A internet profunda, ou "Deep Web", esse enorme espaço virtual que foge ao controle da Justiça convencional e que seria 400 vezes maior do que a internet comum, esconde um mundo de atividades criminosas que buscam anonimato, enquanto aumentam as práticas ilícitas.
Recentemente divulgado, um relatório da Trend Micro intitulado "Abaixo da superfície: exploração da Deep Web" revelou que mais de 25% das buscas entre a Deep Web e a internet padrão são com fins de exploração infantil e pornografia.
Outro dado destacado pela empresa especializada em segurança online é o preço de US$ 180 mil cobrado por esses sites secretos para assassinar uma personalidade ou político.
Para obter informações desta rede inacessível através de navegadores comuns, como o Chrome e o Internet Explorer, e aparentemente invencível, a equipe da Trend Micro utilizou um sistema chamado Analisador de Deep Web (DeWa).
O DeWa reúne as URLs ligadas à "Dark Web", a pior parte da "Deep Web", incluindo Tor, sites I2P (Invisible Internet Project) e os identificadores de recursos Freenet, para extrair dados relevantes vinculados a eles, como conteúdo, links e endereço de e-mail.
Este sistema também alerta sobre o aumento do tráfego de informação e seus sites, algo especialmente útil quando se buscam novas famílias de "malware", os softwares maliciosos destinados a invadir um sistema de computador alheio de forma ilícita.
As drogas brandas, especialmente maconha, são a mercadoria mais vendida neste ambiente online, que não é encontrado em buscadores tradicionais como o Google.
Ao todo, 32% dos itens comercializados nas 15 maiores lojas da "Deep Web" têm relação com a cannabis. Em seguida aparecem produtos como Ritalina e Xanax, mais conhecido como Alprazolam, medicamentos pesados e de venda controlada.
Nessa terra sem lei, também é possível conseguir a cidadania americana. Sites especializados criam passaportes por US$ 5.900 (R$ 20.390).
A compra de uma conta roubada do eBay ou do PayPal em uma das lojas do submundo online custa US$ 110 (R$ 380). De acordo com o relatório, 34% das URLs ou endereços eletrônicos que contêm "malware" na internet do usuário comum têm conexões com a internet profunda.
O analista David Sancho, pesquisador da Trend Micro na área de "Deep Web", explicou à Agência Efe que, quando se fala do volume de atividade nesse mundo cada vez "mais popular" não se leva em conta apenas o total de páginas hospedadas, mas também o número de serviços ocultos. Eles podem disseminar informação ilegal ou proibida, como terrorismo e atividades da máfia, além de comercializar armas.
Segundo o relatório, a maior parte disparada das URLs da "Deep Web" está em russo (41.40%) e inglês (40.74%). Em português, há 1,25% das páginas.
Fonte: Exame.com
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