A privacidade nunca foi uma das premissas do Facebook. Pelo contrário - se você viu o filme, vai lembrar que a rede social surgiu em uma época em que seu criador, Mark Zuckerberg, brincava de expor e classificar na internet as garotas de sua faculdade. O pequeno catálogo de estudantes universitários cresceu, tem mais de um bilhão de usuários ativos e hoje conecta o mundo de uma maneira sem precedentes - e, também, expõe as pessoas como outro serviço jamais expôs.
Você sabe que o modelo de negócios do Facebook é baseado em publicidade segmentada, certo? A rede social sabe tudo de você para exibir anúncios personalizados - possivelmente mais eficientes. Quanto mais informação, melhor. É por isso que volta e meia o Facebook pergunta: “mas em que cidade você nasceu?”, “onde você e seu namorado se conheceram?”, “quais são os seus filmes favoritos?” e a gente, na sede de completar o perfil, acaba respondendo. É o que dizem: “se você não é o consumidor, você é o produto”.
Nesses dez anos, o Facebook evoluiu, seu modelo de negócios também e, com isso, mudaram suas políticas de privacidade.
No início, as informações fornecidas como padrão eram poucas e nada era compartilhado publicamente. Em 2010, porém, quase todas as informações - fotos, amigos, likes, postagens no mural - viraram públicas automaticamente. Se o usuário quisesse diferente disso, ele deveria mudar suas próprias configurações.
“O Facebook é um ótimo serviço”, escreveu MacKeon, “mas ele nem sempre lidou bem com os dados dos usuários”. “Nos últimos anos, as configurações padrão de privacidade para as informações pessoais dos usuários se tornaram mais e mais permissivas”. O trabalho do desenvolvedor foi concluído em 2010 - antes, portanto, de mais mudanças drásticas na forma como a rede social lida com os dados dos usuários.
Linha do tempo
No final de 2011, o Facebook mudou a forma de exibição dos perfis - através da timeline, o acesso a conteúdos antigos ficou mais fácil. Os usuários, então, tiveram de se preocupar também com a privacidade do passado. Mas seremos justos: pelo menos a rede social deu uma mão, simplificou as configurações e fez tutoriais explicando aos usuários como proteger os posts.
Graph Search
E então, no início de 2013, veio a busca social. Ainda não disponível em português, ela permite que se procure pessoas por perfil. Por exemplo: ‘pessoas que trabalham no Parque do Ibirapuera e gostam de Jorge Ben’, ou ‘fotos que Fulano de Tal curtiu’, ou ‘amigos dos amigos que moram em Buenos Aires’. A busca indexa as informações fornecidas publicamente pelos usuários - por isso, mais um sinal de alerta para que as pessoas prestem atenção em suas configurações de privacidade.
No final do ano, veio mais uma mudança: o Facebook passou a impedir que um perfil seja ocultado das buscas. Antes era possível ‘não ser achado’; depois disso, todos os perfis passaram a ter uma forma pública de exibição, com foto e nome.
Está ficando cada vez mais difícil se esconder. Mas alguém aí está no Facebook para isso?
Fonte: Tatiana Dias/Galileu.
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