quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Inteligência Artificial - Ameaça à Humanidade?




Stephen Hawking, um dos mais proeminentes cientistas do mundo, disse que os esforços para criar máquinas pensantes é uma ameaça à existência humana.


"O desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana", afirmou.
Hawking fez a advertência ao responder uma pergunta sobre os avanços na tecnologia que ele próprio usa para se comunicar, a qual envolve uma forma básica de inteligência artificial.

O físico britânico, que sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, está usando um novo sistema desenvolvido pela empresa Intel para se comunicar.

Especialistas da empresa britânica Swiftkey também participaram da criação do sistema. Sua tecnologia, já empregada como um aplicativo para teclados de smartphones, "aprende" a forma como Hawking pensa e sugere palavras que ele pode querer usar em seguida.



Hawking diz que as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até agora têm se mostrado muito úteis, mas ele teme eventuais consequências de se criar máquinas que sejam equivalentes ou superiores aos humanos.

"(Essas máquinas) avançariam por conta própria e se reprojetariam em ritmo sempre crescente", afirmou. "Os humanos, limitados pela evolução biológica lenta, não conseguiriam competir e seriam desbancados."

'No comando'
Nem todos os cientistas, porém, compartilham da visão negativa de Hawking sobre a inteligência artificial.

"Acredito que continuaremos no comando da tecnologia por um período razoável de tempo, e o potencial dela de resolver muitos dos problemas globais será concretizado", opinou o especialista em inteligência artificial Rollo Carpenter, criador do Cleverbot, cujo software aprende a imitar conversas humanas com crescente eficácia.

Carpenter disse que ainda estamos longe de ter o conhecimento de computação ou de algoritmos necessário para alcançar a inteligência artificial plena, mas acredita que isso acontecerá nas próximas décadas.

"Não podemos saber exatamente o que acontecerá se uma máquina superar nossa inteligência, então não sabemos se ela nos ajudará para sempre ou se nos jogará para escanteio e nos destruirá", disse Carpenter, que apesar disso vê o cenário como otimismo por acreditar que a inteligência artificial será uma força positiva.

Ao mesmo tempo, Hawking não está sozinho em seu temor.
No curto prazo, há preocupação quanto à eliminação de milhões de postos de trabalho por conta de máquinas capazes de realizar tarefas humanas; mas líderes de empresas de alta tecnologia, como Elon Musk, da fabricante de foguetes espaciais Space X, acreditam que, a longo prazo, a inteligência artificial se torne "nossa maior ameaça existencial".

Voz
 Hawking também alertou para os perigos da internet, citando o argumento usado por centros de inteligência britânicos de que a rede estaria se tornando "um centro de comando para terroristas".

Mas o cientista se disse entusiasta de todas as tecnologias de comunicação e espera conseguir escrever com mais rapidez usando o seu novo sistema.

Um aspecto tecnológico que não mudou no sistema é a voz robotizada que externaliza os pensamentos de Hawking. Mas o cientista diz que não faz questão de ter uma voz que soe natural.
"(A voz robótica) se tornou minha marca registrada, e não a trocaria por uma mais natural com sotaque britânico", disse. "Ouvi dizer que crianças que precisam de vozes computadorizadas querem uma igual à minha."




Fonte: BBC Brasil



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Os Feios Não Têm Vez No Brasil!



Com mais de quatro décadas de apoio à população de rua do centro de São Paulo e pelo menos duas circulando pela Cracolândia, a assistente social Tina Galvão, de 71 anos, está preocupada: "A exposição dessa modelo só traz mais revolta e frustração para os demais, que vão continuar invisíveis".

Para Tina, "a figura da Loemy não traz reflexão sobre o resto da Cracolândia. Lá circula gente feia, pobre, desdentada. A estes, que também precisam de ajuda, fica a sensação de que não merecem atenção."

Tina, que conhece boa parte dos usuários pelo nome e costuma ser recebida com abraços em visitas semanais ao local, se refere à ex-modelo viciada em crack que ganhou fama após ser capa da revista Veja São Paulo no último fim de semana.

Uma fotomontagem que espelha o rosto de Loemy Marques nos tempos de passarela com suas feições atuais, marcadas pelo uso da droga, foi reproduzida em sites, jornais e na televisão. Programas vespertinos dedicaram horas ao tema - um deles, no próximo domingo, promete custear sua internação em uma edição especial sobre a trajetória da moça.

A repercussão causou frisson nas redes sociais. De um lado, elogios e torcida pela "jovem-símbolo" da degradação causada pela droga, "que também pode vitimizar a classe média". Alguns apontam que o destaque conseguido na mídia pela história da ex-modelo tem o aspecto positivo de aumentar a conscientização da população para as condições enfrentadas pelos dependentes de crack em São Paulo.

Por outro lado, circulam críticas à escolha da "loira magra, de 1,79 metro de altura e olhos verdes", nas palavras da revista, em detrimento da maioria - que em geral não atende aos padrões tradicionais de beleza.

A assistente social concorda com a última opção.
"Acho tudo isso cruel. Com ela (Loemy) e com os outros", diz. "Você passa anos invisível e, de um dia para o outro, é disputada por camarins e holofotes. Programas de televisão trazem deslumbramento, mas não oferecem estrutura para quem está doente."

Holofotes
Tina ficou conhecida pela população de rua nos anos 1970, quando se mudou de Jaú, interior de São Paulo, para a capital. Desde então, trabalhou com diferentes grupos que vivem em situação de vulnerabilidade na região central.

Primeiro, se aproximou de pessoas que dormiam em praças e sob viadutos. Depois, na antiga Febem (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor), ofereceu apoio a menores acusados de delitos e suas famílias. Mais tarde, dedicou-se às travestis e prostitutas expostas à violência e aos riscos do recém-chegado HIV. Nos anos 1990, conheceu o cotidiano dos usuários de crack da alameda Cleveland - onde até hoje eles se reúnem.

A assistente social ganhou fama no ano passado graças à "terapia do abraço" que implantou na região frequentada pelos craqueiros.

Em passeios noturnos, sozinha, ela passa horas conversando com os usuários e agindo como ponte entre suas demandas e o poder público. Tudo sempre depois de um longo abraço - ela considera o gesto importante para mostrar que "a conversa é de igual para igual".

Nos últimos 40 anos, Tina Galvão trabalhou com mendigos, menores infratores, travestis, prostitutas e usuários de crack
Tina, que diz conhecer a ex-modelo "de vista", afirma temer pelo dia em que "os holofotes se apagarem".

"Já vi casos parecidos: a família descobre o parente, leva o cara para uma clínica particular com tudo do bom e do melhor, mas não quer saber que tipo de terapia o usuário prefere encarar. Em todos, a pessoa voltou para a rua depois. Quando não parte do usuário, a droga costuma vencer. Por isso o meu lema: quem pita é quem apita."

Uma pesquisa feita pela fundação Oswaldo Cruz com usuários de crack de todos os estados do país e no Distrito Federal endossa a opinião de Tina. O estudo, divulgado neste ano, indica que menos de 5% dos entrevistados completam seus tratamentos contra a dependência.



Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Herbert Richers - O Pai da Dublagem Brasileira!





 Herbert Richers foi o cara que fundou, em 1950, o principal estúdio de produção e dublagem de filmes da América Latina.

Conversando com o próprio Walt Disney (Herbert era bem relacionado), ele teve a ideia de dublar filmes estrangeiros, já que naquela época os brasileiros tinham o estranho hábito de só dublarem a própria voz.

 Em seus 60 anos de funcionamento, o estúdio foi responsável pela produção de quase 80 filmes. E ainda lançou Renato Aragão no cinema.

 As versões brasileiras de novelas mexicanas como  A Usurpadora, apesar de terem o anúncio (VERSÃO BRASILEIRA HERBERT RICHERS) proibido por Sílvio Santos, também foram obra do magnata, responsável pela tradução de aproximadamente 4.000 produtos – filmes, novelas, minisséries e desenhos.

O super-homem da dublagem chegou a deter, nos tempos áureos, entre 90% e 100% de tudo o que ia para os cinemas no país.

Mas o bordão está em extinção. Isso porque após a morte do dono em 2009 e a falência da empresa em 2012,  o prédio foi – pasme – atingido por um incêndio que destruiu todos os originais.

 Ainda bem que antes do final derradeiro o senhor das dublagens ainda teve tempo de confiar ao jornalista Gonçalo Junior a sua biografia: Versão Brasileira Herbert Richers, lançada em maio deste ano.

E quem faz o anúncio de “versão brasileira Herbert Richers” antes de cada episódio do seu desenho favorito? Segundo Gonçalo, não é a mesma pessoa toda vez. Cada época teve o seu dublador, geralmente um diretor que assumia a função depois de uma longa carreira na empresa.

Curiosidade: na virada de ano de 1959, quando saiu para pescar na Baía de Guanabara, Herbert viu um avião caindo. Como era medalista do Campeonato  Sulamericano de nado e treinava frequentemente com Roberto Marinho – sim, o dono da Rede Globo – se atirou na água e conseguiu resgatar oito pessoas, inclusive duas irmãs gêmeas.

Herbert Richers faleceu aos 86 anos no Rio de Janeiro em 2009.



Fonte.  Superinteressante