segunda-feira, 18 de maio de 2015

É esse o Brasil dos seus sonhos?


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Pouca gente em sã consciência diria que a situação atual do Brasil é perfeita. Alunos das escolas públicas estudam com professores semianalfabetos, tirando as piores notas de Matemática do mundo. Hospitais apodrecem sem dinheiro nem médicos, enquanto filas de doentes esperam do lado de fora, alguns morrendo e outros voltando para casa sem atendimento.

 Aposentados da iniciativa privada recebem uma pensão que não compra nem um cafezinho por refeição, enquanto alguns juízes aposentados recebem fortunas maiores que a renda de um presidente de multinacional. Nas ruas, a população sobrevive apavorada vinte e quatro horas por dia porque os bandidos contam com a impunidade que reina no país e com o despreparo da polícia.

 A quantidade de assassinatos anuais deixa pálidos os números da maioria das guerras mundo afora. As estradas em frangalhos, matando mais de quarenta mil pessoas por ano, aeroportos em estado caótico, a justiça que leva uma década para julgar uma disputa comercial, enfim, serviços públicos que não fazem jus a esse nome.

Na outra ponta dessa equação está o leão tributário mais voraz do planeta. Um governo que devora uma das proporções mais altas da riqueza do país que já se viu e que torna cada brasileiro produtivo escravo do sistema, na maioria das vezes inconscientemente. Esses recursos todos são cobrados por meio de dezenas de tipos de impostos, taxas e contribuições.

 As regras mudam tão rápido e a cobrança é tão complicada que ninguém sabe realmente se está agindo de acordo com a lei ou não. O que quer que a pessoa faça, ela sempre estará infringindo alguma minúcia da extensa e contraditória legislação, abrindo espaço para os vendedores de facilidades. É uma montanha de dinheiro saqueada das empresas e dos trabalhadores e que, após trafegar pelas esquinas da corrupção, transforma-se em... absolutamente nada.

Os desvios são tão grandes que, apesar de o Estado saquear tanta riqueza e não entregar quase nada em troca, a dívida continua crescendo, ou seja, o problema só tende a se acentuar. Assoladas por impostos pesados, juros estratosféricos e regras que mudam do dia para a noite, as empresas brasileiras acabam ficando com altos custos, tornando os produtos e serviços muito mais caros e o desemprego muito maior.

Ou seja, uma pessoa comum que trabalha com carteira assinada entrega um terço do seu salário diretamente ao governo, sob a forma de impostos diretos. Outro terço vai embora em forma de impostos sobre os produtos que ele compra, como arroz ou TV. O restante ele gasta com serviços
privados, os mesmos que o governo deveria entregar gratuitamente a ele em troca dos dois terços do seu dinheiro que foram previamente saqueados.

É esse o Brasil dos seus sonhos?







Fonte: Carregando o Elefante de Alexandre Ostrowiecki
 e Renato Feder



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