A mais recente epidemia com o vírus Ebola já matou 16
pessoas no Uganda, enquanto outras 50 vítimas estão em tratamento, informou na
sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Atualmente, temos 50 casos sob suspeita e 16 pessoas
mortas”, disse, em Genebra, o porta-voz da OMS, Tarek Jasarevic.
Por enquanto, a epidemia limita-se ao oeste do país, disse o
porta-voz, que acrescentou que o caso de uma mulher morta em Kampala se tratou
de uma infecção contraída na região ocidental, que a levou a viajar para a
cidade para se submeter a tratamento médico.
A nova epidemia de Ebola foi declarada em Julho na região de
Kibale, a 200 quilómetros de Kampala e a 50 da fronteira com a República
Democrática do Congo.
Países vizinhos, como Quénia, Ruanda, Sudão do Sul e
Tanzânia, já emitiram alertas para que os seus cidadãos denunciem aos centros
médicos qualquer caso que tenha sintomas parecidos com os de Ebola.
A febre hemorrágica ebola foi identificada, pela primeira
vez, em 1976, na República Democrática do Congo, perto do rio Ebola, daí o
nome. Pesquisadores belgas examinaram vítimas após epidemias que mataram
adultos e crianças no Congo, no Gabão, em Uganda e no Sudão. Pouco tempo
depois, houve mais duas epidemias na região. Mas há indicações de que, em 1967,
foi identificado um vírus da doença na África, a partir de células dos rins de
macacos de Uganda. Atualmente os cientistas analisam dois tipos distintos de
vírus que causam a doença Ebola-Zaire (EBO-Z), Ebola-Sudão (EBO-S). A febre
hemorrágica ebola é transmitida apenas pelo contato direto. Uma das suspeitas é
que na África a doença seja mais comum porque há a tradição de lavar os corpos
dos mortos durante a preparação para o enterro. O corpo da vítima do ebola
permanece contagioso mesmo depois da morta. O ebola não é contagioso com o
contato pelo ar, mas por meio de secreções e sangue. A orientação é que as
equipes de enfermagem e médica usem luvas e filtro respiratório. O período de
incubação do vírus ebola dura de cinco a 12 dias. Os sintomas são febre alta,
calafrios, dor de cabeça, anorexia, náusea, dor abdominal, dor de garganta e
prostração profunda. Em alguns casos, aparecem conjuntivite hemorrágica,
feridas nos lábios e boca, sangramento da gengiva e vômito com presença de
sangue, além de hemorragia intestinal. A revista científica News Medical
informa que não há um tratamento padrão para os pacientes que sofrem com o
vírus ebola. Vários estudos estão em desenvolvimento e medicamentos são
aplicados na tentativa de conter o avanço da doença e melhorar o estado geral
dos pacientes.
Fonte: Jornal de Angola
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