sábado, 11 de abril de 2015

Europa - Laboratório Racial!

Resultado de imagem para 7 raças da humanidade

RIO — Muitos imaginam que a Europa é o lar ancestral da população branca, mas um novo estudo revela que a pele clara, assim como outras características, como alta estatura e capacidade de os adultos digerirem leite, chegaram ao continente em tempos relativamente recentes. O trabalho, apresentado na 84ª reunião anual da Associação Americana de Antropologia Física, realizada no fim de março em St. Louis, Missouri, oferece fortes evidências que os europeus modernos não se parecem muito com os de 8 mil anos atrás.

Um time internacional de cientistas analisou o genoma dos restos de 83 indivíduos encontrados em sítios arqueológicos espalhados pela Europa. Os resultados apontam que a população europeia moderna é uma mistura de pelo menos três antigas populações que chegaram à Europa em diferentes migrações nos últimos 8 mil anos. Comparando com dados do Projeto 1000 Genomas, os cientistas conseguiram encontrar quatro genes associados com as mudanças na dieta e a pigmentação da pele que passaram por forte processo de seleção natural.

O estudo confirmou que populações caçadoras e coletoras da Europa não conseguiam digerir os açúcares do leite há 8 mil anos, assim como os primeiros povos agricultores, que vieram do Oriente Próximo há cerca de 7.800 anos. Da mesma forma, pastores Yamnayas, migrantes da região do Mar Negro há 4.800, não possuíam o gene LCT, da lactase. Apenas há 4.300 anos que a tolerância à lactose começou a se espalhar pela Europa.

Sobre a pigmentação, os cientistas encontraram dois genes diferentes relacionados com a coloração da pele, além de um outro, ligado aos olhos azuis e que também pode contribuir para a pele clara e o cabelo louro. Os humanos modernos que migraram da África para a Europa há cerca de 40 mil anos tinham a pele escura, o que é uma vantagem para regiões ensolaradas. E o estudo confirma que há 8.500 anos, povos caçadores e coletores na Espanha, Luxemburgo e Hungria também possuíam a pele escura, pois eles não tinham os genes SLC24A5 e SLC45A2, que levaram à despigmentação e à pele pálida dos europeus atuais.

Mas no extremo norte, onde os baixos níveis de luz favorecem a pele pálida, os pesquisadores encontraram um panorama diferente entre os povos caçadores e coletores: sete corpos do sítio arqueológico de Motala, no sul da Suécia, datados em 7.700 anos, possuíam ambos os genes ligados à pele clara, assim como um terceiro, o HERC2/OCA2, que causa os olhos azuis. Dessa forma, povos caçadores e coletores do Norte da Europa já possuíam a pele pálida, mas os das regiões centrais e sul tinham a pele escura.

Então, os primeiros povos agricultores chegaram à Europa, há 7.800 mil anos, vindos do Oriente Próximo, também carregando os dois genes em questão. Eles se misturaram às populações caçadoras e coletoras e espalharam o gene SLC24A5 pelas regiões Central e Sul da Europa. A outra variante, o SLC45A2, se manteve em níveis baixos de penetração até 5.800 atrás, quando começou a se espalhar pelo continente.

A altura é resultado da interação de diversos genes, mas os pesquisadores descobriram que a seleção natural favoreceu variantes genéticas que favorecem pessoas altas a partir de 8 mil anos atrás, mas com um impulso dado pela migração dos Yamnayas, há 4.800 anos. Dentre as três populações que mais contribuíram para o europeu moderno, eles eram os de maior potencial genético para serem altos.

O estudo não especifica porque esses genes passaram por tamanho processo de seleção, mas existe a teoria que a despigmentação serviu para maximizar a síntese de vitamina D, afirmou a paleoantropóloga Nina Jablonski, da Unversidade do Estado da Pensilvânia. Pessoas que vivem em altas latitudes não recebem radiação UV suficiente para sintetizar a vitamina, então a seleção natural pode ter favorecido duas soluções genéticas para a questão. Evoluir a pele clara para absorver mais radiação e favorecer a tolerância à lactose, para se digerir os açúcares e a vitamina D encontrados no leite.

— O que nós imaginávamos como um entendimento simples sobre o surgimento da pele despigmentada na Europa, é um emocionante trabalho da seleção — disse Nina, em entrevista à revista “Science”. — Esses dados são interessantes porque mostram como se deu a evolução recente.


Fonte: Globo Ciência




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