terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Não vamos envelhecer mais?

Criada arma contra o envelhecimento


NOVA YORK. Em janeiro de 2003 cientistas americanos provocaram euforia ao descobrir como células cancerosas conseguiam se reproduzir indefinidamente, sem mostrar sinais de envelhecimento, se tornando praticamente imortais.
Agora, os mesmos cientistas conseguiram usar a arma contra o envelhecimento das células cancerosas para fazer com que células normais se replicassem quase três vezes mais. A descoberta abriu caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos contra o envelhecimento e o câncer.
O estudo não levará à criação de remédios que façam as pessoas viverem mais. Porém, possibilitará a criação de tratamentos para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Células da pele, dos músculos e dos ossos, prejudicadas pelo envelhecimento, poderão ser revitalizadas.
O maior medo dos cientistas era que o uso dos mecanismos das células cancerosas fizesse com que as células normais fossem alteradas e se tornassem malignas. A nova pesquisa, porém, revelou que elas continuaram saudáveis, embora tivessem se tornado praticamente imortais.
O segredo da imortalidade das células está no controle de uma enzima chamada telomerase. Enquanto há telomerase, as células podem se multiplicar sem apresentar defeitos. Quando os estoques da enzima baixam, porém, as células começam a envelhecer até que finalmente param de se dividir e morrem.
A telomerase controla o tamanho dos telômeros. Estes são estruturas repetidas de DNA que protegem as extremidades dos cromossomos e evitam mutações genéticas. Os telômeros são como relógios, que regulam quantas vezes uma célula vai se dividir. Eles ficam menores a cada divisão celular.
Quando os telômeros ficam muito curtos, as células param de se dividir e começam a se degenerar, o que pode causar doenças relacionadas ao envelhecimento. Nas células cancerosas, a enzima telomerase é reativada e mantém o comprimento dos telômeros, permitindo que as células tumorais continuem a proliferar.
O que os pesquisadores da Universidade do Sudoeste do Texas e da empresa de biotecnologia Geron fizeram foi usar a telomerase para multiplicar células normais sem que estas se tornassem cancerosas.
Num estudo publicado na revista britânica "Nature Genetics", o pesquisador Choy-Pik Chiu, da Geron, relatou que as células cultivadas por ele já produziram 200 gerações, sem apresentar sinais de câncer. Em geral, as células se dividem cerca de 80 vezes. Em outro artigo da mesma revista Jerry Shay e Woodring Wright, da Universidade do Sudoeste do Texas, disseram que as células normais imortalizadas com telomerase em seu laboratório se dividiram 280 vezes.
- Demonstramos que a introdução de telomerase em células normais não causa câncer - disse Wright.
A primeira aplicação dos novos estudos é o desenvolvimento de tratamentos contra o câncer que desativem a telomerase das células dos tumores sem afetar a multiplicação de células normais. Desprovidas de sua arma para continuar a se propagar, as células tumorais morreriam, curando a pessoa.
Já a capacidade de fazer com células envelhecidas voltem a se dividir tem aplicações na produção de tecidos para transplantes - os cientistas poderiam fazer culturas de células de qualquer tecido do tamanho que desejassem - e para a correção de células afetadas pela velhice ou por doenças degenerativas. Mas será que poderia se dizer que a Ciência encontrou realmente a chave para a Imortalidade?

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