Herbert Richers foi o cara que fundou, em 1950, o principal estúdio de produção e dublagem de filmes da América Latina.
Conversando com o próprio Walt Disney (Herbert era bem relacionado), ele teve a ideia de dublar filmes estrangeiros, já que naquela época os brasileiros tinham o estranho hábito de só dublarem a própria voz.
Em seus 60 anos de funcionamento, o estúdio foi responsável pela produção de quase 80 filmes. E ainda lançou Renato Aragão no cinema.
As versões brasileiras de novelas mexicanas como A Usurpadora, apesar de terem o anúncio (VERSÃO BRASILEIRA HERBERT RICHERS) proibido por Sílvio Santos, também foram obra do magnata, responsável pela tradução de aproximadamente 4.000 produtos – filmes, novelas, minisséries e desenhos.
O super-homem da dublagem chegou a deter, nos tempos áureos, entre 90% e 100% de tudo o que ia para os cinemas no país.
Mas o bordão está em extinção. Isso porque após a morte do dono em 2009 e a falência da empresa em 2012, o prédio foi – pasme – atingido por um incêndio que destruiu todos os originais.
Ainda bem que antes do final derradeiro o senhor das dublagens ainda teve tempo de confiar ao jornalista Gonçalo Junior a sua biografia: Versão Brasileira Herbert Richers, lançada em maio deste ano.
E quem faz o anúncio de “versão brasileira Herbert Richers” antes de cada episódio do seu desenho favorito? Segundo Gonçalo, não é a mesma pessoa toda vez. Cada época teve o seu dublador, geralmente um diretor que assumia a função depois de uma longa carreira na empresa.
Curiosidade: na virada de ano de 1959, quando saiu para pescar na Baía de Guanabara, Herbert viu um avião caindo. Como era medalista do Campeonato Sulamericano de nado e treinava frequentemente com Roberto Marinho – sim, o dono da Rede Globo – se atirou na água e conseguiu resgatar oito pessoas, inclusive duas irmãs gêmeas.
Herbert Richers faleceu aos 86 anos no Rio de Janeiro em 2009.
Fonte. Superinteressante
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