Uma nação de órfãos: multidão se reúne na Praça Vermelha
de Moscou para se despedir do "Pai dos Povos".
No dia 6 de março, um boletim oficial anunciou o falecimento de Stalin, atribuído a uma hemorragia cerebral causada pela hipertensão, que provocou paralisia, a perda da fala e da consciência. Um segundo ataque teria afetado o coração e os pulmões.
Entre o povo, alguns reagiram com alívio, outros, com tristeza. Eles se sentiram órfãos. Stalin, seu ídolo, os havia abandonado, fracos e sem defesa, à mercê do mundo capitalista e hostil que os cercava. Sua morte arriscava levar a Rússia para o abismo da anarquia e do caos.
Em 9 de março, na praça Vermelha, uma multidão imensa desfilou para saudar o caixão aberto em que repousava o senhor. Na multidão, várias centenas de homens e, sobretudo, de mulheres morreram sufocados ou pisoteados, devido a uma confusão que se criou. Nesse mesmo dia, foi posto em liberdade todos os médicos envolvidos no chamado complô “do jaleco branco”, os quais seriam milagrosamente reabilitados. Agora pairava sobre aqueles que haviam colaborado com o ditador, mesmo que involuntariamente, temor por suas vidas, e Vladimir estava entre estes. Mais do que depressa, Vladimir tratou de providenciar tudo para fugir do país, visto que agora começaria uma verdadeira caça às bruxas e se ele e seus familiares quisessem sobreviver, essa seria a única solução.
- Acha mesmo que isso é necessário, Vlad? - perguntou Feodor, chamando-o carinhosamente pelo seu apelido.
- Não vejo outro jeito. Pode ter certeza que agora vai começar uma guerra pelo poder e eu não quero estar aqui quando isso começar. Estou cansado de guerra e de ver morrer pessoas Feodor.
No outro dia bem cedo Vladimir expôs a situação para Maggie que viu aquilo como uma providência divina, visto que tudo o que ela queria era voltar para Londres, mas sempre teve medo ir sozinha e chegar lá e não ter ninguém mais conhecido para poder começar uma vida nova. Apesar de que ela já estava se acostumando àquela vida na Rússia, ao lado de Vladimir e sua família. Os preparativos foram feitos e ficou decidido de que Maggie e Vladimir iriam primeiro e depois ele retornaria para buscar sua mãe e Feodor. No outro dia, enquanto o país estava preocupado com o funeral de Stálin, Vladimir e Maggie tomaram um navio de carga que partia com peças pesadas de máquinas agrícolas rumo à Inglaterra. Após todo o processo do funeral de Josef Stálin, começara uma guerra pelo poder.
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Londres
A policia já vasculhara toda a casa de Edward e constatou que nada havia sido levado. Fora a desordem que fora deixada, e o aquário quebrado com a consequente morte dos peixinhos, tudo mais estava do mesmo jeito. Aquilo ficou como sendo algum arrombador barato que tentara achar algo de valor e que talvez tenha visto algum barulho que o amedrontou e que não pode terminar o seu intento de levar alguma coisa. No outro dia, Edward tratou de comprar reforços para as fechaduras e colocar grades em algumas janelas que ainda não tinham para aumentar a segurança. O adágio é verdadeiro: " Depois da porta arrombada, tranca de ferro".
Mas a coisa tomara outro rumo quando uma semana depois Edward entrara em seu escritório no prédio o qual trabalhava e constatou que também havia sido arrombado e também fora feito a mesma desordem. Havia papéis por todo o lugar, gavetas fora dos armários, seus livros espalhados, suas plantas que ainda não haviam sido terminadas de projetos importantes destruídas...
O prejuízo agora fora muito maior. E também haveria de ser feito uma investigação mais minuciosa, já que certamente os dois arrombamentos estavam relacionados. Quem faria uma coisa dessa? O que será que eles buscavam, visto que ali no seu escritório também nada havia sido levado? Pelo que lhe constava ele não tinha inimigos. Sempre fora um profissional honesto no que fazia, atendendo bem seus clientes, entregando projetos no tempo prometido, com uma qualidade impecável. Visitava as obras as quais estavam sendo executadas suas plantas e realizava toda a inspeção necessária na execução de seus projetos. Realmente era algo muito curioso. A polícia estava fazendo o trabalho de investigar.
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