O Brasil nunca enfrentou de frente o preconceito contra negros. As cotas não são o bastante. Se o país quer ser respeitado como um grande player no cenário mundial, é preciso fazer algo para inserir essas pessoas", afirmou ele.

"E isso se dá através da educação, que é, no meu ver, o principal problema do Brasil", acrescentou.
Segundo Barbosa, ainda que "respondam por mais da metade da população brasileira", os negros ainda têm uma participação "pequena" nas camadas mais altas da sociedade.
"A televisão brasileira, por exemplo, é dinamarquesa", criticou Barbosa, provocando risos no auditório.

Corrupção e fundamentalismo
O presidente do STF também mencionou casos de corrupção no Judiciário e ressaltou o papel do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como órgão punitivo.
"Muitos juízes brasileiros são honestos, mas nem todos. Há alguns poucos que não são. Nesse sentido, o CNJ tem tido um papel importante."

Ao ser questionado se acredita que o Brasil está dando "um passo para trás" ao misturar "religião e política", Barbosa afirmou que não encara o crescimento no número de políticos com filiações religiosas como "uma ameaça" para o país.
"Trata-se, no entanto, de uma clara distorção no sistema político. O Brasil é um Estado laico e assuntos de Estado não deveriam se envolver com religião. Algo precisa ser feito", afirmou o presidente do STF, sem mencionar o quê.

Barbosa reiterou mais uma vez que não tem intenção de concorrer à presidência.
"Nunca fui político, nunca fui filiado a nenhum partido e não vou ser candidato à presidência", disse.
Ao fim da palestra, o presidente do STF foi ovacionado pelo público. Rodeado por estudantes, ele teve dificuldade de deixar o auditório dada à quantidade de pedidos de foto.

Londres foi a última etapa de um ciclo de seminários e encontros que Barbosa realizou na Europa. Antes de chegar ao Reino Unido, o magistrado esteve na França, onde encontrou autoridades e também deu palestras.

O ministro estava inicialmente de férias, mas decidiu renunciar ao descanso para participar dos eventos. A decisão de Barbosa gerou polêmica após o jornal O Estado de São Paulo noticiar que ele ganhou 11 diárias de trabalho, no valor total de R$ 14 mil.





Fonte: BBC Brasil