Beber e fumar pode aumentar o risco de demência em uma fase posterior da vida, por encolher partes fundamentais do cérebro.
Especialistas alertaram que os fatores de estilo de vida pouco saudáveis reduzem a "massa cinzenta", as células que catalisam as informações. Obesidade, diabetes, cigarro e álcool estão, individualmente, associados à diminuição do volume de massa cinzenta em partes cruciais do cérebro ligadas à memória, descobriram os pesquisadores.
Ao escanear o cérebro de 1.600 pessoas, os cientistas foram capazes de vincular os estilos de vida dos participantes com a estrutura de seus cérebros. A equipe questionou o grupo - 800 com mais de 50 anos e 800 menores de 50 anos - e identificou seus maus hábitos. Sete anos mais tarde, eles convidaram os voluntários para relembrar fatos, com seus cérebros escaneados usando um aparelho de ressonância magnética, antes da realização de uma série de testes de QI, a fim de identificar aqueles que estavam mostrando sinais precoces da doença de Alzheimer e outras formas de demência.
O autor do estudo, Dr. Kevin King, da University of Southern California, em Los Angeles, disse: "Nós já sabemos que os fatores de risco vascular danificam o cérebro e podem resultar em comprometimento cognitivo. Mas nossos resultados nos dão uma ideia mais concreta sobre a relação entre fatores de risco vasculares específicas e saúde do cérebro".
A equipe examinou a forma de três partes do cérebro associadas à memória e informações de recordações, como o hipocampo, precuneus e o córtex cingulado posterior. Seus resultados, publicados na revista Radiology, descobriram que os fatores de risco de diabetes e uso de álcool foram associados com um volume total menor do cérebro, enquanto o tabagismo e a obesidade foram relacionados com volumes reduzidos do córtex cingulado posterior.
As pessoas que bebiam e fumavam eram mais propensos a ter um hipocampo menor, enquanto aqueles que bebiam, estavam acima do peso e tinham açúcar elevado no sangue eram mais propensos a ter um menor precuneus. Em um teste de QI, a equipe descobriu que as habilidades mais baixas de pensamento e informações de recordações, estão correlacionadas com volumes cerebrais mais baixos em cada área.
"No momento, não temos tratamentos eficazes para a doença de Alzheimer, de modo que o foco está na prevenção", disse King. "No futuro, poderemos ser capazes de fornecer aos doentes informações úteis e acionáveis sobre os diferentes fatores de risco que podem ter impacto na saúde cerebral durante exames clínicos de rotina”.
Hilary Evans, diretora executiva da Alzheimer’s Research UK, disse: "O que é bom para o seu coração é bom para sua cabeça, e mantendo o peso sob controle, uma alimentação saudável, exercícios regulares e parar de fumar, pode ajudar a reduzir o risco de demência. Ao olhar para o impacto biológico que esses fatores de estilo de vida têm sobre o cérebro, os pesquisadores serão capazes de compreender mais sobre as causas da demência e conceber estratégias preventivas que poderiam ajudar a retardar o aparecimento dos sintomas”.
Fonte: Daily Mail
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