quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Polícia que mata!




Após encurralar e render o menor Eduardo Felipe Santos Victor, cinco policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Morro da Providência atiraram e mataram-no. Eduardo tinha 17 anos e havia levantado as mãos. Segundo testemunhas, ele tinha envolvimento com o tráfico.

Depois de atirar à queima-roupa, um dos policiais então coloca um revólver na mão de Eduardo e efetua dois disparos utilizando o dedo indicador da vítima. Isso comprovaria que: A arma teria sido usada contra os policiais; Eles teriam atirado em legítima defesa; o exame residográfico acusaria pólvora na mão do atirador.

O clássico “auto de resistência”.

Tudo certinho não fosse ele, o onipresente celular. Uma testemunha registrou tudo em vídeo. A armação não se sustentou em pé por mais que algumas horas.

A corregedoria da PM determinou a prisão dos cinco policiais da UPP que foram levados ao 4º DP onde, na noite de ontem, dezenas de pessoas moradoras do Morro da Providência protestaram. O Batalhão de Choque foi chamado para conter os indignados e lançou bombas de efeito moral para … bem, para moralizar, eu acho.

Que moral tem a polícia hoje em dia?

O Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que “repudia atos como esse” e que irá determinar “rigor nas investigações” e “punição exemplar” e blablabla.

Outros militares, em entrevistas, também repetem o discurso de não se poder avaliar toda uma corporação tomando por base um “caso isolado”, algum comandante/major/tenente disserta sobre “frutas podres”.

Quantos casos iguais a esse ocorreram? Não faz nem uma semana debatíamos isso em virtude de caso semelhante ocorrido no bairro do Butantã em São Paulo.

No Rio de Janeiro, o número de mortes decorrentes de autos de resistência teve um aumento de 48,2% se compararmos o mês de fevereiro deste ano com o mesmo período de 2014. Foram 83 mortes em apenas um mês. São muitas as frutas podres então, concorda?

Está mais que na hora de debater de onde vêm essas frutas podres. Já chegam assim à corporação ou tornam-se podres após o ingresso?

Eduardo aumentará a estatística divulgada em estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na qual um jovem negro tem 25 vezes mais chance de ser assassinado do que um branco.

Não importa se Eduardo tinha ou não envolvimento com o tráfico. Foi assassinado e sua cor e condição social têm muito a ver com isso. Fosse um rapaz branco de classe média, seria detido e polícia e mídia o tratariam como “acusado de tráfico”.

É assim sempre e não foi diferente com Pedro Henrique Sequeira, de 29 anos, e Thyago Barcellos Teixeira, 27, presos em março deste ano no mesmo Rio de Janeiro. Eles estavam com 300 quilos de maconha mas foram tratados como suspeitos e todos os verbos conjugados no modo condicional.

A missão da polícia é prender, não sentenciar e executar. Não tem que acariciar o fuzil e dizer: “Olha o meu bebezinho aqui. Neném vai cantar, né? Neném vai cantar para o bandido mimir”, como fizeram há poucos meses policiais do Batalhão da Maré.

Na ocasião, a Polícia Militar do Rio informou que os PMs receberiam “orientações educativas quanto à postura esperada deles enquanto servidores públicos.” De duas, uma: ou as orientações não estão sendo ministradas ou elas vão no sentido de ensinar o fuzil a cantar mesmo.

Os justiceiros andam assombrando o país. Com ou sem farda. E essas frutas podres que vêm no cesto dos Bolsonaros da vida ainda nos trarão imensos problemas. Anote aí.









Fonte: Mauro Donato








terça-feira, 29 de setembro de 2015

Desembargador Corrupto?



Wellinton Xavier dos Santos, vulgo Capuava, é considerado um dos maiores traficantes de drogas no estado de São Paulo, senão o maior.

Em julho deste ano, a casa caiu. Capuava estava em um sítio com 1,6 tonelada de cocaína pura, 898 kg de ingredientes para misturar e aumentar o volume, 30 fornos micro-ondas para a secagem, além de centenas de utensílios típicos para o preparo e refino da droga e mais quatro fuzis e uma pistola automática.

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Capuava

Foi preso por policiais do Denarc.

Eis que entra em ação o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima. Analisa o caso e liberta Capuava. Disse que as provas eram frágeis. Capuava, claro, deu linha na pipa novamente. Escafedeu-se.

Mas a casa caiu para o desembargador também.

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, José Renato Nalini, já estava de olho em Otávio Henrique. Achava muito estranho e de “extrema coincidência” o sistema de distribuição do tribunal encaminhar diversos pedidos de liberdade de traficantes para Otávio Henrique e serem atendidos. Muitos deles durante plantões de finais de semana. O presidente do TJ pediu o afastamento do desembargador por tempo indeterminado.

O advogado de Otávio Henrique afirmou que seu cliente determinou primeiro a soltura do traficante e só depois foi que o desembargador “soube de alguns fatos sobre Capuava por meio da imprensa.”

Deixando de lado a galhofa do advogado (ele é pago para defender o indefensável e dizer essas patacoadas), o argumento consciente do desembargador é que é o ponto.

Se aquelas provas eram frágeis, o que dizer quando alguém é pego com um baseado?

O envolvimento de alguém do gabarito de um desembargador diz muito a respeito da política de segurança pública vigente. Ela faz um teatro gigantesco de combate às drogas mas está envolvida até o pescoço. Ou nariz.

A criminalização das drogas serve exclusivamente para fazer girar fortunas escusas e demonstrar poder nas favelas. Os grandes traficantes estão a salvo, longe dali, passeando no barco de um desembargador, nadando na piscina de um deputado, tomando whisky na cobertura de um diretor de novelas.

Um meme de sucesso nas redes sociais circula desde uma apreensão significante, em um caso que o DCM investigou a fundo:

“O helicóptero é dos Perrela; O piloto trabalha para os Perrela; A fazenda é dos Perrela; Já os 500 kg de cocaína não são de ninguém.”

O questionamento que chega ao bizarro retrata fielmente o cenário de promiscuidade entre elite, políticos, polícia e criminosos. O tal “sistema”.

Alexandre de Moraes, atuou como advogado em pelo menos 123 processos defendendo uma cooperativa de transporte suspeita de associação com o PCC para lavagem de dinheiro. Hoje é o atual Secretário de Segurança Pública de Geraldo Alckmin. Ainda que não haja nenhuma comprovação de associação do próprio Secretário com o crime organizado, é algo desprezível? Ninguém viu conflito de interesses?

E que tal entregar a responsabilidade de investigar PMs suspeitos de envolvimento em assassinatos ao promotor Rogério Leão Zagallo, um notório defensor da filosofia “bandido bom é bandido morto”? Não é um tapa na cara? Surpreende que as coisas não mudem?

Por enquanto o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima está apenas afastado e sendo investigado. Se comprovada sua participação, poderá receber uma advertência, ser aposentado de maneira compulsória ou mesmo demitido. Até lá, permanece recebendo salário normalmente.

Já neguinho que tomar uma geral e estiver com os olhos vermelhos…




Fonte: Mauro Donato/DCM



sábado, 26 de setembro de 2015

Como a natureza faz bem a saúde?



E a ajuda que ela dá não é pouca. Melhora doenças físicas e mentais, trata a depressão e o câncer: descubra aqui por que isso acontece.

Passar mais tempo em contato com a natureza faz bem para saúde, como mostram diversos estudos científicos. Você provavelmente já sabe disso, mas como esse processo acontece? Uma nova pesquisa conduzida pela cientista Ming Kuo, da Universidade de Illinois, parece ter achado a resposta: o segredo é o sistema imunológico. Ela encontrou mais de 21 conexões entre a natureza e uma vida saudável, mas o nosso sistema imunológico parece ser o principal. Como diz o estudo: "A melhora do funcionamento imune surge como um promissor candidato para um caminho central entre a natureza e a saúde.".

Entre os problemas que podem ser evitados/amenizados pela natureza, estão a diabetes, depressão, ansiedade, déficit de atenção, obesidade e até câncer. Em entrevista, Kuo completa: "A natureza não tem só um ou dois ingredientes ativos. Ela é mais como um complexo multivitamínico, que nos dá todos os tipos de nutrientes que precisamos. É assim que a natureza nos protege desses diferentes tipos de doenças - cardiovasculares, respiratórias, mentais, musculares, etc - simultaneamente".

A natureza muda o nosso modo de "luta e fuga" para o "descansar e digerir". O primeiro prevalece sobre o corpo em condições de estresse e perigo, preparando a pessoa para - como diz o próprio nome - lutar ou fugir. Para fazer isso, o nosso organismo "desliga" tudo que não é imediatamente necessário (o sistema imunológico, por exemplo), para aumentar a adrenalina, a atividade cerebral, o metabolismo basal e os batimentos cardíacos. É claro que, em algumas situações, essa reação é realmente necessária, como quando você sofre um assalto, fica sob pressão ou bate o carro, problemas típicos de uma cidade grande.

 É possível perceber que quem tem uma vida mais urbana fica bem mais no modo "luta e fuga" do que no "descansar e digerir", que são opostos. A cientista explica na entrevista: "Quando nos sentimos completamente seguros, nossos corpos fornecem recursos para investimentos em longo prazo, que trazem benefícios para a saúde? crescer, reproduzir e construir o sistema imune. (...) Quando estamos na natureza, relaxados, e o nosso corpo sabe que está seguro, ele investe recursos nesse sistema".

Mas se você é uma pessoa meio contra à natureza, que não está disposta a acampar no meio do mato para virar lanche de mosquito, não se preocupe: ainda dá para obter os benefícios em atividades urbanas mesmo, como visitar uma exposição ou ler um livro. Se você estiver relaxado, o seu sistema nervoso vai agradecer e o "luta e fuga" vai ficar desligado por um tempo. Mas não dá para ter tudo. As outras vantagens que a natureza oferece, como a produção de vitamina D estimulada pela luz solar, o ar puro, e contato com a Mycobacterium vaccae - bactéria do bem encontrada em solo natural- ficam de fora.





Fonte:  Ana Luísa Fernandes/Super

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O drama dos refugiados de hoje é o mesmo dos imigrantes europeus dos séculos 18 a 20!




Antes de se tornar o principal destino de migrantes que chegam à Europa Ocidental, a Alemanha desempenhou em boa parte de sua história um papel bem diferente: não o de país que atraia, mas o de local de origem de pessoas em fuga de guerras ou em busca de uma vida melhor. O mesmo valeu para o resto da Europa.

O velho mundo que agora atrai migrantes e refugiados da África, do Oriente Médio e da Ásia foi durante um período que se estendeu da metade do século 18 até os anos 1960 o ponto de partida, e não o fim da jornada para milhões de pessoas.

Números consolidados por diferentes historiadores estimam que entre 50 e 60 milhões de europeus deixaram seus países em direção a lugares tão distantes como Brasil, Estados Unidos, Sibéria e Austrália somente entre 1815 e 1930. Uma parte deles chegou a voltar para a Europa, mas a maioria se estabeleceu de vez no novo mundo, passando a ter uma influência decisiva na construção desses países.

O Censo americano de 2009 estima que cerca de 50 milhões de habitantes dos EUA têm ascendência alemã, quase um 16% da população total. São os descendentes de cerca de 4,5 milhões de alemães étnicos que se mudaram para o país. No Brasil, cerca de 370 mil alemães chegaram entre 1824 e 1960, e estimativas apontam que eles deixaram cerca de 5 milhões de descendentes.

“O ‘homo migrantes’ existe há tanto tempo quanto o homo sapiens. A migração é uma parte da condição humana tanto quanto o nascimento, a reprodução, a doença e a morte”, afirma o historiador Klaus J. Bade, da Universidade de Osnabrück, autor do livro Migration in European History (migração na história europeia, em tradução livre).

Alguns dos motivos dessa “onda europeia” não foram muito diferentes das causas que estão provocando a atual corrente migratória em direção à Europa. Na maioria dos casos, ela refletia a situação e as transformações econômicas e sociais de cada um dos países de origem dos emigrantes.

A chegada em massa dos irlandeses nos EUA ocorreu após a grande fome de 1845-1852. Cerca de 300 mil espanhóis se mudaram para a América Latina entre 1958 e 1975 para deixar a pobreza e o regime repressivo do ditador Francisco Franco. Em outros casos, as mudanças sociais provocadas pela industrialização impeliam as pessoas a deixar seus países.



“As dificuldades econômicas, as transformações sociais, a opressão política, a hostilidade étnica, a perseguição racial e religiosa, e o trauma provocados por guerras no Oriente Médio, na Ásia e na África evocam de várias maneiras o que aconteceu na Europa num passado num muito distante”, afirma o professor Jean-Pierre Lehmann, do Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial (IMD), na Suíça.

Mesmo países europeus que não costumam ser lembrados como geradores de emigrantes e que hoje são considerados prósperos foram profundamente afetados pela perda de população. “Um em cada 300 noruegueses deixou seu país entre 1861 e 1910”, afirma Bader. Já o Reino Unido, que hoje hesita em aceitar refugiados, foi o responsável por espalhar 11 milhões de emigrantes pelo mundo entre 1815 e 1930.

Já o pico da imigração alemã em direção ao Brasil, entre 1920 e 1929 – quando chegaram 75 mil alemães –, ocorreu após a derrota do país europeu na Primeira Guerra Mundial.

“Mais de 90% dos imigrantes alemães que vieram ao Brasil queriam escapar da miséria”, afirma o pesquisador brasileiro Rodrigo Trespach. “No início da imigração, no século 19, houve um choque cultural. Os imigrantes falavam outra língua e tinham outra religião [protestante], mas não houve uma xenofobia generalizada. A chegada era incentivada pelas autoridades interessadas em povoar o país e aproveitar essa mão de obra mais especializada. O mesmo ocorreu com outros grupos, como os italianos. O movimento em direção à Europa não é diferente de outras migrações do passado. A diferença está na maneira como os europeus estão acolhendo esses imigrantes.”

Guerra, miséria, perseguição

Com a ascensão do nazismo na Alemanha em 1933, a Alemanha experimentou uma nova onda de emigração. Boa parte desses refugiados era formada por judeus, mas também havia opositores políticos e religiosos, assim como artistas perseguidos pelo regime. Cerca de 16 mil conseguiram vistos de entrada para o Brasil. Entre eles estavam políticos alemães, como Johannes Hoffmann, que após o fim da Segunda Guerra voltou para a Alemanha e se tornou governador do estado do Sarre.

Entre 1933 e 1941, eram os alemães que fugiam para o Oriente Médio. Segundo dados do Museu do Holocausto dos EUA, cerca de 60 mil alemães de origem judaica migraram nesse período para a Palestina, na área que viria a formar o Estado de Israel, para escapar do nazismo. Um movimento similar ocorreu entre 1945 e 1952 em direção aos EUA, quando 400 mil refugiados europeus receberam vistos de entrada.



Em um artigo publicado recentemente, o ex-ministro das Relações Exteriores da Alemanha Joschka Fischer apontou que a atual corrente migratória em direção à Europa segue o mesmo padrão da antiga onda europeia pelo mundo. No século 19, a maioria dos europeus deixava seus países por causa da miséria e de novas oportunidades. Na primeira metade do século 20, para escapar da guerra e da perseguição política, étnica e religiosa.

O paralelo fez sentido na Alemanha até mesmo depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Logo após o fim do conflito, os antigos territórios no leste da Alemanha foram anexados pela Polônia e pela União Soviética, resultando na expulsão de cerca de 14 milhões de alemães dessas áreas. A maior parte desses refugiados ocupou temporariamente campos nas áreas ocidental e oriental do país, antes de finalmente se fixarem em outras cidades, de uma maneira não muito diferente das dezenas de milhares de sírios que estão chegando ao país atualmente.

Uma parte desses alemães encontrou abrigo em outros países. O Brasil, por exemplo, acolheu entre 1945 e 1952 mais de 29 mil refugiados – no sentido moderno do termo, conforme explicitado pelas Nações Unidas. Os EUA acolheram um total de 400 mil refugiados europeus entre o fim da guerra e 1952, entre eles vários alemães.

O declínio da contribuição de cada país europeu para o total de emigrantes variou bastante. Países da Escandinávia pararam de contribuir em massa para o fluxo migratório já no final do século 19.

Outros, como Itália e Espanha, ainda observavam a sua população ir embora mesmo na década de 1970, enquanto países como Alemanha e Reino Unido já experimentavam a entrada em massa de emigrantes da Turquia e de outros continentes. Outros, como a Ucrânia e a maior parte dos países dos Bálcãs, ainda continuam a gerar emigrantes.

Os países que hoje compõem a União Europeia só pararam de “exportar” pessoas para outros continentes a partir da década de 1980, quando os países do Mediterrâneo começaram a alcançar o mesmo padrão de vida do restante do bloco.

“Não há razão para que partes turbulentas fora do mundo europeu não alcancem a paz e a prosperidade no futuro. O que os europeus precisam fazer é tudo que esteja ao alcance para acelerar isso e ao mesmo tempo ajudar e socorrer as pessoas que podem desempenhar papéis em tornar isso possível. Nós devemos lembrar de quando éramos emigrantes e refugiados”, afirma Jean-Pierre Lehmann.




Fonte: DW

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Os golpes na Internet - Como não cair neles!



As redes sociais são um dos meios preferidos dos criminosos virtuais.
Basicamente, há duas razões que explicam o interesse deles em sites como Facebook, Twitter ou Instagram: o gigantesco número de usuários e o fato de essas plataformas aceitarem aplicativos de software aberto.

Isso quer dizer que qualquer programador mais ou menos experiente pode escrever um código malicioso com o qual consegue enganar usuários.
Os golpes normalmente consistem em oferecer produtos ou serviços que os usuários nunca vão receber.

Ao concorrer a supostos prêmios, eles acabam por abrir as portas a vírus ou malwares, compartilhando, assim, informações pessoais.
Os hackers então vendem os dados ou obrigam os usuários a assinarem serviços de mensagens denominados "premium".
Assim, eles recebem mensagens com música, jogos, concursos, notícias, campanhas e outros tipos de conteúdo a um custo superior ao de um SMS.

Há fraudes de todos os tipos. A BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, listou as quatro principais abaixo.

1. Cupons de desconto
Desconfie se um dia lhe oferecerem cupons de desconto de US$ 500 (R$ 2,000) em troca de resposta a questionários. É o que aconselha a empresa de segurança de internet Kapersky Lab.

Quem está por trás desses golpes normalmente usa como isca o nome de empresas conhecidas, incluindo a criação de páginas inteiramente fictícias para conferir maior veracidade às campanhas.

A estratégia costuma ser sempre a mesma: os hackers pedem que o usuário responda a um questionário, depois que o compartilhe, e, por último, solicitam seus dados pessoais para lhes enviar um suposto cupom de desconto.

O benefício, entretanto, nunca chega, e o usuário acaba tendo de pagar uma fatura mais elevada de cartão de crédito no final do mês.

2. Solicitações de 'phishing'
Especialistas de segurança na internet recomendam a usuários desconfiar de mensagens sobre prêmios
"Alguém acaba de publicar uma foto sua", diz uma mensagem que aparece nas notificações do perfil do usuário nas redes sociais.

Para ver a imagem em questão, o usuário clica no link, que, em seguida, o leva à página inicial do Twitter ou do Facebook.
Ali ele coloca seu nome de usuário e senha.
E ao fazer isso, um hacker obtém seus dados pessoais, porque a página de acesso às redes sociais era falsa.

3. Mensagens de voz no WhatsApp
Outro golpe comum envolve mensagens de voz no WhatsApp. Usuários recebem emails dizendo que um de seus contatos deixou uma mensagem de voz no aplicativo e um convite para acessá-la.
Na verdade, trata-se de uma fraude, advertem os especialistas da Kapersky Lab.

Ao cair no golpe, o usuário abre as portas para um malware que se instalará em seu equipamento.
O próprio WhatsApp adverte que se trata de um golpe.
Em sua página na internet, a empresa esclarece que não envia mensagens de texto nem emails, a não ser que o usuário tenha entrado em contato com o suporte técnico anteriormente.

4. Notificações de envio de remessa
'Desconfie de quem lhe pedir dinheiro', recomendam especialistas
Trata-se de um sistema similar ao da fraude dos cupons de desconto.
O usuário recebe uma mensagem em nome de uma empresa de envio de remessas notificando-lhe sobre uma encomenda.

Nesse caso, o arquivo em anexo provavelmente contém um código malicioso.
Para não cair nesse golpe, especialistas recomendam confirmar o remetente, pois normalmente os dados são falsos e não correspondem aos da empresa de envio de remessas.
Quanto ao resto, a Kapersky Lab aconselha ter cautela e desconfiar sempre de promoções e de concursos virtuais.

Dessa forma, se um dia você se deparar com uma promoção de uma marca conhecida nas redes sociais, especialistas em segurança recomendam checar se a empresa possui perfil oficial no Facebook ou no Twitter.

Eles também advertem conferir o URL da página a qual está atrelada a promoção. Se o link estiver cortado ou contiver erros ortográficos, trata-se de uma fraude.
A Norton, divisão de antivírus da empresa de segurança na internet Symantec, recomenda não incluir informações pessoais como e-mail ou número de telefone ao criar ou atualizar o perfil em uma rede social.

Além disso, especialistas em segurança na internet aconselham ter cuidado com e-mails sobre o suposto fechamento de contas do Facebook ou do Hotmail; sobre morte de alguma celebridade, sobre pedidos de doação, e sobre qualquer outra solicitação que requer nome de usuário e senha.





Fonte: BBC

















domingo, 20 de setembro de 2015

Não é branco? Então é bandido ou terrorista!

 Ahmed Mohamed

Ahmed Mohamed, o garoto de 14 anos detido e algemado no Texas por levar à escola um relógio parecido com uma bomba, cometeu o erro de se comportar como se fosse branco, anglo-saxão e protestante. Se ele se tivesse um nome americano, fenótipo caucasiano e usasse cabelo cuia, certamente não causaria pânico por causa da engenhoca que construiu e tampouco seria algemado, detido e interrogado por várias horas.


A atitude das autoridades em relação a Mohamed, filho de um imigrante sudanês, contrasta com as medidas tomadas em relação a Dylann Roof, acusado de assassinar nove negros em uma igreja na Carolina do Sul em junho deste ano.

Por três vezes, pouco antes do atentado, Roof teve problemas com a polícia. Em fevereiro, foi abordado por um oficial depois de entrar em um loja de shopping center, vestido de preto, e indagar sobre a rotina dos funcionários. Como a polícia encontrou com ele um medicamento de uso restrito, Roof foi acusado de conduta inadequada.

Na segunda vez, Roof foi abordado quando vagava a esmo por um parque. O policiais encontraram partes de um rifle semiautomático no porta malas do carro, mas ele saiu sem nenhuma acusação.

No terceiro episódio, foi detido e acusado de conduta inadequada por voltar ao mesmo shopping onde esteve em fevereiro, infringindo a determinação de ficar um ano longe do lugar.

Nada disso, nem o histórico de uso de uso de drogas impediu que Roof comprasse legalmente uma das armas utilizadas para cometer o massacre, uma pistola calibre 45.

Fosse islâmico ou de origem árabe, Roof estaria monitorado há tempos pelas agências de combate ao terrorismo, mas como tem a cor do privilégio conseguiu executar o atentado sem maiores obstáculos.

Esta diferença de tratamento entre brancos e não-brancos foi o assunto da palestra do Ted “Como criar um filho negro na América”, do professor e escritor Clint Smith. Em certo momento do discurso, ele lembrou da bronca que recebeu do pai por brincar de polícia e ladrão com amigos brancos.

“Penso em como uma noite, quando eu tinha uns 12 anos, em uma excursão para outra cidade, meus amigos e eu compramos Super Soakers (nota: arma de água) e transformamos o estacionamento do hotel em nosso próprio campo de batalha de água. Nós nos escondíamos atrás de carros, corríamos pela escuridão que ficava entre os postes de luz, risadas altas em toda parte, pelas calçadas.

Mas depois de dez minutos, meu pai saiu, me pegou pelo braço e, com uma força incomum, me levou para o nosso quarto. Antes que eu pudesse falar, dizer o quão idiota ele me fez parecer diante dos meus amigos, ele zombou de mim por ser tão inocente. Olhou-me nos olhos, com o medo o consumindo, e disse: “Filho, eu sinto muito, mas você não pode agir como seus amigos brancos. Você não pode fingir que está atirando.

Você não pode correr por aí no escuro. Você não pode se esconder atrás de nada além dos seus dentes.” Eu sei agora o quanto ele devia estar com medo, o quão facilmente eu poderia ter caído no vazio da noite, que alguém poderia confundir aquela água com um bom motivo para “passar o rodo”. Estes são os tipos de mensagem que recebi a vida inteira, ouvindo: sempre mantenha suas mãos onde possam ser vistas, não se mexa rapidamente, tire o seu o capuz quando o sol se puser”.

Smith refere-se ao negros norte-americanos vitimados rotineiramente pela polícia, mas o conselho serve também para os islâmicos daquele país e para os garotos das periferias brasileiras, onde o simples ato de correr transforma uma criança negra em um alvo a ser abatido.






Fonte: Marcos Sacramento



sábado, 19 de setembro de 2015

Benefícios de crianças brincarem ao ar livre!



Brincar ao ar livre faz bem à visão infantil, indica estudo

Um estudo realizado na China identificou uma possível maneira de conter o desenvolvimento de miopia em crianças.

Em pesquisa feita com 12 escolas chinesas, o resultado apontou que pelo menos 40 minutos por dia de brincadeiras ao ar livre trazem benefícios à visão de meninos e meninas.
Mingguang He e outros pesquisadores pediram a seis escolas que levassem os alunos para brincar fora todos os dias; como grupo de controle, as outras seis mantiveram a rotina de estudos dentro da sala de aula.

Os pais também foram estimulados a incentivar brincadeiras ao ar livre aos finais de semana – nesse ponto, os dois grupos se igualaram.
Depois de três anos, eles passaram a fazer testes com as crianças para identificar se havia sinais de miopia. No inicio do experimento, menos de 2% de cada grupo tinha o problema.

Entre as crianças das escolas que aplicaram a estratégia de brincar ao ar livre, 30% desenvolveram algum grau miopia (259 de 853 crianças). Já entre aquelas que ficaram nas salas de aula, 40% desenvolveram o problema (287 de 726 crianças) – a pesquisa só considerou 'miopia' os exames que apontavam pelo menos 0,5 grau.

A diferença não é grande, mas é significativa, dizem os pesquisadores. E ela se mantém mesmo quando se leva outros fatores em consideração, como o histórico familiar de miopia.
O estudo sugere que as crianças precisam equilibrar atividades realizadas mais de perto, em lugares fechados, como ler, com atividades que usam a visão à distância.

Conclusões
"Isso é importante clinicamente porque crianças que desenvolvem miopia cedo têm mais chances de que o problema avance com o tempo, o que também aumenta o risco de elas desenvolverem a miopia patológica", disseram os pesquisadores na publicação científica Jama.

30% das crianças que brincavam ao ar livre todos os dias desenvolveram miopia após 3 anos, enquanto 40% das crianças que não brincavam fora desenvolveram o problema
"Além disso, um atraso no desenvolvimento de miopia em crianças pequenas, que tendem a ter uma maior taxa de progressão, poderia proporcionar benefícios gigantescos para a saúde dos olhos a longo prazo."

Na publicação, Michael Repka, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, afirma que mais estudos são necessários para confirmar e compreender as conclusões dessa pesquisa.
Segundo ele, os resultados do estudo podem significar que mais tempo ao ar livre limita a quantidade de tempo gasta em atividades realizadas mais de perto, em locais fechados; ou que estar mais exposto à luz do sol ajuda a desenvolver melhor as funções dos olhos.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde divulgados no ano passado, o número de pessoas com miopia todo dobrou nos últimos anos no mundo. O problema costuma estar bastante ligado ao uso do computador ou de outros itens tecnológicos – como tablet, celular, etc – por muitas horas durante o dia.

No Brasil, um estudo realizados pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) em 2014 com crianças entre 9 e 13 anos que utilizavam computador ou videogame por seis horas ininterruptas mostrou que 21% delas desenvolveram algum grau de miopia.
Pesquisas internacionais, como a realizada na China, tentam descobrir se já existe uma forma de diminuir o risco de desenvolvimento do problema mudando hábitos das pessoas, principalmente na infância.



Fonte: BBC





Poluição Mata Mais Do Que Câncer de Pulmão!




Respirar ar poluído é ruim e você já sabe. Mas que isso pode causar mais de 3 milhões de mortes por ano é um dado novo –e assustador!

Um estudo feito pelo cientista Jos Lelieveld do Max Planck Institute for Chemistry, na Alemanha, revelou que a poluição atmosférica mata 3,3 milhões de pessoas por ano. O número é maior que o de mortes causadas pelo mais fatal tipo de câncer, o pulmonário, com 2,16 milhões de óbitos anuais. Dos 3,3 milhões, 75% estão concentrados na Ásia: a China fica no topo, com 1,4 milhões, e a Índia vem em segundo, com 650 mil. Não é de se estranhar, já que no ranking de maiores poluidores mundiais, os países ficam em 1º e 3º lugar, respectivamente. Os Estados Unidos e a Europa não ficam de fora: lá morrem 55 mil e 180 mil pessoas anualmente por causa da poluição. Como nada é tão ruim que não possa piorar, o estudo realizou estimativas baseadas no cenário atual de emissão de poluentes, e chegou à conclusão que, se nada for feito, em 2050 esse número vai dobrar. Ou seja: 6,6 milhões de pessoas vão morrer prematuramente a cada ano.




Se você acha que os principais culpados por esses dados alarmantes são os carros e as indústrias, está enganado. Casas que utilizam madeira e carvão para cozinhar ou para aquecimento são reponsáveis por um terço das mortes causadas pela poluição. Em segundo lugar vem a agricultura, responsável por um quinto das mortes. Os adubos químicos utlizados pela indústria agrícola liberam amônia no ambiente, que, combinada com outros produtos, como sulfatos e nitratos, forma verdadeiras partículas assassinas. Indústrias e carros entram em terceiro lugar.

Mas em um estudo relacionado, publicado na Nature Geoscience, as novidades foram otimistas para o nosso país: pesquisadores disseram que 1.700 mortes prematuras por ano foram evitadas no Brasil graças à dimuição das queimadas na floresta Amazônica. Esforços para a redução do desflorestamento vem sendo realizados desde 2004, e agora dão bons frutos. Durante a temporada da seca, a concentração das partículas poluentes atmosféricas diminui em 30%, o que melhora drasticamente a qualidade do ar e, felizmente, evita muitas mortes.







Fonte:  Ana Luísa Fernandes/Super









quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Um dos motivos do RS estar sem dinheiro para pagar o funcionalismo!

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Terra de rivalidades e contradições, o Rio Grande do Sul jamais reelegeu um governador após a redemocratização – mas sustenta cada um deles com vencimentos reservados à elite do funcionalismo. Graças a uma lei que tem sido questionada na Justiça, todo mês o combalido Tesouro estadual deposita nas contas de ex-mandatários e viúvas
R$ 30.471,11. É uma conta que, corrigida pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI), chega a um acumulado de R$ 54,6 milhões desde o início do Plano Real, em 1995.

A soma equivale ao orçamento para construir 45 creches, capazes de atender 5,4 mil crianças, ou cobrir todas as despesas de um hospital como o da Restinga por dois anos, ou ainda erguer três penitenciárias como a de Venâncio Aires, reduzindo em um quarto o déficit carcerário.

Em 2015, a fatura fica mais cara: aos seis ex-mandatários e as quatro viúvas que gozam o benefício se juntarão Tarso Genro e, possivelmente, o ex-senador Pedro Simon, que até hoje abdicava da aposentadoria. Assim, o Estado poderá chegar a dezembro com gasto anual de R$ 4,386 milhões em pensões, quantia que manteria 200 soldados da BM em atividade.

– Uma lei que prevê que alguém trabalhe por quatro anos, não contribua para um fundo e tenha pensão vitalícia transferível à viúva é privilégio político – avalia o diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo.

Uma viúva com duas pensões

Criada em 1979, a lei estadual que permitiu os subsídios trazia a justificativa de garantir uma vida digna a ex-governadores e amparar suas viúvas. Tomou-se como referência o teto da magistratura – salário de desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado. Esse valor supera o salário do governador em atividade, R$ 25.322.

Inicialmente elaborada com ares franciscanos, hoje essa aposentadoria reforça contas bem guarnecidas. Alceu Collares (1991-1994) soma ao benefício pelo menos três fontes de renda: salário como conselheiro da Itaipu Binacional, estimado em R$ 19 mil, aposentadoria como funcionário dos Correios e fundo de previdência como deputado federal.

Defensores da pensão argumentam que, ao passar quatro anos no poder, governadores perderiam contato com a iniciativa privada e poderiam ter dificuldade para se sustentar. Não é o que costuma ocorrer no RS.

Após liderar o Piratini de 1995 a 1998, Antônio Britto galgou uma próspera carreira na iniciativa privada: presidiu uma grande empresa calçadista, foi membro do conselho de uma empresa de telecomunicação e hoje dirige a principal organização de indústrias farmacêuticas no Brasil, a Interfarma.

Parte dos advogados e juristas apoia o benefício como forma de cobrir gastos com segurança, deslocamento e participação em eventos. Especialista em direito previdenciário, Daisson Portanova sustenta que a pensão é uma honraria destinada a quem teve papel relevante na política do Estado. Como não pode ser comparada à aposentadoria, não há infração no pagamento, analisa.

– A pensão é legítima. O que deveria haver é um controle maior para evitar pagamentos desnecessários – condiciona.

Um caso peculiar envolve Marília Guilhermina Pinheiro, que foi companheira de Leonel Brizola por 11 anos. Além de receber pensão no RS, ela obtém benefício do Estado do Rio de Janeiro, também governado por Brizola. A remuneração total passa de R$ 52 mil mensais.






Fonte: Erik Farina/ZH


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Porque o Governo deveria coibir a propaganda de bebidas da TV?




O Senado deve votar no segundo semestre o PLC 83/2015, que prevê mudanças na Lei 9.294/96, proibindo a propaganda de bebida alcoólica nas emissoras de televisão e de rádio e demais meios de comunicação.

Um em cada três brasileiros deixou de fumar depois que o Congresso Nacional proibiu a publicidade de cigarros na TV, no final dos anos 90.

Ainda assim, em 2011 o governo gastou mais de R$ 20 bilhões no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro. O valor equivale a 30% do orçamento do Sistema Único de Saúde daquele ano e é 3,5 vezes maior do que a Receita Federal arrecadou com produtos derivados do tabaco no mesmo período.

O Brasil perde 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em decorrência de problemas relacionados ao álcool. O custo do uso abusivo de bebida alcoólica atingiu, em 2014, algo como R$ 372 bilhões.

Todo ano, motoristas embriagados matam 50.000 pessoas. As vítimas de traumatismo chegam a 500 mil pessoas. A maioria dos feridos são levados para um pronto-socorro público. Os planos de saúde não devolvem nada ao SUS. Quem paga a conta dos feridos e mutilados é o cidadão, com seus impostos.

Dilma enviou um orçamento com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões, o que corresponde a 0,5% do produto interno bruto do país, e pediu ajuda ao Congresso para que encontrem saídas juntos.

O governo precisa cortar sem dó seus excessos e fazer muitos ajustes, mas é importante que, assim como a corrupção, certos comportamentos não sejam mais tolerados.

Por que aumentar impostos da população e cortar certos benefícios sociais se existem alternativas que podem beneficiar a todas as classes sociais?

Fazendo uma conta rápida, dá para ver onde economizar bilhões, salvar milhares de vidas e ainda ter um bom troco para investir em prevenção e educação, assim como aconteceu com o cigarro.

Os dois maiores adversários de uma decisão corajosa e responsável do Congresso para evitar o desperdício inestimável de vidas e de dinheiro são, pela ordem: o modelo de financiamento de campanhas eleitorais e o regime de concessão de rádio e TV.

No primeiro caso, várias carretas lotadas com R$ 242 milhões foram entregues pela indústria de bebidas para 76 deputados de 16 partidos nas últimas eleições.

Somente Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, recebeu sozinho um caminhãozinho com mais de 1 milhão de uma empresa da Ambev.

O financiamento de campanhas de políticos deixa evidente que os interesses de algumas empresas são opostos aos interesses da população e do país.

No segundo caso, a indústria de bebidas despeja anualmente mais de 4 bilhões de reais em publicidade em emissoras de rádio e TV e estima-se que mais de 80 senadores e deputados possuem centenas de concessões de rádio e TV espalhadas em todo pais. Os congressistas são parte deste negócio bilionário.

O Ministério da Saúde, a OMS (Organização Mundial de Saúde) e centenas de organizações não governamentais são radicalmente contra qualquer publicidade de cerveja na TV.

A opinião pública, diferentemente do que aconteceu com o cigarro, ainda não está ciente da relação direta entre a publicidade de cerveja e as tragédias urbanas com acidentes de carros, especialmente com os jovens.

As grandes empresas de comunicação silenciam sobre este tema. Há, inclusive, a regra interna de uma grande emissora de TV de jamais mostrar latas de cerveja em reportagens a respeito de acidentes automobilísticos.

A ABERT, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, atua fortemente para manter seu território, as agências de publicidade lucram com as comissões das emissoras e o Conar, Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária, que reúne empresários de comunicação, alega que qualquer restrição a publicidade de bebidas seria “bullying” da liberdade de expressão (sic).

A consequência do atual estado de coisas é que as empresas de bebidas e de mídia ampliam seus lucros enquanto os cidadãos ficam com o ônus dos problemas de saúde e pagam sozinhos uma conta cada vez mais alta, em todos os sentidos.

Cada um faz suas escolhas, não se está discutindo no Congresso o direito de beber ou fumar, nem proibir seu uso. Mas estimular o consumo de álcool, da forma como a publicidade faz na TV e no rádio, não falar abertamente sobre isso e nem tentar impedir esta epidemia de mortes, é uma covardia sem fim e uma falta de amor ao próximo — além de não ajudar em nada a economia do país.







Fonte: Marcelo Godoy



domingo, 13 de setembro de 2015

Suécia - Um exemplo a ser seguido!

Na Suécia não tem moleza


O texto abaixo é um trecho do livro “Um País Sem Excelências e Mordomias”

Políticos e juízes suecos não têm o exótico privilégio de circular em carros com motorista pagos com o dinheiro do cidadão: aos parlamentares apenas, dá-se a regalia de receber um cartão anual para viajar gratuitamente nos transportes públicos. Os que moram nos subúrbios da capital cumprem a rotina típica dos trabalhadores ditos normais, balançando em vagões de trem ou metrô a caminho do escritório. Deputados mais dispostos vão de bicicleta, se o frio ainda não é inclemente. Quem foge às regras e se atreve a pegar um táxi, sofre a fúria vulcânica da mídia e do eleitorado. Na manchete do jornal sueco Expressen, estampou-se a ousadia de uma deputada: ”Mikaela Valtersson (Partido Verde) pegou táxi em vez de tomar o trem”.

Ao cruzar a fronteira da imprudência, a deputada Mikaela Valtersson (Partido Verde, Miljöpartiet) virou notícia em vários jornais: Mikaela cometeu o desatino de gastar o dinheiro do contribuinte pegando táxi. Segundo o jornal Expressen, a investigação das despesas da deputada mostrou que em 2011 ela pegou táxi 43 vezes durante um período de seis meses, ”a um custo de 17 mil coroas (cerca de 2,6 mil dólares) do dinheiro do contribuinte, apesar de morar perto de uma estação de trem”.

O jornal indica que muitas corridas de táxi foram feitas tarde da noite, do Parlamento ou da estação central de trem de Estocolmo até a casa da deputada. Outras corridas foram feitas pela manhã. A deputada alegou que foi um período de trabalho excepcionalmente intenso, durante o qual trabalhou dia e noite com a questão do orçamento.

”Tive que trabalhar muitas vezes até tarde da noite, em horários em que havia pouco ou nenhum serviço de trem. Foi um período tão extenuante que me senti obrigada a pegar táxi para poder dar conta de trabalhar”, disse Mikaela, logo ela, representante do partido mais contundente na elegia ao transporte coletivo.

”Jamais tomaria um táxi em vez de trem, em circunstâncias normais”, defendeu-se Mikaela. Que acabou perdendo, naquele ano, a eleição interna para a liderança do Partido Verde sueco (o partido não tem um presidente, e sim dois porta-vozes, sempre um homem e uma mulher).

”O Presidente do Parlamento também vem de metrô para o trabalho”, diz Maria Skuldt, da Secretaria de Imprensa do Parlamento.

Claudia Wallin/DCM

Pena que no Brasil não é assim! Nós é que temos que pagar as mordomias dos nossos magistrados e de todos os políticos que estão no Congresso Nacional! Isso é vergonhoso!



Eliézer






Windows 10 à força!

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A Microsoft tem forçado o download do Windows 10, mesmo em computadores de usuários que decidiram não realizar a atualização. Caso o Windows Update de máquinas que rodem Windows 7 ou 8 esteja ativado, a chance é grande de que o sistema faça o download dos arquivos necessários para a instalação da nova versão, sem você saber ou autorizar.

Em uma declaração ao The Inquirer, a Microsoft admitiu o procedimento: “Para indivíduos que escolheram receber atualizações automáticas pelo Windows Update, nós ajudamos dispositivos que podem ser atualizados para o Windows 10 baixando os arquivos necessários”. Os arquivos, dessa forma, ficam reservados para a atualização, caso o usuário mude de ideia e instale.

O problema dessa medida é que os arquivos são baixados sem que o usuário perceba e acabam somando 6 GB em uma pasta oculta, normalmente inacessível ao usuários comuns. Em computadores com discos rígidos menores, ou ultrabooks com SSDs esse volume de dados pode acabar comprometendo o uso dos PCs.

A iniciativa da Microsoft quer facilitar a vida de quem decidir realizar a atualização, já que com os arquivos previamente baixados, o processo se torna mais ágil. O problema é que, dessa forma, quem deseja realizar o upgrade mais tarde, ou simplesmente não quer migrar para o Windows 10, acaba tendo que sacrificar um espaço considerável do disco rígido para um volume de arquivos basicamente inútil.

Se você faz parte do grupo de usuários que não quer atualizar o sistema operacional, ou simplesmente pretende esperar mais tempo para adotar o Windows 10, há um método simples para garantir que os 6 GB de arquivos não sejam baixados em seu computador. Você precisa acessar as configurações do serviço Windows Update no Painel de Controle e desabilitar a instalação automática de atualizações.







Fonte:Felipe Garrett/Techtudo



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

E como fica a miséria ao nosso redor?




O grande acontecimento na internet nesta semana não foi uma modelo que foi traída ou uma subcelebridade que resolveu escrever uma autobiografia ou uma atriz que mostrou os seios na televisão. Foi a foto chocante de uma criança síria morta na tentativa de fugir da guerra e da fome e alcançar o primeiro mundo.

A família do menino Aylan Kurdi tentava entrar no Canadá, que teria negado pedido de refúgio e ofereceu asilo ao pai da criança depois que a foto viralizou na internet. Só depois que a tragédia foi assistida pelo mundo inteiro – antes disso, a questão imigratória simplesmente não era um problema da Europa (e nem nosso, para sermos sinceros).

A fotografia – que promete ser um divisor de águas na atitude européia com a questão dos imigrantes (embora eu, particularmente, não guarde essa esperança) — rendeu opiniões emocionadas, ilustrações tocantes e milhões de manifestações de condolências na internet.

Parece que o mundo enxergou que a questão imigratória – assim como várias outras questões sociais – é, sim, um problema nosso.

O poder da internet de viralizar absolutamente tudo finalmente alcançou um refugiado, um esquecido, um marginalizado, um invisível. É claro que é louvável saber que as pessoas – a internet, sobretudo – ainda são capazes de se deixarem tocar, mas isso me pareceu cruelmente raso e efêmero, exatamente como aquelas fotos de crianças africanas famintas nas timelines de quem diz que menino de rua é trombadinha e é a favor da redução da maioridade penal.

A foto viralizou exatamente como a Andressa Urach, a traição do Marcelo Adnet, a morte de um cantor sertanejo: nada muito frutífero, nada realmente tocante, nada que vista um sentimento permanente.

Esse texto é pra você que acha que o mundo vai mal porque um imigrante sírio foi fotografado morto numa praia, mas ignora a guerra urbana nas favelas da sua cidade. Que lamenta a questão imigratória na segurança do seu quarto, protegido pelos muros – visíveis e invisíveis – do seu condomínio, que acha tocante que a tentativa imigratória mate crianças (e adultos, e idosos), mas não enxerga que isso é um fruto amargo do mesmo sistema que não ampara o homem que te pede esmola na mesa de um bar.

Pra você que lamenta a fome na África, o trabalho escravo, a desigualdade social e a questão imigratória mas compra roupas no AliExpress. Pra você que se deixa tocar pela foto de uma criança morta – vítima da mesma, mesmíssima desigualdade que dizima o seu país, o seu bairro, a sua rua – mas é contra programas sociais.

Esse texto é para a nossa hipocrisia que, de tão cega, não nos deixa enxergar que nem o menino sírio, nem o garoto negro do sinal, nem as crianças mortas na rocinha são um fato isolado, e que tudo isso é, sim, um problema nosso. Esse texto é pra nós, que só tiramos os olhos de nosso próprio umbigo quando vemos a foto de uma criança morta com a cara na areia. Pra nós que somos insensíveis às mazelas da vida até que elas pisem na nossa consciência.

Abraço!




Fonte: Nathali Macedo/DCM




segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Policia brasileira é a que mais mata!




Brasil e Estados Unidos têm em comum números trágicos. A força policial brasileira é a que mais mata no mundo. A americana é considerada uma das três polícias mais violentas. É o que diz um relatório da organização Anistia Internacional, divulgado nessa segunda-feira (7). O documento traz números assustadores da violência policial.

O relatório sugere a criação de ferramentas para reduzir as mortes por violência policial. Entre elas, investigações independentes, punições em caso de abuso e regras mais rígidas sobre a atuação dos agentes da lei, estatutos que deixem claro quando o uso da força se justifica.

Brasil e Estados Unidos são os destaques do levantamento. O Brasil aparece como o país que tem o maior número geral de homicídios no mundo inteiro. Só em 2012, foram 56 mil homicídios. Em 2014, 15,6% dos homicídios tinham um policial no gatilho.

 Segundo o relatório da Anistia Internacional, eles atiram em pessoas que já se renderam, que já estão feridas e sem uma advertência que permitisse que o suspeito se entregue.
O levantamento se concentrou na Zona Norte do Rio de Janeiro, que inclui a Favela de Acari.
Entre as vítimas da violência policial no Rio, entre 2010 e 2013, 99,5% eram homens. Quase 80% das vítimas eram negras e três em cada quatro, 75%, tinham idades entre 15 e 29 anos.

A maioria dos policiais nunca foi punida. A Anistia Internacional acompanhou 220 investigações sobre mortes causadas por policiais desde 2011. Em quatro anos, em apenas um caso, o policial chegou a ser formalmente acusado pela Justiça. Em 2015, desses 220 casos, 183 investigações ainda não tinham sido concluídas.

Nos Estados Unidos, não existem números oficiais sobre a violência policial no país inteiro. Mas estatísticas regionais sugerem que o perfil das pessoas mortas pelos agentes da lei é muito parecido com o do Brasil. A maioria é de homens negros e jovens.

Em menos de um ano, três casos mobilizaram os americanos. Em julho de 2014, o camelô Eric Gardner foi morto em Nova York. O policial Daniel Pantaleo aplicou uma gravata, uma manobra proibida pelo departamento de polícia da cidade. Gardner avisou 11 vezes que não estava conseguindo respirar, até morrer sufocado.

Em Ferguson, no estado do Missouri, o policial Darren Wilson matou o jovem Michael Brown, que estava desarmado. Houve uma série de protestos na cidade. Nos dois casos, os policiais nem chegaram a ser denunciados.

Em abril deste ano, o jovem Freddy Gray morreu dentro de um camburão da polícia de Baltimore. A investigação concluiu que ele foi vítima de homicídio por espancamento. Os seis policiais envolvidos foram indiciados e esperam o julgamento.




Fonte: GloboNews