Respirar ar poluído é ruim e você já sabe. Mas que isso pode causar mais de 3 milhões de mortes por ano é um dado novo –e assustador!
Um estudo feito pelo cientista Jos Lelieveld do Max Planck Institute for Chemistry, na Alemanha, revelou que a poluição atmosférica mata 3,3 milhões de pessoas por ano. O número é maior que o de mortes causadas pelo mais fatal tipo de câncer, o pulmonário, com 2,16 milhões de óbitos anuais. Dos 3,3 milhões, 75% estão concentrados na Ásia: a China fica no topo, com 1,4 milhões, e a Índia vem em segundo, com 650 mil. Não é de se estranhar, já que no ranking de maiores poluidores mundiais, os países ficam em 1º e 3º lugar, respectivamente. Os Estados Unidos e a Europa não ficam de fora: lá morrem 55 mil e 180 mil pessoas anualmente por causa da poluição. Como nada é tão ruim que não possa piorar, o estudo realizou estimativas baseadas no cenário atual de emissão de poluentes, e chegou à conclusão que, se nada for feito, em 2050 esse número vai dobrar. Ou seja: 6,6 milhões de pessoas vão morrer prematuramente a cada ano.
Se você acha que os principais culpados por esses dados alarmantes são os carros e as indústrias, está enganado. Casas que utilizam madeira e carvão para cozinhar ou para aquecimento são reponsáveis por um terço das mortes causadas pela poluição. Em segundo lugar vem a agricultura, responsável por um quinto das mortes. Os adubos químicos utlizados pela indústria agrícola liberam amônia no ambiente, que, combinada com outros produtos, como sulfatos e nitratos, forma verdadeiras partículas assassinas. Indústrias e carros entram em terceiro lugar.
Mas em um estudo relacionado, publicado na Nature Geoscience, as novidades foram otimistas para o nosso país: pesquisadores disseram que 1.700 mortes prematuras por ano foram evitadas no Brasil graças à dimuição das queimadas na floresta Amazônica. Esforços para a redução do desflorestamento vem sendo realizados desde 2004, e agora dão bons frutos. Durante a temporada da seca, a concentração das partículas poluentes atmosféricas diminui em 30%, o que melhora drasticamente a qualidade do ar e, felizmente, evita muitas mortes.
Fonte: Ana Luísa Fernandes/Super
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