Os crimes contra a humanidade não se limitam somente na Síria, que está sendo assolada pela guerra civil,
mas em outras partes do mundo, como África e Ásia.
Como exemplo disso, a Comissão de Investigação das Nações Unidas (ONU) para Coreia do Norte reuniu provas de casos de tortura, prisão arbitrária, agressões sexuais, desaparições forçadas e tratamento desumano por razões de filiação política no país, liderado hoje por Kim Jong-un.
Os abusos sofridos por famílias inteiras, inclusive após várias gerações, costam em um relatório divulgado na última terça-feira (17) pelo chefe do inquérito independente, o juiz australiano Michael Donald Kirby.
O inquérito teve início em março deste ano para investigar denúncias de violações ocorridas na Coreia do Norte, incluindo possíveis crimes contra a humanidade.
"Temos testemunhos de sobreviventes de campos de concentração que desde crianças sofreram com a inanição e outras atrocidades, punidos 'por associação', pela filiação política de algum membro de sua família", disse Kirby em anúncio ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Os resultados da investigação foram obtidos à distância, já que o governo da Coreia do Norte não autoriza a entrada da comissão no país. A equipe contou com depoimentos e informações de pessoas exiladas principalmente na Coreia do Sul e no Japão, que, em sua maioria, sofreram com o desaparecimento forçado e a retenção em campos de concentração.
"Temos o relato de um homem, preso desde o seu nascimento e privado de comer, que sobreviveu a base de roedores, lagartixas e grama, para depois testemunhar a execução pública de sua mãe e irmão", afirmou Kirby. Entre outros exemplos, o presidente da comissão citou o caso de um homem obrigado a carregar vários cadáveres de prisioneiros que morreram de fome, para depois queimá-los e espalhar suas cinzas pelos campos de cultivo; e o de uma mulher que viu como soldados do regime obrigaram outra mulher a afogar seu bebê em um caldeirão.
Segundo Kirby, estes depoimentos individuais não são casos isolados, mas indicam um padrão de comportamento por parte do Estado. "Eles são representativos de padrões de grande escala que podem constituir violações sistemáticas e flagrantes dos direitos humanos." Ainda de acordo com Kirby, a Comissão de Investigação vai apurar a partir de agora quem foram os responsáveis pelos crimes.
Para o embaixador da Coreia do Norte na ONU, So Se Pyong, as provas obtidas pela comissão liderada por Kirby são falsas e difamatórias, criadas com apoio da União Europeia, do Japão e dos Estados Unidos para derrubar o regime de Kim Jong-un .
Independente disso tais relatos não invenções dessas pessoas. Tais acontecimentos estão sim ocorrendo e demonstram como a maldade humana aflora em pessoas que fazem de tudo para não perderem o poder.
Fonte: Agência EFE/Época
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