Robôs humanoides saem da fábrica prontos para aprender
Tarefas com diferentes graus de complexidade podem ser programadas nos robôs Nao por meio do controle de ferramentas que simulam visão, audição e fala. Modelos podem até ser ensinados a reconhecer emoções humanas.
Os pequenos robôs Nao podem ser programados para fazer muito mais do que jogar futebol.. Mais de 450 universidades ao redor do mundo fazem pesquisas usando o simpático humanoide de 57 centímetros produzido pela empresa francesa Aldebaran, que oferece modelos com diferentes configurações, dependendo da finalidade. A partir dos recursos tecnológicos disponíveis, cada grupo de pesquisa desenvolve diferentes funcionalidades para o Nao.
O projeto atende focos como pesquisa, educação, desenvolvimento, shows e competições. Os modelos do Nao saem da fábrica prontos para serem programados. Iniciantes em robótica conseguem ensinar os primeiros passos ao humanoide com a ajuda de um software que gera os comandos a partir de uma interface gráfica simples. Já os mais experientes escolhem linguagens de programação que se comunicam diretamente com a máquina ou podem, até mesmo, instalar um novo hardware.
Qualidade em hardware
Quanto mais avançados forem os conhecimentos dos usuários, mais autonomia adquirem sobre cada uma das ferramentas do Nao: visão, processamento de áudio, controle, planejamento, navegação e outras rotinas podem ser programadas individualmente. Só na locomoção, mais de 3 mil variáveis podem ser alteradas por programas em C++ ou Phyton.
O modelo mais recente, o Nao Next Gen, possui como cérebro um processador interno de 1,6 GHz, com Linux, capaz de processar com alta velocidade as imagens captadas por duas câmeras de alta definição que funcionam como olhos para o humanoide. Além disso, possui uma segunda CPU no torso.
A rede de sensores conta ainda com quatro microfones, sonar, emissores de infravermelho, sensores táteis e de pressão. Para comunicar-se, o robô foi equipado com um sintetizador de voz, luzes de LED e dois alto-falantes de alta fidelidade.
Uma bateria de 27,6 watt-hora garante 1,5 hora de autonomia. "Neste novo modelo há funcionalidades como um controle inteligente de torque, um sistema de prevenção de colisões, um algoritmo de caminhada melhorado e mais. Usamos nossa experiência e o retorno dos consumidores para construir uma plataforma mais eficiente", disse o fundador da empresa, Bruno Maisonnier, por ocasião do último lançamento. Mais de 2,5 mil unidades do Nao já foram vendidas para 60 países.
Diferentes modelos
Para levar para casa um robô da Aldebaran é preciso investir 32 mil reais. Mas modelos mais simples, como robôs controláveis por meio de plataformas Arduíno, podem custar menos de 1000 reais. Outros robôs da empresa são mais brinquedos do que ferramentas de trabalho. Modelos de mesa – que apenas se deslocam para a direita e esquerda, para frente e pra trás - podem ser controlados por um aplicativo instalado no telefone celular.
O próprio Nao pode fazer o papel de um brinquedo. Em feiras e eventos, um grupo de humanoides pode ser programado para dançar uma coreografia. Nas universidades, no entanto, a busca é por outro tipo de movimento. Pesquisadores da Academia de Ciências de Shenzhen, na China, usam o Nao como plataforma de pesquisa para testar seus algoritmos de controle de inteligência artificial.
Além disso, com a ajuda de um leitor de movimentos de videogame adaptado, fazem o humanoide imitar a forma como uma pessoa se move para melhorar a velocidade de resposta e a capacidade de equilíbrio da máquina.
Interação e reações em foco
Na Universidade Albert-Ludwig de Freiburg, na Alemanha, o Nao ganhou uma cabeça equipada com laser e serve de objeto para um pesquisa complexa de navegação em ambientes internos. Como descrevem os pesquisadores, isso inclui localização 3D e o percurso por ambientes com diferentes níveis e obstáculos, como escadas e rampas.
Nos Estados Unidos, os humanoides estão sendo usados pela Universidade do Kansas como auxiliares no cuidado com idosos. Os robôs oferecem entretenimento como filmes, clips de TV e notícias. As imagens são projetadas em diferentes superfícies. Os robôs devem monitorar a reação dos pacientes, medindo suas respostas emocionais em conversas, para sugerir novas atividades.
As interações sociais também são alvo de pesquisa na Universidade de Augsburg, na Alemanha. Mas, desta vez, no Neo não deve ser apenas capaz de entender seus interlocutores em uma simulação de convívio. Os pesquisadores programaram o robô para expressar oito diferentes reações emocionais – como raiva, tristeza, medo, alegria, etc – que combinam movimentos de corpo, sons e as cores nos olhos.
Para os cientistas, trata-se de uma ferramenta fundamental para a comunicação entre homem e máquina, uma vez que a expectativa é a de que os robôs se tornem presença cada vez mais comum em diferentes situações cotidianas.
"Como o escritor de ficção científica, Isaac Asimov previa, eles estão chegando! E devagarinho vão tomando nosso lugar em tudo". Eli
Fonte: Ivana Ebel/Futurando
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