sábado, 31 de março de 2018

Google e Facebook - Como fugir dos olhos deles?


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O caso Facebook/Cambridge Analytica deixou todo mundo meio preocupado com a própria privacidade. E não é para menos: Google e Facebook coletam uma enorme quantidade de dados sobre as pessoas. Mas, fazendo algumas configurações bem simples (e que pouca gente conhece) você pode reduzir muito a sua exposição. É superfácil, leva menos de cinco minutos. E realmente vale a pena. Vamos lá:


1. Desligue o “Google Location History”

O Google monitora a localização do seu celular – e registra, minuto a minuto, todos os lugares onde você esteve, durante toda a sua vida. Ele diz usar essa informação para fornecer “melhores pesquisas de mapas” e alimentar a inteligência do Google Assistant. Mas a verdade é que, na prática, você não ganha praticamente nada com isso – a menos que aprecie ser vigiado como um ratinho de laboratório.

Para desabilitar o monitoramento, basta acessar o Google Location History. Na tela que será exibida, clique em Gerenciar Histórico de Localização. Aí é só virar a chavinha para desligar o recurso.

Se você quiser, também pode deletar a lista de lugares que o Google já registrou (é só clicar em Gerenciar Histórico, Configurações e Excluir todo o histórico de localização). O Google Maps continuará funcionando normalmente, como sempre. Mas você não será mais monitorado.



2. Desligue o monitoramento do Google Chrome

Tanto no computador quanto no celular, a maioria das pessoas usa o navegador Chrome. Ele é ótimo. Mas tem um detalhe bem ruim: monitora todos os seus passos na internet, e envia para o Google. “Não tenho nada a esconder”, você dirá. Ok. Mas você também não ganha nada se deixando monitorar – só ajuda a aumentar o já enorme prontuário que o Google possui a seu respeito.

Por isso, vale a pena desativar o monitoramento do Chrome. É bem fácil. Basta entrar nos Controles de Atividade do Google. Na tela que será exibida, é só desligar a chavinha “Atividade da Web e de apps”.


Se você quiser, também pode deletar a navegação que o Google já gravou (clique em Gerenciar Histórico para fazer isso). As mudanças não afetam, em nada, o funcionamento normal do Google Chrome. Você continua tendo o seu histórico salvo localmente, no seu celular ou desktop, inclusive. A diferença é que ele não é mais enviado para o Google.



3. Acabe com a vigilância do Facebook

Sabe quando você pesquisa algum produto na internet -um colchão, por exemplo-, e aí fica um tempão recebendo anúncios dele na sua timeline? Isso acontece porque o Facebook monitora a sua navegação na internet. Sabe aqueles botõezinhos azuis, que existem em praticamente todos os sites e servem para você compartilhar no Face a página que está vendo? Eles também funcionam como “trackers”, ou seja, contam ao Facebook que você acessou aquele site (mesmo se você não clicar no maldito botão).

O Facebook ganha muito com isso, mas você não. Vale a pena bloquear o rastreamento. É só instalar o Disconnect, um plugin que bloqueia os trackers do Facebook. Ele é grátis e automático, ou seja, você não precisa fazer nada.

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Disconect.

O Disconnect só funciona no computador. No celular, a melhor opção é instalar o navegador Ghostery Privacy Browser, que já vem com bloqueador de trackers e tem versões para Android e para iOS. Ele é bem parecido com o Chrome (usa o mesmo motor de renderização de páginas, inclusive), mas bloqueia automaticamente as tentativas de monitoramento.

* * *

Pronto. Agora é bola para frente, vida normal. Você pode continuar usando todos os serviços do Google e do Facebook, com todos os recursos que eles oferecem, sem ser monitorado (dentro da internet e fora dela). Repasse este guia aos seus amigos.









Fonte: Bruno Garattoni/Super







Criogenia - Vida após a morte?

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Os conceitos de vida eterna e ressureição têm significados diferentes para a Igreja e Ciência. Enquanto que para a primeira doutrina a vida eterna é alcançada após a morte, não em forma física (corpo), mas espiritual e o poder da ressureição está em Deus e em Cristo, a Ciência busca uma forma diferente de imortalidade, ou pelo menos de prolongar nossa passagem pela terra, através dos avanços na tecnologia e da medicina.

Sem desmerecer nenhum tipo de crença, a verdade é que a imortalidade tem sido objeto de fascínio da humanidade ao longo da história. A ideia de vencer algo tão temido quanto a morte permeia o desejo de muitos homens. De frente com ela o ser humano se agarra ao que lhe convém, seja religião ou ciência. Agora imagine só você ter a chance de após a sua morte, ser ressuscitado muito tempo depois e acordar no futuro?


Assustador para alguns, excitante a outros. Muito explorada em filmes e livros de ficção científica esta ideia de voltar à vida após a morte e ainda acordar no futuro distante e ter a oportunidade de presenciar a chamada evolução, poderá ser possível graças a Criogenia ou melhor, a Criônica. Para você entender melhor do que se trata, a seguir vamos ver  o conceito de cada uma.

Criogenia é a ciência que estuda as tecnologias capazes de produzir temperaturas extremamente baixas e o comportamento dos elementos e materiais que são submetidos a esta técnica, explorando os efeitos de transferência térmica entre um agente e o meio. Já a Criônica, erroneamente também chamada de Criogenia, é a técnica de manter cadáveres congelados por anos a fio para no futuro ressuscitá-los.

Cientistas acreditam que mantendo os corpos congelados, posteriormente outros profissionais do ramo poderão descobrir a cura para a doença causadora da morte destas pessoas. Desta forma os cadáveres poderão ser descongelados e trazidos de volta à vida.

A ideia parece ser fantástica. Após a morte, os médicos lhe colocam em um tanque de nitrogênio líquido, em temperaturas extremamente baixas, de forma que o cadáver não irá apodrecer. Daqui a 150, 200, 300 anos, cientistas descobrem um jeito de combater a doença que lhe levou a óbito, te degelam e voilá, você estará vivo novamente, não importa quanto tempo tenha se passado desde a última vez que você viu a luz do dia.

Mas na realidade o processo está longe de ser assim, tão simples. Embora existam instituições especializadas em criônica há anos, ainda faltam tecnologias capazes de ressuscitar os corpos. Isto porque os próprios métodos utilizados no processo de congelamento de uma pessoa causam danos às células. Estragos estes que só podem ser reparados com tecnologias que ainda não foram inventadas. Por enquanto, o congelamento não funciona com pessoas porque o líquido que compõe as células vira gelo, aumentando de tamanho e fazendo-as trincar.

Mas a técnica de Criônica já é utilizada com sucesso em alguns casos como no congelamento de embriões. Óvulos fecundados podem ficar na “geladeira” por algum tempo, tendo boas chances de sobreviver ao descongelamento. Estima-se que cerca de 60% conseguem vingar, dando origem a um bebê saudável. Isto é possível porque nos embriões congelados a criação de cristais de gelo, responsável por fazer as células trincar, é evitada com a aplicação de substâncias químicas, isto impede que as paredes celulares se danifiquem.

O procedimento não é possível de ser realizado em seres humanos desenvolvidos porque cada tipo de célula exige uma substância protetora diferente e muitas delas ainda não foram inventadas.

Como funciona
Quando uma pessoa é considerada legalmente morta, ou seja, seu coração deixa de bater, e ela está cadastrada em uma instituição que realize o procedimento, um funcionário da empresa de criogenia prontamente irá estabilizar o corpo e fornecer oxigênio suficiente para seu cérebro e seu sangue, de forma que o morto continue apresentando algumas funções vitais. O profissional então resfria o cadáver com gelo. A temperatura pouco acima de 0 °C  já é suficiente para evitar, por algum tempo, que o corpo apodreça.

Nesta mesma fase, o cadáver também recebe uma injeção de anticoagulante, para manter os vasos sanguíneos desobstruídos. Após, todo o sangue é bombeado para fora e em seu lugar são aplicadas as substâncias químicas que evitarão o desenvolvimento de parte dos cristais de gelo, responsáveis por romper a estrutura celular.

O corpo então é levado para o local em que será congelado. Lá ele passa por um resfriamento gradual, em uma câmara de gelo seco. A intenção é que todos os tecidos se congelem seguindo o mesmo ritmo. Todo processo ocorre de maneira lenta, podendo durar até dois dias. O resfriamento é necessário para evitar danos na pele, músculos e órgãos vitais.

Após o resfriamento, o corpo será submergido lentamente em um tanque de nitrogênio líquido, até ficar totalmente coberto. Ao final desta fase o cadáver estará a - 196 °C, o que o impede de apodrecer. Ele ficará lá até que alguém consiga desenvolver uma tecnologia capaz de lhe trazer de volta à vida.


Possibilidade para poucos
Se você está disposto a tentar a sorte e ser congelado na esperança de um dia poder voltar a viver, terá que estar disposto também a desembolsar alguns milhares, de dólares. É literalmente, pagar para ver. Atualmente existem clínicas que realizam o procedimento nos Estados Unidos e na Rússia.

No Instituto Crynics, pioneiro no ramo, localizado nos Estados Unidos, o custo para se ter o corpo congelado é de US$ 28.000 (algo em torno de R$ 99.400, seguindo a cotação atual). E se você não quiser acordar sozinho, pode levar um animal de estimação junto. Na Crynics pode- se fazer a criopreservação de um gato, cão ou pássaro. O valor do procedimento realizado com um gato ou cão é de US$ 5.800 (cerca de R$ 20.500), sem contar as despesas de transporte e veterinário. Para um pássaro de estimação de tamanho típico é cobrado o preço de US$ 1.000, mas o preço pode ser maior se a ave for grande.  É importante ressaltar que nos valores da criopreservação dos pets não está incluso o custo de adesão.

Outra empresa que realiza o processo de criônica é a Alcor, também localizada nos Estados Unidos. Se os valores da Crynics já são salgados, os da Alcor são ainda mais caros. O custo variará de acordo com o seu método de financiamento (seguro de vida, dinheiro pré-pago ou equivalente, confiança ou anuidade). Mas o instituto também oferece a opção de congelar só a cabeça (o intuito é conservar o cérebro e no futuro religá-lo a outro corpo).  Os níveis de financiamento mínimos atuias são: US$ 200.000 para a criopreservação do corpo todo (cerca de R$ 710.000) e de US$ 80.000 para a cabeça ( cerca de R$ 284 mil).

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Como surgiu?
Pode parecer estranho, mas a ideia de congelar corpos para ressuscitá-los no futuro não surgiu recentemente, mas lá na década de 60, com o professor de Física e Matemática, Robert Ettinger, por isso Ettinger é conhecido como o "pai da criogenia". Ele escreveu e publicou o livro "The Prospect of Immortality" (Uma Perspectiva de Imortalidade). Neste mesmo período fundou o Instituto de Criônica e a Sociedade Imortalista nos Estados Unidos. Sua inspiração veio de um livro de ficção científica publicado em 1931, chamado "The Jameson Satellite", ou O satélite Jameson.

A primeira pessoa a ser congelada foi o professor de psicologia James Hiram Bedford. Após sua morte em 1967, seu corpo foi colocado em uma câmara de nitrogênio líquido, no Instituto Alcor, onde permanece até hoje.

Na década de 90 conseguiu-se um grande avanço para o processo de congelamento, com a invenção da vitrificação. Antes de ser congelado o corpo recebia uma série de injeções químicas que fazia com que os cristais formados no processo fossem de vidro e não de gelo, sendo estes mais prejudiciais para as células. Com a vitrificação, reduziu-se o dano celular, mas ainda deve-se solucionar o problema da toxidade destes elementos, antes do indivíduo ser ressuscitado. Tecnologia esta que precisa ser criada.

Em 2011, Robert Ettinger faleceu e teve seu corpo congelado nas câmaras do Instituto Criônico de Detroid, sendo o 106º a ser internado no local.


Muita gente, inclusive médicos e cientistas são céticos quanto a capacidade de se trazer alguém de volta à vida. Afinal, se as pessoas estão mortas, como elas poderão reviver no futuro? Mas a criônica não é uma teoria completamente infundada. Ela começou a partir das histórias de cidadãos que sobreviveram depois de passar muito tempo debaixo de lagos congelados. Alguns registros médicos apontam que indivíduos caíram em águas de baixa temperatura e não conseguiram imergir devido a camada de gelo. Estas pessoas passaram quase uma hora sem respirar devido a redução de seu metabolismo e funções cerebrais, mas se mantiveram vivos, funcionando em um estado em que quase não precisavam de oxigênio.

A maior parte das pessoas submetidas a este tipo de situação morreriam, mas foram estes sobreviventes que inspiraram os cientistas a acreditarem nesta ideia. Contudo, um fator importante que deve ser considerado é que o atual processo de criônica é diferente destes casos, pois as pessoas em estado de suspensão criogênica precisam antes ser consideradas legalmente mortas.

O que legalmente morto?
É proibido realizar o processo de criônica em um indivíduo vivo. Todas as pessoas que estão nas câmaras de nitrogênio tiveram que ser consideradas oficialmente mortas para participarem do processo. A morte legal ocorre quando o coração deixa de bater, no entanto o corpo ainda apresenta algumas funções cerebrais. Os criônicos acreditam que preservar este estado mínimo de atividade do cérebro já é o suficiente para conseguir trazer a pessoa de volta à vida. A morte total é definida quando as funções cerebrais cessam.


Desafios e experimentos em animais
Os casos que comprovam que o processo de criônica pode dar certo foram realizados com seres ainda vivos (no caso das pessoas congeladas nos lagos e nos embriões), o que soa como algo problemático para os cientistas que se dedicam a esta técnica. No entanto, a confirmação de que organismos vivos foram descongelados com sucesso já é considerada como grande avaço para este campo de estudo.
É preciso ainda descobrir como conseguir a plena revivificação das células neurais. Os cientistas têm avançado nessa área e, inclusive, já conseguiram trazer de volta algumas redes de neurônios sem danos aparentes. Seguindo esta mesma via, o hipocampo de um rato foi completamente trazido de volta após o animal ter sido congelado.
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Como o congelamento de seres humanos ainda vivos é proibido, cientistas realizam testes em animais. Alguns experimentos já conseguiram congelar e reviver mamíferos desde a década de 50. Por exemplo este: em que ratos que foram colocados em containers com nitrogênio líquido foram trazidos de volta à vida através de um aquecimento especializado, choques elétricos para reativar os músculos e respiração artifical. Nem todos os testes deram certo e alguns roedores apresentaram problemas, como infertilidade ou redução no tempo de vida. O mesmo aconteceu com macacos, que chegaram a ser ressuscitados, mas faleceram no mesmo dia.

Porém, experimentos que reduziram a temperatura de mamíferos a pontos pouco antes do congelamento, diminuindo drasticamente o metabolismo destes animais tiveram sucesso com porcos, que possuem órgãos e uma massa similar à nossa.


Polêmicas
Não é de hoje que Ciência e Religião sustentam ideias diferentes. Veja bem, não estou dizendo que é necessário deixar de acreditar em uma para seguir os preceitos da outra, mas em muitos casos, elas se confrontam. Com um asssunto tão polêmico quanto a morte, não poderia ser diferente. Enquanto há pessoas que já estão cadastradas para terem seus corpos congelados, outras são completamente contra a medida por afirmar que com isso é impossível que a pessoa alcance o descanso eterno, pois para isso ela precisaria ser enterrada, cremada, enfim, passar por algum ritual de acordo com sua doutrina, isto seguindo preceitos religiosos.

Além disso, na maioria das religiões acredita-se que o ser humano é formado por uma parte material (corpo) e uma não física (alma ou espírito). Após a morte o espírito encaminha-se ao descanso eterno, logo, como seria possível que esta parte abstrata voltasse após a morte? Se o corpo retornasse à vida, seria ele a mesma pessoa? Este ser teria alma? Muitas questões religiosas apresentam motivos para descordar da prática de congelamento de corpos, mas em contrapartida há quem diga que não se pode impedir o avanço da ciência. A opinião é algo muito pessoal e cada um sabe o que é melhor para si e no quê quer acreditar.

Esta discussão, inclusive, já virou motivo de discórdia entre familiares. Há alguns anos foi notícia em muitos veículos de comunicação uma briga travada entre irmãs. Enquanto a mais nova queria que o corpo do pai fosse preservado pela criogenia, alegando que este era um desejo do homem, as mais velhas queriam sepultá-lo em Canoas, dizendo desconhecerem esta vontade do pai. O caso foi parar na Justiça.

É errado afirmar que a divisão de opiniões está atrelada apenas entre religiosos e aqueles que acreditam nos avanços da ciência. Há ainda, aquelas pessoas que apenas não acreditam no método criônica, sentem-se indiferentes em relação a técnica ou acham que não vale a pena querer volta à vida depois de tanto tempo.

Afinal, a possibilidade de reviver no futuro envolve outras questões que vão além da dúvida se isso é possível ou não. Digamos que no futuro cientistas conseguigam trazer um homem de volta à vida. Como ele irá se manter financeiramente em uma época tão distante da que viveu? Será possível se sustentar? Buscando solucionar este problema, os institutos que trabalham com criogenia para pessoas estão criando fundos de investimento com o dinheiro de seus clientes. O objetivo é produzir uma renda que banque os custos com a manutenção dos corpos, além de acumular algumas quantias para aqueles que forem ressuscitados.

Porém, mesmo com dinheiro, outros problemas de ordem social podem atingir estas pessoas despertadas em uma nova era. Uma das dificuldades pode ser a adaptação em um período tão distante da época em que ela viveu. Como serão as novas tecnologias? Quais serão as mudanças? Será que é possível se adaptar a elas? Tomemos como exemplo a atualidade, as gerações mais velhas muitas vezes se sentem deslocadas, tanto em relação a cultura, quanto referente a tecnologia. Agora imagine só alguém que morreu no século 20, acordar daqui a um, dois ou três séculos? Mesmo que se tenha vontade e curiosidade para visitar este futuro, será que teríamos as habilidades necessárias para sobreviver nele?








fonte: Débora P. Silveira/Oficina da Net.












sexta-feira, 30 de março de 2018

Massacre no Congo!


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Mais de 40 pessoas foram brutalmente assassinadas em uma aldeia da República Democrática do Congo chamada Maze. O massacre ocorreu em 1º de março, mas quem viu o terror naquela noite não consegue esquecer.
"Eles começaram a nos perseguir e quem não conseguia correr era pego e golpeado com facões”, conta um homem identificado como Jeremy, cuja filha, Rose Mapenzi, de quatro anos de idade, não escapou da fúria dos agressores. “Ela foi ferida, mas acabou sobrevivendo porque eles estavam com pressa e não terminaram de matá-la”
Uma linha atravessa o rosto da menina até o nariz. Ela é uma das vítimas  e exibe as marcas da cicatriz também sob ataduras que cobrem o topo de sua cabeça.
A ferida foi profunda e o caso a deixou “distante”, segundo o pai. “É como se ela não ouvisse nem visse mais nada”.
Como muitas das crianças da aldeia localizada na província de Ituri, Rose estava amarrada às costas da mãe quando os assassinos atacaram.
A mulher preparava o jantar quando ouviu os gritos dos agressores. Pessoas com crianças e idosos foram alvos fáceis. Enquanto cambaleavam em pânico, eram cortados e retalhados.
Um homem identificado como Malobi Lika conseguiu escapar com a esposa grávida, mas viu a irmã ser assassinada. "Eu vi quando a cortaram com um facão", diz ele no vídeo.
O massacre em Maze foi promovido pelo grupo étnico Lendus contra um outro, chamado Hema. Sobreviventes afirmam que os assassinos eram procedentes de uma aldeia próxima.
'Cruel e selvagem'
Um alto funcionário da ONU que visitou a cena no dia seguinte disse: "Foi cruel, selvagem e feito para aterrorizar as pessoas".
Os corpos das mais de 40 pessoas assassinadas estão em duas valas comuns no centro de Maze. Todos os dias buganvílias frescas, flores roxas de tonalidade forte, são colocadas no local em memória dos mortos.
Um homem que se aproxima das valas, identificado como David, conta que 18 membros da sua família estão enterrados ali.
Ele se mostra irritado. “Você vem investigar, outras pessoas vêm investigar. Mas, me diga, quem será considerado responsável por isso?”, questionou ao editor da BBC África Fergal Keane, que esteve no local.
"As pessoas que estão mortas - quem vai ser responsável por isso? Quem vai ajudar? As pessoas vêm nos irritar com seus gravadores, mas ninguém traz uma solução. Qual é a solução? Estou desesperado", disse.
Terra de pobreza e conflitos
A República Democrática do Congo (também conhecida como RD Congo) é um país grande na África Central onde há bastante conflito.
A terra nessa área é repleta de recursos naturais como petróleo, minérios e metais preciosos.
Mas, apesar disso, milhões de pessoas são incrivelmente pobres e sofrem em decorrência de conflitos.
Ao longo de 2017, 1,7 milhão foram forçados a abandonar suas casas, de acordo com grupos de ajuda humanitária - que ressaltam que a República Democrática do Congo é um dos países mais afetados pelo chamado deslocamento em decorrência de conflitos (conflict displacement, na expressão em inglês).

Problemas
Disputas de terras, divisões políticas e muita violência entre diferentes grupos étnicos ajudam a explicar os conflitos nessa região.
Uma grande guerra civil entre 1997 e 2003 ceifou milhões de vidas como resultado dos combates, de doenças ou da fome.
Muitos outros países vizinhos foram atraídos para essa guerra civil, que ficou conhecida como a Grande Guerra da África.
Depois que terminou, os conflitos não pararam, com grupos armados ainda espalhando violência.
Em 2015, pessoas foram mortas em protestos contra mudanças na lei que opositores do governo afirmavam que serviriam para tornar mais fácil a permanência do Presidente Joseph Kabila no poder. A recusa dele em deixar o cargo após o fim do seu mandato também é apontada como ponto crucial para que as tensões e a violência permaneçam na área.
Quem está no poder?
Joseph Kabila assumiu o poder quando seu pai, Laurent, foi assassinado em 2001. Em 2006, acabou eleito presidente em uma votação aceita como legítima.
Ele então venceu a eleição seguinte, em 2011, mas a votação desta vez foi criticada por outros países, e pessoas que se opunham ao governo discordaram do resultado.
As regras do país dizem que um presidente só pode ser eleito duas vezes e ter dois mandatos no cargo.
A segunda gestão de Kabila – que seria, portanto, a gestão final – terminou oficialmente em dezembro de 2016, mas não foram realizadas eleições para decidir quem assumiria seu lugar.
Um acordo político foi alcançado, o que significava que Kabila permaneceria até o final do ano passado, contanto que trabalhasse em conjunto com outras pessoas.
Mas as eleições foram remarcadas para o final de 2018.
Adversários dizem que Kabila está se agarrando ao poder, quando as regras do país dizem que é hora de ele desistir, mas seus partidários discordam e dizem que ele não tem intenção de ficar para sempre, que está trabalhando para realizar as eleições.



Fonte:  BBC



quinta-feira, 29 de março de 2018

eliezersaibatudo: Como identificar sinais de abusos em crianças!

eliezersaibatudo: Como identificar sinais de abusos em crianças!: Casos de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes são mais comuns do que se imagina - dados do Ipea (Instituto de Pesqu...

Facebook - 1 trilhão de dólares por expor dados de usuários!

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A combinação da inteligência artificial com dados do Facebook para influenciar eleições não chega a ser uma novidade. Vários órgãos de notícias e revistas especializadas contavam como os dados coletados nas redes sociais estão sendo usados para buscar perfis específicos de usuários, a fim de encontrar possíveis eleitores em campanhas políticas e influenciá-los.

Novas informações, reveladas pelos veículos jornalísticos The Guardian, The New York Times e Channel 4, trouxeram mais detalhes sobre o caso, complicando bastante a situação do Facebook e seu criador, Mark Zuckerberg.

Na reportagem, contamos como o especialista em psicometria, Michal Kosinski, que seu doutorado na Universidade de Cambridge, desenvolveu um aplicativo chamado MyPersonality em que os usuários preenchiam um questionário sobre personalidade, e, com as informações nas mãos, conseguiu fazer correlações que conseguia definir o perfil do usuário com base nas curtidas na rede social.

O uso, porém, vai além de descrever sua personalidade. Era uma ferramenta de busca de personalidades. Quer vender, seja uma ideia ou produto, para alguém ansioso e avesso à mudanças? Os algoritmos traçam o perfil de milhões de pessoas e seleciona quem se enquadra. Antes era impossível mesmo para um grupo grande de cientistas fazer esse processo manualmente.

Quem também percebeu o potencial foi a Strategic Communication Laboratories (SCL). Companhia especializada em programas de mudança comportamental ao lado de governos e organizações militares em mais de 60 países. Eles estavam iniciando uma nova empresa, chamada Cambridge Analytica, e tentaram comprar o modelo de Kosinski. Diante a montanha de dinheiro oferecido, quase aceitou, mas desistiu ressabiado com o assumido objetivo de “influenciar eleições”.

As novas revelações, porém, dão uma luz sobre o processo percorrido que culminou na eleição de Trump. Ao Guardian, um ex-funcionário da empresa, Christopher Wylie, revelou que, diante da recusa de Kosinky, um outro pesquisador da Universidade de Cambridge, Aleksandr Kogan, criou um aplicativo semelhante, o thisisyourdigitallife (essa é sua vida digital, em português). Os dados coletados foram comprados pela Cambridge Analytica, que não tem relação com a universidade.

Mas qual o problema? Além dos dados de quem respondeu o questionário, que davam permissão para que eles fossem coletados, uma brecha no Facebook, corrigida ainda em 2015, permitia que, além do usuário, o aplicativo coletasse os dados dos amigos deles também.

Para se desculpar, Mark Zuckerberg utilizou sua própria página no Facebook, além das páginas de alguns dos principais jornais do mundo, tentando convencer o mundo de que todos os problemas foram solucionados e que esse tipo de questão não voltará a acontecer. “Eu quero agradecer a todos que continuam a acreditar em nossa missão e trabalho para construir essa comunidade juntos”.

Mas parece que nem todo mundo comprou esse papo. Principalmente os acionistas. Desde o início do escândalo, a empresa já perdeu US$ 74,6 bilhões em valor de mercado, uma desvalorização de 14%.

Mas as coisas podem azedar ainda mais. A Federal Trades Commission, a versão americana do nosso Conselho Administrativo de Defesa Econômica, estuda se a rede social teria aberto os dados dos usuários além da configuração de privacidade acordada previamente.

Caso o órgão considere o Facebook responsável pelo descumprimento do acordo, assinado em 2011, a empresa pode ser obrigada a pagar US$ 40 mil por violação, o que levaria à estratosférica quantia de US$ 1 trilhão.








Fonte: Galileu



Saúde - Um novo órgão encontrado no corpo humano?


Era um dia normal na divisão de doenças digestivas do Mount Sinai Medical Center, em Nova York. Como era rotina, os médicos buscavam sinais de metástase no canal biliar de um paciente com câncer, e decidiram usar um equipamento novo.

Trata-se de uma versão mais moderna do endoscópio, uma espécie de mangueira com uma câmera na ponta que é enfiada goela abaixo para investigar problemas gástricos. Ao contrário dos tradicionais, o novo instrumento permite que os médicos façam análises a nível intracelular nos tecidos de dentro do paciente.

O equipamento já havia sido utilizado para observar esôfagos, estômagos e intestinos diversos, mas nunca em um canal biliar. Quando viram, a surpresa: uma estrutura com cavidades nunca antes na história da medicina.


Intrigados, foram observar melhor e descobriram que não tinha nada de errado com aquele tecido. O erro estava na própria ciência, e na forma como a investigação era feita até então. Isso porque, sem a tecnologia para observar as células de um tecido vivo dentro da pessoa, ele precisava ser removido, muitas vezes desidratado, para só então ser observado pelo microscópio.

No processo, porém, o líquido era drenado, o que fazia com que essas cavidades sumissem. Assim, o que era um espaço aberto cheio de fluidos, sustentado por uma treliça feita de grossos feixes de colágeno, era visto pelos pesquisadores como uma espécie de parede, chamada de tecido conjuntivo.

“Muitas vezes víamos pequenas 'rachaduras' na amostra. Eu fui ensinado e, por sua vez, ensinei a muitos dos meus alunos que essas rachaduras eram devido ao processamento da amostra. Nós tínhamos puxado o tecido com muita força e as separações haviam se formado”, afirmou o professor em patologia e um dos autores do estudo, Neil Theise, ao ResearchGate. “Eram os remanescentes dos espaços em colapso. Eles estavam lá o tempo todo. Mas foi só quando pudemos ver tecidos vivos que nos demos conta disso."

A equipe de pesquisadores percebeu que toda camada densa de tecido conjuntivo do corpo — que reveste todos os órgãos viscerais, a derme, os músculos, veias e artérias — tinha as mesmas características: espaços abertos, fluidos, sustentados por uma rede de feixes de colágeno.

Os cientistas descobriram o que pode ser um novo órgão no corpo humano. “A definição de 'órgão' é imprecisa, mas geralmente implica que existe uma unidade e  singularidade de estrutura ou de função”, contou. “Esse espaço tem propriedades e estruturas únicas, que não são vistas em outros lugares, e funções altamente específicas e dependentes das estruturas exclusivas e dos tipos de células que o formam.”

Esse fluido, até então conhecido como intersticial, compõe 20% do líquido no corpo, e os cientistas acreditavam que ele ocupava o espaço entre as células. “Essa camada circunda as partes do corpo que se move, como a pele ou o pulmão”, revelou.

“Nós nunca nos perguntamos como uma densa camada de tecido conjuntivo sobrevivem a tanto estresse sem se romper? Agora nós sabemos: não são tecidos conectivos densos, eles são distensíveis e compressíveis espaços cheios de fluido.”

Essa descoberta, segundo os pesquisadores, pode explicar como o câncer se espalha do órgão de origem para os demais. A medicina já sabia que quando o tumor se aproximava dessa camada, as chances de se espalhar era maior. Agora os cientistas já conseguem desconfiar do motivo: as células cancerígenas pegam carona no novo candidato a órgão, que ganhou o nome de interstício.

Para ser oficializado como um órgão, a descoberta ainda precisa ser confirmada por outros membros da comunidade científica.



Fonte: Galileu



Amazônia - Já foi uma região muito populosa?



Boa parte da Amazônia ainda é um mistério para os arqueólogos. Por muitos anos, reinou a crença de que a floresta não havia abrigado grandes civilizações antes da chegada dos europeus – como houve no Peru com os Incas; ou no México com os Maias. Acreditava-se, também, que os antigos povos pré-colombianos da região ficavam restritos apenas nas áreas próximas aos principais rios . Estavam errados. Agora, arqueólogos da Universidade de Exeter encontraram evidências de que civilizações com até 1 milhão de habitantes, divididos em diferentes comunidades, viviam no sul da Amazônia, longe dos principais rios, antes da chegada dos portugueses.

Os sítios se encontram na bacia do Alto Tapajós, noroeste do Mato Grosso. Brasileiros da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (UEMT) também participaram das pesquisas.

A descoberta foi possível graças a imagens de satélites que identificaram 81 novos sítios arqueológicos na região. Em seguida, foi realizada uma expedição que encontrou cerâmicas, ferramentas e vestígios de dejetos. Além disso, foram encontrados geoglifos – valas escavadas na terra, que formam desenhos que só podem ser vistos do alto. A teoria é que essas instalações servissem como cenário de rituais.

Parte das aldeias identificas estão cercadas por valas ou fossos com profundidade entre 1m e 3m , possivelmente para evitar ataques de tribos rivais e animais. Também foram encontrados vestígios da chamada “terra preta de índio”, um tipo de solo gerado por meio da ação humana, como a queima controlada de madeira e o manejo de restos de animais. A terra preta é mais fértil do que a maioria dos solos naturais amazônicos e é comumente usado para cultivo de plantas.

O fato de existirem vestígios de aldeias fortificadas, terraplanagem e plantações por lá desmente a noção que nós tínhamos de que a floresta tropical era praticamente intocada pela agricultura. Como os índios venceram uma mata tão densa, é difícil dizer. Uma das possibilidades é que o clima com períodos secos da região pode ter facilitado a derrubada de parte das matas, além da terraplanagem.

As dimensões dos sítios arqueológicos variam entre 30 e 400 metros de diâmetro. Estimam que essas sociedades viveram por volta de 1250 dC e 1500 dC. Ainda falta muito o que descobrir, mas, gradualmente, estamos juntando mais informações sobre a história da maior floresta tropical do planeta.



Fonte: Felipe Sali/Super




quarta-feira, 28 de março de 2018

PCC - Um pouco da sua sangrenta história!



Um sequestrador canadense preso no Carandiru montou um sistema de comunicação clandestino que revolucionou o Primeiro Comando da Capital.

Condenado pelo sequestro do empresário Abilio Diniz, o canadense David Spencer, ex-membro do Movimento da Esquerda Revolucionária do Chile (MIR), cumpria pena no Carandiru em 1998. E foi ali que ele ajudou a transformar o modus operandi do PCC. Amigo próximo dos chefões, Spencer montou um sistema de comunicação por telefone celular para que os membros da facção pudessem conversar entre si. No esquema, listou os equipamentos necessários para criar um PABX do crime.

Estruturadas nas casas de esposas e parentes dos presos, as centrais clandestinas revolucionaram o dia a dia e os negócios do PCC. Com elas, os bandidos de uma prisão em São Paulo conseguiam se comunicar com outros no Rio de Janeiro, no Mato Grosso ou em qualquer outro lugar. Com a popularização dos celulares e as conexões ilegais, os detentos ficavam horas nessas salas improvisadas de bate-papo. Nas conversas, discutiam ações conjuntas, debatiam os rumos da organização e aproveitavam para conferir a féria da venda de drogas em suas respectivas áreas de domínio.

Clonados, pré-pagos ou comprados com documentos falsos, os telefones entravam nas cadeias de diversas maneiras. Além dos funcionários corruptos, muitas mulheres escondiam aparelhos nas partes íntimas – às vezes, mais de um. Em 1999, cada telefone rendia R$ 200 à entregadora. Com as centrais consolidadas, o PCC instalou centenas de bases fixas. Em cinco anos, a polícia estourou mais de 300 delas – numa, a conta telefônica de um mês chegava a R$ 70 mil.

Monopólio do pânico
Em 5 de julho de 1999, 17 homens invadiram a agência central do Banespa, em São Paulo. Liderados por Edson Massari, o “Tao”, e Flásio Trindade, contaram com a colaboração de um funcionário para roubar R$ 37,5 milhões. Meses depois, com o bolso cheio, Tao e Flásio mandaram R$ 100 mil de presente a Sombra, que usou o dinheiro para subornar carcereiros e permitir a entrada de três armas no Piranhão, onde cumpria pena.

Disposto a levar a cabo o artigo 14 do estatuto do PCC – que prometia a destruição do Piranhão –, o “presidente” comandou uma rebelião que quase acabou com a penitenciária e resultou na morte de nove rivais – executados a golpes de facão e estilete. Entre eles estavam Bicho Feio e Dafé, fundadores da facção descontentes com as extorsões impostas pela cúpula. Foi por isso que eles haviam criado o CRBC, que fazia oposição aberta ao PCC. No meio do tumulto, a juíza-corregedora Sueli Zeraik Armani foi chamada para negociar o fim do motim. Ao se aproximar, foi recebida com a cabeça de Bicho Feio arremessada como bola de futebol aos seus pés.

A insurreição acabou depois que o poder público garantiu a transferência de líderes do PCC a outros presídios. Agora no Carandiru, Sombra passaria dois meses como rei, aterrorizando desafetos e deixando claro quem mandava ali. Portando armas, ele e seus homens consumiam drogas livremente. A prostituição rolava solta, inclusive com garotas de programa menores de idade. Houve até uma festança para celebrar o aniversário de Sombra, com direito a banda de pagode, churrasco e bolo com as inscrições “PCC”.

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Festa no presidio

Mas a farra durou pouco. O Piranhão foi reconstruído e Sombra voltou para o castigo. Cesinha e Geleião permaneciam no Paraná, enquanto Marcola transitava por presídios de outros estados. O jeito era atuar à distância, aproveitando a estrutura das centrais telefônicas para bolar uma vingança – aos olhos do PCC, o retorno de Sombra ao Piranhão era uma quebra na promessa feita pelo poder público.

Foi assim que, em fevereiro de 2001, São Paulo viveu sua primeira megarrebelião. Nada menos que 29 unidades prisionais entraram em ebulição. Em 24 horas, 14 detentos foram mortos e 19 agentes penitenciários ficaram feridos. O PCC virou notícia no mundo inteiro, ganhando o respeito e a simpatia de milhares de bandidos país afora. Era tanta gente querendo fazer parte da facção que foi preciso promover batizados coletivos e por telefone.

Cinco meses depois, Sombra morreria assassinado no pátio do Piranhão. Seu algoz foi outro preso, que justificou a execução de maneira prosaica: “não gostava do jeito dele”. A notícia abalou o sistema prisional. Marcola enviou coroas de flores devidamente assinadas pelo PCC. Cesinha e Geleião decretaram luto e bandeiras pretas penderam das janelas de diversos presídios. Tempos depois, no entanto, as suspeitas da morte recairiam – ainda que jamais tivessem sido confirmadas – sobre Cesinha e Geleião, àquela altura incomodados com o crescente poder de Sombra. No final de 2001, a dupla assumiu o comando e deu início a uma nova e sangrenta fase na história do Partido do Crime.

Juntos, Cesinha e Geleião passaram a ditar as ordens de cima para baixo, ao mesmo tempo em que forravam os próprios bolsos com os lucros do PCC. Inebriados com o poder, mandaram executar também Mizael, outro parceiro de longa data. Era mais um fundador do PCC que tombava por causa das desavenças internas.

Em rebeliões no Paraná, Cesinha e Geleião pressionaram o governo para serem transferidos de volta a São Paulo, onde estariam mais próximos das respectivas famílias e dos negócios. Tornaram-se nômades do sistema prisional e foram parar em um tradicional reduto do Comando Vermelho – o complexo de Bangu 1, no Rio de Janeiro. Em parceria com a facção comandada por Fernandinho Beira Mar, o PCC chegou a planejar um megaevento nacional, com ataques a prédios públicos e políticos – “do PFL e do PSDB”. O plano nunca saiu do papel, mas serviu de inspiração para o PCC adotar um novo procedimento: oferecer prêmios em dinheiro pela cabeça de determinados policiais.


Com seus dois generais, a facção tentou entrar na política. O plano mirava as eleições de 2002 e pretendia conquistar o voto de pelo menos um familiar de cada preso de São Paulo para eleger a deputado federal o advogado Anselmo Neves. Mas a polícia desbaratou o projeto e prendeu Neves, acusado de levar celulares aos presos – que ironia – e de repassar ordens para fora da cadeia.



Fonte: Ricardo Lacerda/Super



5 G - O que esta tecnologia pode fazer!



Países asiáticos e os Estados Unidos estão sempre na frente quando o assunto é tecnologia e inovação digital. Em especial, a internet nesses países é o ponto de maior destaque em termos de revolução no mundo das comunicações, modo de vida, tecnologias em geral e agora, inclusive, os sistemas de produção.


 Estamos falando das gerações da internet, 2G, 3G, 4G e o tema em questão: o 5G.
A geração dominante por enquanto ainda é a terceira, e no momento, a quarta ainda nem tem uma completa instalação no mundo todo, e as empresas de telecomunicações já trabalham na rede 5G, que é o novo padrão de banda larga sem fio. A ideia por trás dessa tecnologia avançada é revolucionar o modo como usamos a internet, pois cada geração foi pensada para um objetivo em específico.

Para o que a 5G serve?
Cada rede tem um preparo e um projeto diferente, o 2G foi pensado para a digitalização de voz, o 3G para dados de internet móvel e o 4G para aguentar ainda mais o grande fluxo de dados como streaming de música e vídeo, ao passo que o 5G deverá, além de downloads de até 20 Gb/s, ser capaz de atender trilhões de dispositivos conectados, não só pessoas, mas produtos eletrodomésticos, drones e robôs. Tudo será capaz de se comunicar, graças ao 5G.

Mesmo sem ter um padrão definido, a quinta geração da internet já está sendo testada em vários países e as primeiras redes móveis comerciais devem aparecer em 2020. Um deles é a Coreia do Sul, considerado o país mais conectado do mundo, onde a Samsung fez experimentos e conseguiu transferir dados em velocidade de 1 gigabyte por segundo. A rapidez é tanta que um filme em HD poderia ser baixado em 10 segundos, por exemplo.

Sobre velocidade do 5G
Em relação à velocidade para o consumidor, pode ser um pouco menos do que a capacidade total que a 5G pode alcançar. Como a rede 4G LTE, que pode atingir uma velocidade de transferência de 1 gigabit por segundo mas o usuário não chega a ter esse acesso. Com a quinta geração funciona da mesma forma, porém, dos 20 Gb/s o consumidor pode conseguir algo acima de 10Gbps, mas ainda não se pode confirmar esse fato.

A velocidade da quinta geração tem uma diferença de até 250 vezes mais rápida do que a quarta, o que significa que vem por aí mudanças consideráveis para o modo de funcionamento das coisas.

Uma das principais melhorias que incorporam a 5G é a redução da latência, ou seja, o tempo de resposta que um celular leva entre receber o sinal e executá-lo. Assim sendo, quanto mais baixa a latência, mais rápido o dispositivo responde quando acionado à distância.

Usando como comparação, o 4G tem um delay de 10 milissegundos, enquanto o 5G é reduzido a 1 milissegundo. Porém, existem obstáculos como paredes, prédios, sinais e ondas que podem reduzir ou afetar a qualidade da velocidade.

Banda e frequência
Existe um caminho por onde os dados dos smartphones transcorrem para gerar comunicação. Este caminho se chama de banda, e ela é a responsável por gerenciar a transferência de dados. Para que isso aconteça, as informações de voz, vídeo, áudio ou texto são convertidas de um telefone em um sinal elétrico que passa para uma torre de celular, via rádio. Depois disso, passa da torre por uma rede que leva as informações a um servidor ou a outro telefone. Essa transferência de dados promete ter uma banda muito mais larga e de maior frequência no 5G.

Em consequência do aumento da banda, a frequência também expande. Isso eleva o número de dispositivos que ficarão conectados no 5G e nas outras redes móveis.

As faixas de frequência da 4G são de até 20 MHz, e a 5G mesmo não tendo um padrão definido deve ter em torno de 60 GHz. O número é mais alto pelo fato de ser uma geração de rede móvel nova, a qual não é ainda muito utilizada, e justamente por isso, pode receber dados mais livremente. Resumindo, as bandas com frequência mais alta promete mais espaço para transição de dados e assim, fica mais difícil ser afetado por interferência ou obstáculos que alteram a rapidez.

São variadas aplicações que a rede móvel da quinta geração pode trazer, levando maior infraestrutura para realidade virtual, agricultura de alta precisão e até computação em nuvem, por exemplo. Para chegar até o 5G, as operadoras móveis irão trabalhar na virtualização da rede e em um melhor investimento na 4G, pois ela servirá como apoio ao 5G.

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A internet das coisas
O próximo grande passo do mercado para viabilizar o 5G é oferecer um serviço de “internet das coisas” (IoT é a sigla em inglês). Isso poderá ser possível graças à redução da latência, que aprimora a internet das coisas a um ponto que teremos tudo conectado, além de apenas dispositivos. Os carros, os eletrodomésticos, aparelhos que podem ser vestíveis como um óculos, todos eles poderão ser conectados à rede 5G e conversarem entre si.

Segundo a Huawei, existem atualmente sete bilhões de dispositivos conectados à internet, já a previsão para 2025 com a IoT generalizada é de 100 bilhões de aparelhos conectados. E ponto alto é que esses produtos não precisarão ficar necessariamente ligados pelo wi-fi, pois poderão usar o 5G caso haja queda de conexão.

Os carros autônomos possuem a necessidade fundamental da internet de quinta geração para funcionarem com segurança, pois os veículos vão precisar processar vários terabytes de dados ao dia. Nessa situação, o carro deve ter sensores como câmeras, sistemas e radares para captarem a informação da rua, como placas e pedestres, e assim devem processá-la para reagir em milissegundos.

Nesse contexto que a baixa latência entra em cena, pois a reação de comandos para carros sem motorista deve ser o mais rápido e correto possível. Além disso, a rede ainda deverá estar cobrindo os recursos de entretenimento dentro do veículo como música via streaming ou notícias.

E ainda possuem muitas coisas que melhorarão sua capacidade, como robôs de telepresença que permitem videoconferência com pessoas de longe, com imagem e conexão estável. Também fazem parte os assistentes pessoais para a casa, que poderão se beneficiar da constante conexão. Armazenamento em nuvem, serviços de streaming de música e vídeo, realidade virtual, tudo pode ser beneficiado com 5G, tornando a experiência muito mais imersiva.

Intel nas Olimpíadas 2018.
Nas Olimpíadas deste ano, a rede 5G teve grande parte no cenário, tudo graças a Intel e a operadora de telecomunicações sul-coreana KT, que ajudaram a realizar uma cerimônia emocionante e colorida com 1.218 drones e luzes de led. Essa tecnologia também deve ser usada nas Olimpíadas de Tóquio. A operadora KT tem planos de começar a comercializar o 5G pela primeira vez no ano que vem.

No entanto, a estreia oficial da tecnologia deve acontecer mesmo em 2020. No Brasil, pode ser que só chegue mais tarde a total cobertura, em vista que o 4G ainda não abrange toda região.




Fonte: Ingrid Jank/Oficina da Net.


terça-feira, 27 de março de 2018

Direitos Humanos - Pra quem mesmo?



Há outras hipóteses para a percepção negativa dos direitos humanos. Sérgio Adorno, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USPA, por exemplo, observa que a sociedade não conseguiu universalizar os direitos fundamentais e que isso teria aprofundado o desgaste em relação ao conceito.

"Nas democracias consolidadas, há um fundo de valores que é comum, como a vida, que é direito de todos", diz. "A nossa é uma sociedade que não se reconhece nos direitos universais. A classe média acha que os direitos que ela desfruta são prerrogativas enquanto mérito pessoal, de classe - e isso tem vem da história das sociedades modernas, tem a ver com o liberalismo, o individualismo."

Joana Zylbersztajn, doutora em direito constitucional pela USP e consultora da Comissão Intramericana de Direitos Humanos na OEA (Organização dos Estados Americanos), tem opinião semelhante. Primeiro, ela diz achar que há um problema básico de comunicação. "Se as pessoas não entendem o que são direitos humanos, é porque não se está explicando direito", opina.

Ela também lembra que é difícil identificar os direitos humanos como universais se o Estado não os garante para todos. "O Estado democrático de direito não está presente na vida de todo mundo o tempo todo", diz. "A população não gosta de direitos humanos porque não se identifica como sujeito de direitos humanos. Mais do que isso, ela não identifica o que são direitos."

Para Sottili,do Instituto Vladmir Herzog, uma questão central é que "a cultura da violência é base de todas as relações sociais" no Brasil. "Há pessoas que experimentam no seu dia a dia a discriminação, a subalternidade, o preconceito, a violência física."

Por outro lado, diz ele, quem tem uma "condição de vida razoável acha que seus direitos estão garantidos". "Pelo processo de privatização, ela garante seus direitos, estuda na melhor escola da cidade, tem direito à cultura porque paga por isso. A pessoa mais pobre depende da atuação do Estado."

Para Maira Zapater, professora de Direito Penal da FGV e doutora em Direitos Humanos pela USP , há quem não acredite na universalidade dos direitos humanos por causa do "preconceito racional e econômico que falam bem alto".

"Existe a ideia de que pessoas negras, periféricas, de classe econômica mais baixa estariam automaticamente associadas ao crime. Então garantir direitos humanos a essas pessoas significa garantir direitos humanos a bandido" - que também deveria ter seus direitos garantidos, de todo modo.

Soluções?
Se a causa do problema é diferente na percepção de especialistas, a solução é unânime: educação.

De acordo com Sottili, "é preciso uma construção cultural, um processo de longo prazo. (...) Depois da redemocratização do Brasil, as políticas públicas foram muito intensificadas, mas não conseguiram promover uma mudança cultural que pudesse mudar a percepção dos direitos humanos. Uma cultura de 500 anos você não desconstrói em cinco, dez anos".

Zapater defende educação sobre direitos humanos desde o início, na escola, até a formação dos operadores de direito para que eles também conheçam melhor a questão.






Fonte: Juliana Gragnani/BBC


Direitos Humanos - O que é isso?

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O assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) fez com que brasileiros debatessem o que significam exatamente os direitos pelos quais ela lutava, gerando acaloradas discussões online.

De um lado, aqueles que lamentavam a perda de uma política ativa na defesa dos negros, dos homossexuais e dos moradores de comunidades carentes, e do outro insinuações de que como defensora dos direitos humanos ela "defendia bandidos" e que isso poderia ter uma relação com seu assassinato.

Mas afinal, o que são direitos humanos? Defender os direitos humanos é defender bandidos? E há razões para o conceito ser comumente relacionado a determinados grupos políticos?

Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos, como, simplesmente, o direito à vida. Mas estão incluídos neles também o direito à moradia, à saúde, à liberdade e à educação.

"São muitos direitos - civis e políticos, como o direito ao voto, à liberdade. E o direito ao devido processo legal", diz a advogada especialista em direitos humanos Joana Zylbersztajn, doutora em direito constitucional pela USP e consultora da Comissão Intramericana de Direitos Humanos na OEA (Organização dos Estados Americanos).

Para Maira Zapater, professora de Direito Penal da FGV e doutora em Direitos Humanos pela USP, "a democracia é praticamente sinônimo dos direitos humanos".

"A escolha do representante se dá pelo método da maioria. Para que essa escolha aconteça, há diversas premissas: o direito ao voto, por exemplo, e que as minorias tenham seus direitos resguardados", afirma. "É o único regime em que é possível assegurar os direitos humanos."

Direitos e impunidade
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2016, apontou que 57% da população de grandes cidades brasileiras concorda com a frase "bandido bom é bandido morto". Na prática, a afirmação é uma violação aos direitos humanos. Significa que mais da metade da população de grandes cidades defende a justiça feita pelas próprias mãos, atropelando o devido processo penal do Estado democrático de direito e defendendo o fim da vida de alguém, ou seja, violando o princípio mais básico dos direitos humanos: o direito à vida.

Zylbersztajn lembra que "uma pessoa que comete crime tem direito à defesa, ao devido processo legal, e que cumpra pena à qual ela foi julgada".

"Os direitos humanos não vão garantir impunidade, vão garantir que a pessoa tenha defesa, tenha um processo justo. Isso é difícil de entender, às vezes", diz, citando os sentimentos de "vingança", de "não querer que criminosos tenham direitos protegidos".

"É natural para o ser humano sentir isso. Mas o Estado não pode oficializar o direito de vingança."

A proteção dos direitos humanos de criminosos garante que os direitos humanos sejam universais.

"Criminosos também têm esses direitos, o que não tira sua responsabilidade pelos crimes que cometeram. Eles têm direito à vida, de não ser torturados. Direitos humanos são de todos", diz Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladmir Herzog que foi secretário nacional de Direitos Humanos nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT).

Zylbersztajn cita um estudo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República feito há dez anos que mostrou que a percepção negativa dos direitos humanos era algo muito mais "vociferado" do que de fato percebido dessa maneira pelas pessoas.

Ou seja, direitos humanos serem coisa de "bandido" seria muito mais um discurso do que uma crença verdadeira. Quando questionadas, as pessoas identificaram direitos básicos como o que são de fato: saúde e educação para todos, entre outros.

História
Não há consenso sobre a origem dos chamados direitos humanos. Estudiosos citam diversos momentos da história em que determinados direitos foram reivindicados ou garantidos por diferentes grupos. Mas há alguns momentos-chave citados pela maioria.

Filósofos da Idade Média e do início da Idade Moderna já falavam em seus livros que humanos tinham direitos fundamentais,  o americano Samuel Moyn, professor de direito e história da Universidade Yale e autor do livro The Last Utopia: Human Rights in History (A Última Utopia: Direitos Humanos na História, em tradução livre).

Mas ele diz que só nas revoluções que levaram à independência dos Estados Unidos em 1776 e a Francesa, em 1789, normatizaram esse conceito.

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Revolução Francesa em 1789
Mais citado entre todos os especialistas, o documento que organizou e internacionalizou essas normas foi a Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948, da ONU, criada depois da Segunda Guerra Mundial.

"No Holocausto, não era uma verdade que todas as pessoas tinham os mesmos direitos por serem pessoas. Os homossexuais, os negros, os judeus eram considerados como não pessoas e, portanto, não tinham direito à vida. Pelo simples fato de serem quem eram, deveriam ser retirados da sociedade", diz Zapater.

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Holocausto. 1939-1945

"É com a Declaração Universal dos Direitos Humanos que surge a noção contemporânea de que determinados direitos não podem ser retirados das pessoas por ninguém sob qualquer pretexto", afirma. "Quando a pessoa é condenada por um crime, ela tem seu direito de ir e vir restringido, mas não perde outros direitos porque não deixou de ser uma pessoa."

Disputa ideológica
Desde sua sistematização, porém, os direitos humanos sempre foram disputados por diferentes forças: a progressista, de um lado, e a conservadora de outro, por exemplo.

"Em todos os lugares, direitos humanos são usados para defender minorias. E em todos os lugares direitos humanos são então tratados retoricamente como um plano partidário", afirma Moyn.

Ele explica que a esquerda e a direita, como ideias, têm origem na Revolução Francesa, quando os direitos humanos estavam associados à redefinição de o que significava ser um cidadão moderno. "Muitas pessoas prefeririam viver em uma sociedade em que os direitos humanos não precisassem ser garantidos, porque interferem na hierarquia da sociedade", afirma.

No século 18, diz Zapater, surge o posicionamento de que o Estado não tem o direito de tirar a vida, de restringir a liberdade religiosa ou a de ir e vir. A defesa dessas liberdades era encampada pela direita em seu início. "Os liberais, que falam que o Estado não deve intervir, são aqueles que historicamente defendiam o direito à liberdade" - portanto, os que, no início, defendiam direitos humanos.

O papel do Estado na garantia dos direitos humanos divide, então, os campos ideológicos.

"A esquerda, alinhada com o marxismo do século 19 e 20, diz que o Estado tem sim que realizar intervenções porque o fato de as pessoas serem iguais perante a lei não quer dizer que vão ser iguais na prática. O Estado tem que assegurar os direitos, tais quais o direito à educação, tomando determinadas medidas."

Moyn diz que atualmente a revolução se dá de outra forma. "Hoje, os direitos humanos atraem uma nova forma de mobilização: não a revolução política, mas a informação sem violência e o ativismo legal", afirma.

O debate no Brasil
O debate sobre a expressão dos direitos humanos chega ao Brasil no fim da ditadura militar no país (1964-1985), quando se começa a denunciar a violação dos direitos dos presos políticos, segundo Zapater. A transição da ditadura para a democracia foi o período em que se discutiu as limitações do uso abusivo da força policial. Foi quando ativistas passaram a reivindicar a proteção aos direitos humanos dos presos políticos.

E os direitos fundamentais, da vida, das liberdades civis, segurança, o direito de não ser acusado de forma arbitrária, tudo isso foi incorporado à Constituição de 1988.

Como a defesa aos direitos humanos, porém, se tornou no Brasil e outros lugares sinônimo de defesa a "bandidos"?

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Especialistas têm diferentes hipóteses para explicar o fenômeno.

Na visão do sociólogo Sérgio Adorno, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, e de Zapater, da FGV, essa associação se consolidou após o fim da ditadura.

Adorno diz que durante a transição, houve "uma verdadeira explosão de conflitos" no Brasil, "homicídios associados com quadrilhas que disputavam territórios no controle do crime organizado onde habitam trabalhadores de baixa renda e a polícia".

"Foi gerando a percepção que a democracia não era suficiente para conter a violência. Com isso, aqueles que eram herdeiros da ideia de que havia segurança na ditadura mobilizaram de maneira eficaz a ideia de que direitos humanos era para bandidos, e não para cidadãos."

A consolidação dessa associação teria se dado no fim dos anos 1980 e ao longo dos 1990.

Zapater cita o papel da imprensa sensacionalista como propagadora da mensagem. "Quando se tem a democratização em 1985, se libera uma série de programas (de TV) sensacionalistas, que exploram crime violentos com o discurso de que 'direitos humanos são direitos de bandidos', reformulando a ideia que já vinha se disseminando no senso comum nos anos 1970", diz.


A  mensagem transmitida, segundo ela, era a seguinte: "Se os direitos dessa pessoa que roubou, matou ou estuprou não tivessem sido defendidos, ela não estaria em liberdade, não teria praticado esse crime". Apresentadores de programas de rádio sensacionalistas comumente se elegeram para cargos como de vereadores ou de prefeitos encampando esse discurso, lembra ela.

"Se elegeram falando: 'Vou colocar a Rota (grupo de operações especiais da Polícia Militar de São Paulo) na rua' para dizer 'aqui a gente não dá direitos humanos para bandido'", diz, citando frase notória do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, hoje preso em Brasília.

O discurso é convincente, segundo ela, porque explora o medo legítimo das pessoas. A ideia é: "Vou fazer o medo e a sua sensação de insegurança diminuir, perseguindo os bandidos".

"As pessoas não entendem que a garantia de seu direito à vida depende do direito à garantia à vida de todos, inclusive de quem é acusado de um crime. E que muitas vezes isso vai atingir quem não é acusado de crime."

Sottili, do Instituto Vladmir Herzog, também cita a mídia como causadora dessa percepção. "A mídia brasileira é muito elitista, e acaba produzindo uma visão que privilegia um olhar. Seu controle social estabelece que determinados grupos não devem ter direitos. Qualquer pessoa ou movimento que tente defendê-los são discriminados", afirma.

'Amadurecimento'
Mas, ao longo dos anos 1990 e 2000, observa Adorno, houve um "amadurecimento da militância dos direitos humanos" frente ao discurso vigente, que passou a tratar também "dos temas ligados à segurança e polícia, condenando o uso abusivo da força, mas dizendo que era preciso ter condições de trabalho adequadas aos policiais". Ou seja: articulando interesses sociais diferentes para "construir uma sociedade com controle legal da violência".

"Isso teve um impacto muito grande e confesso que até muito recentemente considerava essa questão de 'direitos humanos são para bandidos' como algo superado", desabafa.

Marielle Franco, por exemplo, foi assessora da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, onde prestou auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídio ou de policiais mortos.

"Com suas bandeiras, ela defendia muito mais nossos policiais do que nós fomos capazes de compreendê-lo e de fazê-lo", escreveu no Facebook o coronel Robson Rodrigues, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio. Marielle contava ter ingressado na militância por direitos humanos depois que perdeu uma amiga vítima de bala perdida num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré, no Rio.




Fonte: Juliana Gragnani/BBC




Facebook - Como se proteger?

Com a revelação de que a empresa americana Cambridge Analytica usou dados de 50 milhões de pessoas no Facebook para fazer propaganda política, vem a pergunta: como se proteger disso?

Facebook tenta reagir após escândalo causar quebra de confiança

A empresa teria tido acesso ao volume de dados ao lançar um aplicativo de teste psicológico na rede social. Aqueles usuários do Facebook que participaram do teste acabaram por entregar à Cambridge Analytica não apenas suas informações, mas os dados referentes a amigos do perfil. A denúncia foi feita pelos jornais The New York Times e The Guardian.

A boa notícia é que a configuração que permitia que dados de amigos fossem recolhidos por meio de aplicativos no Facebook já não existe mais.

Mas ainda há maneiras de proteger seus dados. Uma delas é desabilitando o acesso de aplicativos de fora ao Facebook.

Faça isso clicando em "configurações" e "aplicativos". Depois, em "aplicativos, sites e plug-ins", escolha "editar". Ao desativar essa opção, você impede o acesso de quaisquer aplicativos de fora ao Facebook - mas também impede sua integração.

Ao lado dessa opção, há outra: "aplicativos que outras pessoas usam". Desabilitar todas as "caixinhas" impede que aplicativos usados por seus amigos tenham acesso a seus dados.

A proteção mais garantida, no entanto, é mesmo deletar a sua conta. Mas nem isso garante que informações suas que já foram colhidas pela rede social e por outros aplicativos sejam usadas no futuro com outros fins.





Fonte: BBC Brasil



segunda-feira, 26 de março de 2018

Obesidade - A culpa é da lingua?


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Uma a cada cinco pessoas no Brasil está acima do peso. Enquanto muitos veem esses quase 20% da população com preconceito, a ciência não para de mostrar que o assunto é bem mais complexo do que julga nossa vã filosofia. “Há vários fatores diferentes que contribuem para nosso estado de obesidade”, afirma Robin Dando, cientista de alimentos da Universidade de Cornell, nos EUA, em entrevista ao The Guardian.

O pesquisador descobriu mais um fator que pode explicar o motivo que algumas pessoas não conseguem, por mais que tentem, emagrecer. A culpa pode ser da língua. Em um estudo recém publicado, descobriu que, em ratos, o consumo de comida com alto valor calórico reduz em até 25% o número de papilas gustativas.

Segundo Dando, o resultado desfaz o senso comum de que as pessoas ficam acima do peso são assim simplesmente porque gostam mais de comer que os outros. Outros estudos, que investigaram a atividade cerebral de pessoas com maior Índice de massa corpórea, já havia demonstrado que o sistema de recompensas apresentam menor atividade ao consumir algo gostoso, precisando comer mais para liberar a mesma quantidade de dopamina.

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A explicação para isso pode ser física. Nossa língua tem entre 50 e 100 papilas gustativas, divididas em três tipos majoritários, que apresentam funções diferentes no trabalho de sentir os sabores. Essas células têm vida muito curta, sendo completamente substituídas a cada dez dias.

Nos ratos, o pesquisador analisou um típico específico de substância química liberada pelo organismo nos processos inflamatórios, o TNF-alpha, encontrado em maior quantidade em pessoas obesas. Ratos que foram geneticamente modificados para não produzirem essa substância não tiveram redução no número de papilas gustativas, apesar de terem ganho peso.

O resultado sugere que essas células são muito sensíveis a essa substância, o que provoca um efeito em cascata que termina por causar o ganho de peso. “Nós certamente não somos idênticos aos ratos em nossa psicologia, mas nossas papilas gustativas funcionam de forma bem similar”, afirma Dando. “Os mesmos fatores relacionados à inflamação que nós pensamos ser responsável pela perda do paladar são elevados quando nos tornamos obesos”.

Ele acredita que o estudo pode ajudar a desenvolver novas abordagens em busca da perda de peso, com maior foco na influência da percepção de sabor no que as pessoas sentem.




Fonte: Galileu



Facebook - Escândalo desvaloriza a empresa!


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A esta altura, todo mundo já sabe da crise no Facebook. O escândalo da Cambridge Analytica derrubou a reputação da companhia e deixou claro que, pelo menos no passado, a empresa não tomou o menor cuidado com os dados de seus usuários. E isso tem se refletido no valor da empresa.

Desde que o escândalo foi revelado, na noite de sexta-feira, 16, o valor de mercado da companhia vem se corroendo. No fechamento do mercado daquela sexta, a ação do Facebook valia US$ 185,09, mas nesta segunda-feira, 26, o papel já chegou a ser cotado a 149,02, o que é uma queda brutal de quase 20% em uma semana. Não é algo que acontece cotidianamente com companhias gigantes neste patamar.

Com a desvalorização da ação veio também a desvalorização da empresa. Se naquela sexta-feira antes de o mercado fechar o Facebook valia cerca de US$ 538 bilhões, na mínima desta segunda-feira a companhia valia US$ 433 bilhões, o que significa uma perda de mais de US$ 100 bilhões em apenas uma semana, o que certamente não deve estar agradando investidores.

A crise no Facebook ainda deve ter novos capítulos. Além da corrosão da imagem da empresa, o governo dos Estados Unidos também está de olho na companhia, aumentando o temor de uma regulamentação que seria prejudicial aos seus negócios. A FTC (Comissão Federal do Comércio dos EUA) já decidiu lançar uma investigação sobre a atuação da empresa no fiasco da Cambridge Analytica, o que pode trazer ainda mais problemas.



Fonte: Renato Santino



Facebook - Coletando dados de ligações de usuários?




O Facebook está armazenando registros de mensagens SMS e ligações telefônicas de usuários do Android, especialmente de usuários do Facebook Lite e Messenger. Em meio ao escândalo do vazamento de dados de 50 milhões de usuários, a rede social diz que a coleta é opcional e pode ser desativada.

Nos últimos dias, conforme manifestações contra o Facebook cresciam e campanhas para apagar a conta da rede social ganhavam força, alguns usuários notaram dados estranhos ao analisar o que o Facebook guardava deles. No Twitter, alguns relataram ter encontrado metadados de ligações feitas para contatos do Facebook, com informações sobre o momento em que elas começaram e terminaram.
A coleta vale apenas para usuários de Android, e nada parecido foi detectado por quem acessa a rede social pelo iOS.

Em um post em seu blog oficial, o Facebook tentou acalmar os usuários com uma explicação sobre a coleta de dados telefônicos. Segundo o Facebook, o recurso está disponível no app Messenger e Facebook Lite e serve para "ajudar usuários a encontrar e se manter conectados a pessoas que eles se importam, e para fornecer uma experiência melhor pelo Facebook."

Para quem não quer que isso seja feito, a rede social diz que é possível desativar essa coleta. Dentro das configurações, o usuário encontra uma opção para desativar a sincronização de contatos - deixando ela desligada, o Facebook não coleta as informações de ligações e mensagens SMS.



Fonte: Daniel Junqueira/Olhar Digital


quarta-feira, 14 de março de 2018

Gengibre - Já experimentou usar?


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O gengibre, Zingiber officinale, é uma erva usada há milênios na cura e como condimento. Mas, você sabe o que acontece com o seu corpo se você comer gengibre todos os dias?

O gengibre é anti-inflamatório, ajuda a digestão, alivia náuseas, atua na prevenção de gripes e resfriados, é analgésico e cardiotônico, mas não só. Enfim, o gengibre é uma planta que nos serve na saúde e na doença, nos faz sentir bem, de forma natural e sem esforço então, o melhor é se aprender a usá-lo, de maneiras diferentes, na cozinha e na vida.

Os efeitos benéficos do gengibre
1. Náuseas e má digestão
Recomenda-se mastigar pequenos pedaços de gengibre após as refeições ou tomar uma infusão de gengibre, o que também será ótimo para manter o seu sistema imunológico em alta. Mas, não exagere na quantidade de gengibre pois, você amortecerá sua garganta e acabará ficando rouca, com as cordas vocais meio paralisadas, anestesiadas, enquanto durar o efeito.

2. Glicêmia e colesterol
Para este caso, acrescente de 2 a 3 g de gengibre em pó aos seus temperos rotineiros, diariamente. Mas, tenha atenção ao controle de glicêmia, caso você seja insulino-dependente. Quanto ao colesterol, mantenha seu controle de rotina e converse com seu médico sobre retirar o medicamento químico de controle, se o colesterol total se estabilizar em um nível baixo.

3. Dores musculares, articulares e menstruais
A ingestão diária de gengibre, com suas propriedades anti-inflamatórias, tem melhor efeito do que o uso de ibuprofeno ou similar. Experimente.

4. Resfriados, gripes e dor de garganta
Ferva 1 l de água e pique dentro um pedaço de 2 cm de gengibre, com casca e tudo. Quando amornar, misture o suco de 1 limão e 1 colherada de mel. Tome como suco, sem requentar, diluindo cada porção em 3 iguais de água. Esse litro deve dar para você tomar durante 3 dias, suficiente para você se sentir melhor, garanto. O gengibre também pode ser mastigado para aliviar a dor de garganta, funciona como anestésico para além do seu efeito curativo.

Quanto gengibre você deve comer, ao dia?
Se recomenda o consumo até 10 g de raiz fresca de gengibre ou, a metade desta quantidade, se for em pó, divididos em, no mínimo, diárias. Mas, como cada indivíduo é um, e só você pode conhecer seu organismo tão bem quanto o necessário, vá experimentando e buscando a quantidade necessária para seu uso pessoal. Só não exceda o máximo indicado pois que, tudo em excesso faz mal, até o gengibre, gerando azia, reações intestinais ou de pele.


Algumas dicas de como incorporar o gengibre à sua alimentação
1. Na comida
Pode ralar um pouco de gengibre no arroz, macarrão, molhos, carnes, peixe, que vai ficar ótimo, com um sabor refrescante

2. Bolos, biscoitos
A receita eu mando depois, está bem? Me aguarde.

3. Chás, sucos
Basta ralar um pouco, bater junto com a fruta.

4. Óleo e vinagre
Faça seu próprio óleo de gengibre (basta ralar um pouco, uns 2 cm, da raiz fresca, e deixar macerar em ambiente escuro, até o azeite assumir o odor característico) e vinagre temperado com gengibre, para suas saladas e pratos em geral.





Fonte:greenMe