Da era de ouro do cinema mudo às atuais super produções, a indústria cinematográfica de Hollywood permanece a mais lucrativa no setor de serviços nos Estados Unidos. Embora o faturamento das bilheterias venha declinando nos últimos anos — foi de cerca de US$ 11 bilhões em 2016 para aproximadamente US$ 9,7 bilhões em 2017, segundo o Statista, 13% dos americanos ainda vão ao cinema todo mês. A seguir, veja curiosidades históricas e conheça segredos sobre como funciona a indústria.
1 - Hollywood queria “americanizar o mundo”: quando executivos da Costa Leste se mudaram para Los Angeles para criar os primeiros sete estúdios (Paramount, Universal, MGM, Twentieth Century-Fox, Warner Brothers, Columbia e RKO) no início do século 20, eles convenceram o presidente americano na época, Woodrow Wilson, de que se tratava de uma indústria essencial para solidificar a imagem dos Estados Unidos no exterior. Wilson criou um serviço dedicado à exportação de filmes, e declarou: “Filmes são um dos meios mais importantes para a disseminação de inteligência pública e, por falarem uma linguagem universal, são essenciais para a apresentação dos planos e propósitos americanos.”
2 - Em 1947, anos de ouro de Hollywood, existiam mais cinemas do que bancos nos Estados Unidos. Em média 90 milhões de americanos, mais da metade da população que na época tinha 151 milhões, iam aos cinemas em uma semana qualquer.
3 - Branca de Neve e os Sete Anões, da Disney, foi primeiro filme na história do cinema a alcançar a marca de US$ 100 milhões em vendas de bilheteria.
4 - Existem cerca de nove mil roteiristas membros do Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos e mais de 16 mil diretores membros do Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos. Extraoficialmente, porém, o número ultrapassa os 100 mil.
5 - A maioria dos roteiros nunca é, de fato, produzida. Segundo uma estimativa da Paramount, nove de cada dez projetos em desenvolvimento no estúdio nunca recebem carta verde para produção.
6 - Poucos atores conseguiram um negócio tão bom quanto Arnold Schwarzenegger na sequência da franquia O Exterminador do Futuro 2. Embora seus filmes mais atuais tivessem sido fracassos de bilheteria, e ele estivesse com quase 60 anos no momento de gravação do filme, seu nome havia se tornado tão associado à imagem do personagem que sua participação no projeto foi considerada essencial. Como consequência, o estúdio concordou em pagar US$ 29,5 milhões por 19 semanas de trabalho, além de permitir que ele aprovasse o diretor, os outros atores do filme e o roteiro. Ao todo, foram 18 meses de negociações.
7 - Mesmo com todos os avanços tecnológicos, computação gráfica abocanha uma fatia considerável do orçamento de filmes e podem custar mais do que os gastos com os próprios atores. Em Godzilla, por exemplo, quase US$ 10 milhões foram gastos para criar os monstros.
8 - As trilhas sonoras são igualmente caras. A Paramount, por exemplo, chegou a pagar US$ 1 milhão para poder usar a música “I Disappear”, do Metallica, em Missão Impossível II.
9 - Para os donos de cinema, o maior negócio não são os filmes, e sim a pipoca. Com pouco milho, é possível encher muito saquinhos, e mais: os clientes vão ficar com sede e querer refrigerante. Há estimativas de que os cinemas lucrem 90 centavos para cada dólar vendido em pipoca. Não à toa, um dono de cinema teria dito que as cadeiras com espaço para colocar um copo foram “a melhor invenção tecnológica desde o som”.
10 - Um “truque” muito utilizado por roteiristas para tornar seus personagens mais simpáticos ao público é o momento de “salvar o gato”. Termo cunhado por Blake Snyder em seu livro “Save the Cat”, é aquele momento do filme em que o mocinho ou mesmo o vilão faz algo positivo, como dar um sorvete para uma criança aleatória na rua, que nos faz gostar do personagem.
11 - A indústria quer o mesmo… Mas diferente. Sabe aquela impressão que às vezes temos de que todos os filmes, no fundo, são parecidos? Eles de fato são! A verdade, como diz Snyder em “Save the Cat”, é que a maioria das ideias centrais de filmes já foram feitas de alguma forma. Snyder as classifica em seis: monstros, histórias mitológicas, mágicas, “um cara com um problema”, ritos de passagem, histórias de amor, o porquê de um crime, o bobo que triunfa, sagas familiares e super-heróis. O que os produtores e estúdios buscam é um novo ângulo para recontar essas histórias.
(Fontes: The Big Picture - Money and Power in Hollywood, Edward Jay Epstein (2006); Save the Cat - The Last Book on Screenwriting That You’ll Ever Need, Blake Snyder (2005).)
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