De acordo com último relatório do Depen ( Departamento Penitenciário Nacional ), órgão do Ministério da Justiça, temos 0,1% de presos por corrupção no Brasil, em um total de aproximadamente 550 mil presos.
E o que é interessante neste relatório é que em alguns estados como Acre, Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, simplesmente não há nenhum preso por corrupção, o que nos leva a crer que estes estados não conhecem a corrupção ou a justiça também é corrupta.
Nestes lugares metade dos presos é por crimes contra o patrimônio (roubos e furtos comuns), 25% por tráfico de drogas, 12% por homicídios e sequestros e o restante por crimes diversos.
Essa pesquisa mostra bem a nossa realidade em não punir crimes como lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, gestão fraudulenta e formação de quadrilha de colarinhos brancos.
Esse baixo índice de prisões por corrupção já é endêmico e histórico no país, pois quase sempre envolve pessoas com status ou mesmo elementos que fazem parte do próprio governo. E quando é condenado o corrupto continua rico e nunca devolve o que roubou, fazendo com que isto sirva de estímulo ao aumento da corrupção.
Luiz Carlos Valois, integrante da Associação dos Juízes para a Democracia, comentou que apesar da lei ser igual, a punição é seletiva no Brasil. Por exemplo, as cadeias estão cheias de traficantes pobres, verdadeiros bodes expiatórios, enquanto os grandes chefes do tráfico continuam circulando impunes e cercados de renomados advogados, isso quando não continuam chefiando o tráfico direto de dentro das cadeias.
Uma outra pesquisa da organização civil Transparência Nacional divulgada esta semana, mostra que dentre 177 países pesquisados, os menos corruptos são a Dinamarca e a Nova Zelãndia (nota 91). Os Estados Unidos aparecem em 19º lugar (nota 73) e o Chile em 22º lugar. O Brasil aparece em 72º lugar com nota 42. Os mais corruptos do mundo são o Afeganistão, Coréia do Norte e Somália com nota 08.
Conforme se vê essas duas pesquisas dão uma clara posição desse grande problema em nosso país, e que pelo que tudo indica vai continuar conosco em 2014.
Fonte: Célio Pezza, escritor.
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