terça-feira, 12 de junho de 2012

Copa de 2014

A  expectativa da próxima Copa do Mundo que será sediada aqui no Brasil está acirrando os ânimos da sociedade em geral. Tanto por parte das autoridades que têm o dever de entregar as obras no prazo estipulado pela FIFA, como por parte da população, que anseia ver logo os projetos concluídos para que não se perca esse privilégio de ser o país sede desse tão esperado evento mundial, já que o Brasil é conhecido no exterior por ser o país do Futebol. Mas lamentavelmente o que as pessoas de uma maneira geral não percebem, é que esse privilégio de sediar esse evento tão importante vai gerar, quer dizer, já está gerando uma conta muito grande, e que será paga por todos nós. Enquanto as três últimas edições (Japão/Coreia, Alemanha e África do Sul) custaram cerca de 30 bilhões de Dólares juntas, os levantamentos atuais dos gastos no Brasil já batem na casa dos 40 bilhões de Dólares.Não é possível que o Brasil tenha que gastar tanto para sediar o evento. Por mais benefícios que uma competição com esta possa trazer ao país, nada justifica investimentos da ordem dos 40 bilhões de Dólares enquanto milhões de brasileiros não tem o que comer nem onde dormir e a situação da saúde é de colapso total! Para termos uma idéia do tamanho do abuso, se os custos finais com a Copa do Mundo 2014 forem duas vezes maiores que a estimativa, teremos que conviver com a vergonha de ter gasto mais do que o total de TODAS as Copas do Mundo somadas. Dinheiro que falta na saúde pública, na educação e na segurança está sendo gasto para preparar uma monumental infraestrutura exigida pela FIFA para encantar torcedores que visitarão o Brasil em 2014. Os torcedores da maioria dos Estados pagarão os olhos da cara para assistir a três partidas entre seleções estrangeiras que virão disputar a Copa. Uma nefasta ilusão revestida de emoção estimulada pela mídia. Ninguém, na verdade, sabe quais foram os compromissos assumidos pelo governo do Brasil com a FIFA para atrair a Copa do Mundo. Uma delas ficou evidente há poucos dias: o decreto que isenta a FIFA e os fornecedores dela do pagamento de impostos, taxas e contribuições, por seis anos. Esta isenção dará lugar a todo tipo de maracutaia, como de costume acontece nesse nosso país, com importações privilegiadas de alimentos, automóveis, enfim, bens de consumo diversos. Isto é, na realidade, uma vergonha maiúscula. Conceder privilégios como requer a FIFA para promover a Copa do Mundo no Brasil é uma humilhação não só para o Governo, mas também para o todos os brasileiros. Não adianta justificar de que os preparativos para a Copa estão gerando empregos para muitas pessoas. E depois? A copa vai durar apenas trinta dias. Depois de encerrados os jogos e for proclamado o Campeão do Mundo, as obras terão acabado e muitos que estão empregados hoje, amanhã não sabem se ainda vão estar e o BNDES, que está liberando milhões em empréstimos para construir e reconstruir estádios vai ter que suar e muito para receber a grana que jogou na rua. O Governo deverá criar mais impostos para custear a saúde publica e distribuir mais bondades para ganhar eleições. E quem vai pagar esses impostos? O Zé povinho como sempre!

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