Queda de Berlim em 945
Berlim - 21 de Abril de 1945.
As notícias não eram nada boas para os alemães. Os russos estavam próximos e o fim do nazismo parecia mesmo inevitável. Nada mais poderia conter a invasão russa que estava vindo com um poderio bélico jamais visto. E o pior, estavam vindo com uma sede de vingança voraz! Helmuth estava bastante nervoso. A grande maioria dos seus homens já não estavam mais com ele. Alguns haviam sido mortos, mas outros deserdaram.
Ele sabia que estava sozinho com poucos homens ainda fiéis a ele e alguns criados que nada mais eram do que prisioneiros judeus. Ele deu ordens para que arrumassem suas coisas no carro e tratou de pegar alguns documentos falsos que havia mandado confeccionar para atravessar a fronteira.
Confiava que poderia se passar por um cidadão russo, visto que quando esteve na Rússia aprendeu o idioma com facilidade e falava sem quase exprimir sotaque alemão. Andando pela propriedade para verificar os últimos detalhes da fuga, passou então a lembrar-se do tempo em que fez de tudo para se tornar um oficial alemão. Era então um jovem que foi seduzido pelas idéias de Hitler. A Alemanha passava por uma crise econômica jamais vista, pior do que o resto do mundo com a crise de 1929. Havia sido humilhada pela derrota da 1 Grande Guerra, e a grande maioria do povo estava literalmente passando fome! Então surge aquele homem eloquente, com um discurso forte, com idéias que fariam da Alemanha um país grandioso, que tirariam todos os culpados por roubarem a riqueza de seu país, como os judeus de cena!
Sim era isso que ele queria! Juntou-se a juventude hitlerista e pregava a grandeza e a soberania do Terceiro Reich - um governo que duraria mil anos! Cooperou com veemência no aniquilamento dos judeus. Povo, que segundo ele estava tomando conta de todos os setores da economia ariana. Os judeus tinham grandes indústrias, estavam dominando o comércio, as artes e se destacavam na ciência e isso eles, o povo puramente ariano, não podia aceitar.
- Sr Helmuth! Uma voz feminina e doce cortou os seus pensamentos.
- Sim?
- O jantar está sendo servido.
Aquele seria sua última refeição no outrora grandioso país que ele sonhara. Desfrutaria dessa refeição com essa jovem judia que nunca cedera aos seus encantos. Ele não entendia como pôde preservar aquela jovem de cabelos negros e olhar penetrante, que muitas vezes o desafiara e o desobedecera. Mas ele nunca conseguiu eliminá-la como fez com muitos que agiram da mesma maneira. Muitas vezes ficou a um passo de lhe desferir um tiro na cabeça, mas as suas lágrimas e aquele rosto angelical sempre o impediram de realizar os seus intentos. Estaria ele apaixonado por uma jovem de raça inferior? Se estivesse, agora nada o impediria de tê-la em seus braços. O nazismo havia caído. Ninguém mais falaria mal dele, se ele desposasse uma judia. Até seria melhor, porque quem iria desconfiar de um cidadão russo com uma esposa judia?
(Continua...)
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