segunda-feira, 30 de junho de 2014

Real - 20 Anos depois!





Houve um tempo em que os brasileiros recebiam seus salários e corriam para fazer a compra do mês, porque no dia seguinte os preços poderiam estar mais altos.

Nos supermercados, era comum ver os clientes se apressando para pegar as mercadorias antes que os temidos remarcadores passassem mudando as etiquetas.
Despensas e freezers eram itens essenciais para muitas famílias e se uma alta da gasolina era anunciada, em minutos os postos de combustível se tornavam o ponto final de uma peregrinação de carros a perder de vista.

Há exatos 20 anos, o real colocou um ponto final nessa luta diária dos brasileiros para garantir o poder de compra do seu dinheiro.

Lançado em 1º de julho de 1994, a atual moeda brasileira marcou o fim de um longo período em que o país teve de conviver, primeiro, com o descontrole de preços. Foram três décadas de inflação alta, que culminaram em taxas anuais de mais de 2.000% na primeira metade dos anos 90.

Segundo, com uma sucessão de planos econômicos, mudanças de moeda e medidas anti-inflacionárias hoje inimagináveis, como o confisco do Plano Collor.
Em uma tentativa de colocar essa trajetória em perspectiva, a BBC Brasil fez, com a ajuda de economistas, um levantamento dos sete aspectos da vida dos brasileiros que mudaram com o real e a estabilização da economia.

A lista inclui desde mudanças no dia a dia das famílias até aquelas que contribuíram para transformar o quadro econômico e social do país.
Confira aqui o resultado:

Fim da compra para estoque
Possibilidade de planejar o futuro
Fim das visitas frequentes aos bancos
Redução da pobreza
Intolerância a 'pacotes-surpresa'
Crescimento do crédito
Facilitação de investimentos

Com a redução da inflação, o brasileiro trocou as compras mensais por semanais
Em seu auge, nos anos 90, a inflação chegou a 80% ao mês. Ou seja, em trinta dias, o poder de compra dos salários caía quase pela metade.

Isso explica por que muitos brasileiros corriam para os supermercados ao receber seu pagamento. Era como se todo início do mês fosse véspera de Natal, com filas intermináveis e carrinhos abarrotados.
"Para os supermercados, era um desafio logístico: imagine só ter de fazer a maior parte das vendas do mês em um ou dois dias", diz Clemens Nunes, professor de economia da FGV.

"Cheguei a ouvir de um fazendeiro de São Carlos que seus funcionários lhe pediam que os pagasse em dias aleatórios e sem aviso prévio, porque se o comércio local ficasse sabendo quando recebiam, subia os preços na véspera", lembra o economista Edmar Bacha, um dos arquitetos do Plano Real.
Com a estabilidade da moeda, as famílias brasileiras puderam parar de estocar alimentos e as compras semanais se tornaram mais comuns.

Despensas e freezers deixaram de ser essenciais – e muitos brasileiros se livraram dos últimos na crise energética de 2001 e 2002, quando o governo estabeleceu punições para quem não economizasse energia.



Fonte:Ruth Costas/ bbc brasil

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Amor culpado - Asas e Soneto.






Amor culpado.

O amor é culpado de tudo
O amor é culpado pelo sofrimento alheio,
O amor é culpado é pela alegria alheia,
O amor é culpado pelo bem estar, e também pelo mal estar,
O amor é culpado pela saudade, é culpado
pela presença de alguém amado ou talvez pela ausência.
O amor..! Ah! O amor, tanta culpa sobre ele
Mas mesmo assim, todos querem senti-lo,
Todos o querem dentro do peito, 
E mesmo aqueles que não o querem
Acabam um dia tendo-o dentro de si, mesmo sem querer!
O amor..! Sem ele não se vive!


Eliézer






Asas

Um dia terei asas e irei voar
pra bem longe! Lá no horizonte!
Voarei para bem perto do céu
Para poder te ver do alto.
Para ter uma visão bem ampla
de todo o teu ser! 
Voarei depois para baixo
Para perto de ti, e te ouvirei baixinho
Dizer que me ama! 
Te darei então minhas asas
Para você voar para o horizonte
E de lá contemplar-me ao longe!
Um dia terei asas e voarei para ti.
 E te direi o quanto te amo!

Eliézer


SONETO DO AMOR COMO UM RIO

Este infinito amor de um ano faz

Que é maior do que o tempo e do que tudo

Este amor que é real, e que, contudo,

Eu já não cria que existisse mais.



Este amor que surgiu insuspeitado

E que dentro do drama fez-se em paz

Este amor que é o túmulo onde jaz

Meu corpo para sempre sepultado.



Este amor meu é como um rio; um rio

Noturno, interminável e tardio

A deslizar macio pelo ermo



E que em seu curso sideral me leva

Iluminado de paixão na treva


Para o espaço sem fim de um mar sem termo.


Poesia em conta gotas.

terça-feira, 24 de junho de 2014

A vida no Iraque segundo três iraquianos!




Em uma série de ataques recentes no Iraque, militantes sunitas e jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isis, na sigla em inglês) tomaram o controle de cidades importantes, além de poços de petróleo e de fronteiras no norte do país.
A BBC entrevistou três iraquianos para saber quais são os seus temores e as suas esperanças. Confira os depoimentos.

Mohamed, 28 anos, Mosul
Tudo em Mosul (norte do Iraque) está normal. As pessoas estão indo para o trabalho e não há tantos problemas. O único incidente de que eu ouvi falar aconteceu no sábado, quando um avião lançou dois mísseis em uma casa abandonada. Os proprietários tinham deixado a cidade duas semanas antes do bombardeio.

Há um problema de fornecimento de gasolina, uma vez que falta combustível. Os carros estão fazendo longas filas em frente aos postos de gasolina e lá permanecem por horas a fio.
Mas as condições de vida aqui são melhores do que no passado. Agora as estradas estão abertas e nós podemos ir e voltar do trabalho mais facilmente. Antes, o Exército costumava fechar todas as estradas que davam acesso a uma única área, por exemplo, deixando apenas uma via aberta com um posto de controle. Por causa disso, sempre havia congestionamento.

Eu demorava mais ou menos 30 minutos para chegar ao trabalho. Agora, só levo cinco. Eu trabalho em um restaurante e as famílias não deixaram de frequentá-lo. Você pode ver pessoas na rua até meia-noite.
Os insurgentes estão por toda a parte. Eles organizam o trânsito e asseguram que os comerciantes não vendam os produtos por preços abusivos.

Em geral, a relação da população com os rebeldes é boa. Eles participaram de duas grandes passeatas desde que chegaram à cidade. A última, na quinta-feira, contou com apoio popular.
Os insurgentes também afirmaram que integrantes do Exército e da polícia seriam libertados se entregassem as armas e desertassem.

Como resultado, tenho visto muitos ex-soldados e policiais que vão para as mesquitas, onde os rebeldes se reúnem, para anunciar a deserção e se arrepender de seus atos.
A maioria dos insurgentes é de iraquianos de Mosul. Há outros que integram o grupo Isis e eles são, em sua maioria, árabes. Falei com um deles e ele disse que era da Arábia Saudita. Também há rebeldes da Síria e do Líbano.
Nem sempre temos conexão à internet aqui. Isso significa que a nossa voz é bloqueada e não podemos mostrar a verdade ao mundo.

Emad, 51 anos, Sulaymaniyah, no Curdistão
Os preços dos alimentos têm subido um pouco, já que não conseguimos trazer mantimentos do centro e do leste do Iraque.
Com a tomada de controle da refinaria de petróleo de Baiji, foi implementado um rodízio de abastecimento dos veículos, de acordo com a numeração da placa. Os motoristas também só podem abastecer um máximo de 30 litros de combustível por dia, em dias alternados.
Mas, apesar disso, a crise tem unido a população curda. Se isso não tivesse acontecido sob essas circunstâncias, o povo curdo não se uniria, mas agora todos os povos curdos estão se voluntariando para combater a Isis.
Em certa medida, temos nos beneficiado dessa crise, uma vez que a retirada do Exército iraquiano permitiu aos peshmerga (combatentes curdos) reconquistar partes da nossa terra que tinham sido tomadas pelo governo central de Bagdá.

Nós confiamos em nossos peshmerga, mas há temores de que a Isis poderia se aproveitar dessa situação para assumir o controle de algumas pequenas aldeias no Curdistão.
Acho que a permanência do primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki no poder, e sua insistência em resolver a crise com o uso da força, prolongarão os problemas no Iraque.
A única solução é dialogar com todos os representantes iraquianos - sunitas, xiitas ou curdos - para resolver os problemas e lutar contra o Isis.

Jaffar, 27 anos, Bagdá
As pessoas em Bagdá estão com muito medo. Há menos gente andando nas ruas. Os preços de alimentos e gás estão aumentando e a situação tende a ficar ainda mais crítica, especialmente considerando que o mês sagrado do Ramadã começa em duas semanas e já existe uma grande demanda por alimentos.
Há alguns confrontos nas zonas sunitas, onde os xiitas têm medo de serem mortos por combatentes do Isis. Bagdá é de maioria xiita, mas existem algumas áreas sunitas na cidade.

Em Bagdá, os jovens se apresentaram como voluntários para combater o Isis, e esta é causa da fatwa (decreto islâmico) dos clérigos xiitas, que pedem que as pessoas combatam o Isis.
É preocupante, pois há muita gente armada e não sabemos quem são essas pessoas, nem quem são seus líderes, nem o Exército do qual fazem parte.

As mídias sociais, como Facebook, Twitter e YouTube, são oficialmente proibidas em Bagdá porque espalham a propaganda do Isis e os ajuda a organizar suas táticas e lutas. No entanto, podemos tranquilamente acessá-las usando proxies e outras ferramentas de computador.



Fonte: BBC News


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Facebook Quer Comprar Tudo!



Biz Stone revelou que Mark Zuckerberg ofereceu US$ 500 milhões pelo microblog anos atrás; atualmente a plataforma vale US$ 23,5 bilhões

Um dos fundadores do Twitter revelou que o Facebook tentou comprar o microblog por US$ 500 milhões, mas a proposta foi rejeitada. Segundo o site inglês Sky News, Biz Stone disse que viajou com seu sócio Evan Williams para conhecer Mark Zuckerberg anos atrás. Embora Williams e Stone não quisessem vender a plataforma, eles acertaram um valor que seria “tão alto” que seria impossível dizer não caso uma proposta do gênero aparecesse: US$ 500 milhões.

No encontro, Zuckerberg teria achado o valor alto, mas apresentou proposta de compra pelo valor estipulado. No entanto, a dupla do Twitter acabou rejeitando a proposta por estarem apenas no começo do negócio. Biz Stone afirmou que embora goste e respeite o CEO do Facebook, ele não simpatizou com o executivo.


Biz Stone

Stone ainda não se acostumou com o tamanho de seu empreendimento, atualmente avaliado em US$ 23,5 bilhões. "Não diria que me surpreende, mas é um sentimento estranho, em bom sentido, ir a um shopping e ver o pequeno pássaro (Twitter) que desenhei”, disse ele. O cofundador do Twitter também comentou sobre o modo como extremistas no Iraque estão usando o microblog. Para ele, quando uma ferramenta de larga escala e liberdade de expressão é criada para milhões de pessoas, você tem o lado bom ao lado do mal.



Fonte: Terra Notícias


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Refugiados - Um Problema Galopante!




O número de pessoas forçadas a deixar suas casas devido a guerras ou perseguição superou a marca de 50 milhões em 2013 pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, informou a agência de refugiados da ONU.
O número, de 51,2 milhões, é seis vezes maior que o registrado no ano anterior, e foi inflado pelos conflitos na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-Africana, segundo o relatório da UNHCR.

O alto-comissário da ONU para refugiados, António Guterres,disse que o aumento é um "desafio dramático" para organizações que prestam ajuda humanitária.
"Os conflitos estão se multiplicando, mais e mais", disse Guterres. "E, ao mesmo tempo, conflitos antigos parecem nunca terminar".
Há uma preocupação especial com os cerca de 6,3 milhões de pessoas que são refugiados há anos - em alguns casos, há décadas.
Deslocados internamente
O Afeganistão ainda responde pela emissão do maior número de refugiados no mundo, e o vizinho Paquistão é o país que abriga o maior contingente, com cerca de 1,6 milhão deles.
Pessoas em condições classificadas pela ONU como situação de refúgio "prolongada" incluem mais de 2,5 milhões de afegãos.

Em todo o mundo, milhares de refugiados de crises ausentes do noticiário têm passado boa parte de suas vidas em campos. Na fronteira entre a Tailândia e Mianmar, cerca de 120 mil integrantes da minoria karen, de Mianmar, vivem em campos de refugiados há mais de 20 anos.



Refugiados não devem ser removidos à força, segundo a ONU, e não devem retornar aos seus países ao menos que seja seguro e que tenham para onde voltar. Para muitos, entre eles os mais de 300 mil refugiados somalis no campo de Dadaab, no Quênia, esta é uma perspectiva distante.

Alguns campos se tornaram praticamente permanentes, com escolas, hospitais e comércio, de acordo com a ONU. Mas eles não são, e jamais poderão ser, um lar.

Mas o número de refugiados é excedido pela quantidade de pessoas deslocadas internamente - aquelas que foram forçadas a deixar suas casas, mas que seguem em seus próprios países.

Só na Síria, acredita-se que haja cerca de 6,5 milhões de pessoas deslocadas. O conflito armado no país afetou famílias por diversas maneiras. O acesso a comida, água, abrigo e assistência médica é limitado e, por permanecerem dentro de uma zona de conflito, é difícil para agências de ajuda chegarem até elas.

A ONU estima haver cerca de 33,3 milhões de pessoas deslocadas internamente em todo o mundo.
Grandes quantidades de refugiados e de internamente deslocados representam um desafio na questão de recursos e podem, inclusive, desestabilizar o país que os acolhe.

Durante a crise na Síria, os vizinhos Líbano, Jordânia e Turquia mantiveram suas fronteiras abertas. O Líbano tem agora mais de um milhão de refugiados sírios, o que representa um quarto de sua população. A pressão sobre moradia, educação e saúde está causando tensões em um país que tem sua própria história recente de conflito.

A ONU está preocupada que a tarefa de assistir refugiados esteja, cada vez mais, sob responsabilidade de países com poucos recursos. Países em desenvolvimento abrigam 86% dos refugiados em todo o mundo, com países ricos atendendo apenas 14%.

E, apesar de temores na Europa sobre o crescente número de pedidos de asilo e imigração, esta diferença está crescendo. Há 10 anos, países ricos recebiam 30% dos refugiados e países em desenvolvimento abrigavam 70% deles.

Para Guterres, a Europa pode e deve fazer mais.
"Eu acho que é muito importante que a Europa assuma suas responsabilidades", disse.
"Eu também acho que está claro que temos bons exemplos na Europa, como a Suécia e a Alemanha, que têm tomado medidas generosas... mas precisamos de uma expressão conjunta da solidariedade europeia".

ONU diz se preocupar com o fato de que países em desenvolvimento são os que mais recebem refugiados
Mas o que mais frustra as agências de ajuda humanitária da ONU é o número cada vez maior de refugiados, enquanto o braço político da ONU, o Conselho de Segurança, parece ser incapaz de resolver conflitos ou prevenir o início de novos.

"O mundo está se tornando mais violento, e mais pessoas estão sendo forçadas a fugir", disse Guterres, acrescentando que organizações humanitárias não têm a capacidade e recursos de lidar com este crescente número de refugiados.
"Não há solução humanitária para esses problemas... ver o Conselho de Segurança paralisado, quando todas essas crises estão se ampliando, é algo que não faz sentido".
"O que mais me frustra é o sofrimento das pessoas, é ver tantas pessoas inocentes morrendo, tantas pessoas inocentes fugindo, tantas pessoas inocentes vendo suas vidas completamente destruídas, e o mundo ser incapaz de por um fim a esse absurdo".



Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Cartões de créditos roubados sendo vendidos no YouTube!




Uma revisão no conteúdo do serviço YouTube, da Google, descobriu dezenas de vídeos que vendem dados de cartões de crédito roubados, segundo um grupo de pesquisas sobre segurança na internet que tenta lançar mais luz a uma indústria ilícita de US$ 18 bilhões.

O grupo, chamado Digital Citizens Alliance (“Aliança dos Cidadãos Digitais”, em tradução livre), acusou o YouTube de não bloquear os vídeos e de lucrar com anúncios legítimos publicados junto a eles.

Uma pesquisa sobre como conseguir números de cartões de crédito de 2014 válidos gera 16.000 resultados, segundo um relatório de 13 páginas divulgado hoje.

Um dos exemplos disso é um vídeo que vende informações de cartões de crédito roubados postado ao lado de um anúncio da Target, que sofreu uma das maiores violações da história, em dezembro, quando hackers roubaram dados de milhões de clientes da rede varejista.

“Estamos perplexos com o que encontramos”, disse Tom Galvin, diretor-executivo da aliança com sede em Washington, em entrevista por telefone. “Encontramos dezenas, senão centenas de cartões de crédito sendo vendidos no YouTube”.

O YouTube disse que suas diretrizes proíbem conteúdos que incentivam atividades ilegais, incluindo vídeos que vendam material ilícito.

“A equipe de revisão do YouTube responde a vídeos sinalizados para nossa atenção o tempo todo, removendo milhões de vídeos por dia que violam nossas políticas”, disse Niki Christoff, porta-voz da companhia com sede em Mountain View, Califórnia, por e-mail.

A aliança não citou outros serviços on-line de vídeo, como o Bing.com, da Microsoft Corp., embora eles também tenham vídeos que vendem números de cartões roubados

Indústria em crescimento
O cibercrime é encarado como uma indústria em crescimento, com a Javelin Strategy Research Inc. estimando que os hackers furtaram US$ 18 bilhões no ano passado por meio de roubos de identidades e fraudes em contas. Outras empresas, além da Target, que também reportaram violações a dados de seus clientes, são a China Bistro Inc., dona da rede P.F. Chang’s, e a Neiman Marcus Group.

Galvin telefonou para um dos vendedores dos vídeos, que ofereceu a ele um preço entre US$ 20 cada, para 10 cartões, ou US$ 10 cada, para 100 cartões.

No telefonema, que o grupo gravou, o vendedor instruiu Galvin sobre onde usar os dados roubados e ofereceu a ele, por US$ 250, uma máquina que fabricaria cartões de crédito falsos.

Diretrizes da Google
Google tem “diretrizes rigorosas de publicidade” e trabalha “para evitar que os anúncios apareçam junto a qualquer vídeo, canal ou página uma vez que determinamos que o conteúdo não é apropriado para nossos parceiros anunciantes”, disse Christoff.

O investimento em anúncios de vídeos digitais aumentará US$ 1,76 bilhão neste ano, contra US$ 1,31 bilhão em 2013, com o YouTube e a Facebook Inc. liderando o caminho, segundo pesquisa da Bloomberg Industries.

A Digital Citizens Alliance preferiu não revelar suas fontes de financiamento.

Segundo seu site, a aliança é apoiada por “cidadãos privados; indústrias líderes de saúde, farmacêutica, criatividade e outras; especialistas de segurança on-line e outras comunidades focadas em segurança na internet”.

O conselho consultivo da aliança tem como membros Jonathan Zuck, presidente da Associação por uma Tecnologia Competitiva, que é patrocinada por Microsoft e Apple, concorrentes da Google.

Também faz parte do conselho Sally Greenberg, diretora-executiva da Liga Nacional de Consumidores, que listou a Google como patrocinador.

A aliança planeja notificar companhias que tiveram seus anúncios mostrados junto a vídeos que vendiam dados de cartões de crédito roubados com o objetivo de fazê-las pressionar a Google a remover o conteúdo.





Fonte: Jason Alden/Bloomberg/Exame.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sexo, Orgias, Baladas e o Vaticano!




Livro escandaliza ao expor a rotina de sacerdotes que frequentam festas e saunas, engravidam mulheres e patrocinam abortos.

De noite, orgias, festas e bebedeiras. De dia, missa, confessionário e oração. De noite, jeans, pele bronzeada à mostra e gel no cabelo. De dia, batina, estola e ascetismo. É assim a rotina de um sem-número de padres católicos que vivem uma vida dupla nas grandes capitais do mundo, Roma inclusive.

 Pelo menos é isso que garante, com vídeos, fotos e descrições dolorosamente ricas, um dossiê em forma de livro e site lançado em abril, na Europa. Batizado de “Sex and the Vatican”, uma alusão ao seriado “Sex and the City” – que conta as aventuras sexuais de quatro mulheres em Nova York –, a obra detalha orgias entre sacerdotes gays e seus amantes e conta histórias de religiosos que engravidam mulheres, compram, com dinheiro da Igreja, o silêncio das mães e, em alguns casos, até bancam seus abortos.

 Já em sua segunda edição na Itália e na França, “Sex and the Vatican – Viaggio Segreto Nel Regno Dei Casti” (Ed. Piemme) (“Sexo e o Vaticano – uma viagem secreta no reino dos castos”, sem tradução no Brasil) está em via de ser publicado em inglês enquanto versões em espanhol e português são negociadas. “Não faço campanha contra a Igreja”, justifica Carmelo Abbate, jornalista e autor da obra. “Ela é que se complica quando se recusa a admitir que coisas comso essas acontecem dentro da instituição”, explica.

 Abatte resolveu escrever o livro depois do sucesso de uma matéria que publicou em julho de 2010 na revista “Panorama”, a semanal de maior prestígio da Itália. Nela, o foco eram os padres homossexuais. Detalhes inéditos dessa apuração abrem o primeiro capítulo do livro. Mas o grosso da obra mergulha em um submundo que revela desvios do sacerdócio bem mais chocantes do que a homossexualidade.

Na Índia, por exemplo, o autor descobriu o caso de um padre que estuprava, sistematicamente, as freiras de sua missão. Muitas ficaram grávidas, algumas abortaram por pressão do religioso e da missão e outras morreram durante processos toscos para interromper a gravidez. As missionárias que reclamavam eram transferidas para obras em outros países. Histórias semelhantes foram ouvidas pelo jornalista nos Estados Unidos, na Inglaterra e na Irlanda.

“O fenômeno é mundial e inclui o Brasil”, garante ele, que ainda não descobriu nenhum caso com provas irrefutáveis no País.
Esse tipo de comportamento é tão comum que existem associações para dar auxílio às amantes e aos filhos de padres em diversos países. Abbate, por exemplo, arrolou nove delas em seu livro. Uma é a Bethany, coordenada pelo ex-padre irlandês Pat Buckley. A instituição, sediada em Dublin, dá assistência a pelo menos 120 mulheres que são não só amantes de sacerdotes como também mães de seus filhos.

 Há casos de mulheres com mais de dez crianças, muitas criadas com ajuda financeira dada secretamente pelas paróquias dos padres pais. Nos atendimentos a essas pessoas, Buckley descobriu que houve até uma excursão coordenada por padres com o objetivo de levar suas amantes grávidas até Londres para que elas fizessem abortos, proibidos na Irlanda. “São muitos casos como esses, mas, como tudo acontece escondido, é difícil quantificar”, admite. “A Igreja se dispõe a aceitar muita coisa se houver chances de o assunto não virar escândalo”, diz o jornalista.

O caso das orgias gays em Roma, porém, é forte candidato a se tornar um escândalo incendiário. Primeiro, porque foi filmado e as imagens são fortes e reveladoras. Segundo, porque os mesmos padres flagrados em festas bebendo e mantendo relações sexuais com outros homens dizem ter rezado missas em lugares como a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e encontrado pessoalmente o papa Bento XVI. Terceiro, porque a população tende a ser menos tolerante com padres homossexuais do que com heterossexuais – o pecado, no caso dos gays, seria duplo. “Ninguém imagina um padre em uma boate gay ”, diz a psicóloga Maria Luiza Macedo de Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana (Sbrash).

“Lugar de sacerdote é na igreja e o contraste entre o que é pregado e o que é feito é que choca.” Se depender do Vaticano, porém, o caso, deve passar despercebido. Questionado sobre o lançamento do livro, o órgão se limitou a dizer, por meio de porta-voz, que “não pode reagir a todos os livros que falam mal da instituição”. No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse que “não tinha conhecimento do livro e por isso não poderia comentar os temas citados”.




Fonte: João Loes/Istoé

Preconceito - Sinal de burrice!




Estudos desenvolvidos no Canadá denunciaram o fato e mostraram que os conservadores levavam a pior na hora de demonstrar o grau de inteligência.

Você não gosta de negros? Não suporta homossexuais? Acha que as mulheres devem ficar só na cozinha?

Por mais que o mundo hoje em dia pregue a miscigenação e o convívio pacífico entre pessoas de diferentes etnias, a verdade é que a sociedade ainda abriga alguns preconceituosos de primeira. Mas esses indivíduos não são apenas atrasados quanto ao progresso do planeta.

 Estudos comprovaram que pessoas que têm preconceitos aflorados apresentam um grau de inteligência menor.
O estudo que apontou esse detalhe foi realizado na Brock University, no Canadá. Conforme os estudiosos, um experimento foi feito com um grupo de crianças, que nasceram entre 1958 e 1970, e que – por volta dos 10 anos de idade – fizeram um teste de inteligência. Depois de adultos, na faixa dos 30 anos, essas pessoas voltaram a fazer o teste em que precisavam encontrar padrões entre palavras, símbolos e formatos.

Os participantes da pesquisa também precisavam dizer o quanto concordavam com algumas frases (algumas preconceituosas, outras não). Foi nesse momento que os pesquisadores notaram uma menor pontuação conseguida por aqueles mais conservadores, que demonstravam preconceitos arraigados.

Tenso, não é? Apesar de existirem exceções para tudo na vida (como Hitler, por exemplo, que era super inteligente), é melhor começar a pensar mais “aberto” de agora em diante. Afinal, é provável que você não queira ter um baixo QI, não é mesmo?


Fonte: Fatos Desconhecidos.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Só o Brasil tem problemas?




Só no Brasil... o transporte atrasa, não há táxis, a fila não anda, o aeroporto é uma bagunça, o ônibus é lotado. Só no Brasil existe burocracia, injustiça e corrupção. Só no Brasil tem protesto e confusão.

Só que... não!

Desde que o país do futebol virou o palco desta Copa do Mundo, a expressão virou o bordão dos brasileiros para reclamar dos problemas mais sérios --ou esdrúxulos-- que temos por aqui e para manifestar grandes doses de "vergonha" pelo mundo estar vendo nossas mazelas. Mas os comentários dos internautas de outros países nas redes sociais têm mostrado que não é bem assim.



A revista britânica The Economist publicou na terça-feira (10) o texto "Traffic and tempers" (algo como "trânsito e humores") no Facebook, que traz um relato do imbróglio que é circular por São Paulo na véspera do Mundial e diz que "no momento em que você aterrissa no Brasil você começa a perder tempo". Dezenas de gringos rebateram o artigo com frases que podem deixar alguns internautas canarinhos chocados:

"Parece quando você visita o departamento da Receita da Filadélfia [nos EUA] para pagar uma conta", diz o americano Sam Sherman.

"Há filas diárias por táxis no aeroporto Schiphol, em Amsterdã... E não é Copa do Mundo", conta Tatyana Cade.

"Cena diária do trajeto em Tóquio, exatamente como esta imagem", alerta Ryo Yagishita.

"Parece a Argentina, nada mais refrescante que viajar como gado depois de um longo dia de trabalho", descreve Pao Radeljak. "Me lembra Buenos Aires", completa Paola Scarlett.

"A mesma coisa aconteceu com os brasileiros quando eles viajaram de Heathrow para Gatwick. O engarrafamento caótico de Londres [que sediou a última Olimpíada] também é mundialmente famoso. Depois, pense no eletricista inocente que foi morto por policiais justiceiros no metrô de Londres, que disseram que ele era terrorista [caso Jean Charles de Menezes]. Não é uma vergonha para um país desenvolvido reclamar do Brasil quando também tem problemas em seu país? Pense nos manifestantes em Londres, e na destruição por quatro dias alguns anos atrás. Então vira vergonha duplar", afirmou Naithirithi Chellappa.

"Para todos os brasileiros que reclamam de seu país: vocês deveriam tentar viver na Europa por um minuto. Sim, nós temos tudo regulado, mas as coisas estão cada vez mais nazistas. E falar sobre corrupção? Você acha que não acontece aqui? Aqui é tão desenvolvido que você nem vê, está muito escondido e tudo é feito por políticos e outros criminosos [daqui] fora da Europa", analisa o holandês Roas Metten. "A polícia é uma piada, eles não pegam criminosos, eles dão multas o dia todo."

Metten completa: "Os abraços e beijos que recebo em um mês no Brasil, não ganharia em dez anos na Europa. Então talvez as coisas aqui sejam melhores reguladas pelas leis e sistemas, mas é um inferno culturalmente e nas relações."

O espanhol Álvaro Munhoz tenta fazer uma análise mais ampla: "Para falar a verdade, se o número de pessoas que chega ao mesmo tempo excede a capacidade, a situação poderia acontecer em qualquer lugar do mundo."

Enquanto o internauta Leandro Cintra aproveitou para contar que recentemente levou 40 minutos para conseguir um táxi... em Nova York (EUA). E mais meia hora para entrar em um ônibus... em Fort Lauderdale (EUA). Já Wenderson Neves lembrou que a fila na imigração de Londres é de pelo menos duas horas com policiais muito pouco cordiais.



Favela no Qênia

A também britânica BBC perguntou em texto publicado na terça: "What is it like to live in a Favela?" (Como é viver numa favela?). E a internauta Adreane Bertumen prontamente respondeu: "Todo país, toda cidade tem a sua 'favela'. Gueto é gueto em todos os lugares. O Brasil não é o único".

"Essas favelas não são nada comparadas às que temos em Nairóbi, no Quênia", diz Eric Murimi. "Venham ver Sodoma e Gomorra em Gana", convida Leroy Amankwa.

"Nos Estados Unidos, nós precisamos acordar e olhar ao redor. É difícil achar uma cidade que não tenha acampamentos de sem-teto por todo seu perímetro. Bem escondidos, mas estão cada vez maiores a cada ano. Não estamos em posição de jogar pedra em outros governo", ressalta Marie Lawson. "Nos EUA, temos guetos e estacionamentos de trailers", concorda Eric D Molino.

Tumblr ironiza "complexo de vira-lata"
Os problemas são gerais, mas talvez "só no Brasil" as pessoas se disponham a gastar tempo e paciência para criar uma página da internet só para isso. O pessoal do Tumblr "Só no Brazil" faz isso: pescar os desabafos nas redes sociais e provar que certas coisas não são privilégio nosso.




Fonte: Fabiana Uchinaka/Uol


Lavar frango antes de cozinhar pode matar!





A prática de lavar frango cru aumenta o risco de intoxicação alimentar, alerta a Food Standards Agency (FSA), agência de segurança alimentar britânica.

O processo de lavagem espalha bactérias Campylobacter nas mãos, roupas e em utensílios e superfícies de cozinha, devido ao espirro de gotas de água.
Na verdade, não há necessidade de lavar o frango, pois a bactéria morre quando ele é bem cozinhado ou assado.

Conhecida como bactéria retorcida, a Campylobacter é a forma mais comum de intoxicação alimentar na Grã-Bretanha, e a maioria dos casos é proveniente de aves contaminadas.
Os sintomas incluem diarreia, dores de estômago, cólicas, febre e mal-estar geral. A maioria das pessoas só fica doente por alguns dias, mas a doença pode levar a problemas de saúde a longo prazo, como a síndrome do intestino irritável e a síndrome de Guillain-Barre, uma doença grave do sistema nervoso.

A Campylobacter também pode matar - os que correm maior risco são crianças menores de cinco anos ou idosos.
A britânica Ann Edwards disse à BBC que ficou completamente paralisada ao contrair a bactéria 17 anos atrás, quando tinha quase 50 anos, e desde então não trabalha mais.
"Eu primeiro notei que havia algo errado quando eu tive uma diarreia muito grave que durou pouco mais de uma semana. Fui levada ao hospital e a partir daí fiquei totalmente paralisada.

"Meu sistema imunológico teve uma reação exagerada [à bactéria], o que afetou meus nervos", contou.
Edwards se recuperou apenas parcialmente. Ela ainda sofre alguma paralisia nos pés e tem baixa imunidade.
"Eu trabalhava numa empresa de seguros, era muito ativa e em boa forma. Isso ocorreu duas semanas antes de eu fazer 50 anos. Eu não trabalho desde então. Mudou completamente a minha vida", lamenta ela.

Pesquisa
Uma pesquisa online com 4.500 adultos realizada na Grã-Bretanha pela FSA descobriu que 44% dos entrevistados lavam o frango antes de cozinhar.

A Campylobacter afeta cerca de 280 mil pessoas na Grã-Bretanha a cada ano, mas apenas 28% dos entrevistados na pesquisa da FSA tinham ouvido falar dele e, desse grupo, só um terço sabia que aves são a principal fonte das bactérias.

Os entrevistados disseram que lavam o frango para remover a sujeira ou germes ou, simplesmente, porque sempre fizeram isso.
"Embora as pessoas costumem seguir as práticas recomendadas para o manuseio de aves, como lavar as mãos depois de tocar em carne de frango crua e ter certeza de que ela está bem cozida, nossa pesquisa descobriu que lavar frango cru também é prática comum", disse a presidente-executiva da FSA, Catherine Brown.

Segundo Brown, infecções por Campylobacter custam à economia centenas de milhões de libras por ano por causa de pessoas que faltam ao trabalho por estar doente e dos gastos do NHS [o sistema público de saúde britânico].
Brown disse que a FSA também está trabalhando com agricultores, abatedouros e processadores para tentar reduzir a presença de Campylobacter nas aves.


Fonte: BBC Brasil


sábado, 14 de junho de 2014

O Brasil tem jeito?







Quando fico angustiado com as notícias brasileiras, ligo para o Nelson Rodrigues. Ele me dá bons conselhos lá do céu de papelão, entre nuvens de algodão e estrelas de papel prateado — seu paraíso é um cenário de teatro de revistas. O telefone toca como uma trombeta suave.

Ele já sabe quem é:

— Você, hein? Só me liga quando está encalacrado.

— Estou mesmo, Nelson, mas não sei se sou eu ou o Brasil.

— Deixa de frases, rapaz, você e o Brasil são a mesma coisa. O Brasil não é feito de florestas e cachoeiras. O Brasil é uma região dentro de nossas cabeças. Você é o Brasil. Levaram séculos para aperfeiçoar nosso atraso e você me vem com essa. Subdesenvolvimento não se improvisa. É uma obra de séculos.

— Ninguém entende mais nada... Eu nunca vi o Brasil assim...

— Eu sempre vi assim. O Brasil não mudou nada. O problema é que você quer “entender” e o país é muito maior que seu entendimento. Não mudou nada; só está vindo a furo, como um bom furúnculo. Você está nervoso porque sempre achou que havia salvação. Não existe isso. Nunca vamos chegar a lugar nenhum, porque não há ponto final... a não ser aqui em cima, claro. O que muda mesmo não são os fatos, como querem os idiotas da objetividade. O que nos muda não são as famosas “relações de produção” não; são bobagens nas brechas dos fatos. Quais foram as grande mudanças do país, nos últimos 50 anos? Getúlio se matou, o Jânio tomou um porre e se foi, o Tancredo morreu de nó na tripa, o Collor caiu porque não respeitava nem as cunhadas (como o meu Palhares), o Lula foi eleito por um publicitário, como uma boa margarina. É isso. O Brasil não é épico; nunca tivemos um Stalingrado, um Waterloo... Nem a Batalha de Itararé.

— Mas por que esta estagnação, esta zona geral?

— O Brasil não vai para a frente com planos messiânicos ou “epopeias de Cecil B. de Mille”, sejam elas epopeias “socialistas” ou liberais. O “óbvio ululante” é que os brasileiros odeiam justamente o óbvio. Bastava fazer umas reformas, não jogar dinheiro fora, amarrar os corruptos no pé da mesa, diminuir impostos, chupar a carótida dos chefes das Estatais como tangerinas. Mas, não; só querem apoteoses ou dilúvios de quinto ato do “Rigolleto”.

— Mas o cinismo dos políticos está cada vez maior!

— Não veja os políticos como gênios do bem ou do mal, Stalins ou Josés Bonifácios. São apenas uns sujeitinhos de cabelo pintado de preto ou acaju. Uns fingem de socialistas, outros de conservadores. Mas todos querem é o poder, as mãos dentro das cumbucas do Estado. Esses que estão aí querem criar “sovietes”, grupos corporativos como na Rússia. Já pensaram em Dirceu e Genoino dirigindo o país? Na época da ditadura ainda dava. Todos nós babávamos na gravata, imbecilizados, sem informação. O que nos salva é que eles são muito ignorantes. Antigamente, os cretinos se escondiam pelos cantos, babando pelos inteligentes de carteirinha. Agora estão aí, achando que vão mudar o país. Para eles, o capitalismo ainda é tratado como uma pessoa. “Hoje o capitalismo acordou de mau humor” ou “o capitalismo é muito egoísta, só pensa em lucro.” Nunca ninguém leu nada. Eu os chamava de marxistas de galinheiro. Eles me odiavam. Eu era chamado de pornográfico e depois virei o reacionário fundamental. Mas perdem sempre, pois a burrice é uma força da natureza. A burrice é a Pedra da Gávea.

— Querem controlar a imprensa...

— Querem controlar os brasileiros, fazê-los obedientes... Mas esquecem que os brasileiros têm a alma de feriado. Somos incontroláveis. Tem um Brasil sob as calçadas, nas sarjetas, nos bueiros que renasce e reage. E o pior dessa turma é que eles têm certezas profundas e isso os destruirá em breve. A dúvida sempre me pareceu mais sábia, mais clarividente.

— Deus queira.

— Eu nunca vejo Deus por aqui. Parece que anda deprimido por ter inventado o “livre arbítrio” dos homens, que está gerando essa esculhambação aí embaixo. Mas, se Deus me perguntasse o que eu fiz de bom na vida, eu responderia: “Senhor, eu descobri o óbvio!”. Sempre vi o que ia acontecer. Essa gente é muito óbvia. Você veja o Zé Dirceu, por exemplo, bom rapaz, era o Marlon Brando das comunistas, mas ele só amava os postes. Via um poste, subia nele e começava a falar da Utopia. Os passantes ouviam e perguntavam: “Quem é essa tal de d. Utopia? É mulher dele?”. A Dilma, coitada, é uma boa senhora que amava o Brizola, amava o Lula. Ela queria ser uma dona de casa, uma mãe de família “revolucionária”. Foi corajosa na juventude e hoje está aí... É uma Dilma que não existe, é um clone de si mesma. Mas estou te achando muito pessimista, rapaz...

— Nada. Sou um otimista bem informado...

— Não faz frase, rapaz... Não adianta se atolar em euforias brutais nem viver com complexo de vira-latas. Um retrato bom do país é o PMDB, feliz em sua mediocridade. O Brasil é o PMDB. O Brasil não é épico; é coloquial.

— E a Copa?

— Talvez ganhemos porque estamos com medo até das manifestações. Sem medo não há vitórias. Em 1950, perdemos porque estávamos mascarados.... Máscara é fogo... rapaz...

— Mas está morrendo mais gente aqui do que na Síria, Nelson...

— Vocês achavam que iam escapar? Ninguém escapa. O Brasil se achava uma ilha protegida, mas o mundo invade tudo. O Oriente, a África, o mundo quase em guerra e o Brasil numa boa? Impossível. Não há piedade na História... O Hegel e o Nietzsche vivem brigando aqui dentro. Ontem o Nietzsche disse isso: “A História não tem hora; é intempestiva! Cai feito um raio!”. O Hegel não gostou nada e anda deprimido pelos cantos. Agora a história do mundo atual está nos contaminando. Mas isso é bom. Sabe por quê? Porque teremos de assumir nossa miséria, assumir a nossa lepra, que o mundo agora vai ver. Não sabemos o que fazer com o Brasil, mas ao menos estamos conhecendo nossa cara...

— É isso aí, Nelson.

— Não se preocupe. Daqui a alguns anos, vão lembrar desta época como um “fascismo de galinheiro” disfarçado de “marxismo de galinheiro”. Fascismo é a burrice no poder, rapaz...

E desligou.





Fonte: Nelson Rodrigues ao telefone, de Arnaldo Jabor.



Sorrir faz bem à saúde!



Sorria, meu bem, sorriiiia. A recomendação não é só do Agnaldo Timóteo, mas também da ciência: sorrir melhora a memória e diminui o estresse.

Um grupo de pesquisadores da Califórnia convidou 20 idosos, de 60 a 70 anos, para testes. Metade permaneceu sentada, em silêncio, lendo ou usando o celular.

Já o outro grupo foi convidado a ver vídeos divertidos. Depois de 20 minutos, cada voluntário entregou amostras da saliva e fez um teste de memória de curto prazo. O pessoal que havia se divertido tinha níveis menores de cortisol (hormônio do estresse) no corpo e se saiu muito melhor na hora de memorizar coisas.

É que funciona assim: o ato de dar risada (ou de sentir alguma satisfação) aumenta os níveis de dopamina (ela age no sistema de recompensa e faz você sentir prazer) no cérebro, e diminui os níveis de hormônios do estresse. Isso tudo modifica a atividade das ondas cerebrais, deixando a memória mais eficaz. E ainda melhora o sistema de defesa do organismo.

“As habilidades de aprendizado e memorização se tornam um desafio conforme envelhecemos”, diz Gurinder Bains, autor da pesquisa. “Rir com amigos ou mesmo ver 20 minutos de humor na tevê, como faço diariamente, me ajuda a diminuir meu estresse diário”.
Viu só? Conte isso aos amigos que adoram ficar de bico por aí.


Fonte: Carol Castro/Super

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Copa do Mundo e Protestos!




Ontem aqui na cidade de Porto Alegre eu vi como as pessoas podem se animalizar durante os protestos que aconteceram. Acho perfeitamente legítimo a população se revoltar com os governos, seja ele municipal, estadual ou federal, já que pagamos milhões em impostos mas temos serviços que deixam muito a desejar oferecidos pelos mesmos.

O que não concordo e acho extremamente errado é as as pessoas que estão protestando se acharem no direito de quebrar o patrimônio público e de terceiros para chamar a atenção das autoridades!

E o pior. Quem quer se manifestar de maneira correta não esconde a cara! O que vi ontem foi baderneiros com os rostos cobertos para não serem identificados ao cometer o que é contra a lei! Isso mostra que muitos estavam ali para cometer crimes e não para protestarem de maneira legal!
Se são homens para quebrarem tudo porque não são homens para mostrarem a cara quando tiverem que responder pelos seus atos? Isso mostra que são covardes!

Pô! Muitas coisas já não funcionam direito e o que funciona o pessoal quer quebrar tudo! Quebram paradas de ônibus, os próprios ônibus, bancos, lojas, praças...! Que adianta fazer isso? Aqueles que protestam dessa maneira acham que irão ganhar a simpatia dos demais da população para sua causa?

Aí quando a polícia é chamada para conter os oportunistas e vândalos que estão depredando tudo reclamam do excesso de uso de força policial. Sou contra o uso de violência extrema por parte dos policiais, mas ontem vendo as imagens eu vi a polícia sendo atacada ferozmente com tudo que os arruaceiros travestidos de pessoas descontentes tinham nas mãos! Pedras, paus, barras de ferro!

Aqueles que protestam não podem esquecer que a força policial está ali cumprindo a sua função que é manter a ordem e o patrimônio público. Que aqueles soldados da brigada militar também têm famílias e estão ali garantindo o sustento também de seus filhos! Eles também sofrem com os mesmos problemas.
Baixos salários, insegurança no trabalho e muitos outros problemas que é comum a todos os trabalhadores brasileiros.

Acho que está na hora  desses baderneiros se conscientizarem de que usando violência e destruindo tudo que vêem pela  frente não vai resolver o problema da corrupção ou do descaso das autoridades em relação a todos os problemas que o povo sofre hoje!

Todos temos o direito de fazer greve, de protestar contra esses políticos demagogos e pilantras que estão lá no Congresso Nacional, mas nunca devemos esquecer que nossos direitos terminam onde começa os das pessoas que estão próximas a nós.

O Governo gastou demais com os estádios? Deu mais importância às exigências da Fifa do que deveria ter dado à saúde e à educação? A corrupção nos serviços públicos e no Governo continua galopante?

Então vamos responder nas urnas.Não vamos votar nesses políticos profissionais que estão ali só para surrupiar nosso dinheiro! Esse é o melhor meio de respondermos a essa corja de políticos que se preocupam só com seus salários no fim do mês e nos benefícios que ganham fazendo parte do congresso sem se preocupar de verdade com os anseios do povo!

 Agora não adianta quebrar tudo para mostrar que somos contra os jogos da Copa do Mundo. Fica mais feia ainda nossa imagem para o mundo lá fora!



Já somos um país de terceiro mundo e vamos ser considerados como um povo sem educação e animalizados pelos nossos turistas? Como nós gostaríamos de ser tratados se tivéssemos condições de visitar os mesmos países que estão nos visitando hoje?

Sei que muitos não irão concordar com o que escrevo hoje, mas essa é a minha opinião! Sou contra todo o tipo de corrupção que se vê nos políticos e empresários sem escrúpulos, mas também sou contra todo o tipo de violência e baderna que destrói o bem público e de pessoas que também sofrem com as falcatruas dos governantes! Quebrar tudo ou atacar policiais não vai levar a nada!

Se os protestos forem legítimos sem prejudicar outros sou totalmente a favor, mas jamais compactuarei com o que está acontecendo hoje na forma de protestar.



Eliézer.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Favela Para Impressionar Ingleses!



Jogadores da seleção inglesa de futebol, baseada no Rio de Janeiro, foram visitar a comunidade da Rocinha, uma das maiores favelas do Rio, na segunda-feira.
Esse poderia bem ser o título de um artigo jornalístico da cobertura do evento. Mas, sem dúvida alguma, não faria justiça ao que aconteceu de fato.

Na verdade, no evento destinado a "integrar os ingleses com a comunidade", alguns jogadores e o técnico Roy Hodgson não chegaram a presenciar cara a cara as condições precárias que os habitantes da Rocinha têm que suportar no dia a dia.

Eles foram levados ao Complexo Esportivo da Rocinha, localizado do outro lado da via expressa que separa o começo da favela dos condomínios de classe média alta do bairro de São Conrado.
Lá chegaram, ficaram protegidos pela cerca que circunda o campinho do centro esportivo e de lá só saíram para voltar ao luxuoso hotel onde estão hospedados a poucas dezenas de metros do local. No complexo esportivo, assistiram à exibição de um grupo de capoeiristas e alguns jogadores ingleses ensaiaram passos de samba.

Os craques também distribuíram autógrafos, bolas, camisas e deram outros brindes a crianças da Rocinha.
De lá só puderam ver a favela de longe. O bastante para impressionar o meio-campista Jack Wilshere. "É uma realidade muito diferente do que a gente está acostumado em casa, chama a atenção mesmo".

Mas, o estudante Wallace Brito, de 20 anos, morador da comunidade, lamentou que os craques ingleses tenham saído sem ver a real Rocinha. "Ué, como eles podem dizer que visitaram a favela? Ali nem é a Rocinha, é só a quadra e o centro esportivo. A favela é aqui, do outro lado da rua".

Mas Wilshere e seus colegas de seleção, Welbeck, Sturridge, Lallana e o técnico Hodgson, não foram porém poupados de experimentar os odores com que Wallace e todos os outros moradores da Rocinha convivem diariamente. Afinal, o centro esportivo fica ao lado da estação de tratamento do esgoto que desce o morro a céu aberto, vindo diretamente da comunidade.


Cheiro desagradável.
O mau cheiro brutal e o lixo acumulado na UTR (Unidade de Tratamento de Rio) existente nos fundos do centro pareciam emitir um recado simbólico do quanto é difícil empurrar a sujeira para debaixo do tapete.
Ao final do encontro, a cônsul britânica, Paula Walsh, diretores da federação inglesa de futebol e representantes do governo do Estado do Rio de Janeiro fizeram uma avaliação positiva do evento.

Joseli de Oliveira, de 35 anos e moradora da Rocinha, é uma das muitas que vê com ceticismo a iniciativa e acredita que nem a Copa do Mundo nem a visita dos ingleses, têm sido capaz de levar à comunidade benefícios reais.
"Na verdade ainda não tem nada de bom para a gente. Não deram nada para os moradores aqui. Mais tarde pode ser que o transporte funcione, as estradas melhorem. Mas desde que começou essa história de Copa, nada foi mudado para a gente".

Juntamente com outro título do Brasil, muitos na Rocinha continuam a torcer para que as jogadas dos craques não se limitem apenas ao marketing publicitário.




Fonte:Jefferson Puff/ BBC Brasil



quinta-feira, 5 de junho de 2014

Lei da Palmada?




Um lixo autoritário, apelidado de “Lei da Palmada”, foi aprovado nesta quarta no Senado, em votação simbólica, e seguirá agora para a sanção certa da presidente Dilma Rousseff. A madrinha do texto, que estava lá deitando seu proselitismo inteligente, é a apresentadora Xuxa. A gente sabe que ela ama as criancinhas. Bem, não sou político, né? Não dependo de voto nem preciso ficar bem com celebridades. Só tenho o compromisso de escrever aqui o que eu penso.

O Estatuto da Criança e do Adolescente já diz no nome as categorias que protege. Também há o Código Penal, que pode dar conta da conduta indevida dos pais ou dos responsáveis pela criança. Esse texto (íntegra aqui) só recebeu o apelido de “Lei da Palmada” porque, com efeito, um pai pode, sim, ser punido por dar um tapa do traseiro de seu filho. Trata-se de um notável mimo do autoritarismo, abraçado com entusiasmada ignorância por amplos setores da imprensa. Vamos ver o que a nova lei acrescenta ao Estatuto da Criança e do Adolescente:

Lei da Palmada
Lei da Palmada

Como se nota, não se define aí o que é “castigo físico” ou “tratamento cruel ou degradante”, certo? Então é preciso cuidar disso. E a Lei então especifica:

Lei da Palmada

Lei da Palmada 2

Ora, leitor amigo: um tapa na bunda “humilha” ou “ridiculariza” a criança? Quem vai definir isso? O que significa exatamente “humilhar”? Ou o que quer dizer, com precisão, “ridicularizar”? Ninguém sabe. Qualquer mãe, qualquer pai, qualquer pessoa encarregada da educação de uma criança estarão à mercê do juízo subjetivo do Conselho Tutelar ou de quem fizer a denúncia.

E se a denúncia for considerada procedente? Bem, aí entra o “estado soviético” para reeducar o cidadão. Vejam o que pode acontecer (sem prejuízo, claro!, de outras punições):

Lei da Palmada 3
Lei da Palmada 3

A coisa para por aí? Não! A nova lei institui um verdadeiro regime persecutório. Vejam o Artigo 245. Se uma pessoa que exerce função pública deixar de comunicar às autoridades casos de que tenha conhecimento, poderá ser punida com multa de até 20 salários mínimos — ou o dobro se for considerado reincidente.

Lei da Palmada 4
Lei da Palmada 4

Há algum funcionário público morando no seu prédio, leitor amigo? Se o seu moleque lhe der um chute na canela ou jogar pela janela o gatinho de estimação da irmã mais nova, não ouse dar um tapa da bunda dele. Limite-se a dizer: “O papai te ama. E a Xuxa também”.

Só para registro: nunca encostei um dedo nas minhas filhas. Oponho-me a qualquer forma de castigo físico, embora tenha levado, sim, alguns safanões da minha mãe — alguns deles, vejo hoje, até que merecidos. Não me fizeram mal nenhum. Não sou fumante, por exemplo, por falta de algumas chineladas no traseiro quando ela descobria os cigarros escondidos. Queriam o quê? Que ela me viesse com um tratado contra o câncer? As leis que temos são suficientes para punir pais violentos, sem que o estado se meta dessa forma estúpida nas famílias. A questão é de educação, ora bolas! Até porque cabe uma pergunta óbvia: se a proposta é que os pais eduquem seus filhos, ao invés de puni-los, por que o pai-estado opta por punir os adultos, em vez de educá-los? O estado recorre, assim, à palmada para punir a palmada???

Essa lei tem a idade mental do “Xou da Xuxa” e a idade moral do stalinismo e do fascismo.




Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 3 de junho de 2014

Felicidade? É só utopia...!




Muitos nascem, crescem, constituem família, e não perdem a utopia da felicidade eterna, que só existe entre as crianças.

O poeta amazônico Thiago de Melo, em um de seus versos diz que “gostaria que um adulto confiasse em outro adulto, como uma criança confia em outra criança”. Pura poesia para uma profunda reflexão no mundo em que vivemos, e que sempre foi assim desde os mais remotos tempos bíblicos.

Como então enfrentar tanta crueldade durante a nossa passagem por aqui?

Muitos aceitaram as regras impostas pela sociedade materialista dominante. Pensamos que durante a nossa estada pela Terra, deveríamos deixar um legado de realizações para melhorar a vida de futuras gerações. Nada disso se viabilizará, porque é uma utopia, privilégio das crianças.

O jeito é aceitarmos que nossos pais não serão eternos, nossos corpos envelhecerão e não seremos imortais.

Também não somos donos de nada, desde a casa onde moramos - que um dia terá um novo morador - assim como nossos bens materiais acumulados, sacrificando lazeres e prazeres. Até as nossas plantas morrem. Nada nos pertence. Nossos filhos escolherão os seus caminhos e a família vai se esvaziando, não raro ficando reduzida a apenas um integrante.

Nossas fragilidades ficam expostas. Temos que aceitá-las para deixar de sofrer.

Apaguemos as amarras existentes dentro de nós, a procura da liberdade perdida com o nosso consentimento. O mundo continua. Nós seremos esquecidos. Simplesmente passamos por ele.

Resta-nos abrir os braços em busca da PAZ que, quem sabe um dia, será encontrada em algum lugar do Planeta.


Assim vivemos. Sempre em busca da felicidade, essa utopia das crianças!




Fonte: GABRIEL NOVIS NEVES


Quer ficar inteligente? Aprenda um novo idioma!



Falar uma segunda língua aumenta a inteligência, a fluência verbal e de leitura, mesmo quando o idioma é aprendido na idade adultas. Essas são as conclusões de um estudo da Universidade de Edimburgo, na Escócia.

Pesquisadores liderados pelo professor Thomas Bak, do Centre for Cognitive Ageing and Cognitive Epidemiology, compararam testes de inteligência de 262 pessoas. O primeiro teste do grupo foi feito quando essas pessoas tinham 11 anos de idade. O segundo teste foi feito quando já tinham mais de 70 anos.

O estudo, publicado na revista científica Annals of Neurology, concluiu que o grupo apresentava habilidades cognitivas significativamente melhores do que as registradas na infância.
Uma pesquisa anterior já havia concluído que ser bilíngue pode atrasar em vários anos o desenvolvimento de demência.

Dois tempos
O estudo tomou como ponto de partida resultados de testes de inteligência feitos em 262 escoceses quando tinham 11 anos de idade.
Os pesquisadores submeteram o mesmo grupo, agora com mais de 70 anos de idade, a novos testes, e analisaram o estado de suas habilidades cognitivas na velhice.
Todos os participantes disseram ser capazes de se comunicar em pelo menos uma outra língua além do inglês.

Desse grupo, 195 aprenderam a segunda língua antes dos 18 e 65 aprenderam depois dos 18 anos de idade. A pesquisa foi feita entre 2008 e 2010.
Inteligência e leitura

As áreas mais afetadas pelo aprendizado de uma nova língua é a da inteligência e leitura. As conclusões foram as mesmas tanto no grupo que aprendeu o segundo idioma na infância quanto no que aprendeu mais tarde.

Durante o estudo, uma das questões levantadas foi se as pessoas eram mais inteligentes e por isso aprenderam uma segunda língua ou, se por aprenderem um segundo idioma, tornaram-se mais inteligentes.
Bak disse que o padrão revelado pelo estudo era "significativo" e que as melhorias na atenção, foco e fluência não podiam ser explicadas pela inteligência original (constatada a partir dos testes feitos na infância).
"Esses resultados são de relevância prática considerável.

 Milhões de pessoas no mundo adquirem sua segunda língua mais tarde na vida. Nosso estudo mostra que ser bilíngue, mesmo quando a segunda língua é aprendida na idade adulta, pode ser benéfico para o cérebro em envelhecimento".



Fonte: BBC Brasil


domingo, 1 de junho de 2014

Alcoólicos Anônimos - O método funciona?




Em 1935, o vendedor ambulante Bill Wilson e o médico Bob Smith fundaram nos Estados Unidos um grupo de apoio em que alcoólatras faziam reuniões sigilosas para trocar experiências e tentar abandonar o vício. Wilson e Smith tinham histórico de problemas com bebida, eram protestantes e acreditavam na força de uma organização missionária chamada Movimento de Oxford. Foi assim, como um grupo religioso, que nasceu o Alcoólicos Anônimos (AA), a maior instituição de combate à dependência do século 20, hoje com mais de 2 milhões de membros. Mas uma série de pesquisas vem questionando a base científica do famoso método dos 12 passos.

Quando surgiu, o AA foi recebido com desconfiança pela comunidade acadêmica por conta da sua ligação com a religião. Mas eventualmente membros do grupo começaram a financiar centros de pesquisa e oferecer suporte a políticas públicas de saúde contra a dependência, e aí as críticas cessaram. “O AA foi proclamado o tratamento correto contra o alcoolismo por mais de 75 anos, apesar de não haver qualquer evidência de que ele funciona. Estamos seguindo no caminho errado desde então”, afirma Lance Dodes no recém-lançado livro The Sober Truth: Debunking the Bad Science Behind 12-Step Programs and the Rehab Industry ("A Verdade Sóbria: Derrubando a Má Ciência Por trás dos Programas de 12 Passos e da Indústria da Reabilitação", sem edição em português).

Professor aposentado de psiquiatria da Harvard Medical School, Dodes é um dos maiores críticos do método. “Costumamos ouvir falar das pessoas que tiveram sucesso graças ao programa, e é natural concluir que elas representam a maioria. Na verdade, são uma minoria excepcionalmente pequena”, ele diz. Uma pesquisa feita internamente pelo AA em 2007 mostrou que 33% dos membros estavam sóbrios há mais de 10 anos, 12% estavam sóbrios entre 5 e 10 anos, 24% entre 1 e 5 anos, e 31% há menos de um ano.

 Os indicadores parecem excelentes, mas a pesquisa obviamente levou em consideração apenas as pessoas que continuaram frequentando as reuniões. O problema é que a grande maioria abandona os encontros ainda no primeiro ano. De acordo com a publicação Alcoholism Treatment Quarterly, que avaliou a taxa de permanência dos membros no AA entre 1968 e 1996, 81% deles param de frequentar as reuniões durante o primeiro mês. Depois de três meses, só ficam 10%. E depois de um ano, só 5%. “Imagine se um médico indicasse reuniões em grupo para tratar problemas psiquiátricos, por exemplo. Soaria absurdo”, diz a americana Gabrielle Glaser, autora de Her Best Kept Secret (Seu Segredo Mais Guardado, sem versão em português), livro que relata o aumento do consumo de álcool entre mulheres.

Entre os participantes, 65% são homens e 35%, mulheres. A menor participação feminina pode ser explicada em parte pelo problema que as desistentes apelidaram de “13º passo”: o assédio dentro das reuniões. “Para muitos homens, as mulheres fragilizadas pela dependência são consideradas alvos fáceis”, diz Gabrielle. De acordo com o Journal of Addiction Nursing, que entrevistou 55 mulheres participantes do AA, pelo menos metade delas sofreu assédio nos encontros.

ANTES SÓ...
Em 2009, uma pesquisa com mais de 200 membros do Alcoólicos Anônimos no Brasil, realizada pela Universidade Federal de São Paulo, chegou a uma conclusão alarmante: as chances de um alcoólatra se curar no AA são virtualmente as mesmas daqueles que tentam parar sozinhos. De todas as pessoas que ingressam no grupo, apenas 19% participam das reuniões com frequência.

Quem deixou de comparecer aos encontros alega que os relatos pesados dos outros participantes não ajudaram na recuperação. “Percebi que não sou uma alcoólatra, como eles me tratavam, mas simplesmente uma pessoa que buscava apoio na bebida. Com meu marido acontecia o mesmo, e ele conseguiu reduzir o consumo a quase zero sem ajuda alguma”, afirmou uma desistente americana que participou do programa por dois anos.

Nas contas do próprio AA, apenas 36% dos membros continuam comparecendo às reuniões depois de um ano. O empresário aposentado Silvio Magalhães, porta-voz do Alcoólicos Anônimos no Brasil e frequentador do grupo há 35 anos, admite que o começo é mais difícil. “O AA faz com que você mude seu comportamento, e isso toma tempo. Os primeiros dias são cruciais. Mas depois, a pessoa começa a sentir prazer em participar e ajudar quem chega pela primeira vez”, ele diz.

JUSTIÇA DIVINA
A indicação do Alcoólicos Anônimos como parte da pena para pessoas que cometeram crimes sob influência do álcool foi declarada inconstitucional nos EUA em 1996. Por conta da conotação religiosa — seis dos 12 passos estão de alguma forma associados à religião —, os juízes seriam proibidos de incluir visitas ao AA nas sentenças. Mas pesquisas feitas pelo próprio grupo indicam que, todo ano, 165 mil americanos e canadenses são obrigados a participar do programa por decisão judicial.

No Brasil, o Alcoólicos Anônimos tem 6 mil sedes, cerca de 90 mil frequentadores, e mantém parcerias com empresas e instituições públicas de saúde — as Unidades Básicas de Saúde da Família de São Paulo, por exemplo, costumam encaminhar pacientes para a instituição. Mas a maior parte dos frequentadores, segundo Magalhães, é indicado por especialistas favoráveis ao método dos 12 passos: “A maioria das pessoas chega até aqui por recomendação de médicos, psicólogos e psiquiatras”.

 De fato, existem profissionais que defendem a importância das reuniões em grupo. “Para muitas pessoas, a interação que o AA proporciona é bastante positiva. Fornece segurança para o alcoólatra sentir que não está sozinho, e que sua batalha já foi vencida por outras pessoas”, afirma Bettina Hoeppner, professora de psiquiatria do Massachusetts General Hospital.

Para os críticos, além do método questionável, o AA tem pelo menos mais um grande problema: a culpabilização do dependente quando o tratamento dá errado. “Quando não funciona, os membros são responsabilizados: eram fracos, não estavam comprometidos, não rezaram o suficiente”, diz o jornalista David Sheff no livro Clean: Overcoming Addiction and Ending America’s Greatest Tragedy (Limpo: Superando o Vício e Acabando com a Maior Tragédia da América, sem tradução para o português). Isso resultaria na impressão de que os alcoólatras sofrem de um desvio moral, e não de um problema de saúde: “A culpa nunca é do método, mas dos pacientes, e esse é um dos maiores problemas do Alcoólicos Anônimos”.



OS 12 PASSOS
Metade dos mandamentos do Alcoólicos anônimos está de alguma forma vinculada à religião. Saiba quais são eles:
1. Admitimos que éramos impotentes perante o álcool — que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

2. Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5. Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

7. Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

8. Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.

10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.






Fonte: Tiago Cordeiro/Galileu.