quinta-feira, 29 de março de 2018

Facebook - 1 trilhão de dólares por expor dados de usuários!

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A combinação da inteligência artificial com dados do Facebook para influenciar eleições não chega a ser uma novidade. Vários órgãos de notícias e revistas especializadas contavam como os dados coletados nas redes sociais estão sendo usados para buscar perfis específicos de usuários, a fim de encontrar possíveis eleitores em campanhas políticas e influenciá-los.

Novas informações, reveladas pelos veículos jornalísticos The Guardian, The New York Times e Channel 4, trouxeram mais detalhes sobre o caso, complicando bastante a situação do Facebook e seu criador, Mark Zuckerberg.

Na reportagem, contamos como o especialista em psicometria, Michal Kosinski, que seu doutorado na Universidade de Cambridge, desenvolveu um aplicativo chamado MyPersonality em que os usuários preenchiam um questionário sobre personalidade, e, com as informações nas mãos, conseguiu fazer correlações que conseguia definir o perfil do usuário com base nas curtidas na rede social.

O uso, porém, vai além de descrever sua personalidade. Era uma ferramenta de busca de personalidades. Quer vender, seja uma ideia ou produto, para alguém ansioso e avesso à mudanças? Os algoritmos traçam o perfil de milhões de pessoas e seleciona quem se enquadra. Antes era impossível mesmo para um grupo grande de cientistas fazer esse processo manualmente.

Quem também percebeu o potencial foi a Strategic Communication Laboratories (SCL). Companhia especializada em programas de mudança comportamental ao lado de governos e organizações militares em mais de 60 países. Eles estavam iniciando uma nova empresa, chamada Cambridge Analytica, e tentaram comprar o modelo de Kosinski. Diante a montanha de dinheiro oferecido, quase aceitou, mas desistiu ressabiado com o assumido objetivo de “influenciar eleições”.

As novas revelações, porém, dão uma luz sobre o processo percorrido que culminou na eleição de Trump. Ao Guardian, um ex-funcionário da empresa, Christopher Wylie, revelou que, diante da recusa de Kosinky, um outro pesquisador da Universidade de Cambridge, Aleksandr Kogan, criou um aplicativo semelhante, o thisisyourdigitallife (essa é sua vida digital, em português). Os dados coletados foram comprados pela Cambridge Analytica, que não tem relação com a universidade.

Mas qual o problema? Além dos dados de quem respondeu o questionário, que davam permissão para que eles fossem coletados, uma brecha no Facebook, corrigida ainda em 2015, permitia que, além do usuário, o aplicativo coletasse os dados dos amigos deles também.

Para se desculpar, Mark Zuckerberg utilizou sua própria página no Facebook, além das páginas de alguns dos principais jornais do mundo, tentando convencer o mundo de que todos os problemas foram solucionados e que esse tipo de questão não voltará a acontecer. “Eu quero agradecer a todos que continuam a acreditar em nossa missão e trabalho para construir essa comunidade juntos”.

Mas parece que nem todo mundo comprou esse papo. Principalmente os acionistas. Desde o início do escândalo, a empresa já perdeu US$ 74,6 bilhões em valor de mercado, uma desvalorização de 14%.

Mas as coisas podem azedar ainda mais. A Federal Trades Commission, a versão americana do nosso Conselho Administrativo de Defesa Econômica, estuda se a rede social teria aberto os dados dos usuários além da configuração de privacidade acordada previamente.

Caso o órgão considere o Facebook responsável pelo descumprimento do acordo, assinado em 2011, a empresa pode ser obrigada a pagar US$ 40 mil por violação, o que levaria à estratosférica quantia de US$ 1 trilhão.








Fonte: Galileu



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