Um novo estudo mostrou que a solidão está ligada ao mecanismo da luta ou fuga, que pode afetar a produção de glóbulos brancos, as células de defesa do organismo. Foram analisados humanos e macacos rhesus, uma espécie altamente sociável. Os novos resultados são complementos de estudos anteriores, realizados pelo mesmo grupo de cientistas.
Anteriormente, eles descobriram que a solidão também está ligada a um fenômeno que se chama resposta transcricional conservada às adversidades (CTRA, em inglês). Essa resposta é caracterizada pela maior expressão de genes envolvidos na inflamação do corpo e pela menor expressão de genes envolvidos na resposta antiviral. Isso quer dizer que as pessoas solitárias têm mais inflamações e um sistema imunológico mais fraco do que os mais sociáveis.
No estudo mais recente, foi examinada a expressão desses genes nos glóbulos brancos, ou leucócitos. O resultado não surpreendeu: os leucócitos dos humanos e macacos apresentaram os efeitos da CTRA, o que significa que eles são mais suscetíveis a doenças causadas por bactérias e vírus.
O outro efeito da solidão observado em laboratório foi o aumento no neurotransmissor norepinefrina, responsável pelo mecanismo de luta ou fuga. Esse mecanismo comanda o corpo para deixá-lo mais preparado para enfrentar situações de estresse, como uma luta ou um assalto. A norepinefrina pode estimular a produção de um tipo específico de célula: o monócito imaturo, que apresenta altos níveis de genes inflamatórios e baixos níveis de genes antivirais. Nos macacos solitários, esses genes permitiram que o vírus da imunodeficiência símia -e quivalente ao HIV -, crescesse mais rapidamente no corpo.
Fonte: Ana Luisa Fernandes/Super
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