O Facebook está sendo enfrentando nos Estados Unidos mais uma ação coletiva devido a acusações de que monitora as mensagens particulares dos usuários.
A ação, impetrada em um tribunal do norte do Estado americano da Califórnia (costa oeste do país), alega que, quando os usários da rede social compartilham um link para outro site por meio de mensagem privada, o Facebook examina a mensagem para fazer um perfil da atividade do usuário na web.
Os responsáveis pela ação alegam que o Facebook intercepta estas mensagens sistematicamente para recolher dados dos usuários e lucrar ao compartilhar o que consegue com empresas de propaganda que agregam dados.
Por isso, a ação exige o pagamento de US$ 100 (cerca de R$ 230) por dia para cada dia em que o Facebook realizou as supostas violações de privacidade, ou US$ 10 mil (quase R$ 28 mil) por cada usuário.
O Facebook, por sua vez, afirmou que as acusações "não têm mérito".
"Vamos nos defender vigorosamente", informou a maior rede social do mundo.
Pesquisa independente
O processo cita uma pesquisa independente que alega ter descoberto que o Facebook analisa o conteúdo das mensagens privadas dos usuários "para propósitos não relacionados à facilitação da transmissão da mensagem".
Segundo o processo, pelo fato de os usuários acreditarem que estão "se comunicando em um serviço livre de vigilância, é provável que eles revelem fatos sobre eles mesmos que não revelariam se soubessem que o conteúdo estava sendo monitorado".
"Assim, o Facebook se posicionou de forma a adquirir partes dos perfis dos usuários que provavelmente não estariam disponíveis para outros agregadores de dados."
Mas, nem todos criticam a postura do Facebook ao examinar as mensagens privadas dos usuários.
O especialista em segurança Graham Cluley escreveu em seu blog que se o site não examinasse os links compartilhados nestas mensagens, o Facebook estaria fracassando no "dever de cuidar" dos usuários.
"Se você não analisa de forma apropriada e checa links, então há um risco muito real de que spams, golpes, ataques do tipo phishing e URLs de conteúdo criminoso criado para infectar os computadores com malware possam aumentar."
Políticas de privacidade
Esta não é a primeira vez que o Facebook é criticado devido às suas políticas de privacidade.
Em setembro de 2013, a rede social foi criticada devido a uma proposta de mudança em sua política que iria permitir que propagandas fossem criadas usando nomes e fotos de perfil dos usuários.
A companhia alegou que esta proposta apenas tornava mais clara a linguagem de sua política de privacidade e não fazia nenhuma mudança concreta nesta política.
O Facebook prometeu mudar as palavras de sua política de privacidade depois que um processo de 2011 resultou no pagamento de US$ 20 milhões para indenizar usuários que alegaram que seus dados foram usados pela rede social sem que eles tivessem dado permissão explícita para isso.
Fonte: BBC Brasil
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